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4. DESCRIÇÃO DOS DADOS

4.3. O contexto das aplicações de atividades das “Oficinas de Matemática”

O projeto de extensão “Oficinas de Matemática” foi alicerçado, com debates e encontros com os bolsistas ID, pesquisadora, coordenadora (orientadora) e convidados para melhor selecionar as atividades que se propunham a apresentar. De início, os grupos e constituiu com os bolsistas investigados,a coordenadora e a pesquisadora. Na medida em que o trabalho foi sendo compartilhado nas aulas da graduação, entre os licenciandos do DMA/UFS e mestrandos do PPGECIMA/UFS, foram surgindo interessados em participar este projeto. Desse modo, já participaram das Oficinas, professores mestres que ensinam Matemática em escolas públicas de Aracaju (alfabetizadores e professor de Matemática), mestrandos do PPGECIMA/UFS, além de outros licenciandos que também integravam em outros subgrupos do PIBID-Matemática. Porém, sendo a maioria, os bolsistas investigados nesta pesquisa.

Figura 15: Representação de sujeitos participantes da pesquisa

Fonte: A autora (2018).

As “Oficinas” são ministradas em vários municípios sergipanos, a exemplo de Itabaianinha na região sul do estado, Nossa senhora das Dores e Capela. A ação envolve um número expressivo de professores alfabetizadores, cerca de cento e vinte a duzentos e cinquenta professores, conforme (Figura 16). A carga horária para cada encontro corresponde a oito horas, sendo quatro horas de abordagem teórica e quatro horas de práticas, voltadas para manipulação e confecção de atividades de conteúdos matemáticos.

Figura16: Professores participantes das “Oficinas de Matemática”

Fonte: A autora (2018). Grupo PIBID- Matemática- UFS- SC Subgrupo do PIBID- Matemática- UFS- SC investigado Subgrupo do PIBIC com integrantes do subgrupo do PIBID participantes da pesquisa

Grupo das "Oficinas de Matemática" (UFS-

Segundo Souza (2009, 2015), o professor precisa ter domínio não apenas do conteúdo a ensinar, mas também de desenvolver atividades que mobilizem a aprendizagem dos educandos, sendo para isso, ser primordial a relação entre ele e os alunos e a relação dos estudantes entre si.

Nessa perspectiva, acredita-se que a aprendizagem no ensino de Matemática está ligada ao entendimento dos conteúdos matemáticos sem deixar de lado suas aplicações e conceitos. Assim, os conteúdos precisam ser inseridos nas situações que os alunos possam estabelecer relações com o seu cotidiano e seus pares.

Para a realização de todo trabalho com as “Oficinas de Matemática”, os bolsistas ID também recorrem aos livros didáticos de Matemática de anos iniciais e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para fazer pesquisa sobre os conteúdos e verificar as competências e habilidades que exigem as atividades, a fim de observar a possibilidade de adaptação para atender a demanda que a Secretaria de Educação do município de destino necessita para suprir sua carência. A maioria das atividades aplicadas foi adaptada do livro “Porta Aberta” (CENTURIÓN; RODRIGUES ; TEIXEIRA, 2014) e do acervo do PIBID- Matemática/UFS/SC, porém algumas foram aprimoradas e confeccionadas em material manipulativo.Logo, é possível inferir que os livros didáticos e os documentos oficiais são aliados neste trabalho que lida com o ensino-aprendizagem.

Antes de aplicar as atividades nas “Oficinas”, essas ações são debatidas epistemologicamente, o bolsista ID discute e observa como essas atividades estão interligadas em documentos oficiais e em teorias voltadas ao ensino de Matemática, como o modelo de van Hiele, a teoria transposição didática e a Teoria do Antropológico didático (TAD), além de estudos sobre a compreensão relacional e instrumental, sob as ideias de Skemp (RELATO DA COORDENADORA DESTE GRUPO, 2018). Segundo ela, as ideias de Skemp contribuem para elaborarem diagramas esquemáticos, os quais apontam conceitos contributivos que articulam entre si, mostrando ao professor como fazer uma explicação relacional, por conseguinte, o aluno ter compreensão também relacional.

