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e a autoridade de supervisão, funcionam como agentes de controlo de todo o processo de gestão

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 115-119)

descrito.

1) No âmbito da execução dos serviços de auditoria e revisão legal das contas do Grupo BPI, os Auditores Externos contribuem também para o processo de controlo dos diversos riscos a que o Grupo BPI se encontra exposto.

Os activos financeiros ou operações extrapatrimoniais (crédito, garantias prestadas, compromissos irrevogáveis, tomadas firmes de papel comercial, derivados, outros), encontram-se em situação de imparidade quando ocorram eventos, após o reconhecimento inicial do activo que alterem as expectativas em relação aos cash-flows futuros associados a esse activo. A imparidade corresponde à diferença entre o valor de balanço do activo financeiro e o valor actual dos seus cash-flows futuros estimados. Está também previsto o registo de provisões para perdas já incorridas mas ainda não observadas (IBNR – Incurred but not reported).

No caso dos empréstimos a Clientes Particulares a carteira é segmentada de acordo com o tipo de produtos e procede-se uma análise colectiva das imparidades. A análise individual no caso dos Particulares, ocorre apenas para exposições do Private Banking e Private Banking Internacional iguais ou superiores a 250 m.€.

No caso da Banca de Empresas, Project Finance, Banca Institucional e Sector Empresarial do Estado, são utilizados critérios de dimensão e outros critérios complementares de menor expressão para determinação do tipo de análise a executar e todas as empresas estão sujeitas a análise individual. No caso do segmento Empresários e Negócios, são igualmente sujeitas a análise individual as empresas com exposições mais significativas, iguais ou superiores a 250 m.€, e operações dos produtos ou categoria de produtos – Crédito Comercial, Crédito por Assinatura, Leasing Mobiliário, Leasing Imobiliário, Factoring, Confirming e outros saldos devedores (inclui derivados). A análise é colectiva para exposições não significativas. No segmento de Pequenos Negócios são efectuadas análises colectivas em separado às carteiras de Leasing Mobiliário, Leasing Imobiliário e Carteira de Crédito Comercial. São também apuradas, através de análise individual, as perdas por imparidade relativamente às operações registadas na carteira de crédito e que são acompanhadas pela Direcção Financeira.

Regra geral, no caso de não serem atribuídas quaisquer provisões após análise individual, são constituídas provisões por análise colectiva.

O cálculo da imparidade individual é efectuado operação a operação. Constituem indícios objectivos de existência de imparidade individual, entre outros, os seguintes:

Incidentes e Incumprimentos (não Acidentais); 䊏Registo de Incidentes na CRC do BdP;

䊏Alertas de risco que indiciem degradação da situação dos

Particulares e do Grupo / Empresa;

䊏Penhora de Contas; 䊏Pedidos de insolvência;

䊏Dívidas ao Fisco e Segurança Social;

Aumento da probabilidade de incumprimento (incluindo

situações de Scoring / Rating para além da fronteira de rejeição estabelecida e créditos reestruturados / renegociados por degradação de risco);

Desvalorização do valor dos colaterais.

O apuramento final da imparidade individual é baseado na estimativa empírica (educated guess) do produto de uma probabilidade de incumprimento e de uma perda em caso de incumprimento (para créditos regulares ou com incidentes); ou simplesmente de uma perda em caso de incumprimento (para créditos em incumprimento). O valor expectável de recuperação de crédito contém um juízo sobre o valor dos cash-flows a apresentar pelos Clientes, quer com base no seu desempenho económico-financeiro histórico, quer com base na expectativa de evolução futura. O valor expectável de recuperação do crédito inclui, obrigatoriamente, os fluxos de caixa que poderão resultar da execução das garantias ou colaterais associados ao crédito concedido. Neste caso, são deduzidos os custos inerentes ao respectivo processo de recuperação.

Os imóveis dados em garantia de caução são obrigatoriamente avaliados presencialmente, antes de concluído definitivamente, o processo. A avaliação dos imóveis dados em garantia está confiada pelo Banco BPI a empresas externas de avaliação devidamente credenciadas, independentes do Banco, que obrigatoriamente devem visitar o interior do imóvel. O objectivo destas avaliações efectuadas para o Banco BPI é a determinação do “Valor de Mercado” de um imóvel, segundo os princípios definidos pelo:

䊏IVSC – International Valuation Standards Council na

publicação International Valuation Standards (edição de 2013);

Aviso 5 / 2006 do Banco de Portugal (Avaliação de

Imóveis Hipotecados em Garantia de Créditos Afectos a Obrigações Hipotecárias);

Aviso 5 / 2007 do Banco de Portugal (Adequação dos

Fundos Próprios).

O “Valor de Mercado” de um imóvel é o preço pelo qual o bem pode ser vendido mediante contrato entre um vendedor DESCRIÇÃO DAS METODOLOGIAS DE CÁLCULO DE IMPARIDADES

interessado e um comprador com capacidade para realizar a transacção, à data da avaliação, no pressuposto de que o imóvel é colocado à venda publicamente, de que as condições de mercado permitem uma transmissão regular do bem e de que se dispõe de um período normal, tendo em conta a natureza do imóvel, para a negociação da venda. Para determinação do “Valor de Mercado” é possível recorrer a três métodos de avaliação: “Método de mercado”, “Método do rendimento” e “Método do custo”.

O modo de cálculo das provisões colectivas nas carteiras mais relevantes (Crédito à habitação, Empresas, Empresários e Negócios), passa pela partição de acordo com a gravidade dos indícios passados ou presentes. No caso do Crédito à Habitação as operações reestruturadas ou renegociadas (sem atrasos), são também tratadas aparte. No cálculo de imparidades por IBNR, aplicado aos créditos sem indícios das carteiras acima mencionadas, são aplicados parâmetros especificos para créditos reestruturados por dificuldades financeiras.

