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103Aula 20 – Neuróticos Anônimos (NA)

No documento Abordagem em Grupo e Mútua Ajuda (páginas 103-107)

Nesta aula, você vai conhecer o grupo Neuróticos Anônimos (NA). Uma pessoa neurótica muitas vezes não tem noção de suas atitu- des nem da gravidade delas. Veremos que essa doença pode ser a causa de muitas outras.

Ressaltamos que os Neuróticos Anônimos não estão ligados a nenhuma ins- tituição religiosa ou política, e não defendem nem se opõem a nenhuma causa.

20.1 O processo histórico do grupo NA

Fundado em 1964, por Grover B., um alcoólatra recuperado pelos Alcoólicos Anônimos, tomou consciência que sua dependência pelo álcool era fruto de graves problemas emocionais anteriores. Adaptou os 12 Passos dos Alcoó- licos Anônimos para os Neuróticos Anônimos. A principal referência teórica de NA é o livro As Leis da Doença Mental e Emocional (1996), conhecido entre os membros do grupo como livro vermelho.

Em relação à difusão do grupo eles têm publicado alguns livretos e folhe- tos e um Boletim Informativo mensal. Para os NA, a palavra ‘neurótica’ é “qualquer pessoa cujas emoções descontroladas interferem em seu com- portamento, de qualquer forma e em qualquer grau, segundo ela mesma o reconhece” (Neuróticos Anônimos, folheto, s/d).

20.2 O método das reuniões NA

Segundo Neuróticos Anônimos, livreto (2010) http://www.na.org.br/, a organização do grupo segue uma lógica onde os participantes posicionam em círculo. Cada grupo tem um coordenador, geralmente um integrante antigo. Não são permitidos diálogos e apartes; os integrantes que pedem a palavra ou que são convidados a dar o seu depoimento podem fazê-lo por um período de até 10 minutos. No depoimento, a pessoa costuma falar so- bre os motivos que a levaram ao grupo, sua situação atual ou experiências

Acesse o site http:// www.youtube.com/ watch?v=iCBh2AJ_uXc e conheça um pouco sobre os sintomas de NA, e veja algumas pessoas falando sobre seus problemas.

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com o programa. Os integrantes de NA que atingiram uma situação pessoal confortável relatam suas experiências de forma a demonstrar a eficácia do programa aos demais, que ainda buscam progressos.

Conforme publicações disponíveis sobre o grupo, existem oito leis que defi- nem a doença mental e emocional. Vamos a elas:

1. uma única doença, uma coisa só;

2. doença espiritual;

3. sempre a mesma em todas as pessoas, variando apenas nos detalhes superficiais;

4. caracterizada por sintomas penosos, não sendo sempre os mesmos, po- rém, os que se manifestam;

5. progressiva se não for tratada;

6. de tratamento imediatamente aplicável;

7. causada pelo egoísmo inato, que impede a aquisição da capacidade de amar;

8. curada pela eliminação do egoísmo e aquisição da capacidade de amar.

O próprio grupo reconhece a ideia de doença espiritual pode gerar uma compreensão errônea, sobrenatural da neurose. NA propõe a seguinte de- finição para espiritual: “Relativo a pensamentos e emoções” E acrescenta “(...) ‘espírito’ está sendo aí considerando a soma das emoções, pensamen- tos, atitudes, crenças, modo de sentir, tudo, enfim, que leva o ser humano a agir da maneira que o faz” (Neuróticos Anônimos, 1966, p.13). Segundo NA, “a neurose é doença espiritual na medida em que não há comprovação médica de problemas físicos ou mentais”. Ou seja, se é doença espiritual, pode ser curada com ajuda espiritual, por meio da crença num Poder Supe- rior. Para os NA, a expressão Poder Superior relaciona-se a Deus, mas com a ressalva: “(...) segundo a concepção de cada um” (Neuróticos Anônimos, 1966, p.15).

A partir da experiência dos AA, o grupo dos NA estabeleceu como premissa os doze passos.

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Os doze passos do Neuróticos Anônimos

1º Admitimos que éramos impotentes perante nossas emoções; que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

2º Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos pode- ria devolver-nos à sanidade.

3º Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

4º Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mes- mos.

5º Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

6º Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse to- dos esses defeitos de caráter.

7º Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imper- feições.

8º Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudi- cado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9º Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá- -las ou a outrem.

10º Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estáva- mos errados, nós o admitíamos prontamente.

11º Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12º Tendo experimentado um despertar espiritual graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos neuróticos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

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Pose-se concluir que o processo histórico do grupo N.A faz-se partir da ne- cessidade de olhar com atenção o fenômeno da neurose. Tanto o método utilizado nas reuniões NA, como os doze passos do Neuróticos Anônimos fora, inspirados no método alcoólicos anônimos.

Resumo

Nesta aula, conhecemos como e por que foi fundado o grupo Neuróticos Anônimos (NA), Vimos que a neurose é doença espiritual na medida em que não há comprovação médica de problemas físicos ou mentais. E se é doença espiritual, pode ser curada com ajuda espiritual, por meio da crença num po- der superior. Vimos que a abordagem principal dos NA é estabelecer a pos- sibilidade de recuperação do dependente de drogas. E que a recuperação está assentada na crença do valor terapêutico da ajuda de um dependente ao outro. Percebemos que as reuniões são baseadas nos depoimentos de cada membro, onde são relatadas as experiências e a vivência para a recu- peração da dependência.

Atividades de aprendizagem

1. Complete a frase:

Para os Neuróticos Anônimos, a palavra neurótica é

2. Cite a diferença que há na descrição dos doze passos do grupo Neuróti- cos Anônimos.

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