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I.11 Descrição do Projeto “Troca a Dar”

I.11.1 Atividades desenvolvidas no Projeto “Troca a Dar”

Serão apresentadas as atividades desenvolvidas no Projeto “Troca a Dar”, bem como os recursos que estiveram envolvidos na realização das mesmas. Assim, este projeto compreendeu atividades como, o Grupo de Teatro, Grupo de Dança e Movimento Expressivo e Grupo de Psicomotricidade, Bolsa de Tutores, Banco Troca a Dar, Eventos na Comunidade e Comunicações Externa, descritas seguidamente.

Grupo de Teatro - Esta atividade realizou-se no Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida (ISPA), em sessões bissemanais, recorrendo a uma equipa de técnicos que utiliza técnicas teatrais, expressivas, de consciência corporal e de relaxamento. O grupo era constituído por adultos em situação de vulnerabilidade e risco de exclusão social, onde estavam incluídas: pessoas com experiência em doença mental, em risco de pobreza ou exclusão, situação de desemprego ou desocupação.

Poderiam participar no grupo, pessoas com experiência em doença mental que frequentavam o FSO, situado em Alfama e por outras pessoas da comunidade em

situação de vulnerabilidade, que se quisessem inscrever ou que fossem encaminhadas por serviços da comunidade.

Através da sua participação no grupo de teatro terapêutico, pretendia-se promover o desenvolvimento pessoal e contribuir para a construção de uma identidade grupal e a fomentação da empatia e confiança entre os diferentes elementos. As dinâmicas de grupo desenvolvidas visavam melhorar a respiração, a comunicação verbal e não-verbal, a consciência de si e do outro, promover a criatividade, espontaneidade e a autodeterminação. Neste sentido procurou-se valorizar a singularidade do sujeito sem perder de vista o coletivo, utilizando a arte, que é um caminho de expressão, de comunicação e síntese da experiência pessoal da pessoa. O grupo servia como meio para desenvolver competências, mas também para reforçar a coesão suporte interpares.

Esperava-se assim que houvesse uma adesão de doze adultos em situação e risco de exclusão social, que participassem em pelo menos 50% das sessões, procurando que 70% destes no final das mesmas melhorasse as suas competências sociais e emocionais e capacidades psicomotoras, bem como no final 50% possua uma maior satisfação com o suporte social, sendo estes aspetos avaliados através de questionários e escalas específicas aplicadas aos participantes, tendo também o grau de satisfação dos participantes ser equivalente a “bom” igual ou superior a 70%. No que toca ao Banco Troca a Dar, esperava-se que pelo menos sete participantes integrassem o mesmo.

No que toca aos recursos humanos, para esta atividade estiveram envolvidos dois Psicólogos (dois do Grupo de Teatro DISPARteatro e um pela GIRA), um Coordenador da GIRA, um Estagiário Profissional das Ciências Sociais da GIRA e um Estagiário académico da GIRA.

Grupo de Dança e Movimento expressivo e Grupo de Psicomotricidade - Ambas as atividades se realizaram no Centro Cultural Magalhães Lima, tendo as mesmas ocorrido semanalmente, recorrendo a uma equipa de técnicos que utiliza técnicas de dança e movimento expressivo.

Poderiam participar no grupo, pessoas com experiência em doença mental que frequentam o FSO, situado em Alfama e por outras pessoas da comunidade em situação de vulnerabilidade, que se quisessem inscrever ou que fossem encaminhadas por serviços da comunidade.

O grupo de dança e movimento expressivo e o grupo de psicomotricidade procuraram responder à especificidade de cada participante, mediante os seus

interesses, necessidades e potencialidades, com vista a promover a interação e inclusão social dos participantes na comunidade. Na intervenção psicomotora, a dança é utilizada como um meio facilitador da expressão e da espontaneidade, e de coordenação e organização dinâmica dos movimentos corporais no espaço e no tempo. Enquanto terapia expressiva, a dança favorece a consciência do corpo, a expressão de emoções e a comunicação verbal das mesmas. Por outro lado, a interação social potenciada nas dinâmicas de grupo permite a reflexão consciente sobre os modos de resolver os conflitos, situações ou desafios e o encontro com as capacidades de sentir, integrar, aceitar, criar, adaptar-se e operar naturalmente em situações reais. O grupo será não só um meio para desenvolver competências, mas também para reforçar a coesão e suporte interpares.

Esperava-se assim que houvesse uma adesão de doze adultos em situação de vulnerabilidade e risco de exclusão social, que participassem em pelo menos 50% das sessões, procurando que 70% destes no final das mesmas melhorasse as suas competências sociais e emocionais e capacidades psicomotoras, bem como no final 50% possua uma maior satisfação com o suporte social, sendo estes aspetos avaliados através de questionários e escalas específicas aplicadas aos participantes, tendo também o grau de satisfação dos participantes ser equivalente a “bom” igual ou superior a 70%. No que toca ao Banco Troca a Dar, esperava-se que pelo menos oito participantes integrassem o mesmo.