O valor de balanço corresponde à soma do valor contabilístico do capital vincendo, capital vencido, juros vencidos e outras despesas de crédito vencido.

Tendo por base as partições referidas, são construídas curvas de probabilidades com base na metodologia de Kaplan-Meier. São calculadas probabilidades de indício / atraso durante um período de emergência de 6 meses e de posterior transição para uma situação de incumprimento (atraso de 180 dias ou 90 dias, conforme os segmentos), até à maturidade final. As curvas de probabilidades de indício são construídas com base no tempo decorrido desde o início da observação dos créditos (corresponderá ao início das operações ou início da observação no histórico de informação considerado), desde a regularização do atraso / Default ou desde o momento de uma reestruturação por dificuldades financeiras. Em regra, as probabilidades são menores à medida que a operação vai decorrendo sem incidentes e aumenta a distância face ao momento de observação inicial.

São também construídas diferentes curvas de probabilidade de transição para default em função da gravidade do indício

e com base no tempo decorrido desde a observação do indício. A probabilidade é marginalmente inferior à medida que nos distanciamos da observação do indício e a operação / Cliente não atinge a situação de Default.

Em caso de incumprimento é estimada uma perda económica. Com base em dados históricos de cada segmento, são identificados os pagamentos efectuados pelos Clientes após o Default, deduzidos de custos directos do processo de recuperação. Estes fluxos são descontados à taxa de juro das operações e comparados (%) com a exposição no momento do Default. São estimadas diferentes curvas de recuperações para operações que estão há diferentes prazos em Default (com base no montante em dívida após t meses das operações / Clientes que permaneciam em Default nesse mês).Nos segmentos de Leasing Imobiliário e Crédito à Habitação, nos quais os processos de recuperação são mais longos por via da execução do imóvel, as recuperações incluem a estimativa de recuperação por via judicial (execução / retoma do bem), com base no histórico disponível referente a estas situações (probabilidade de recuperação por via judicial multiplicada pela percentagem da recuperação estimada por via judicial). Segmentos Banca de Empresas Pequenos Negócios Crédito Pessoal Financiamento Automóvel Crédito Habitação Cartões de Crédito Sem indícios Regulares ou atrasos até 30 dias

Regulares ou atrasos até 12 dias Regulares (status AA) ou diversos

(inactivos, cheques, etc.)

Com indícios

Atrasos superiores a 30 dias ou factores de risco

Atrasos superiores a 30 dias

Atrasos superiores a 12 dias Delinquências (status D01, D02 e D03) Default Atrasos superiores a 180 dias ou contencioso Atrasos superiores a 90 dias ou contencioso Atrasos superiores a 180 dias ou contencioso Default (status CG) ou contencioso

De acordo com a situação dos créditos, as provisões por imparidade são calculadas de forma diferenciada.

Reestruturação de créditos

Os procedimentos de recuperação estão devidamente identificados visando enquadrar, caso-a-caso, a escolha da opção que permite, expectavelmente, maximizar o valor recuperado.

No caso das Empresas ou Pequenos Negócios, o Banco tenta, por regra, uma reestruturação não judicial da dívida, a qual, sendo credível, pode envolver um aumento da maturidade e, eventualmente, carência de capital, com liquidação dos juros vencidos ou adequado reforço de garantias, dependendo das características de cada caso concreto. Também por regra, o Banco não reforça a sua exposição, não aceita dações em pagamento e não converte dívida em capital. Concretizada a reestruturação, o processo é devidamente monitorizado. O incumprimento do plano acordado desencadeia o processo

de execução judicial da dívida. Caso a reestruturação da dívida não se revele exequível, o crédito é remetido de imediato para execução judicial.

No caso dos Particulares, os acordos de reestruturação ou de renegociação são também uma via privilegiada de

recuperação, desde que os mesmos apresentem uma viabilidade mínima de serem cumpridos. A escolha depende em grande parte da antiguidade do incumprimento e do produto de crédito, podendo consistir na extensão da maturidade e num plano de pagamento das prestações vencidas e não pagas, entre outras modalidades. Existe também um sistema que alerta para o incumprimento do acordo de reestruturação, despoletando uma actuação subsequente.

Factores de risco

Probabilidade de indício (ou incidente):

Probabilidade de uma operação / Cliente vir a ter atrasos durante o período de emergência.

Probabilidade de transição (para Default):

Probabilidade de uma operação / Cliente que já regista atrasos (indícios) chegar à situação de Default durante o

prazo residual da operação.

Perda em caso de incumprimento (PED / LGD):

Perda económica das operações em caso de Default.

Sem indícios Com indícios Default

        

Crédito sem indícios

Provisão =

冱冢

Valor Balanço H,j –

CFEt

x PI H,j

Provisão =

冱冢

Valor Balanço GI–

CFEt

Provisão =

(Valor Balançojx PEDj) j H,j t GI (1+i)t (1+i)t t Sendo:

CFE = cash flow esperado PI = probabilidade de indício PT = probabilidade de transição PED = perda em caso de incumprimento

GI = grau de indício (e.g. 12-30 dias, 30-60 dias, etc.) H = histórico das operações / Clientes sem indícios

(sem problemas no passado, com indícios ou com Default)

t = período em que se encontra contratualmente previsto o pagamento de um cash flow futuro

Crédito em Default Crédito com indícios

Avaliação da exposição ao risco de crédito

No documento DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E NOTAS (páginas 115-119)