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Autismo: Classificação e Caracterização

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3. CONHECENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

3.1. Autismo: Classificação e Caracterização

Segundo o DSM - Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais

(DSM – IV, 1994), que define como é feito o Diagnóstico de Transtornos Mentais, até sua 4ª edição, o Autismo era caracterizado dentro Transtorno Globais do Desenvolvimento – TGD com o comprometimento severo e invasivo em 03 áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca; de comunicação e comportamentos dispares e ainda interesses restritos. Desta forma o TGD tem suas características o atraso nas áreas de socialização e comunicação no processo de desenvolvimento da criança na primeira infância. Sendo incluídas na classificação do TGD cinco categorias que são: o Transtorno Desintegrativo da Infância ou Síndrome de Heller; Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, o Autismo e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação, que inclui Autismo Atípico.

Foi em maio de 2013 que após revisão desse manual passa a ser incluída uma nova grade diagnóstica do autismo ampliando assim a classificação para Transtorno do Espectro Autista sob a responsabilidade da Associação Americana de Psiquiatria, que publicou a quinta edição do DSM.

O DSM – V (2013) nos apresenta outra/nova visão classificatória da área médica do autismo. Esse manual repercute na área da Psiquiatria, Psicologia e também da Educação, que influência nas práticas pedagógicas dos professores. É uma percepção marcada pela área médica e também marcada como produtora de cultura e de impactos imprevisíveis:

Ainda que tenhamos sido enfadonhamente modestos em nossos objetivos, obsessivamente meticulosos em nossos métodos e rigidamente conservadores em nosso produto, falhamos em predizer ou prevenir três novas falsas epidemias de transtornos mentais em crianças – autismo, déficit de atenção e transtorno bipolar na infância. Ou seja, tem-se claro o poder e o agir sobre o sofrimento mental, chegando, no limite, ao aumento de prevalência de determinadas condições clinicas em função da alteração nos critérios de cada nova edição lançada (FRANCES, 2013 apud ZORZANELLI, 2014, p. 58)

17 As características mais comuns no processo de identificação do TEA são perceptíveis entre o 12º ao 24º mês de vida, o que geralmente não é parâmetro geral em todos os casos, já que podem ser reconhecidos antes dos 12 meses de idade, se os atrasos no desenvolvimento forem assisados ou graves ao longo da primeira infância.

Os atrasos comportamentais da pessoa com TEA mais significativos tornam-se primeiramente evidentes na primeira infância, com algumas características apresentadas nessa fase como falta de interesse em interações sociais entre os pares, atraso no desenvolvimento global. Alguns indivíduos com TEA são diagnosticados a partir de um dano gradual nos comportamentos sociais ou o não uso da linguagem verbal. Porém essas características são mais sensíveis até, frequentemente durante os 24 meses de vida.

Esses indícios de TEA comumente envolvem a demora da linguagem verbal, deficiência de interesse social ou ações sociais insólitas, comportamentos curiosos e repetitivos, ausência de brincadeiras com crianças da mesma idade, a colocação de brinquedos enfileirados. Muitas vezes, um check-up de surdez é geralmente feito pela família, o que habitualmente não é diagnosticado pelo médico.

Na educação infantil, pode ser difícil para o professor assinalar padrões restritos e repetitivos de comportamentos diagnósticos da criança com TEA. O diagnóstico clínico/médico se fundamenta na pessoa em especial, na constância e na intensidade do comportamento estereotipado ou repetitivo (DSM-V, 2013) .

As crianças diagnosticadas com TEA são quatro vezes mais frequentemente no sexo masculino do que no feminino (DSM-V, 2013). Na escola, alunos com TEA, talvez por uma transitória ausência de capacidades sociais ou persistentes ausências comunicacionais pode ser um obstáculo à aprendizagem, por conta da dificuldade das crianças interagirem com os seus colegas e os outros agentes escolares.

O TEA hoje pode ser considerado de características leve, em que os sujeitos com TEA participam de sua vida cotidiana com mais independência e, suas condutas sociais podem ser refletidas nas interações mais simples e habituais (DSM - V, 2013). Os casos moderados e graves, segundo o DSM - V (2013), esses sujeitos já apresentam disfunções comportamentais. A descrição de um exemplo com esses princípios devem incluir, principalmente, informações sobre atrasos sociais precoces do desenvolvimento da comunicação recíproca ou quaisquer avarias de habilidades sociais, linguísticas e da interação entre os pares.

O DSM V indicou que o Transtorno do Espectro Autista pode ser diagnosticado com ocorrências de mais de um transtorno do neurodesenvolvimento. Isso pode ocorrer em sujeitos com TEA que comumente apresentem deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual), e crianças com Transtorno de déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que podem apresentar também esse transtorno específico da aprendizagem.

Esse diagnóstico individualizado para cada criança com TEA, passa por limitações sociais constantes na comunicação recíproca, na interação social e nos comportamentos restritos de comunicação verbal e não verbais. Porém, o diagnóstico requer a presença de padrões restritos e repetitivos de alguns transtornos, a apresentação clínica inclui sintomas tanto de excesso restritivo quanto as situações limítrofes que são considerados padrões anunciados no TEA. Assim, o DSM V prevalece à modificação do DSM IV que conjeturou um olhar que os transtornos autísticos referem-se os mesmos matizes com outras variações na comunicação recíproca, interação social, comportamentos estereotipados e no plano de interesses e atividades restritas e repetitivas.

O juízo dos sintomas como fazendo parte de um espectro autista não parte da sensibilidade de um profissional da saúde/educação diagnosticar sobre as peculiaridades de um caso específico de autismo. As probabilidades de dimensionar um diagnóstico conciso necessitam do profissional da medicina sem o risco de ‘patologizar’ o todo de traços ou sintomas válidos de TEA. Isso sempre foi de responsabilidade médica, porém, devido à maior

18 flexibilidade dos critérios diagnósticos a partir do DSM V, a precipitação de diagnosticar pela ausência de critérios claramente definidos pode causar um risco de ‘patologizar’ um sujeito com traços autísticos. E, isso pode em alguns casos estigmatizar o sujeito ou rotulá-lo socialmente. O Sinal de Asperger entre os sujeitos autistas foi descrita no ano de 1944 por um médico pediatra de Viena chamado Hans Asperger. No início de seus estudos ele nomeou a ‘doença’ como uma psicopatia do autismo (SCHMIDT, NUNES & AZEVEDO, 2013).

Dessa forma, a síndrome de Asperger se caracteriza por ser um transtorno do desenvolvimento caracterizado pelos mesmos tipos de alterações nos processos de interação social e comportamental presentes no autismo clássico e se diferencia pelo fato de que não demonstra retardo ou deficiência de linguagem ou do desenvolvimento cognitivo (SCHMIDT, NUNES & AZEVEDO, 2013).

3.2. Equoterapia e seus Fundamentos Básicos: a metodologia equoterápica nas

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