Esse contexto configura-se de acordo com Fleck, no sentido da intracoletividade de ideias. Na medida, que os espaços de debates são diferentes, Todavia, são os mesmos sujeitos que participam do processo. Então, as “Oficinas de Matemática” configuram-se em um espaço de formação de saberes que estreita a Relação com o Saber de seus participantes originados a partir de Estilos de Pensamento em comum de seus integrantes.

A proposta apresenta uma metodologia de trabalho sob duas etapas: A primeira, com realização de um seminário sobre a importância da formação continuada de professores, apresentando aspectos teóricos que refletem quanto à necessidade do professor manter-se atualizado, além de fomentar debate sobre a nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e como o conhecimento matemático é transversal ao ensino de outras áreas do conhecimento (Figura 17).

Figura 17: Primeira etapa das Oficinas de Matemática- Seminário sobre aspectos teóricos

Fonte: A autora(2018).

Para a segunda etapa, são aplicadas atividades matemáticas, com o objetivo de subsidiar o trabalho dos professores alfabetizadores nos anos iniciais do Ensino Fundamental e os de Matemática, apresentando práticas de vivências que favoreçam aulas com criatividade e contextualização, a partir de um ensino interdisciplinar, pelo qual a Matemática pode ser explorada por diferentes linguagens (PROJETO DAS OFICINAS, 2017).

As atividades selecionadas para trabalhar com os professores na formação continuada foram: Jogo de “1 a 8”, Triângulo das Operações, Forca Matemática, Reta Numérica, Com que Roupa Eu Vou, Dobraduras, construção de Sólidos Geométricos, geoplano, Guerra das Operações, entre outras, conforme (Figura 18).

Figura 18: Aplicações de diversas atividades diferenciadas nas oficinas de Matemática

em vários municípios sergipanos.

Fonte: A autora (2018).

O motivo pelo qual foram escolhidas essas atividades foi trabalhar conteúdos matemáticos que podem ser explorados em qualquer nível de aprendizagem, principalmente no intuito de sanar as dificuldades matemáticas que apresentam com as operações fundamentais (adição, subtração, multiplicação e divisão).

A escolha da amostragem da pesquisa foi devido à disponibilidade de tempo de algum bolsista ID por se tratar de um projeto de extensão. Então, para a realização de todo o trabalho, os licenciandos convidados do grupo PIBID/Matemática/UFS/SC foram aqueles que estavam disponíveis aos sábados. Esse dia da semana foi uns tratos entre a coordenação e equipe das secretarias municipais parceiras nas oficinas. Assim, poderia envolver melhor os alunos bolsistas ID e professores alfabetizadores por não implicar em os bolsistas ID perderem aulas na universidade e os professores participantes das oficinas precisarem repor aulas.

Um exemplo de aplicação da atividade é o “triângulo das operações” que envolve operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, caracterizadas por operações básicas da Matemática, é primordial a aprendizagem nos anos iniciais. Contudo, se trabalhada de forma enfadonha, não mobiliza os alunos a aprendê-las. Assim, os “triângulos das operações” trabalham as operações básicas de forma diversificada em que

os fatos básicos de cada operação são partilhados como um quebra- cabeça. Cada triângulo tem uma operação matemática, no intuito de revisar. As peças triangulares vão sendo encaixadas relacionando cada lado com um fato operatório. Por exemplo, uma peça triangular contendo o fato (5+2), o resultado estaria em um dos lados do triângulo maior. Então, o lado que deveria encaixar a peça corresponde ao numeral (7). Diante do desafio, foram distribuídos grupos de quatro pessoas para que fosse montado os quebra-cabeças.

Figura 19: Aplicação do jogo do triângulo das operações nas Oficinas de Matemática

Fonte:Oficinas de Matemáticas (2017; 2018).

Nesta subseção, buscou-se relatar o contexto das aplicações das atividades nas oficinas de matemática por bolsistas ID e a importância de atividades diferenciadas com recursos manipuláveis, e como esses recursos colaboram para o aprendizado do aluno da educação básica. A seguir, as publicações realizadas pelos investigados.