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7.3 Aplicação dos riscos de distorção à taxonomia

7.3.2 Tribunal de Contas da União (TCU)

7.3.2.3 Avaliação de Riscos – Imobilizado

A análise do imobilizado também descreve os procedimentos indicados para os respectivos riscos da matriz.

VI- Grupo: Imobilizado – Existência

Afirmações Risco

Existência R1 Não contabilização da baixa de bens imóveis vendido ou doado Quadro 48: Recorte da Matriz de Riscos para Imobilizado – R1.

Fonte: elaboração própria.

I. Como a distorção pode afetar as demonstrações.

Trata-se da baixa de um ativo registrado no ativo da instituição. O contexto é de possibilidade de haver uma baixa (venda, perda ou alguma outra forma de desfazimento), mas que não houve a contabilização. Caso a contabilização da baixa não seja efetuada, o bem permanecerá inflando o ativo da instituição (supervalorização do ativo).

II. Como se dá a relação entre o risco e os testes, apontando as principais facetas para alocação à taxonomia.

O auditor menciona a Existência como Afirmação relacionada a esse risco, o que significa que o interesse em confirmar Aspectos Essenciais como Patrimônio ou Documento Suporte. Ao analisar a descrição do risco essa afirmação entra em contradição, pois, seguindo os aspectos conceituais de Patrimônio e Documento suporte fica evidente na descrição que o imóvel foi vendido (tem-se certeza de um fato gerador que ocorreu), assim como não há problema documental relacionado na descrição. Por outro lado, a descrição do risco indica que o auditor está interessado em um atributo no qual está vinculado ao conceito de Evidenciação, onde os aspectos para concretizar a informação contábil (gênero) atribuídos ao Reconhecimento e à Mensuração já foram satisfeitos. Mais especificamente, dentro da Evidenciação, essa descrição trata-se do Registro, da Apresentação e Divulgação.

Por sua vez, essa rota sugere a Inspeção e Reconciliação como procedimentos para conferir a documentação e identificar se realmente o risco persiste. Os procedimentos descritos pelo auditor para o R1 confirmam a posição traçada na taxonomia para Inspeção.

[...] conforme cálculo constante no papel de trabalho XX, e confirmar se todos foram cadastrados no SGPI/Web observando todas as características

necessárias à identificação dos imóveis, inclusive já segregando em

operacionais, não operacionais e reserva técnica.

[...] conforme cálculo constante no papel de trabalho XX, e comparar o

cadastro das contas contábeis se estão em conformidade com a

contabilização no Siafi.

[...] conforme cálculo constante no papel de trabalho XY, e confirmar se os

imóveis definidos como não-operacionais estão contabilizados no FRGPS e

os operacionais e reserva técnica estão contabilizados no INSS. (TCU, 2016, p. 1)

III. Qual sequência dentro da taxonomia o risco de distorção pode ser alocado.

Evidenciação  Registro  Apresentação/Divulgação  Inspeção/Reconciliação  Obtenção de Recursos  Valores Obtidos com Atividades Investimento

VII- Grupo: Imobilizado – Integridade

Extrato da Matriz de Riscos para Créditos de Receitas Previdenciárias

Afirmações Risco

Integridade R2 Imóveis do FRGPS contabilizados no INSS R3 Imóvel não contabilizado no Siafi

Quadro 49: Recorte da Matriz de Riscos para Imobilizado – R2 e R3. Fonte: elaboração própria.

I. Como a distorção pode afetar as demonstrações.

As descrições dos riscos demonstram a possibilidade de as demonstrações não conterem informações contábeis pela falta de efetuação do registro, mais especificamente a ausência de imóvel no ativo da instituição. O ativo da instituição, apesar de existir e ter um valor mensurado não está registrado adequadamente. Isso subestima o valor do ativo (ativo registrado é menor que o real).

II. Como se dá a relação entre o risco e os testes, apontando as principais facetas para alocação à taxonomia.

A Integridade tem o objetivo de verificar se todas as informações e contas que deveriam ser apresentadas foram realmente. O R2 corresponde a imóvel registrado em outra instituição vinculada à auditada e o R3 trata-se da ausência de contabilização de um imóvel que pertence ao FRGPS. Em ambas as situações os elementos do conteúdo apoiam a rota conceitual da taxonomia, indicando a Inspeção como procedimento pelo fato de examinar nos documentos ou ativo físico os elementos necessários para confirmar a contabilização. Os dados coletados no relatório correspondem a rota conceitual do modelo.

III. Qual sequência dentro da taxonomia o risco de distorção pode ser alocado.

Evidenciação  Registro  Apresentação/Divulgação  Inspeção  Obtenção de Recursos

 Valores Obtidos com Atividades Investimento

VIII- Grupo: Imobilizado – Avaliação

Extrato da Matriz de Riscos para Créditos de Receitas Previdenciárias

Afirmações Risco

Avaliação

R4 Imóveis subavaliados, com valores irrisórios

R5 Não contabilização depreciação de bens imóveis / Erro de cálculo da depreciação de exercícios anteriores

R6 Ausência de registro da reavaliação de bens imóveis, desconsideração de litígios

Quadro 50: Recorte da Matriz de Riscos para Imobilizado – R4 a R6. Fonte: elaboração própria.

I. Como a distorção pode afetar as demonstrações.

A permanência de valores irrisórios, ausência de registro da depreciação, seja por erro de cálculo do exercício ou de anos anteriores ou pela simples desconsideração de reavaliações ou litígios envolvendo determinado imóvel pode distorcer o ativo da instituição deixando-o com valor menor do que é realmente (subavaliado).

