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Elementos territoriais definidores da área de estudo

MAPA 43 Responsáveis por Domicílios com Renda Mensal Superior a 10 S.M

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Elementos territoriais definidores da área de estudo

Constituem o alicerce da pesquisa por geoprocessamento: a escala cartográfica, o nível de resolução (o valor em m2 que cada pixel possui), a projeção, o datum e os planos de informação.

A definição da escala ideal para compor uma base georreferenciada municipal vai depender da avaliação do material cartográfico existente, do formato e escala em que está disponível e do grau de atualização. Também são considerados os custos necessários para complementação dessa base (vôo, restituição digital, imagens de satélite, levantamentos de campo com GPS, etc.), os recursos computacionais apropriados e a unidade territorial em que os dados serão integrados (VEIGA, 2002).

O enfoque do presente estudo é o território municipal. A projeção utilizada foi a UTM e o datum SAD 69. A escala e a resolução do produto final são descritas a seguir.

4.1.1 Escala

A escala de trabalho adotada no presente estudo, visando o planejamento e a gestão do município, corresponde à do material cartográfico existente, isto é, das folhas do Sistema Cartográfico Nacional – SCN, na escala 1:50 000, que recobrem toda a área do município. Sendo uma escala municipal/regional, possibilita a visão total do território municipal e permite integrar dados de diferentes naturezas. Os métodos e técnicas de geoprocessamento viabilizam a combinação com escalas topográficas menores, como a de 1:100 000. A escala ideal para o tratamento da informação municipal, porém, seria 1:25 000, que, entretanto, não está disponível para compor a base digital dessa área. A maioria das informações pode ser encontrada nas escalas 1:50 000, 1:100 000, ou menor, o que facilita a integração de dados provenientes das mais variadas fontes e bases cartográficas, nas quais são levantados os dados, principalmente os temáticos. Nessas escalas também é possível a combinação com registros censitários. É importante assinalar a falta de uma unidade espacial de integração e divulgação da informação censitária, já que a demarcação dos setores é determinada pelo número de unidades a serem recenseadas e não de área, dificultando a agregação para outros tipos de unidades e, até certo ponto, a integração com mapas temáticos.

4.1.2 Resolução

A integração de diferentes tipos de dados, físico-bióticos e socioeconômicos, provenientes das mais variadas fontes, em diferentes formatos e escalas, foi obtida com a utilização de uma estrutura matricial digital (raster) compatível com a escala de 1:50.000 que permite discretizar a área de estudo em células (pixel) com resolução de 25 x 25 m. A área delimitada para estudo corresponde a cerca de 2 milhões de células suficientemente pequenas, que possibilitam a integração de planos de informação de diferentes origens a uma só base de dados georreferenciados e a execução consistente de diversos tipos de análise.

4.1.3 Unidades territoriais de integração dos dados

O tipo de unidade territorial em que a informação é obtida depende das variáveis ou temas a serem utilizados. No presente estudo, essas unidades são:

• limite político-administrativo municipal;

• distritos, subdistritos e vilas;

• áreas de abrangência dos fenômenos estudados, definidas em mapas temáticos;

• áreas de influência de determinadas feições (rios, lagoas e rodovias);

• setores censitários como a menor parcela do espaço socioeconômico analisado.

4.1.4 O território municipal

O território municipal foi escolhido como área de estudo porque é a unidade espacial de execução das ações oriundas de planejamento em que os efeitos das decisões, tomadas a qualquer nível de governo, se fazem sentir. É a porção concreta do território nacional onde se registram efetivamente os efeitos decorrentes da aplicação da legislação e do planejamento, bem como as conseqüências do crescimento desordenado.

Os limites do território municipal são estabelecidos oficialmente por lei estadual e definidos em conjunto com o IBGE. O Brasil está dividido em 5.563 municípios (Fonte: IBGE (2003), Malha Municipal de 2001), com características territoriais e populacionais as mais diversas.

A Constituição de 1988 delegou um maior grau de autonomia administrativa aos municípios, descentralizando o poder político e a arrecadação de recursos, num processo de valorização da dimensão local.

A gestão do território municipal envolve tanto questões de uso e ocupação do solo quanto de preservação ambiental, realizada geralmente através de políticas de zoneamento baseadas, na maioria das vezes, em avaliações superficiais. O planejamento municipal costuma ser voltado para as áreas urbanas de maior adensamento, sem considerar os recursos ambientais existentes no território como um todo, sejam naturais ou construídos. Tal política leva a uma divisão das ações entre as áreas urbanas e rurais, quase sempre com prejuízos à qualidade de vida da população. Tratar o município de forma integrada, com visão sinóptica, porém detalhável ao nível necessário para enfrentar os problemas detectados, significa incorporar a natureza do território ao planejamento (McHARG, 1992, apud VEIGA, 2002).

4.1.5 A escolha do município Macaé -RJ

Sede da base de apoio operacional da Petrobrás, o município vem passando, sobretudo, nos últimos dez anos, por profundas transformações sócio-espaciais que se revelam a partir de uma intensa expansão de infra-estrutura, além de um grande crescimento populacional e de PIB. Dentre os municípios beneficiados pelos royalties do petróleo na Bacia de Campos, Macaé pertence à zona de produção principal, sendo o segundo colocado em arrecadação (CIDE, 2006 apud FERNANDES, 2007).

Dispõe de uma variedade de ambientes que incluem serras, colinas costeiras, praias, restingas, manguezais, rios e lagoas, o que permite a identificação de situações ambientais peculiares. A expansão urbana acelerada nas últimas décadas mais as atividades desenvolvidas no território, tais como as relacionadas à agropecuária e mais recentemente de turismo, que vem causando modificações no meio ambiente, tornou Macaé uma área de estudo potencial.

Tais aspectos aliados às características de município de médio porte, mais a possibilidade de utilização de dados digitais existentes e disponíveis em escala conveniente, determinaram a escolha do município de Macaé como área de estudo da qualidade de vida e dos riscos ambientais, na presente tese.