• Nenhum resultado encontrado

2.2 Funções da CGU

2.2.2 Atual configuração e perspectivas

Após verificar a análise histórico-institucional da CGU, parte-se para a sua atual configuração e competências gerais. Nesse intuito, analisa-se a última Medida Provisória editada, responsável por configurar os quadros ministeriais do Poder Executivo, bem como os decretos que regulamentaram a estrutura e organização de cargos da recente renomeada Controladoria-Geral da União (sigla “CGU”). Logo, pela MP n. 870, de 01 de janeiro de 2019, e Decreto n. 9.681/2019, a Controladoria Geral da União (art. 19, XVI MP n. 870/2019), possui a seguinte estrutura básica (art. 53, MP n. 870/2019): Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção, Comissão de Coordenação de Controle Interno; Corregedoria-Geral da União; Ouvidoria-Geral da União; Secretaria Federal de Controle Interno; e até duas Secretarias, além de sua estrutura detalhada.

Sua estrutura regimental (Decreto n. 9.681/2019), em breve descrição, é composta da seguinte maneira:

Figura 7 – Esquema da estrutura atual da CGU.

Elaboração própria. Fonte: Decreto n. 9.681/2019.

O foco desta pesquisa reside em fazer uma breve construção sobre toda a CGU, porém, à medida que o trabalho se desenvolve, especificam-se os órgãos internos que possuem mais contato e responsabilidades específicas com a transparência, acesso à informação e prevenção da corrupção: a atual Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC) e a Ouvidoria-Geral da União (OGU). Isso se justifica pelas atribuições conferidas a elas pelo mesmo Decreto n. 9.681/2019 e pelo Decreto n. 9.492/2018. A inovação é a nova secretaria de combate à corrupção, conforme mencionado.

I - Asssistência direta ao

ministro

Gabinete

Assessoria Epsecial para Assuntos Internacionais

Secretaria Executiva

Consultoria Jurídica

II Órgãos específicos

singulares

Secretaria Federal de Controle Interno (SFC)

Ouvidoria-Geral da União (OGU)

Corregedoria-Geral da União (CRG) Secretaria de Transparência e Prevenção da Corrupção (STPC)

Secretaria de Combate à Corrupção

III - Unidades

descentralizadas

Controladorias Regionais da União nos Estados

IV - Órgãos colegiados

Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção (CTPCC) Comissão de Coordenação de Controle Interno

Em termos de estrutura e respectivas competências, a STPC e a OGU apresentam as seguintes características:

À STPC, criada por meio do Decreto n. 8.109, de 17 de setembro de 2013, compete, entre outras atividades: formular, coordenar, fomentar e apoiar a implementação de planos, programas, projetos e normas voltados à prevenção da corrupção e à promoção da transparência, do acesso à informação, da conduta ética, da integridade e do controle social na administração pública; promover a articulação com órgãos, entidades e organismos nacionais e internacionais que atuem no campo da prevenção da corrupção, de promoção da transparência, do acesso à informação, da conduta ética, da integridade e do controle social; gerenciar, acompanhar e avaliar os programas de cooperação internacional e os compromissos e convenções internacionais assumidos pela União inseridos em assuntos de sua competência. Ela, por conseguinte, é composta por três diretorias: a) Diretoria de Transparência e Controle Social, b) Diretoria de Promoção da Integridade e c) Diretoria de Prevenção da Corrupção. 53 A seguir, tem-se a representação com as principais competências dessa estrutura em específico:

53 Art. 17. À Diretoria de Transparência e Controle Social compete:

I - promover a articulação com órgãos e entidades federais com vistas à elaboração e à implementação de políticas de transparência e governo aberto; II - executar o disposto nos art. 68 e art. 69 do Decreto nº 7.724, de 2012, em articulação com as unidades da Controladoria-Geral da União, observadas as competências dos demais órgãos e entidades; III - apoiar e orientar os Estados, os Municípios e o Distrito Federal na implementação de políticas e programas de prevenção da corrupção, de promoção da transparência, do acesso à informação, da conduta ética, da integridade e do controle social; IV - propor e coordenar a realização de ações que estimulem a participação dos cidadãos no controle social; V - gerir o sistema eletrônico específico para registro de pedidos de acesso à informação estabelecido pelo Decreto nº 7.724, de 2012; VI - gerir o Portal da Transparência do Governo Federal; e VII - Promover a valorização do comportamento ético e do exercício da cidadania, junto a crianças e jovens.

Art. 18. À Diretoria de Promoção da Integridade compete:

I - desenvolver, apoiar e fomentar iniciativas para incrementar a integridade nos setores público e privado; II - promover, apoiar e disseminar estudos e pesquisas sobre metodologias e instrumentos voltados ao fortalecimento dos sistemas de integridade do Poder Executivo federal; e III - acompanhar, apoiar e monitorar a implementação dos programas de integridade dos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, nos termos dos art. 19 e art. 20 do Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017, em articulação com as demais unidades da Controladoria-Geral da União.