Quanto aos recursos humanos, para esta atividade estiveram envolvidos dois Psicomotricistas (um da Faculdade de Motricidade Humana (FMH) e um pela GIRA), um estagiário académico da GIRA, um Coordenador da GIRA e um Estagiário Profissional das Ciências Sociais da GIRA.

Bolsa de Tutores - A tutoria tinha como objetivo fazer a mediação entre o voluntário do Banco e os beneficiários. O grupo tinha como intuito ser formado por uma bolsa de quinze jovens universitários voluntários, com perfil para o projeto e interesse nas áreas da participação, inclusão social e dinâmicas comunitárias. A tutoria seguirá as seguintes fases: 1ªfase - ações de sensibilização e divulgação nas faculdades (ISPA e FMH) para angariação de jovens; 2ªfase - entrevista individual aos jovens interessados para avaliação de competência; 3ªfase - sessões de capacitação com conteúdos como: doença mental e/ou situações vulnerabilidade social; intervenção direcionada às potencialidades e forças; redes de suporte social; acompanhamento individualizado e instrumentos a utilizar. 4ªfase - dinâmicas de grupo (dinâmicas de quebra-gelo e cooperação) entre tutores e voluntários, mediados pela equipa técnica do projeto.

A intervenção passa por conhecer a pessoa voluntária do Banco Troca a Dar e estabelecer relação; encontrar as potencialidades individuais, em articulação com as equipas que intervêm com a pessoa; consultar as redes informais ou formais criadas; acompanhar a pessoa no 1º contacto e declaração de intenções; reunir periodicamente com a pessoa voluntária e ir trabalhando as competências do saber estar; contactar regularmente com a pessoa ou entidade beneficiária; e avaliar. Todo este processo será acompanhado pela equipa técnica do projeto. Esperava-se assim que fizessem parte da Bolsa de tutores, quinze jovens universitários voluntários, sendo realizadas sessões de capacitação, e que 80% dos participantes realizassem a avaliação da aquisição e transferência dos conhecimentos nos vários domínios como “boa” ou “muito boa” e que avaliassem a qualidade da capacitação como “boa” ou “muito boa”, sendo ainda criado um modelo de gestão de voluntários.

No que toca aos recursos humanos, para esta atividade estão envolvidos um Psicomotricista, um Psicólogo, um Estagiário Profissional das Ciências Sociais da GIRA, um Animador Sociocultural da GIRA e um Coordenador da GIRA.

Banco Troca a Dar - O Banco Troca a Dar pretendia ser um espaço onde são criadas redes informais e formais, através de laços de cooperação, partilha e entreajuda. Entende-se por rede: cada laço estabelecido entre o voluntário e idoso ou entre o voluntário e os comerciantes e serviços locais. Neste banco participavam quatro tipos de grupos: 1. Voluntários: responsáveis por fazer companhia, fazer pequenos recados, acompanhar a serviços, no caso dos idosos e apoiar os comerciantes e serviços em pequenas tarefas (e.g. fazendo recados, entregar/receber documentos); 2. Tutores: acompanhamento individual a cada um dos voluntários, reforçando as suas competências e monitorizando as relações com os beneficiários; 3. Beneficiários idosos: identificar as suas necessidades de apoio e recompensar com afetos, através dos laços estabelecidos (amizade, convívio, espírito de partilha); 4. Beneficiários comerciantes e serviços locais: identificar as suas necessidades de apoio e recompensar com bens como por exemplo: roupa, alimentos, produtos de higiene, etc.

A troca de experiências entre estes grupos permite um envolvimento cada vez mais duradouro e de confiança e concretiza a responsabilidade social das empresas locais para que os beneficiários possam delegar algo pessoal em quem não conhecem, é feita uma apresentação das partes, cuja relação é facilitada pela proximidade física de ambos e pela monitorização dos tutores e da equipa técnica sediada no bairro. Em cada laço será assinada uma declaração de intenções. Quanto aos resultados finais, esperava-se que a rede formal fosse composta de pelo menos cinco estabelecimentos de comércio local e cinco serviços locais e a rede informal composta por pelo menos

dez idosos, sendo que ambas as redes, se comprometeram com a implementação e dinamização do Banco, em termos técnicos e socias. No que toca aos tutores, pelo menos quinze tinham de participar ativamente ao longo de todo o processo, bem como haver uma adesão de quinze adultos em situação de vulnerabilidade social e risco de exclusão social. Tanto os dez beneficiários comerciantes e serviços locais, tinham de participar em pelo menos uma reunião para balanço do sistema de trocas e contributos para otimizar todo o processo. Procurou-se ainda criar um modelo de gestão dos voluntários e beneficiários, bem como a criação de um regulamento do funcionamento do Banco Troca a Dar participado e integrado por todos os parceiros, voluntários e beneficiários. Assim, no final pelo menos 70% das redes formais e informais estabelecidas se deviam manter.

