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VI. Equipa de Infantis

6.5. Resultados e Avaliação de Desempenho

6.5.2. Avaliação Sumativa Trimestral (Treino e Jogo)

6.5.2.2. Atleta

O método de avaliação é aquele que mais eficazmente permite tomar uma decisão no que diz respeito à retenção ou progressão do atleta, uma vez que confronta resultados absolutos, facultando uma examinação da progressão do atleta face aos objetivos antecipadamente estabelecidos (Mesquita, 2012).

As avaliações realizadas, em forma de ficha (ver Anexo II), foram estruturadas ao longo destes três trimestres (perfazendo uma época desportiva completa e exclusiva nas competições referentes à Federação, ficando excluíndo assim todos os torneios em que a equipa participou). Estas avaliações supracitadas tiveram como base uma análise qualitativa de um conjunto de comportamentos técnico e/ou táticos selecionados. O método de avaliação adotado teve a virtude de complementar a informação retida diariamente e servir como meio de aferir, de forma um pouco mais sistematizada, a adequação do processo de treino a cada um dos jogadores, procurando maximizar as suas potencialidades.

A época desportiva chega ao fim e inicia-se uma fase de retrospeção acerca do trabalho desenvolvido, tendo-se concluído que a maioria dos objetivos e metas traças para cada jogador foram alcançadas, que se traduziram, grosso modo, na melhoria das suas competências e nível de jogo

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Uma fração considerável dos atletas apresentaram patamares bastante satisfatórios na qualidade do seu nível de jogo, no entanto, alguns atletas precisavam de trabalhar mais arduamente, nomeadamente no que diz respeito à predisposição para o jogo, sem descurar os aspetos táticos e técnicos individuais, essenciais para solucionar os problemas que surgem nesta etapa (fintas com e sem bola, criação de linhas de passe, noção espacial, entre outros). Estas condicionantes explicam a dificuldade na implementação de uma maior predisposição ofensiva e defensiva nesta etapa de jogo.

Detetou-se uma melhoria nos distintos índices de performance de jogo, uma vez que a grande maioria dos atletas sofreram melhorias substanciais no seu resultado final:

Tomada de decisão com e sem bola

 Executam passes para o colega livre;

 Progridem para a baliza e tinham intenção de rematar;  Executam penetrações nos espaços vazios;

 Rematam em zonas de finalização mais favoráveis;

 Fixam o seu opositor direto de modo a criar uma superioridade numérica;

 Defendem corretamente a baliza, colocando-se entre a sua baliza e o seu adversário;

 Marcam o adversário direto, tentando impedir a sua progressão, com ou sem a posse de bola;

Execução motora (ofensiva)

 Executam o passe corretamente, direcionado para o colega e com força adequada;

 Controlam a bola, recebendo-a sempre com as duas mãos e mantendo contato visual;

 Finaliza com maior sucesso (faz mais golos e com melhor colocação);  Supera o adversário direto em distintas situações de jogo (com ou sem a

94 Execução motora (defensiva)

 Controla corretamente o seu adversário direto (mantém o contato visual com a bola, aborda o seu adversário de frente e executa o contato de forma correta, bloqueando o braço de remate);

 Movimentam-se corretamente para criarem maior possibilidade de desarme do drible, ou para executar uma interceção da bola.

Considerando as preocupações fundamentais subjacentes, o trabalho permanente que foi posto em prática, bem como o tempo de exercitação que foi inteiramente dedicado ao conteúdo “tomada de decisão”, seria de esperar que este fosse um dos conteúdos onde evolução fosse de maior evidência. As tomadas de decisão sem bola melhoraram consideravelmente na etapa de jogo dos atletas.

A melhoria do índice da tomada de decisão sem bola, estendeu-se pelo maior dinamismo que foi atingido nos exercícios mais próximos à situação de jogo (exercícios como o “bola na linha”, “jogo dos 10 passes”, jogos reduzidos), fazendo oposição à inércia inicial que era perceptível em alguns. Foi evidente a evolução nos movimentos considerados indispensáveis para manter a posse de bola e progressão em direção à baliza, particularmente nas situações de criação de linhas de passe e execução do “passe e vai” de adiamento e rutura, obrigando os atletas a procurar criar situações constantes de desmarcação para zonas mais favoráveis para uma finalização sem oposição.

O Gráfico 3, evidencia claramente o que foi supracitado, relativamente à

tomada de decisão sem bola, apresentando a sua avaliação global (ao longo

dos trimestres) no seio da equipa.

Gráfico 4, Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão sem

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Na tomada de decisão com bola observaram-se igualmente melhorias, particularmente nos comportamentos considerados fundamentais para manter a posse de bola, progressão e finalização apropriada (ver Gráfico 4).

Evidenciou-se uma maior disposição relativa à seleção do passe para os colegas de equipa que se encontravam livres ao invés de realizarem passes para colegas que se encontravam sob uma marcação adversária.

Gráfico 5. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da tomada de decisão com

bola.

