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Ativo e Passivo Atuarial

No documento Análise do Desempenho 1T19 (páginas 100-104)

Breve Histórico

O BB contabiliza em seu balanço os ativos e passivos atuariais decorrentes dos planos de benefícios concedidos aos seus empregados.

O ativo atuarial mais relevante é o Plano 1 da Previ, enquanto que o passivo atuarial mais representativo é o plano de assistência administrado pela Cassi. Os valores são apurados semestralmente com fundamento em laudo de avaliação atuarial e sua disponibilidade é condicionada ao cumprimento dos requisitos estabelecidos em legislação e por autoridades reguladoras.

O Plano de Benefícios 1 (Plano) foi criado em 1967 e estruturado na modalidade de benefício definido. Até dezembro de 2000, o Plano, na razão de 2/3, foi custeado pelo patrocinador (Banco do Brasil), e 1/3, pelos participantes (aposentados e pensionistas). A adesão de novos participantes foi encerrada em 23/12/1997.

A partir de janeiro de 2001, visando a adequação às disposições da Emenda Constitucional n° 20, o patrocinador e os participantes implementaram a contribuição paritária (50%). Em vista disso, a participação do Banco no superavit é de 50% do valor presente dos ativos e obrigações atuariais do Plano.

No período de janeiro de 2007 a dezembro de 2013, em função do superavit do plano, a cobrança de contribuições foi suspensa. Nessa ocasião, o Banco firmou Memorando de Entendimentos com a Previ, visando a destinação e utilização parcial do superavit, após atendidos os requisitos estabelecidos nas legislações (Lei Complementar nº 109/2001 e a Resolução CGPC nº 26/2008). Em face da aprovação das medidas previstas no memorando houve a destinação parcial do superavit acordado em 2010, reconhecido como Fundo de Destinação e posteriormente segregado em fundos de Contribuição e Utilização. Entre dezembro de 2010 e dezembro de 2013, as contribuições foram cobertas pelo Fundo de Contribuição.

Em janeiro de 2014, com a diminuição do superavit acumulado, a Previ comunicou a retomada da cobrança das contribuições. As contribuições do BB para o Plano, a partir de então, passaram a ser feitas pelo Fundo de Utilização.

No período de julho de 2014 a setembro de 2015, houve aumento das obrigações atuariais devido à redução da taxa de inflação e consequentemente, da taxa de juros de desconto aplicável para mensurar o valor presente destas obrigações, contribuindo para que o ativo atuarial convertesse para passivo atuarial, em dezembro de 2015.

Em dezembro de 2015 a valorização dos ativos de renda variável do Plano foi maior que o crescimento das obrigações atuariais.

Em dezembro de 2017, na mensuração semestral, houve superavit em função da valorização dos ativos em 11,9%, frente ao aumento das obrigações atuariais de 2,3%.

A mensuração do saldo atuarial do Plano é realizada semestralmente pelo Banco (junho e dezembro) e contempla: (i) o montante do superavit/deficit para o final do semestre corrente e (ii) a estimativa do resultado financeiro para o final do semestre subsequente, consideradas as projeções do custo do serviço corrente, contribuições, custos dos juros do passivo e rentabilidade dos ativos.

O BB efetua o reconhecimento antecipado mensal com base na estimativa de resultado financeiro do Plano para o final do semestre subsequente. O reconhecimento é feito na razão de 1/6 (um sexto) dos ganhos ou perdas projetadas, no decorrer do semestre ao qual se refere.

