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Avaliação das condições de risco de inundação

AVALIAÇÕES AMBIENTAIS COMPLEXAS

6 ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

6.1.1 Condições de risco de inundação

6.1.1.6 Avaliação das condições de risco de inundação

A avaliação do tipo direta foi efetuada a partir dos mapas Declividade, Altitude,

Síntese dos Condicionantes Físico-Ambientais, Uso do Solo e Cobertura Vegetal e Proximidade à Drenagem, selecionados da base de dados que integra o presente estudo. Esses

mapas apresentam características físicas e de ocupação humana, geralmente associadas às causas de riscos de inundação/enchente, quais sejam, situações de declividades do terreno, proximidade de rios, canais ou lagoas, uso e cobertura do solo, principalmente em processo de urbanização, etc. O resultado indica a possibilidade de determinadas áreas estarem vulneráveis ao transbordo de rios/ canais ou à falta de escoamento de águas acumuladas em períodos de chuva, podendo atingir a segurança da população e, portanto, com reflexos sobre

a qualidade de vida. Em determinadas aplicações, estudos mais detalhados devem ser realizados, considerando fatores tais como permeabilidade e porosidade do solo, ritmo da precipitação anual e intensidade ocasional/episódica de chuvas entre outros.

Os planos de informação integram o nível um da Árvore de Decisão (Figura 8, p.89). O resultado da avaliação realizada no VistaSaga pode ser visualizado no Mapa 14 (Condições

de Risco de Inundação).

Na Tabela 5 estão relacionados os mapas, os pesos, as classes e as notas aplicadas na avaliação. A Tabela 6 (p.112) apresenta a assinatura digital do Mapa 14 (Condições de Risco

de Inundação), realizada no Vista Saga, relacionando a extensão territorial de cada classe e o

percentual correspondente no território municipal.

Na avaliação das condições de risco de inundação, as notas obtidas apresentaram uma grande amplitude (4 a 100) sendo agregadas para compor a legenda do Mapa 14 e facilitar as análises. O mapa com as notas originais é mantido na base de dados para uso em análises/agregações posteriores. O resultado pode ser verificado pelo Relatório de Avaliação I.1 (Anexo I).

O modelo de análise não leva em consideração os fatores, isoladamente, mas o produto da nota de cada um pelo peso do parâmetro e a soma dessas combinações em uma nota final indicativa. Pode ocorrer de uma determinada classe não receber a nota mais elevada, quanto à associação territorial com o fenômeno em estudo, mas aparecer na combinação final de maior risco, devido às notas das demais classes associadas.

Tabela 5 - Avaliação das Condições de Risco de Inundação

Parâmetros Pesos Componentes de legenda (classes) Notas

0 a 2% 100 2 a 5% 95 5 a 10% 80 10 a 25% 50 25 a 50% 15 Declividade (Mapa 5) 30% Acima de 50% 0 0 a 100 m 100 100 a 500 m 80 500 a 1.000 m 55 1.000 a 1.500 m 20 Altitude (Mapa 6) 10% Acima de 1.500 m 5 Afloramento rochoso 0 Alagadiços 100 Aluviões 95

Colinas/ Morrotes – sedimentos terciários 10

Colinas/ Morrotes – substrato cristalino 10

Montanhas e escarpas 0

Morros - Substratos Granítico/ Alcalino 10

Morros - Substratos Migmat. /Gnais. /Xist./ Filit. 10

Restingas 90 Síntese dos Condicionantes Físico-Ambientais (Mapa 7) 15% Drenagem Bloqueado

Vegetação Secundária em Estágio de Sucessão Avançado 20 Vegetação Secundária em Estágio de Sucessão Inicial a Médio 25

Campos/ Pastagem 50

Floresta Aluvial 90

Florestas de Terras baixas, Encostas e Montanhas 20

Cultura 80

Campo Inundável 100

Restinga Arbórea Inundável 100

Restinga Arbustiva 90

Restinga Herbácea 90

Manguezal Arbóreo 100

Manguezal Herbáceo 100

Praia, Duna, Banco de Areia 0

Área Urbana 100 Uso do Solo e Cobertura Vegetal (Mapa 8) 15% Drenagem Bloqueado Até 25 m de Lagoa 100 25 a 50 m de Lagoa 90

Até 25 m de Rio Secundário 100

25 a 50 m de Rio Secundário 90

Até 50 m de Rio Principal 100

50 a 100 m de Rio Principal 90 100 a 150 m de Rio Principal 80 Fundo 0 Proximidade à Drenagem (Mapa 9) 30% Drenagem Bloqueado

Tabela 6 – Assinatura do Mapa

Condições de Risco de Inundação

No. de Ordem

Intervalos de Notas

Área (ha) Área (%)

