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3.3. PORTO DE SUAPE

3.3.1. Autoridade Portuária

3.3.1.1. Aspectos históricos, institucionais e de produtos do agronegócio movimentados

O Complexo Industrial Portuário de Suape12 está localizado 40 quilômetros ao sul do Recife, capital do Estado de Pernambuco. Concebido em 1975, Suape foi definido como um projeto de desenvolvimento regional. Sua administração é de responsabilidade da empresa Suape Complexo Industrial Portuário, subordinada ao Governo do Estado de Pernambuco.

O início da operação do Porto de Suape ocorreu em abril de 1984, quando foi realizado o primeiro embarque de álcool, através do Pier de Granéis Líquidos - PGL, arrendado à Petrobrás. Posteriormente, em junho de 1987, foram intensificadas as operações naquele Pier, com a transferência do Parque de Tancagem de Derivados de Petróleo, até então localizado no Porto do Recife. A partir de 1991, entrou em operação o Cais de Múltiplos Usos - CMU, movimentando carga geral conteinerizada.

Com o início da movimentação de contêineres, em 1991, o Porto deu um grande salto no total de cargas movimentadas com um crescimento, entre 1992 e 1998, de 300%. Este crescimento fez com que o porto passasse a ter um superávit visto que, até então, estava operando com enorme déficit (sua receita só cobria 30% das despesas). Hoje, a empresa é superavitária e, além de cobrir todas as despesas, realiza investimentos no Complexo.

12 A visita ao Porto de Suape foi realizada no dia 24/09/2001. Durante a visita foi realizada uma

entrevista com o Diretor de Gestão Portuária, Sr. José Medeiros, onde foram obtidas diversas informações sobre o Complexo Industrial Portuário de Suape e, principalmente, sobre o tratamento logístico recebido pelos produtos do setor agroindustrial, um dos pontos fortes da economia do Estado de Pernambuco

3.3.1.2 Instalações Portuárias

Atualmente, a movimentação de contêineres vem ocorrendo, em maior escala, nos berços recém construídos no porto interno.

Com relação às instalações de estocagem e equipamentos de movimentação, o Porto possui somente um pátio de contêineres com área de 2,5 hectares e capacidade para 3.500 TEU’s. Este pátio, que é operado pela Caravel, possui 120 tomadas refrigeradas. Existem ainda no Complexo outro pátio de contêineres e alguns armazéns (de propriedade da Caravel). Os equipamentos de movimentação utilizados, caminhões e empilhadeiras, são todos do operador portuário. As informações mais detalhadas acerca destes equipamentos e instalações serão apresentadas no item deste tópico dedicado ao operador portuário.

Com relação às questões de inspeção sanitária, liberação aduaneira e outros, a Autoridade Portuária afirma estar satisfeita com o serviço prestado pelos órgãos competentes. De certa forma, este serviço é até facilitado pois, como grande parte dos produtos exportados por Suape é proveniente de Petrolina e Juazeiro e tem como destino os Estados Unidos, a inspeção sanitária é feita ainda na fazenda por uma representação da Vigilância Sanitária do Governo Americano. Assim, os contêineres já saem da região vistoriados e lacrados, não podendo ser mais abertos no porto. 3.3.1.3 Procedimentos e Desempenho Operacional

As operações de movimentação de cargas do Porto de Suape são realizadas, exclusivamente, por operadores portuários pré qualificados, com destaque para a Caravel. O transporte interno de contêineres – dos pátios para o costado dos navios - é realizado por carretas/cavalos mecânicos das empresas. Em Suape, os operadores portuários não têm participação no transporte rodoviário porto/fazenda/porto.

Desta forma, as atividades do operador Caravel restringem-se ao porto, liberando o contêiner vazio com destino a fazenda do produtor, fazendo o recebimento do contêiner cheio, sua pesagem e armazenagem no terminal. Em geral, o tempo médio de permanência do contêiner cheio no porto, aguardando embarque, é de 3 a 4 dias.

As operações de embarque e desembarque nos navios são realizadas, à semelhança dos demais portos da região, com a utilização de equipamentos de bordo.

3.3.1.4 Movimentação de produtos do agronegócio

Toda a exportação de produtos agroindustriais realizada no Porto de Suape é feita em contêineres refrigerados e, no ano 2000, o Porto atingiu a marca de exportação de, aproximadamente, 28.000 toneladas destes produtos. A área de influência terrestre do Porto para este tipo de produto é a mesma já descrita para os Portos de Fortaleza e Natal; entretanto, o maior volume é proveniente do Vale do rio São Francisco. Para realizar esta exportação, o Porto conta hoje com linhas regulares para a costa leste dos Estados Unidos, operada pela companhia Crowley e para a Europa (Dover, Roterdã, Hamburgo, Antuérpia, Le Havre), operada pela companhia Hamburg Sud/Aliança.

Os dados estatísticos sobre a exportação de frutas, sucos e congelados foram obtidos, no caso do Porto de Suape, apenas para os anos de 1998 a 2000, de forma mais completa. Para o ano de 1997, não foram disponibilizadas informações sobre embarques de congelados.

As exportações de mangas e bananas destacaram-se nos anos de 1999 e 2000, sendo que as uvas, que ocupavam lugar mais destacado até 1999, sofreram significativa queda em 2000. (Ver Tabela 3.5).

Tabela 3.5: Porto de Suape: Exportações de Frutas, Sucos e Polpas e Congelados 1997 a 2000 (em toneladas) Produto 1997 1998 1999 2000 Frutas Frescas 3.472 13.328 15.910 15.877 Mangas 699 6.138 7.414 10.802 Bananas Frescas - - 1.022 3.662 Uvas Frescas 2.434 6.282 6.126 976 Melões Frescos - 238 575 397 Melancias Frescas - 64 51 - Mamões Papaia Frescos 45 151 132 40 Limões e limas Frescos 257 414 294 - Outras Frutas 37 41 296 - Sucos e polpas 1.568 4.237 4.623 5.167 Congelados Nd 2.463 4.284 7.653 Camarão Nd - 126 1.451 Crustáceos Nd - 569 Frutos do Mar Nd - 689 323 Lagosta Nd 1.007 - 6111 Peixe Nd 1.456 3.469 4.699 Total (Frutas, Sucos e Congelados) 5.040 20.028 24.817 28.697

Fonte:: Suape – Complexo Industrial e Portuário Obs: O Total de 1997 não inclui congelados

O grande trunfo com que Suape conta para alavancar a movimentação de contêineres (inclusive refrigerados) é o novo Terminal de Contêineres, que iniciou seu funcionamento em dezembro/2001. Este Terminal é operado pela ICTSI, empresa de origem filipina com grande experiência, em outros países, no ramo de movimentação de contêineres. Ele tem, neste primeiro estágio, 80.000m2 com cerca de 660m de cais acostável (2 berços) e profundidade de 15,5m. Conta, ainda, com dois portêineres e dois transtêineres que certamente vem melhorando os índices de produtividade do Porto no que se refere à movimentação e embarque de contêineres.