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No Porto de Salvador (BA) foi realizada somente uma entrevista com a Autoridade Portuária. Infelizmente, o Operador Portuário (Tecon Salvador) não teve interesse em auxiliar a pesquisa e os clientes são praticamente os mesmos do Porto de Suape, cujas sedes das empresas situam-se na região do Vale do rio São Francisco. 3.4.1. Autoridade Portuária

3.4.1.1. Aspectos históricos, institucionais e de produtos do agronegócio movimentados

O Porto de Salvador15, considerado o mais antigo do Brasil, localiza-se na Cidade Baixa, em um dos bairros mais antigos desta cidade: o Comércio. Administrado pela Companhia Docas da Bahia, o quadro de funcionários encontra-se bastante enxuto desde a terceirização dos serviços operacionais ocorrida com a nova Lei dos Portos. Com a transferência dos serviços operacionais para empresas privadas, o Porto tornou-se superavitário e é considerado um dos mais eficientes do país.

3.4.1.2 Instalações Portuárias

O carregamento dos navios de contêineres ocorre, na maior parte das vezes, na área conhecida como “Água de Meninos”, em três berços preferenciais, denominados de Cais de Ligação, Ponta Sul e Ponta Norte.

Os dois primeiros, já arrendados, são operados pelo TECON (grupo com participação da Wilson Sons e da Wilport). O segundo, administrado diretamente pela Companhia das Docas da Bahia - CODEBA, é utilizado quase que exclusivamente pelas operadoras Marítima de Agenciamento e Rep. Ltda. e Intermarítima Terminais Ltda. Esta última possui um terminal alfandegado em área vizinha, para movimentação de contêineres e carga geral.

As instalações do TECON possuem áreas alfandegadas e oferecem dois berços com 12m de profundidade, sendo que o Cais Ponta Sul tem 240m de comprimento e o Cais de Ligação 202m. O TECON iniciou recentemente as operações de embarque/desembarque de contêineres com dois novos portêineres.

15 A visita ao Porto de Salvador foi realizada no dia 27/09/2001. Nesta ocasião foi realizada uma

entrevista com o Líder de Gestão Portuária da Companhia Docas da Bahia (CODEBA), empresa responsável pela administração do Porto, Sr. Renato Neves.

Os principais equipamentos disponíveis para o manuseio de contêineres no terminal são: 2 (dois) transtêineres sobre trilhos, 3 (três) empilhadeiras de mastro com toploaders de 30t, 3 (três) reach-stackers de 37t, 2 (dois) sideloaders de 12t, 1 (uma) empilhadeira Belotti de 30t e diversas empilhadeiras comuns, de garfo, com capacidades que variam de 3t a 12t.

O transporte interno dos contêineres é feito por tectrans, um tipo de composição com trator e reboques baixos.

A WILPORT, operadora arrendatária do terminal, atua também como transportadora terrestre tendo adquirido, recentemente, 10(dez) carretas para o transporte de contêineres reefer das fazendas até o porto de Salvador e para transporte interno do terminal.

O terminal operado pelo TECON possui uma capacidade de estocagem de quatro mil TEU’s e 202 tomadas para contêineres refrigerados, que são totalmente ocupadas durante a época de pico da safra. A empresa está desenvolvendo projeto de expansão para mais 150 tomadas. Estas tomadas são localizadas nas últimas fileiras do terminal de contêineres e a única preocupação considerada no momento de suas instalações foi a proximidade da sub-estação de energia, que proporciona uma economia na quantidade de cabos utilizados.

A outra área do Porto de Salvador, que atende à movimentação de frutas frescas em caixas acondicionadas em contêineres reefer, é o Cais da Ponta Norte, operada, em geral, pela Intermarítima Terminais Ltda. e pela Marítima de Agenciamentos e Representações Ltda., pertencentes a um mesmo grupo. Ambas atuam na prestação de serviços logísticos integrados de transportes em todo o Nordeste.

Em termos de armazenagem, o Porto possui oito armazéns, quatro alpendres e diversos pátios, num total de aproximadamente 22.000m2 de área coberta e 56.000m2 de áreas descobertas, além das instalações de armazenagem de terceiros, silos para trigo (Moinho Santista e Moinho J. Macedo) e áreas arrendadas às empresas privadas. 3.4.1.3 Procedimentos e Desempenho Operacional

A forma de recepção dos produtos agroindustriais em contêineres no Porto de Salvador é similar à existente nos demais portos visitados, com a diferença de que, neste porto, existe um pátio de triagem onde os caminhões permanecem até que seja

liberada a entrada no pátio. Após entrarem no pátio os caminhões são descarregados com a utilização de transtêineres ou empilhadeiras e os contêineres são localizados nas posições onde aguardam o momento do embarque. Para transportar os contêineres do pátio até o costado do navio são usados caminhões e equipamentos de bordo para o embarque.

Com relação aos serviços prestados pelos órgãos que atuam no Porto como Vigilância Sanitária, Alfândega, Polícia Federal e outros, existem reclamações por parte dos armadores e agentes de navegação quanto a excessiva demora para a liberação dos navios. A CODEBA vem tentando sanar estes problemas realizando encontros entre os representantes destes órgãos e os agentes de navegação.

3.4.1.4 Movimentação de produtos do agronegócio

Atualmente, as exportações das frutas movimentadas pelo Porto de Salvador destinam-se, principalmente, para os Países Baixos (Holanda) – cerca de 65%, os Estados Unidos (15%), a Espanha (10%), a Inglaterra (8%) e outros países europeus (2% restantes). As exportações de frutas frescas e seus derivados produzidos na região de Petrolina – Juazeiro ocorrem, de forma predominante, através do Porto de Salvador.

Nos últimos anos, ocorreu um crescimento significativo na movimentação de produtos agroindústrias (sucos e frutas) no Porto. As exportações destes produtos saltaram de 22.299 toneladas, em 1995, para 54.099 em 2000. Além de sucos e frutas, outros produtos agroindustriais como sisal e cacau também apresentam valores significativos na tabela de exportações do Porto. A área de influência terrestre do Porto para os produtos do agronegócio é principalmente a região de Petrolina e Juazeiro e o interior baiano; porém, praticamente todos os estados do Nordeste embarcam seus produtos através deste porto.

Nos anos de 1999 e 2000, a participação mais acentuada foi da manga, com cerca de 80%, seguida da uva, com 15%, enquanto o restante participou com apenas 5%.

Alguns exportadores sediados na região de Juazeiro e Petrolina consideram Salvador como o melhor porto, pelas seguintes razões:

• razoável oferta de equipamentos e trabalha com mais flexibilidade;

• mais facilidades do que os demais concorrentes do Nordeste.;

• menos burocracia da Receita Federal e do Ministério da Agricultura;

• procedimentos operacionais mais ágeis, mesmo antes da implantação do TECON.