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CAPÍTULO III | Atividades decorrentes do estágio

2.5. Atividades de grupo terrestres

A atividade física tem sido identificada como importante elemento profilático e terapêutico, essencial para que o homem moderno tenha uma qualidade de vida superior (Rojas, 2003). É neste sentido que a prática regular de exercício físico tem tido uma aceitação pública crescente e os efeitos benéficos da atividade física têm adquirido uma crescente importância social (Martins, 2004). Deixou de ser vista, simplesmente, como uma forma de ócio para se extrapolar ao nível de uma necessidade de bem-estar, promoção da saúde e prevenção de doenças, relacionando-se com a redução de doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, pressão arterial alta, cancro e obesidade (Tharrett &

Peterson, 2006).

Assim, em Portugal e na Europa, o mercado do fitness cresceu significativamente nas últimas décadas, sendo que se verifica em constante expansão e desenvolvimento A título de exemplo, o mercado português do fitness cresceu 13%, em 2015, somando assim 730 mil pessoas envolvidas, enquanto isso, o número de ginásios aumentou para 1365, levando uma média de 537 membros por clube no final do ano de 2015 (AGAP, 2015).

Uma das maiores tendências da indústria do fitness diz respeito às atividades realizadas em grupo. De acordo com um estudo realizado, a nível mundial, pelo ACSM’s

Health & Fitness Journal® (FIT), relativo às tendências do fitness no ano 2018, Worldwide Survey of Fitness Trends for 2018 (ACSM) verifica-se que as atividades de

grupo ocupam o segundo posto, apenas tendo a montante o High-Intensity Interval

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Este tipo de atividade está documentado como sendo uma forte promotora de exercício e permite uma maior aderência a longo prazo

Instrutores de atividade de grupo ensinam, lideram e motivam indivíduos inseridos num grupo, intencionalmente, maior (mais de cinco). Os programas de grupo são desenhados para que as sessões sejam eficazes, em diferentes níveis de aptidão física, e motivadoras, possuindo técnicas de liderança que ajudem os sujeitos a atingir os seus objetivos.

2.5.1. Observação das aulas de grupo

A observação das aulas de grupo realizou-se em torno da produção de um relatório, referente à lecionação de cada aula. Com recurso a uma grelha de avaliação (ANEXO VIII) realizaram-se observações das diversas aulas de atividades de grupo, terrestres e aquáticas, como alvo de avaliação qualitativa o técnico de exercício físico e toda a envolvente, durante o desempenho das suas funções.

2.5.2. Controlo mensal das aulas de grupo

O controlo mensal teve por base a quantificação das aulas de grupo com a função de de instrutora. De seguida, através de uma tabela (Tabela Nº25), demonstra-se um exemplo (mês de maio) do controlo mensal efetivado durante o estágio curricular.

AULAS S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D BIKE 1 TRX STEP NATURA NATURA PUMP CORE PILATES GAP CIRCUIT TRAINNING 1 1 HIDROGINÁSTICA AULAS 30 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 1 2 3 CIRCUIT TRAINNING 1 GAP 1 1 BIKE 1 1 1 1 1 TRX STEP NATURA NATURA PUMP PILATES MOBILITY CORE ABDO EXPRESS HIDROGINÁSTICA 1 1 1 7 21 Nr Aulas lecionadas Projeto de promoção D

CONTROLO DE AULAS DE GRUPO REALIZADAS - MAIO 2018

TA R D E D D D D D D M A N H Ã FE R IA D O FE R IA D O FE R IA D O FE R IA D O D nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 M e se s N r de a ul as 97 7 18 21 5 3 16 17 10

Tabela Nº26 – Controlo mensal | Atividades de grupo

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2.5.3. Planeamento das aulas de grupo

No que concerne à oferta de aulas de grupo, o ginásio possui um vasto leque de modalidades ao dispor dos clientes. Com intuito de proporcionar novos desafios e novos estímulos ao organismo, sendo estes fundamentais para a otimização do treino, de modo a estimular a sua participação e o seu entusiasmo, as respetivas coreografias são alteradas mensal ou trimestralmente. A intervenção neste âmbito realizou-se em torno de seis (6) modalidades, das oito (8) disponíveis.

