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4. DESCRIÇÃO DOS DADOS

4.1. Atividades matemáticas realizadas pelo PIBID-Matemática

Nos subgrupos do PIBID/Matemática/UFS/SC acontecem partilhas e produção de conhecimento, que configuram como singularidades de cada um deles. Essas singularidades contribuem para a construção de conhecimento matemático dos bolsistas ID e identidade docente. Logo, com a Relação com o Saber. Assim, a Figura 11 ilustra esses estilos.

Figura 11: Configuração do PIBID/Matemática/UFS/ SC

Fonte: A autora (2018). PIBID/ Matemática/ UFS Campus São Cristóvão Tecnologias e história da matemática. Geometria, a partir dos Níveis de van Hiele. Jogos de fixação e Matemática inclusiva. História da matemática e atividades de fixação

Os quatro subgrupos do PIBID/Matemática/UFS/SC apresentam pela própria natureza do trabalho de cada coordenador algumas singularidades e subjetividades, a partir de relações intracoletivas de ideias. Essas relações se constituem pelo compartilhamento dos diferentes Estilos de Pensamento existente em cada subgrupo, os quais passam a se identificarem ao estilo do respectivo coordenador.

Em cada subgrupo, existem teorias de estudo que vão construindo as respectivas particularidades. Um dos grupos caracteriza-se por dar ênfase à aplicação das Tecnologias e História da Matemática como metodologias para desenvolvimento das atividades. Um segundo subgrupo tem foco nos jogos de fixação e adaptações desses jogos e outros materiais para acessibilidade de alunos surdos e cegos, inclusos no ensino regular. Nesse subgrupo, o estudo teórico volta-se à Matemática Inclusiva. Um terceiro subgrupo refere- se a manter o foco na aplicação das atividades já existentes no acervo, mas priorizando o estudo sobre a abordagem da História da Matemática, principalmente de alguns conteúdos geométricos. O quarto subgrupo refere-se aos bolsistas investigados, que tem como foco o estudo teórico sobre o modelo de van Hiele e buscam aplicar atividades articulando a Geometria aos demais conteúdos matemáticos.

Desse modo, cada singularidade reflete no coletivo, observando-se que são alunos de um mesmo curso, compartilham experiências nas disciplinas, ao estudarem juntos, como é o caso dos estágios supervisionados. Esse contexto aproxima os quatro subgrupos de uma forma aleatória, seja pelas disciplinas ou pelas identidades nas relações pessoais, disseminando o conhecimento em uma relação intercoletiva de ideias.

Mesmo com o fim do Programa PIBID em fevereiro de 2018, grupos do subprojeto, a exemplo do grupo investigado, continuaram com suas ações no PIBIC e em projetos de extensão, no caso, nas “Oficinas de Matemática”. Os demais subgrupos também continuaram com outras ações, sejam pelo PIBIC e/ou projetos de extensão.

Os espaços formativos, ora seja na educação básica, ora no ensino superior contribuem para a formação do conhecimento nos sujeitos, na medida que discutem, estudam e reelaboram concepções e metodologias aplicadas ao ensino, ao exemplo da Matemática. Esses espaços na visão de Ludwink Fleck e outros autores da Educação Matemática caracterizam-se pela disseminação do conhecimento que propicia a construção do sujeito histórico, sócio e cultural determinada pelos acontecimentos e conhecimentos de uma determinada época.

Nesse processo formativo, adentra os programas governamentais, como o Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), que viabilizam a aproximação entre teoria e prática, como também, entre universidade e escola, entendendo assim, que esse futuro professor tenha oportunidade de construir seu conhecimento atrelado ao que já foi aprendido. Então, observou-se a partir das reuniões do grupo do PIBID investigado que esses bolsistas, tiveram oportunidade em estudar teorias que os auxiliassem a planejar e aplicar as atividades matemáticas em turmas de ensino fundamental (anos finais) e de ensino médio.

Dentre os aspectos teóricos, eles estudaram documentos curriculares como Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e a mais recente Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2017), em ambos os documentos, sobre as diretrizes relacionadas à área de Matemática. Para além desses documentos, outros aspectos teóricos foram contemplados, como problemáticas do ensino de geometria, chegando ao estudo sobre o modelo dos níveis de van Hiele para melhor realizarem atividades voltadas aos conteúdos geométricos.

Fato que contribui para a formação do Estilo de Pensamento dos licenciandos investigados, formação essa, que implica na construção da identidade docente. Então, em busca de entender sobre qual o sentido e significados que os licenciandos de Matemática apresentam em relação ao que aprendem na sua formação inicial, pretende-se investigar através dos instrumentos supracitados como o Estilo de pensamento reflete na prática pedagógica do professor. Contudo, esse Estilo de Pensamento terá representação no contexto histórico, social e cultural do sujeito, se ele apropriar-se desse processo de construção de sua identidade docente.

O trabalho com a geometria passando a ser implementado com mais efetividade no ano de 2017. Ao elaborarem as atividades, os bolsistas preocupavam-se em articular conteúdos geométricos com outros conceitos matemáticos. O planejamento era apresentado, discutido e realizado entre os bolsistas, acompanhados e orientados pela coordenadora do grupo e pelos professores supervisores que participavam do programa. Esses professores supervisores são formados em Matemática e lotados nas escolas parceiras ao programa. O planejamento era em consonância ao que cada professor planejava conforme a turma e nível de ensino.

Apresentar esse panorama do contexto do grupo investigado de bolsistas ID, objetiva informar sobre a metodologia de trabalho para melhor esclarecer o propósito desta

pesquisa. O trabalho sobre “Oficinas de Matemática” emergiu desse contexto. Desse modo, a proposta de trabalho teve encaminhamentos similares aos fundamentos do grupo do PIBID, havendo um estudo mais centrado ao modelo dos níveis de van Hiele em relação às unidades temáticas propostas pela BNCC-Matemática, conforme cada ano do ensino fundamental (1° ao 9° ano). Assim, o bolsista ID passou a fazer a articulação entre as unidades temáticas para propor aos professores em formação como é possível abordar conteúdos matemáticos, de forma articulada e contextualizada.