AVALIÇÃO DA INFLUÊNCIA DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA COMUNIDADE DE MACROINVERTEBRADOS BENTÔNICOS DE PONTOS

REPRESENTATIVOS DA BACIA DO MÉDIO RIO DOCE

Introdução

Recentemente, a atenção da comunidade científica tem se focado nas relações entre as características da bacia de drenagem e a qualidade da água dos rios, como resultado do reconhecimento da importância das características espaciais da bacia como causadores e/ou moderadores das condições observadas no interior do canal (JOHNSON et al., 1997). Estudos demonstram que as ações antrópicas na escala da paisagem da bacia de drenagem dos ambientes aquáticos constituiu a principal ameaça a integridade ecológica desses ambientes. Essas ações constituem ameaças por diferentes formas, impactanto o habitat, qualidade de água e biota aquática por diferentes formas (TOWNSEND, 2003). Para estabelecer as relações entre os ecossistemas aquáticos e terrestres, os estudos mais recentes de bacias de drenagem têm utilizado várias técnicas, incluindo traçadores biogeoquímicos e isotópicos, métricas de paisagem e SIG (BALLESTER, et al, 2003). O sistema de informação geográfica é uma ferramenta computacional sofisticada que está sendo cada vez mais utilizada em problemas de conservação e gerenciamento associados com grandes escalas espaciais (US ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY, 1987).

A qualidade ecológica ambientes lóticos pode ser determinada a partir de observações na modificação de padrões encontrados na biota aquática e que esses padrões da biota estão intimamente ligados ao uso da terra no entorno dos corpos de água. Diante dessa constatação, este projeto de dissertação de mestrado pretende fornecer subsídios para que os macroinvertebrados bentônicos, em conjunto informações do ambiente terrestre de entorno dos corpos d’água possam ser utilizados como indicadores de qualidade ambiental, tornando mais ampla e representativa a visão da qualidade dos ambientes aquáticos. Os dados que fornecerão tais subsídios serão obtidos em pontos representativos do trecho médio da bacia do rio doce, em minas gerais. Esse trabalho, também, procura reafirmar a importância do uso da ferramenta sig em estudo de ecologia aquática e monitoramento da biodiversdade.

Hipóteses

i) A comunidade de macroinvertebrados bentônicos do trecho médio do rio Doce responde com modificação em suas métricas as diferenças dos usos e ocupações do solo dos entornos de pontos representativos dessa bacia.

ii) A comunidade de macroinvertebrados bentônicos responde as diferenças dos usos e ocupações do solo dos entornos de pontos representativos da bacia em diferentes escalas.

Objetivos

-Determinar a estrutura e composição e métricas da comunidade de macroinvertebrados de pontos representativos da bacia do médio rio Doce.

-Determinar a porcentagem de uso e ocupação do solo de pontos representativos da bacia do médio rio Doce com a utilização do sistema de informação geográfica (SIG).

- Verificar a modificação na comunidade de macroinvertebrados frente as diferenças dos usos e ocupações do solo dos entornos de pontos representativos dessa bacia.

Metodologia

Foram definidas 7 estações de amostragem (7 ambientes lóticos ) Esses ambientes foram: Rio Doce(na jusante da Cachoeira Escura), Ribeirão Ipanema (no perímetro urbano da cidade de Ipatinga), Rio Barão de Cocais(na jusante da cidade de Barão de Cocais), Rio Piracicaba (na jusante da cidade de Ipatinga), Ribeirão Severo (junto a Represa Sá de Carvalho), Rio Santa Bárbara, Córrego Dois Irmãos, Ribeirão Caraça (dentro do Parque Natural do Caraça). Nessas estações foram coletadas amostras de macroinvertebrados bentônicos utilizando Hand-net, como descrito por MACAN (1977), e parâmetros físicos e químicos nos peiodos de seca e chuva dos anos de 1999 a 2003. As amostras de macroinvertebrados foram triadas e identificadas em laboratório. Posteriormente as métricas como riqueza dos locais de coleta, porcentagem de diferentes grupos de macroinvertebrados bentônicos serão determinadas.