No que diz respeito à lecionação, estas regeram-se por um planeamento prévio respeitante à estrutura de cada aula (Tabela Nº26). É nesta ótica que se verifica um

faseamento estrutural assente em três partes primordiais (Cerca, 2003).

Importante ressaltar o facto do planeamento das aulas não recorrer a uma periodização assente nos princípios gerais, pelo simples facto de não se verificar uma consistência sistemática na lecionação da mesma modalidade. Isto é, verificando-se, na maioria, coreografias mensais, estas mesmas, eram idealizadas e lecionadas num processo rotativo entre os instrutores do ginásio, à exceção da modalidade de Bike e de Pump.

Assim, a sua construção baseou-se no treino intervalado (TI), que segundo Tubino

(1984)se define como o meio de preparação física que compreende alternâncias entre

períodos de trabalho e de recuperação com intensidades e durações controladas, ao mesmo tempo que exige uma orientação das variáveis de treino nos objetivos propostos.

Ainda Billat (2001) descreve o TI como a prática de séries repetidas de exercícios a alta intensidade, intercalando com períodos de repouso (ativo ou passivo).

Neste sentido, observa-se a génese da definição de treino intervalado de alta intensidade (High Intensity Interval Training – HITT), que se caracteriza por esforços

Parte inicial Parte fundamental Parte final Ativação funcional (5-10´) Desenvolvimento da AF (25´) Retorno à calma/relaxamento (5-10´)

Tabela Nº27 – Estrutura das aulas | Atividades de grupo

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“explosivos” (all out) de exercício a 90% ou mais do VO2máx (ou FCres) e uma

capacidade aeróbia máxima por curtos períodos de tempo, intercalando com períodos de retorno à calma com uma baixa intensidade ou em descanso induzindo melhorias equivalentes, ou até mesmo superiores, aos tradicionais métodos contínuos, em parâmetros fisiológicos (Gibala, 2012).

Respeitante ao processo de ensino-aprendizagem das respetivas modalidades, indo ao encontro da ideologia do israelita Muska Mosston, utilizou-se o estilo de ensino por comando. Este caracteriza-se, do ponto de vista pedagógico, pela determinação de objetivos, escolha das atividades e a realização das habilidades, conforme a forma de execução. A metodologia baseia-se, sobretudo na utilização de situações didáticas que dão margem apenas para uma só resposta e onde o comando precede o movimento.

Para a mensuração da PSE foi utilizada a escala de Borg (1998) (Tabela Nº27), que quantifica o esforço por meio de uma escala numérica que varia de seis (não esforço) a vinte (esforço máximo).

Por consequente, de seguida, efetua-se uma breve contextualização das modalidades existentes e em ANEXO XII apresenta-se os planos (um exemplo) referentes a cada uma (Tabela Nº28). 6 Nenhum esforço 7 8 9 Muito leve 10 11 Leve 12 13 Um pouco intenso 14 15 Intenso 16 17 Muito intenso 18 19 Demasiado intenso 20 Esforço máximo Extremamente leve

Tabela Nº28-Escala de Borg | PSE

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Modalidades Descrição

Bike

Executada em bicicletas imóveis que são compostas por um botão de carga onde o praticante ajusta a intensidade da pedalada conforme o ritmo e as instruções do monitor

GAP

O GAP (Glúteos, Abdominais e Pernas) é uma das atividades com base na Localizada. Esta é uma atividade onde o praticante repete várias séries de exercícios, que utilizam a sobrecarga do próprio corpo ou de pesos livres (halteres, barras ou caneleiras), objetivando desenvolver a força e resistência muscular.

Circuit Training Carateriza-se pelos movimentos funcionais variados de intensidade

elevada.

Natura Pump

Conjunto de exercícios que trabalham todos os principais grupos musculares, praticados através de barras e pesos, em movimentos sincronizados, que visam a resistência e definição muscular.

Mobility Trabalho de mobilidade articular desenvolvendo a amplitude do

movimento (ROM).

Core Série de exercícios focalizados no trabalho de toda a área

abdominal, lombar e pélvica.

Abdo express Série de exercícios abdominais, focando-se no fortalecimento e

aumento da resistência da musculatura do abdómen.

Tabela Nº29 – Modalidades | Aulas de Grupo

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