No que toca aos recursos humanos, para esta atividade estavam envolvidos um Psicomotricista, um Psicólogo, um Estagiário Profissional das Ciências Sociais da GIRA, um Animador Sociocultural da GIRA e um Coordenador da GIRA.

Eventos na comunidade - Esta atividade é composta pela realização de encontros que envolvam as organizações comunitárias e os vários grupos alvo do projeto, de forma a promover o convívio e a partilha de experiências. Aquando da elaboração do projeto estabeleceu-se que seriam realizados os seguintes eventos: O

Kick-off do projeto através de mobilização porta a porta da equipa técnica

acompanhada pela “Mascote dos abraços”, que conversa com possíveis beneficiários e distribui folhetos informativos, de forma a contribuir para a adesão e comprometimento com o projeto; O Piquenique Troca a Dar - consistiu em desenvolver com os diferentes grupos participantes no projeto jogos tradicionais e pedagógicos adaptados, culminando com um piquenique no Jardim do Castelo. O piquenique foi um lanche partilhado, em que cada um dos envolvidos contribui com algum alimento, mantendo o espírito de partilha do projeto; As Mostras na Rua - uma de dança e outra de teatro, no decorrer do projeto, para divulgação do mesmo e envolvimento da comunidade, na época dos Santos Populares no bairro de Alfama; A Sessão Pública – apresentação de uma peça de teatro e de uma coreografia de dança que culmina com a divulgação do vídeo e brochura digital que expressa as boas práticas do projeto, no ISPA.

Procurou-se envolver alguns voluntários na organização dos encontros. Estes encontros foram parte do processo de identificação com os objetivos do projeto e angariação de novas parcerias, apoios e participantes. Permitiram, ainda, a valorização dos participantes e um espaço construtivo da cooperação e inclusão social.

No que toca aos recursos humanos, para esta atividade estavam envolvidos dois Psicólogos clínicos, dois Psicomotricistas, um Estagiário Profissional das Ciências Socias, um Animador Sociocultural, um coordenador da GIRA e dois estagiários académicos.

Com esta atividade esperava-se que o projeto fosse apresentado a pelo menos cinquenta possíveis beneficiários, através da distribuição de folhetos e que pelo menos cinco pessoas com doença mental e três tutores participassem na organização dos encontros. Na atividade do piquenique, deveriam participar pelo menos 70% dos intervenientes (voluntários, tutores e beneficiários), realização de duas Mostras de Rua e uma sessão pública, com a participação de 70% dos intervenientes e pelo menos vinte pessoas da comunidade.

Comunicação externa - De forma a atingir-se uma coesão entre voluntários e parceiros, pretendeu-se divulgar uma imagem de confiança e de profissionalismo do projeto em todas as ações das atividades (desde visitas, reuniões, ações de sensibilização, eventos na comunidade, etc). Procurou-se divulgar os resultados obtidos durante o projeto, assim como o impacto que este tipo de intervenção tem na comunidade e a pertinência da sua replicação. Esta atividade tinha como objetivos: Criação de uma página de Facebook de forma a manter a comunidade atualizada; Artigo/Notícia no jornal/ newsletter da freguesia; Brochura digital sobre as boas práticas do projeto; Vídeo que inclua todas as informações sobre o trabalho desenvolvido, assim como testemunhos e opiniões dos participantes, entidades e parceiros; Artigo científico de carácter quantitativo e qualitativo, baseada em questionários e indicadores sociais ao longo do projeto. A supervisão dos mesmos foi realizada pelo ISPA e FMH. Paralelamente, estes resultados foram apresentados num póster ou comunicação livre num congresso ou encontro científico. Estes produtos serviram para impulsionar a angariação de novos voluntários, tutores, beneficiários e parceiros. Por fim, todo o trabalho foi apresentado na sessão pública referido na atividade 5.

Com esta atividade esperava-se que no final, estivesse criado um logotipo, cartazes, flyers, etc, bem como a identificação de comerciantes e serviços locais do bairro, angariação de pelo menos mais três entidades parceiras do projeto. Uma imagem de confiança e profissionalismo, publicações mensais na página de Facebook e blog da entidade promotora, com uma média de cem pessoas alcançadas por publicação, bem como a criação de uma brochura digital, um vídeo das atividades, artigo no jornal/newsletter da freguesia, elaboração de um artigo científico e realização de um

póster ou comunicação livre de divulgação de resultados, para apresentar num congresso sobre a temática.

No que toca aos recursos humanos, para esta atividade estão envolvidos dois Psicólogos clínicos, dois Psicomotricistas e um Estagiário Profissional das Ciências Socias.

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