Participantes

Os funcionários que possuíam a condição de associado da Previ em 24/12/1997 e aqueles que foram demitidos ou desligados anteriormente, mas optaram por permanecer no plano, são participantes do Plano. Os participantes estão divididos em três grupos:

I. Contrato 97: apenas os funcionários ativos admitidos até 14/04/1967. Foram abrangidos por contrato assinado em 24/12/1997 entre o Banco do Brasil e a Previ, no qual foi firmado o compromisso do pagamento, pelo patrocinador, das aposentadorias relativas ao período em que

não houve a formação de reserva matemática. A partir de abril/1967, as reservas matemáticas garantidoras dos benefícios desse grupo passaram a ser integralizadas ao Plano 1;

II. Admitidos entre 15/04/1967 e 23/12/1997; e

III. Grupo Especial: participantes do Plano de Benefícios 1 da Previ, que obtiveram complementos adicionais de aposentadoria decorrentes de decisões administrativas e/ou judiciais.

Análise

Os ativos do Plano são mensurados a valor justo com referência ao valor de mercado ou fluxo de caixa descontado, conforme composição apresentada na tabela a seguir.

As obrigações atuariais correspondem ao valor presente líquido dos benefícios devidos aos participantes. Levam-se em consideração a estatística de sobrevivência prevista na tábua atuarial AT 2000 (suavizada 10%) e a taxa nominal de desconto, apurada pela curva futura da taxa de juros praticada nas negociações com títulos públicos indexados à inflação. A taxa utilizada pelo Banco é diferente da taxa da Previ, que considera as premissas estabelecidas pela resolução CGPC nº 18/2006.

Tabela 122. Composição dos Ativos

% Mar/18 Dez/18 Mar/19

Renda Variável 47,3 49,6 49,6 Renda Fixa 42,7 41,3 41,3 Investimentos Imobiliários 5,9 5,5 5,5 Empréstimos e Financiamentos 3,4 3,0 3,0

Outros 0,6 0,6 0,6

Montantes Incluídos no Valor Justo dos Ativos do Plano

Em Instrumentos Financeiros Próprios da Entidade 7,4 5,7 5,7 Em Propriedades ou Outros Ativos Utilizados pela Entidade 0,1 0,1 0,1 Tabela 123. Principais Premissas Atuariais

% 2017 1S18 2018

Taxa Real de Desconto (a.a.) 5,3 5,8 4,8 Taxa Nominal de Retorno dos Investimentos (a.a.) 10,7 12,2 9,5

O ativo (passivo) atuarial do Plano 1 equivale a 50% (paridade) da diferença positiva ou negativa entre os ativos a valor justo e os passivos a valor presente.

Em virtude da mensuração semestral do resultado do Plano 1, o Banco do Brasil reconhece antecipadamente a variação projetada para o semestre seguinte, reduzindo a volatilidade do ativo/passivo atuarial.

As contribuições do item “f” (contribuição de fundos) da tabela a seguir são provenientes dos Fundos de Destinação do Superavit, cuja movimentação está detalhada na seção 10.1.2.

Tabela 124. Efeitos da Contabilização da Previ (Plano 1) – Deliberação CVM nº 695/2012

R$ milhões 1T18 2T18 3T18 4T18 1T19

(a) Valor Justo dos Ativos do Plano 164.025 165.163 165.163 179.197 179.197 (b) Valor Presente das Obrigações Atuariais (155.259) (151.444) (151.444) (172.029) (172.029)

(c) Superavit/(Deficit) BB = [(a) + (b)] x 50% 4.383 6.859 6.859 3.584 3.584

(d) Saldo Inicial do Ativo Atuarial 4.383 4.592 6.859 7.151 3.584 (e) Resultado Financeiro Antecipado 63 63 159 159 47

(f) Contribuição de Fundos 147 184 132 428 145

(g) Ajuste Semestral no Patrimônio Líquido - 2.020 - (4.154)

-(h) Saldo do Ativo/(Passivo) Atuarial = (d) + (e) + (f) + (g) 4.592 6.859 7.151 3.584 3.776

10.1.2. Fundos de Destinação do Superavit Previ (Plano 1)

O Banco do Brasil reconheceu em seu ativo, valores relativos:

I. à Paridade contributiva entre patrocinador e participantes, contabilizada em maio de 2006, com base no saldo de reservas remanescentes, com montante inicial de R$ 2,2 bilhões;

III. ao Fundo de Contribuição: constituído por recursos transferidos do Fundo de Destinação para fazer frente à suspensão da cobrança de contribuições pelo período de 2010 a 2013 e foi integralmente utilizado; e

IV. ao Fundo de Utilização: constituído por recursos transferidos do Fundo de Destinação e utilizado pelo Banco após 1T14, para fazer frente aos aportes periódicos.