Art. 19. À Diretoria de Prevenção da Corrupção compete:

I - propor ao Ministro de Estado a normatização, a sistematização e a padronização dos procedimentos e atos normativos que se refiram às atividades relacionadas à prevenção da corrupção, ética pública e conflito de interesses; II - propor e desenvolver, em articulação com as demais unidades da Controladoria-Geral da União, medidas para identificar e prevenir situações que configurem conflito de interesses, na forma da Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013; e III - promover atividades e estudos que disponham sobre a conduta ética no âmbito do Poder Executivo federal.

art. 16, Decreto n. 9.681/2019

- atuar em planos e normas para prevenir a corrupção e promover a transparência, o acesso à informação, a conduta ética seja no setor público seja no setor privado (e na relação deste com aquele), promover a integridade e controle social na administração federal;

- realizar estudos e pesquisas para produzir e disseminar conhecimento nessas áreas;

- promover articulação com órgãos nacionais e internacionais que atuem na temática em tela; - participar de fóruns nacionais e internacionais que debatem tais assuntos;

- monitorar o cumprimento dos dispositivos do Decreto 7.724/11 sobre formulários, implementação, relatórios, campanhas de acesso à informação da CGU e dos demais entes do Executivo Federal;

- apoiar comissões de negociação de acordos de leniência. Quadro 24 – Competências da STPC

Elaboração própria. Fonte: Decreto n. 9.681/2019.

Em relação à OGU, recentemente foi publicado o Decreto n. 9.492/2018, que a estabelecia como órgão central do sistema de ouvidoria do Executivo Federal. A razão de ser explicitada neste trabalho se dá pelo fato de ser responsável por analisar os recursos dos pedidos de acesso à informação direcionados à CGU após a resposta da autoridade superior do órgão da administração federal (art. 1254, IV, V e VI, Decreto n. 9.681/2019 c/c arts. 21 a 24 do Decreto n. 7.724/2011). Além disso, também lhe é incumbida a tarefa de analisar pedidos de acesso à informação direcionados ao órgão (art. 12, II, Decreto n. 9.681/2019). Logo, acerca das atribuições gerais, temos os seguintes destaques:

54 Art. 12. À Ouvidoria-Geral da União compete:

I - exercer as competências de órgão central do Sistema de Ouvidoria do Poder Executivo federal; II - receber e analisar denúncias, reclamações, solicitações, elogios, sugestões e pedidos de acesso à informação direcionados à Controladoria-Geral da União e encaminhá-los, conforme a matéria, ao órgão ou à entidade competente; III - monitorar, para fins estatísticos, a atuação das ouvidorias federais no tratamento das manifestações recebidas; IV - assistir o Ministro de Estado na deliberação dos recursos previstos no parágrafo único do art. 21 do Decreto nº 7.724, de 16 de maio de 2012; V - apreciar e decidir os recursos de que trata o art. 23 do Decreto nº 7.724, de 2012; VI - acompanhar, em articulação com as demais unidades da Controladoria-Geral da União, o cumprimento das decisões de que trata os art. 23 e art. 24 do Decreto nº 7.724, de 2012; VII - promover a conciliação e a mediação na resolução de conflitos evidenciados no desempenho das atividades de ouvidoria entre cidadãos e órgãos, entidades ou agentes do Poder Executivo federal; VIII - receber e analisar as manifestações referentes a serviços públicos prestados pelos órgãos e pelas entidades do Poder Executivo federal, propor e monitorar a adoção de medidas para a correção e a prevenção de falhas e omissões na prestação desses serviços; IX - promover capacitação relacionada a atividades de ouvidoria no âmbito do Poder Executivo federal; X - produzir estatísticas do nível de satisfação dos usuários dos serviços públicos prestados no âmbito do Poder Executivo federal; XI - promover a articulação com órgãos, entidades e organismos nacionais e internacionais que atuem nas unidades de sua competência; e XII - promover formas de participação popular no acompanhamento e na fiscalização da prestação dos serviços públicos.

Quadro 25 – Competências OGU

Elaboração própria. Fonte: Decreto n. 9.681/2019.

A Secretaria de Combate à corrupção, por sua vez, possui três diretorias: a) de Acordos de Leniência; b) de Operações Especiais e c) de Pesquisas e Informações Estratégicas. A ela incumbe propor normatização de atividades relativas a acordos de leniência, auxiliando as unidades da CGU nas negociações; desenvolver atividades de inteligência; e coordenar ações integradas com outros órgãos e entidades de combate à corrupção no âmbito nacional e internacional.

Quadro 26 – Competências da Secretaria de Combate à Corrupção

Elaboração própria. Fonte: Decreto n. 9.681/2019.