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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

No documento tese mestrado Neuza Coelho Nº4708 (páginas 138-142)

Relatório participação eventos científicos

LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

II: Documento técnica de resolução de problemas

2. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

O cuidar é a essência da disciplina de enfermagem e, implica a intervenção entre duas pessoas, a pessoa que cuida e a pessoa-alvo dos cuidados. Neste sentido, os cuidados de enfermagem são um processo interactivo entre uma pessoa que tem determinado tipo de necessidades de ajuda e outra que possui capacidades para a satisfação dessas mesmas necessidades. A intervenção de enfermagem é assim, um processo intencional, com base na interacção entre os intervenientes e que visa a resolução dos problemas identificados. (Chalifour, 2008; Lopes, 2006)

Na base destes cuidados está o processo de enfermagem o qual visa a sistematização dos mesmos, com vista não só a atribuir à enfermagem um cariz científico como também com o foco na resolução de problemas anteriormente referenciada. É um processo dinâmico e contínuo constituído por seis etapas: avaliação, diagnóstico, identificação dos resultados, planeamento, implementação e evolução (Townsend, 2011).

Na sua prática diária de cuidados de enfermagem, o enfermeiro levanta diagnósticos de enfermagem que norteiam a sua prestação de cuidados tendo em consideração as necessidades do cliente. Estas serão melhor conhecidas através da avaliação previamente efectuada pelo referido profissional de saúde ao cliente alvo dos seus cuidados. Do diagnóstico surgirão resultados esperados que levam ao planeamento de intervenções para a obtenção de determinados objectivos. Só depois é levada a cabo a implementação e consequente avaliação das intervenções. Neste sentido, para uma boa prática, é essencial o cumprimento das fases do processo de enfermagem motivo pelo qual o desenvolvimento do presente trabalho se reveste de particular importância. (Townsend, 2011)

A entrevista é um conceito particularmente importante no desempenho dos cuidados de enfermagem. Chalifour (2009, p.59) refere

“A entrevista é um tipo particular de interacções verbais e não-verbais formais entre um

determinados modos de fazer e estar em função da compreensão dos seus papéis, do contexto, das suas características, do assunto tratado, dos objectivos visados e do tempo que acordam para

este fim”.

Este tipo de permuta é influenciada por vários factores sejam eles inerentes ao cliente, ao profissional de saúde ou ao contexto onde decorre. Assim, o entrevistador tem de ter em consideração estes factores com o intuito de atingir os objectivos a que se propõe. Destacam-se aspectos como a escuta, o questionamento, o aprofundamento, a análise do comportamento e das palavras da pessoa, a interpretação do que é dito e observado, a clarificação e validação das nossas percepções e das da pessoa, a reflexão sobre o que se compreende, a identificação do problema e o emergir de soluções (Phaneuf, 2005).

Salienta-se ainda que, em psiquiatria, a entrevista deve também servir para

“avaliar o doente e propor-lhe meios susceptíveis de o ajudar a melhorar a sua condição” (Phaneuf, 2005, p.250).

A autora que tem vindo a ser referida, define vários tipos de entrevista consoante os objectivos delineados para a mesma e o local onde decorre. Neste trabalho, irei focar- me essencialmente nos dados obtidos pela realização de entrevistas de ajuda. Neste sentido, importa defini-la. Recorrendo a Phaneuf (2005, p.289)

“Trata-se de uma comunicação profissional para a qual a enfermeira estabelece um processo de

suporte para a pessoa cuidada ou para os seus próximos a fim de os ajudar a enfrentar as dificuldades inerentes à doença e ao seu tratamento ou às dificuldades existenciais que

prejudicam a sua adaptação à situação vivida. (…) visa ajudá-los a compreender esta situação e

aceitá-la com serenidade, a tornarem-se a carga e a tornarem-se autónomos, quando isso é possível ou a atravessarem os últimos momentos da vida com dignidade”.

Face ao exposto, salienta-se a importância do levantamento de diagnósticos que nos permitam levar a cabo as intervenções adequadas. Para este efeito, recorri à linguagem CIPE® β2 dando-se primazia aos fenómenos directamente relacionados com a saúde mental e Psiquiatria.

Foram levantados os focos: humor; tristeza, ansiedade, insónia, interacção social, abuso do álcool, coping e solidão. Foi com base nestes focos que se procedeu ao levantamento dos diagnósticos de enfermagem que de seguida apresento.

2.1. Diagnósticos de enfermagem

 Humor depressivo presente em grau moderado  Tristeza presente em grau moderado

 Ansiedade presente em grau elevado

 Autocontrolo ansiedade ineficaz em grau elevado  Insónia intermédia em grau moderado

 Interacção social diminuída em grau moderado  Coping ineficaz em grau elevado

 Consumo de álcool em grau moderado  Solidão presente em grau elevado

2.2. Planeamento de intervenções de enfermagem

Após o levantamento de diagnósticos de enfermagem, importa definir estratégias de intervenção com vista à obtenção de determinados resultados, visando o maior benefício para a pessoa alvo dos cuidados.

 Aplicar técnica de relação de ajuda em enfermagem  Aplicar técnica de escuta activa

 Aplicar técnica de disponibilizar presença  Aplicar técnica de resolução de problemas

 Aplicar sessões de relaxamento segundo Jacobson (adaptado) – intervenção em

grupo

 Apoiar a tomada de decisão

 Encorajar a participação em actividades sociais  Encorajar o desenvolvimento de inter-relações  Encorajar o uso de técnicas de relaxamento  Identificar história do consumo de álcool  Incentivar a socialização

 Informar sobre estratégias a adoptar para facilitar o sono  Informar sobre a dependência e o consumo de álcool

 Informar sobre a importância do sono

 Informar sobre problemática e suas consequências  Instruir a pessoa sobre autocontrolo

 Instruir o doente sobre sobre técnicas de relaxamento  Gerir medicação hipnótica em SOS

 Oferecer suporte emocional  Promover autocontrolo eficaz  Promover a interacção social

 Promover a participação em actividades de distracção (ouvir música, sair com

amigas, ir a bailes actividades destacadas pela Dª B. como sendo da sua preferência)

No documento tese mestrado Neuza Coelho Nº4708 (páginas 138-142)