01 4 a 19 15.459,50 12,64 02 20 a 39 27.311,56 22,34 03 40 a 49 41.071,81 33,59 04 50 a 59 5.543,88 4,53 05 60 a 69 22.208,56 18,16 06 70 a 79 2.390,13 1,96 07 80 a 89 988,38 0,81 08 90 a 100 4.951,06 4,05 Drenagem1 2.284,63 1,87 Total 122.264,25 100,00

Áreas com risco de inundação altíssimo (notas 90 a 100) são as que apresentam declividade mais suave (0 a 2%), cota de altitude mais baixa (0 a 100 m) e estão localizadas nas faixas mais críticas de proximidade à drenagem: até 25 m de rio secundário ou lagoa e até 50m de rio principal. Nesses locais foi registrada a ocorrência de aluviões, alagadiços ou

restinga (Condicionantes) associada à área urbana, campo inundável, restinga arbórea inundável, manguezal, cultura ou campos/pastagem (Uso e Cobertura). Áreas que requerem

preservação tais como: floresta aluvial (mata ciliar ou inundável), manguezal e restinga associados ao risco de inundação são duplamente inadequadas para a ocupação humana. Em Macaé são exemplos os bairros de Nova Esperança e Novo Eldorado, fruto de ocupações irregulares em grande manguezal, na década de 90, que em épocas de chuvas fortes são afetados por alagamentos2. Outro exemplo é o caso ocorrido em janeiro de 2007, na zona rural, quando rios e córregos transbordaram e várias fazendas ficaram alagadas (campos/pastagem). Os bairros mais atingidos foram Lagomar, Nova Holanda e Nova Esperança3.

Áreas com risco de inundação altíssimo (notas 90 a 100) ocorrem, principalmente, ao longo das faixas de domínio da lagoa de Imboassica e dos rios Macaé e São Pedro, os principais rios do município, enquanto o risco alto (notas 80 a 89) foi mais identificado na faixa de domínio de rios secundários/canais e das lagoas de Imboassica e Jurubatiba.

1 Lagoas, Rios principais e secundários.

2 Notícia publicada na internet em 15.11.2006, em O Globo Online. 3

Na zona urbana, há uma concentração maior de áreas de risco altíssimo (notas 90 a 100) e alto (notas 80 a 89) nos subdistritos Centro e Barra de Macaé, nas faixas mais críticas de proximidade ao rio Macaé, mas também identificados em toda a zona urbana, nas faixas de proximidade crítica a rio secundário/canal ou lagoa (Imboassica e Jurubatiba). O mesmo acontece com o risco médio-alto (notas 70 a 79), sendo que a área de maior extensão está localizada no subdistrito de Aeroporto. Na cidade, o rio Macaé passa pelos bairros de Aroeira, Malvinas, Botafogo, Centro e Barra de Macaé e logo depois desemboca no Oceano Atlântico. Nas vilas Bicuda Pequena, Sana, Trapiche e Ciriaca e Óleo, o maior risco de inundação registrado foi médio-alto (notas 70 a 79), nas faixas de domínio de rio secundário. Na vila Córrego do Ouro foram registrados riscos altíssimo (notas 90 a 100), muito alto (notas 80 a 89) e alto (notas 70 a 89), nas proximidades críticas de rio secundário/canal.

Na zona rural, as áreas de risco altíssimo de inundação estão localizadas nas faixas mais críticas de proximidade aos rios Macaé e São Pedro, sendo a maior ocorrência nos distritos de Macaé, Córrego do Ouro e Cachoeiros de Macaé e a menor nos distritos de Sana (na divisa com Casimiro de Abreu) e Glicério. O risco médio-alto (nota 70 a 79) foi registrado em todos os distritos ao longo de rios secundários/canais, sendo predominante em Sana e Glicério.

No território municipal, as áreas de risco médio (notas 50 a 59) e médio-alto (notas 60 a 69) foram detectados ao longo dos rios, assinados em 22,69% do território municipal (Tabela 6). As de maior expressão territorial possuem risco médio-alto e foram registradas nos distritos de Macaé, Córrego do Ouro e Cachoeiros de Macaé, nos subdistritos Centro, Barra de Macaé, Aeroporto e Cabiúnas e nas vilas Trapiche e Córrego do Ouro.

Nessas áreas foram registrados alguns dos requisitos para o risco de inundação combinados com características não associadas a risco, tais como: declividades superiores a 5%, localização fora da faixa de domínio de drenagem, morros, montanhas e escarpas (Condicionantes) e vegetação secundária (Uso e Cobertura).

As condições de risco de inundação baixíssimo a médio-baixo (notas 4 a 49) foram registradas em 64% do território municipal, com a maior incidência na zona rural, principalmente na região serrana. O resultado de todas as combinações realizadas na avaliação das Condições de Risco de Inundação (Mapa 14) pode ser verificado no Relatório de Avaliação I.1 (Anexo I).