Fundo Paridade

O fundo foi corrigido mensalmente com base na meta atuarial (INPC + 5% a.a.) e foi integralmente utilizado em Dez/18.

Tabela 125. Previ (Plano 1) - Fundo Paridade

R$ milhões 1T18 2T18 3T18 4T18 1T19

Saldo Inicial 103 92 41 42 (0)

Contribuições ao Plano 1 - Contrato 97 (13) (52) - (252)

-Atualização 2 2 1 1

-Transferência p/ Fundo de Utilização - - - 210

-Saldo Final 92 41 42 (0) (0)

Fundo de Utilização

O Fundo de Utilização foi constituído no 2T11 pela transferência de recursos do Fundo de Destinação. Esse fundo representa o montante passível de resgate pelo Banco do Brasil e reflete a contabilização na Previ da distribuição do superavit. Essa reserva é corrigida anualmente pela meta atuarial (INPC + 5% a.a.) e sua utilização está condicionada à comprovação da cobertura integral das obrigações do plano (art. 25, Deliberação CGPC nº 26/2008).

A partir do 1T14, com a retomada dos aportes periódicos, as contribuições do patrocinador passaram a ser realizadas por meio desse fundo.

Tabela 126. Previ (Plano 1) - Fundo de Utilização

R$ milhões 1T18 2T18 3T18 4T18 1T19

Saldo Inicial 9.499 9.528 9.710 9.750 9.511

Contribuições ao Plano 1 (134) (133) (132) (176) (145)

Atualização 162 315 172 147 276

Transferência p/ Fundo de Paridade - - - (210)

-Saldo Final 9.528 9.710 9.750 9.511 9.643

10.1.3. Cassi

O Banco é patrocinador do plano de assistência administrado pela Cassi, cujo principal objetivo é conceder auxílio para cobertura de despesas com a saúde dos associados e seus beneficiários inscritos.

Os participantes do Plano de Associados são subdivididos em:

I. Associados: funcionários ativos, ex-funcionários (autopatrocinados), aposentados e pensionistas do BB;

II. Dependentes: cônjuge, companheiro, filhos e enteados que não tenham completado 24 anos de idade; e

III. Dependentes Indiretos: dependentes com vinculação direta ao associado, em qualquer grau de parentesco, admitidos até a reforma estatutária de 1996.

Em 1995, devido aos sucessivos descasamentos entre receitas e despesas, ocorreu rateio entre o patrocinador e os associados para cobrir o deficit operacional. Em 1996, a Cassi e o Banco reformularam o Estatuto Social para garantir o equilíbrio financeiro do plano. Entre as principais alterações, destacam-se a restrição ao acesso de novos dependentes indiretos e o aumento nas contribuições dos participantes e do patrocinador.

Em 2007, o Banco firmou um novo acordo com a Cassi para alteração do seu estatuto, vigente até os dias atuais. As principais modificações foram:

I. contribuição patronal de 4,5% do valor dos proventos gerais ou do valor total do benefício de aposentadoria ou pensão, para todos os grupos;

II. contribuição mensal dos associados e beneficiários de pensão de 3% do valor dos proventos gerais ou do valor total do benefício de aposentadoria ou pensão;

III. realização de aporte de R$ 315 milhões pelo BB na Cassi para investimentos no aprimoramento do modelo de atuação relativo aos serviços próprios; e

IV. assunção, pelo Banco, do deficit dos Dependentes Indiretos até a extinção desse grupo.

As medidas de 2007 foram complementadas em 2016, quando o Banco do Brasil e as entidades representativas assinaram Memorando de Entendimentos. Este resultou em proposta que foi aprovada pelos associados e garantirá R$ 40 milhões mensais a mais para o Plano, da seguinte forma:

I. ressarcimento extraordinário de despesas, pelo Banco, de até R$ 23 milhões mensais em favor da Cassi, até dezembro de 2019;

II. contribuição mensal extraordinária adicional de 1% dos participantes, até dezembro de 2019, sobre a mesma base de cálculo da contribuição pessoal, no valor estimado de R$ 17 milhões mensais; e

III. contratação de empresa especializada para analisar, revisar e desenvolver processos, projetos e ações com foco no modelo de governança, gestão e operação da Cassi.

Em 2018 houve uma transação de adiantamento de contribuições patronais incidentes sobre a parcela do 13º salário no período de 2018 a 2021, no valor total de R$ 323 milhões. Essa medida foi adotada a fim de recompor as reservas líquidas da Cassi, sendo que o valor adiantado será descontado das obrigações futuras do BB com o Plano de Associados da Cassi.

A próxima tabela demonstra a evolução do passivo atuarial relacionado à Cassi, de acordo com a Deliberação CVM nº 695/2012.

Tabela 127. Efeitos da Contabilização da Cassi – Deliberação CVM nº 695/2012

R$ milhões 1T18 2T18 3T18 4T18 1T19

(a) Valor Justo dos Ativos do Plano - 323 323 242 242 (b) Valor Presente das Obrigações Atuariais (8.724) (8.413) (8.413) (9.395) (9.395)

(c) Deficit BB = [(a) + (b)] (8.724) (8.090) (8.090) (9.152) (9.152)

(d) Saldo Inicial do Passivo Atuarial (8.724) (8.816) (8.413) (8.521) (9.395) (e) Valores Reconhecidos no Resultado (256) (256) (277) (277) (248)

(f) Contribuição BB 165 171 169 226 167

(g) Ajuste Semestral no Patrimônio Líquido - 488 - (823)

-(h) Saldo do Passivo Atuarial = [(d) + (e) + (f) + (g)] (8.816) (8.413) (8.521) (9.395) (9.476)

10.1.4. Planos de Benefícios - Efeitos no Patrimônio Líquido

A tabela a seguir detalha os efeitos da contabilização dos ativos e passivos atuariais do Banco reconhecidos no Patrimônio Líquido (PL) do BB conforme Deliberação CVM nº 695/2012.

Os efeitos no PL ocorrem semestralmente, tendo em vista a realização dos estudos atuariais.

Tabela 128. Efeito no Patrimônio Líquido – Deliberação CVM nº 695/2012

R$ milhões Dez/15 Jun/16 Dez/16 Jun/17 Dez/17 Jun/18 Dez/18

Ajuste Semestral no Patrimônio Líquido (a) (4.602) (4.857) 2.233 (813) 5.903 2.802 (5.540)

Plano 1 - Previ (4.872) (3.482) 2.797 (433) 6.876 2.020 (4.154) Cassi 178 (1.062) (236) (175) (325) 488 (823) Outros Planos 91 (312) (329) (205) (648) 294 (563) Efeitos Fiscais (b) 1.829 1.943 (892) 325 (2.367) (1.122) 2.217 Plano 1 - Previ 1.938 1.393 (1.119) 173 (2.750) (808) 1.662 Cassi (71) 425 94 70 130 (195) 329 Outros Planos (38) 125 133 82 253 (119) 226

Efeito no Patrimônio Líquido (a + b) (2.773) (2.914) 1.341 (488) 3.536 1.680 (3.323)

Plano 1 - Previ (2.934) (2.089) 1.678 (260) 4.126 1.212 (2.492) Cassi 107 (637) (141) (105) (195) 293 (494) Outros Planos 54 (187) (196) (123) (395) 175 (337)

10.2. Atendimento a Clientes

No documento Análise do Desempenho 1T19 (páginas 100-104)

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