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CAPÍTULO IV ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA

3. INVESTIMENTO

3.2. Ativo fixo tangível

Corresponde a todos os bens que devem ser adquiridos para que o negócio possa funcionar:

Terrenos e Recursos Naturais – 190 000 €

Infraestruturas 3 000 000 €

Equipamento 392 000 € (listagem em anexo I)

O total do investimento no primeiro ano será de 3.633,975 € que se vai prolongar com no segundo e no terceiro ano para equipamento de transporte.

Tabela 12 - Total do investimento

Total do ativo intangível 51.975€ Total do ativo fixo tangível 3.392.000€

Total do investimento 3.633.975€ Fonte: elaborada pela própria

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As despesas de investimento prolongam-se pelos dois anos seguintes com as despesas fixas de renovação da Inscrição na ERS (587,5€), pressupondo pagamento do Imposto sobre imoveis (IMI) no segundo ano de exploração cerca de 0,8% da Infra-estrutura (3 000 000€*0,008) que equivale a 24 000€, embora se reconhecida utilidade pública pelas entidades competentes, este Imposto pode estar sujeito a Isenção. No entanto foi considerado no estudo.

Haverá também aquisição de duas novas viaturas, uma em cada um dos dois primeiros anos no valor anual de 20 000 €.

Tabela 13 - Distribuição do investimento ao longo do tempo.

Investimento por ano 2018 2019 2020

Terrenos e recursos naturais 190.000

Total propriedades de investimento 190.000 Ativos fixos tangíveis

Edificios e Outras Construções 3.000.000

Equipamento Básico 352.000

Equipamento de Transporte 40.000 20.000 20.000

Total Ativos Fixos Tangíveis 3.392.000 20.000 20.000 Ativos Intangíveis

Projetos de desenvolvimento 35.100

Outros ativos intangíveis 16.875

Total Ativos Intangíveis 51.975

Total Investimento 3.633.975 20.000 20.000

Fonte: elaborada pela própria

Para além do Ativo Fixo Tangível e Ativo Intangiível, calculou-se, com base nos pressupostos anteriormente descritos, o investimento previsional em fundo de maneio necessário à atividade.

A necessidade de investimento em Fundo de Maneio está directamente relacionada a necessidade da empresa investir em produtos necessários à prestação dos serviços e ainda pelo facto de conceder e receber crédito a clientes. Além disto, a empresa também tem necessidade de manter um determinado montante de tesouraria de forma a garantir segurança nos pagamentos que necessita efectuar no seu dia-a-dia. Esta necessidade depende de alguns factores, estas são tanto maiores quanto:

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 Maior for a segurança de tesouraria pretendida para garantir os pagamentos normais da atividade; por exemplo, se, na sua constituição, a empresa pretender possuir em Caixa um montante suficiente para fazer face às despesas do primeiro mês de atividade, o investimento em tesouraria será igual à soma das despesas mensais previstas.

 Maior for o prazo médio de recebimentos concedido aos clientes; por exemplo, se, na sua constituição a empresa decidir vender os seus “serviços” a crédito de 60 dias, a empresa necessita investir o equivalente aos primeiros 60 dias de atividade.

Maior for o prazo médio de stocks em armazém; por exemplo, se, na sua constituição, a empresa pretender manter em armazém um stock suficiente para 30 dias de atividade, necessita então de investir em stocks o equivalente às vendas desse período.

 Menor for o prazo médio de pagamentos a fornecedores; por exemplo, se a empresa, na sua constituição acordar com os seus fornecedores um prazo médio de pagamentos de 60 dias, então o investimento inicial torna-se menor no equivalente a 60 dias de compras. (Nunes, 2015)

As necessidades de fundo de maneio correspondem assim à soma das disponibilidades mínimas de caixa com o crédito concedido a clientes e com o montante de stocks em armazém subtraída do crédito concedido por fornecedores de mercadorias.

Na constituição da empresa a necessidade de fundo de maneio equivale ao investimento necessário em fundo de maneio; para empresas já constituídas, o investimento em fundo de maneio corresponde à variação das necessidades de fundo de maneio.

Geralmente, e para empresas já constituídas, o autofinanciamento gerado pela atividade é suficiente para financiar as necessidades de investimento em fundo de maneio excepto quando existam grandes incrementos na atividade e/ou a empresa apresenta baixas taxas

de rentabilidade (ibidem).

Segundo Megre (2013), as necessidades de fundo de maneio subdividem-se em estruturais (diretamente relacionadas com o funcionamento) e temporárias (resultantes de fatores sazonais).