II. Como se dá a relação entre o risco e os testes, apontando as principais facetas para alocação à taxonomia.

O conceito de Avaliação se direciona a comprova se há registro fidedigno do valor evidenciado nas demonstrações. As descrições dos riscos R4, R5 e R6 possuem atributos que questionam a mensuração e valor dos imóveis na contabilidade para os riscos. São atributos correspondentes ao conceito de Mensuração, como Fase da Informação, e ao conceito de Valor, como Aspecto Essencial. Nessa trilha da taxonomia, os procedimentos indicados são Inspeção e Recálculo. O relatório apresenta procedimentos com a essência de Inspeção e análise dos cálculos de avaliação dos imóveis.

III. Qual sequência dentro da taxonomia o risco de distorção pode ser alocado.

Mensuração  Valor  Avaliação/Alocação  Inspeção/Recálculo  Obtenção/Utilização de Recursos  Valores Obtidos/Utilizados com Atividades Investimentos

Afirmações Risco Direitos/Obrigações

R7 Contabilização de imóvel não pertencente ao fundo R8 Imóveis sem documentação

R9 Imóveis litigiosos, sub judice, ocupados irregularmente Quadro 51: Recorte da Matriz de Riscos para Imobilizado – R7 a R9.

Fonte: elaboração própria.

I. Como a distorção pode afetar as demonstrações.

No caso R7, se houver a contabilização de um imóvel que não pertence ao fundo, haverá superavaliação do ativo (valor maior que o fidedigno à realidade). Caso o R8 ocorra, não há suporte documental que permita ao contador identificar valor, data ou outras descrições essenciais para o registro da informação contábil. Em se tratando do R9, imóveis litigiosos podem estar em posse de maneira irregular. Cabendo ao contador analisar o direito de posse e o controle do imóvel, duas características fundamentais para registrar o ativo. O que também pode gerar superavaliação, assim como R7 e R8.

II. Como se dá a relação entre o risco e os testes, apontando as principais facetas para alocação à taxonomia.

Nos três casos fica evidente as características abrangidas por Direitos/Obrigações (posse e controle do bem), como cita o auditor e que também é corroborada pela estrutura conceitual da taxonomia.

Figura 49: Trilha de Classificação dos Riscos R7 a R9 - Imobilizado. Fonte: elaboração própria.

Especificamente para o R8, a rota segue pelo Documento Suporte como Aspecto Essencial. Os demais possuem características para reconhecimento do Patrimônio. Contudo, ambos os caminhos sugerem a Inspeção. As descrições do auditor coincidem com a sugestão da taxonomia, entretanto o auditor ainda acrescenta a Confirmação externa com cartórios para averiguar.

Na ótica das relações conceituais da taxonomia, a Confirmação está ligada diretamente com a Existência/Ocorrência, pois trata-se de características para a existência do imóvel. Ao analisar o conteúdo da descrição do procedimento a seguir, relacionado ao R8, a primeira frase corresponde a Existência/Ocorrência, mais especificamente ao Documento Suporte (registro do imóvel) como Aspecto Essencial e, a segunda à Direitos/Obrigação, por conta da posse e controle.

Descrição do procedimento para o R8: Identificar quais imóveis não tem registro em cartório. Destes, solicitar processo de adjudicação compulsório junto à Procuradoria do INSS.

Nesse sentido, a redação traz um pouco de cada Afirmação. E, utilizando a estrutura da taxonomia é possível identificar que se trata de dois procedimentos distintos e sobre exatamente quais Afirmações estão conceitualmente relacionados. Isso faz parte do foco de precisão implícito na taxonomia. Assim, na estrutura da taxonomia o R8 deve figurar em Existência/Ocorrência após Documento Suporte.

III. Qual sequência dentro da taxonomia o risco de distorção pode ser alocado.

Quanto aos riscos R7 e R9:

Reconhecimento  Patrimônio/Documento Suporte  Direitos/Obrigações  Inspeção  Obtenção de Recursos  Valores Obtidos com Atividades Investimentos

Quanto aos riscos R8:

Reconhecimento  Documento Suporte  Existência/Ocorrência  Inspeção  Obtenção de Recursos  Valores Obtidos com Atividades Investimentos

X- Grupo: Imobilizado – Divulgação

Afirmações Risco

Divulgação

R10 Os imóveis controlados no sistema patrimonial interno não coincidirem com o imóveis registrados no Siafi (categoria: Integridade/Existência)

R11 Imóveis classificados em conta contábil incorreta

R12 Falta de transparência da informação/Política de Evidenciação Quadro 52: Recorte da Matriz de Riscos para Imobilizado – R10 a R12.

Fonte: elaboração própria.

I. Como a distorção pode afetar as demonstrações.

As descrições dos riscos, respectivamente, apresentam no R10 inconsistência para mais ou para menos nos saldos dos imóveis, no R11 registro efetuado com todos os elementos

de Reconhecimento e Mensuração, porém em conta contábil incorreta e, no R12 ausência de algum item necessário para completar a transparência regulamentada, podendo ser valor ou mesmo texto explanatório de alguma transação.

II. Como se dá a relação entre o risco e os testes, apontando as principais facetas para alocação à taxonomia.

O auditor menciona a inspeção em sua matriz de procedimentos, para examinar as notas explicativas e os detalhes exigidos para evidenciação das informações sobre imóveis. Esse mesmo teste é o indicado na rota da taxonomia, considerando os aspectos conceituais mencionados. A Reconciliação de informações também é indicada nesse caso, entretanto não identificada no conteúdo escrito pelo auditor.

III. Qual sequência dentro da taxonomia o risco de distorção pode ser alocado.

Evidenciação  Registro  Apresentação/Divulgação  Inspeção/Reconciliação  Obtenção/Utilização de Recursos  Valores Obtidos/Utilizados com Atividades Investimentos.