A partir de imagens aquiridas junto ao projeto da NASA (National Aerospacial Agency) e do governo japonês, ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer), e cartas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), determinamos as porcentagens de categorias de uso e ocupação do solo para as sub-bacias dos pontos coletados. Essa determinação das porcentagens dessas categorias foi até o raio de 15Km a montante do ponto de coleta. Para saber em que escala a influência do uso e ocupação do entorno é maior na comunidade de macroinveretbrados determinamos essas porcentagens para os raios de 1,5 ,10 e 15 Km a montante do ponto de coleta A relação entre as categorias de uso e ocupação do solo e as métricas para a comunidade de macroinvertebrados bentônicos será determinada por regressões lineares simples, e/ou PCA.

Resultados

Até o momento esse projeto conseguiu alcançar os dois prmeiros objetivos. Determinamos a estrutura e composição e as métricas da comunidade de macroinvertebrados, assim como as porcentagens de uso e ocupação do solo das diferentes sub-bacias estudadas nos diferentes raios. Sendo que encontramos 25135 indivíduos distribuídos em 91 taxa diferentes e 6 grupos funcionais ( Filtradores, Coletores, Predadores, Fragmentadores, Parasitas, Raspadores ). Encontramos 10 categorias de usos e ocupação do solo nas sub-bacias estudadas, sendo que a categoria agropecuária é principal uso do solo em todas essas sub-bacias. O trabalho está em andamento para atingir o terceiro e mais importante objetivo, tendo uma previsão de defesa de dissertação em fevereiro de 2007.

ATIVIDADE 15

Ecologia de macrófitas aquáticas de coleções de água do parque estadual do rio doce e áreas de entorno

Introdução

A comunidade de macrófitas aquáticas é uma das principais responsáveis pela entrada de energia em ecossistemas aquáticos continentais tropicais. Atualmente sabe-se que a comunidade de macrófitas aquáticas é a mais produtiva da biosfera. Diversos trabalhos mostraram o impacto das ações antrópicas e padrões de uso da terra nos ecossistemas aquáticos. Entre eles podemos destacar o aumento de materiais em suspensão (remoção da vegetação ripária) acarretando perda de biodiversidade de macrófitas aquáticas submersas, introdução de espécies exóticas, e aumento da carga interna de fósforo. No Brasil ainda há escassez de trabalhos focalizando outras fontes de distúrbio na comunidade de macrófitas aquáticas como, por exemplo, atividades de mineração, siderurgia e monoculturas de

Eucalyptus sp. Estudos abordando a comunidade de macrófitas aquáticas no Parque

Estadual do Rio Doce (PERD) ainda são escassos. Materiais e Métodos

As coletas foram realizadas mensalmente, no período de junho a outubro de 2006 nas lagoas Carioca (dentro do PERD) e Jacaré (entorno do PERD), ambientes representativos do trecho médio do Rio Doce: a lagoa Carioca é considerada preservada por estar dentro do PERD e a lagoa Jacaré recebe influência da monocultura de Eucalyptus sp. A espécie de macrófita coletada foi Eleocharis interstincta, Cyperaceae.

Em cada ambiente, a biomassa foi coletada com quadrados de 0,5m x 0,5m em estandes homogêneos das espécies de macrófitas aquáticas mais representativas. Em cada coleta, três quadrados foram lançados ao acaso no interior dos estandes. As amostras de biomassa foram levadas ao laboratório e separadas em “biomassa” (> 50% do módulo botânico constituído de tecido clorofilado), “necromassa” (<50% do módulo botânico constituído de tecido clorofilado) e raiz. Após a separação, o material foi colocado em estufa a 70º C até peso constante determinando assim sua biomassa total, expressa em gramas de peso seco por metro quadrado (g PS/m-2).

Para verificar a plasticidade fenotípica de E. interstincta, foi feita contagem de septos em alguns rametes a partir do mês de outubro.

Resultados parciais

Até o momento, foram obtidos dados de 5 meses, os quais estão sendo organizados em planilhas; novos dados serão obtidos de novembro de 2006 a maio de 2007 para que se tenha amostras das estações seca e chuvosa.

O projeto conta com a participação de uma bolsista de iniciação científica da Fapemig e a co-orientação do Dr. Anderson Medeiros dos Santos, atualmente professor da Universidade Federal de Montes Claros.

Dificuldades enfrentadas na execução das atividades

Experiência restrita em ecologia de macrófitas aquáticas; carência de especialista em macrófitas aquáticas na UFMG que pudesse dar suporte e esclarecer dúvidas nos procedimentos de laboratório e no campo.

ATIVIDADE 16

ESTUDO DA ICTIOFAUNA DAS LAGOAS CARIOCA E GAMBAZINHO -