Com o objetivo de corrigir ou impedir totalmente a existência de ruturas de tesouraria, a empresa necessita de dispor então de uma margem de segurança que se traduz num excedente de capitais permanentes sobre o imobilizado líquido, ou, se preferirmos, dos ativos circulantes perante os passivos circulantes.

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Sabendo que o fundo de maneio (também denominado por working capital) é o conjunto de ativos correntes deduzidos dos passivos correntes operacionais, que fazem parte do dia-a-dia da empresa, e que são envolvidos nas políticas de gestão que têm grande impacto na tesouraria das empresas, é dado pela expressão: Clientes + Inventários – Fornecedores. (Megre, 2013) Colocado de forma ainda mais simples – é a capacidade de uma empresa assegurar a todos os momentos a normalidade da sua atividade a curto prazo. Temos então como fórmula para cálculo do fundo de maneio:

FM = Ativos circulantes – Passivos circulantes ou

FM = Capitais Permanentes - Ativo Fixo

 Por ativos circulantes entendem-se contas de bastante liquidez que se antecipam ser convertidas em dinheiro (ex: clientes, existências, títulos negociáveis, caixa);

 Por passivos circulantes entendem-se as obrigações que devem ser pagas (ex: dívidas com fornecedores, impostos, empréstimos bancários, encargos sociais, provisões, salários);

 Por capitais permanentes entende-se por capitais que estão à disposição da empresa com carácter duradouro;

 Por ativo fixo entende-se como o valor líquido dos ativos imobilizados e de outros ativos a longo prazo (+ 1 ano).

A interiorização da fórmula direciona-nos então imediatamente para a sua importância na medição do equilíbrio patrimonial da empresa.

No caso de um fundo de maneio positivo, a empresa tem mais ativos do que dívidas. Se, ao contrário, o fundo de maneio for negativo, estamos perante um desequilíbrio patrimonial, implicando-se uma carência de aumento de ativos. Por outras palavras, se o valor das necessidades em fundo de maneio (NFM) for positivo representa necessidades financeiras e se for negativo evidencia excedentes financeiros de exploração.

Para José Almaça, (2015, p. 36), “Para que haja equilíbrio financeiro, tem que se garantir que a

tesouraria líquida seja igual à diferença entre o Fundo de Maneio Funcional e as Necessidades de Fundo de Maneio.”

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Existem várias medidas que uma empresa pode tomar para controlar o crescimento das suas necessidades de fundo de maneio, sendo que, genericamente, as medidas enquadram-se em 3 campos:

Minimização das quantidades e valores em stock;

 Minimização dos prazos e montantes em recebimento;

 Maximização dos prazos e montantes de pagamento.

Neste contexto, não tem impacto financeiro relevante o investimento em fundo de maneio, tendo em conta que a Empresa funcionará em “just-in-time”, uma vez que se trata de prestação de serviços com recurso a bens de utilização rápida. Segundo a tabela seguinte o fundo de maneio necessário é sempre superior ao investimento em fundo de maneio, excepto no primeiro ano em que naturalmente é igual.

O prazo médio de recebimentos é inferior ao prazo médio de pagamento, conforme os pressupostos anteriormente apresentados, logo não haverá rupturas de tesouraria.

Ainda neste contexto a saldo dos clientes dá sempre para suprir as necessidades de fundo de Maneio, uma vez que este é sempre positivo.

As variações das necessidades em fundo de maneio representam o Resultado Líquido (RL) a que temos de deduzir o que é rendimento, mas ainda não foi recebido e o que é pagamento e que ainda não foi pago.

Neste projeto de investimento o fundo de maneio necessário está representado no quadro seguinte e resulta dos pressupostos anteriormente descritos:

Tabela 14 - Necessidades de fundo de maneio

Necessidades Fundo Maneio 2018 2019 2020 2021 2022 2023 Reserva Segurança Tesouraria 10.000 10.000 10.000 10.000 10.000 10.000

Clientes 144.335 135.388 137.027 138.691 140.380 142.095

TOTAL 154.335 145.388 147.027 148.691 150.380 152.095 Recursos Fundo Maneio

Fornecedores 85.421 86.275 86.275 86.275 86.275 86.275

Estado 23.859 41.534 42.407 43.296 44.201 45.123

TOTAL 109.280 127.810 128.682 129.571 130.477 131.399 Fundo Maneio Necessário 45.055 17.578 18.344 19.119 19.903 20.696 Investimento em Fundo de Maneio 45.055 -27.477 766 775 784 793

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