No que diz respeito à execução motora, foram notórias as melhorias obtidas. Obviamente que a evolução deste parâmetro apenas se proporcionou devido ao abundante tempo de exercitação e desenvolvimento da tática e técnica individual que foi empreendido. Deste modo, para que o seu jogo de andebol fluísse com maior facilidade, dinamismo e eficácia foi essencial que os atletas adquirissem um reportório motor que lhes facilitasse a colocação em prática das suas intenções não só ofensivas mas também defensivas.

Deste modo, o passe e a receção tornam-se dois dos comportamentos que maior evolução apresentaram. Apesar disso, existem ainda alguns componentes críticas a apontar nestes aspetos, como o controlo da força e a direção do passe (ver Gráficos 5 e 6). É também um sinal de destaque o facto dos atletas terem adquirido maior consciência dos momentos de utilização do

drible, compreendendo que o mesmo deveria ser utilizado exclusivamente em

situações de recurso, como forma de finta ao seu adversário direto, progressão para a baliza sempre que as linhas de passe eram inexistentes (ver Gráfico 7).

Estes três parâmetros produziram um crescimento das competências dos atletas principalmente pela introdução de exercícios que naturalmente obrigavam a que estes parâmetros estivessem constantemente presentes (ver Figuras 3, 4 e 5).

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Gráfico 6. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da recepção.

Gráfico 7. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do passe.

Gráfico 8. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do drible.

Quando se fala no padrão motor do remate e consequente finalização, nomeadamente a escolha da utilização do remate em salto em aproximação para a baliza, a correta colocação do “Braço em cima” e do salto com o pé contrário ao membro superior do remate, a sua evolução foi considerável (ver Gráficos 8 e 9). Estes dois princípios sofreram uma evolução no desempenho dos atletas, especialmente pela utilização constante e necessária de feedbacks dos treinadores nos momentos ideias de remate e consequente finalização.

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Gráfico 9. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do remate.

Gráfico 10. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade da finalização.

O duelo individual foi uma das grandes preocupações presentes no decorrer da época desportiva, uma vez que este aspeto seria também fundamental para que a situação ofensiva pudesse ter índices positivos de sucesso. Apesar da maior eficácia visível na finta sem bola em momentos de fuga de uma defesa individual, a finta com bola revelou algumas falhas no que diz respeito ao ataque ao espaço e numa mudança abrupta de direção (ver Gráfico 10).

Desta forma, o aspeto do duelo individual mostrou melhorias consideráveis ao longo desta época desportiva, tendo como fator de maior contribuição para tal o leque de exercícios tipo escolhidos para que estas situações de finta com e sem bola estivessem presentes na maioria das vezes (ver Figuras 2, 3 e 4).

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Gráfico 11. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do duelo individual. A fase das questões defensivas, evidenciou-se como a que criou maiores dificuldades na aprendizagem e desenvolvimento dos atletas, contudo não foi por essa razão que os resultados deixaram de ser positivos. As grandes dificuldades que os atletas sentiram desde início visavam sobretudo as noções de posicionamento e movimentação (como abordar o atacante adversário).

Desta forma foram criados exercícios que promoviam o contato entre os atletas de forma a adquirirem mais rapidamente e com maior facilidade as noções básicas defensivas, tais como o controlo do adversário propriamente dito (estar sempre entre o adversário e a sua própria baliza) e a forma de o contatar (frontalmente e especialmente na zona do peito e ombros).

Face ao investimento sobre a questão do controlo do adversário seria de esperar um resultado ligeiramente superior neste aspeto, sendo assim comprovado como o comportamento que se mostrou ser mais regular e com eficácia do ponto de vista da paragem do ataque adversário. No que diz respeito ao desarme e à interceção, apesar da sua melhoria, foram parâmetros que não sofreram uma evolução tão acentuada mesmo sabendo serem pontos de referência no que diz respeito a uma maior eficácia para a recuperação da posse de bola (ver Gráficos 11, 12 e 13).

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Gráfico 12. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade interceção.

Gráfico 13. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do desarme.

Gráfico 14. Avaliação global da equipa relativamente à evolução de qualidade do contato adversário. Face aos níveis apresentados nas avaliações iniciais destes atletas, era espectável que os atletas mais dotados seriam capazes de manter os resultados superiores face aos restantes colegas. Como acréscimo, devo constatar que os atletas com melhor nível de desempenho tiveram um papel muito importante e contribuíram determinantemente para a evolução dos atletas menos dotados, incentivando-os, deste modo, a melhorarem significativamente o seu nível de jogo. Também não se mostrou nenhuma surpresa que os atletas que no decorrer da época se mostraram ser os mais empenhados e com maior vontade para treinar fossem também aqueles que

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tiveram uma maior evolução e, consequentemente, melhoria da sua

performance.

Tendo em consideração o nível atingido destes atletas, num futuro próximo, acredito que a equipa, de um modo geral, se encontra preparada para uma introdução de novos modelos ofensivos e defensivos no seu jogo. Ainda assim é necessário refinar vários aspetos, especialmente, no que diz respeito à dinâmica e predisposição para o jogo, bem como nos aspetos relacionados com a tática e a técnica individual, fundamentais para criar soluções para os problemas que surgem nesta etapa da sua formação.

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