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CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento tese mestrado Neuza Coelho Nº4708 (páginas 68-71)

Considero a enfermagem uma arte que exige devoção e rigor por parte dos enfermeiros. Acredito na essência da disciplina de enfermagem, nos pequenos-grandes gestos que tornam gratificante o meu dia-a-dia enquanto enfermeira, as conquistas dos

clientes de quem cuido que se tornam as “minhas” conquistas, que creio algumas vezes

derivarem dos cuidados que presto.

Foi isto que determinou o investimento que procurei fazer na minha formação na área de especialidade que me agrada particularmente e em que tenho privilégio de exercer funções, a saúde mental e psiquiátrica. Findo este caminho que me propus percorrer, estou satisfeita com o trabalho realizado, com as aprendizagens que me foi possível efectuar e com as competências que me foi permitido adquirir e desenvolver. Penso que os objectivos a que me propus foram atingidos quase na sua plenitude o que vem trazer um balanço positivo a este investimento pessoal e profissional.

Assim, atendendo à questão de partida dada a conhecer no início do relatório, “Qual o impacto de um projecto de intervenções de enfermagem (dinâmicas de grupo e

técnicas de relaxamento muscular progressivo segundo Jacobson) na gestão da ansiedade de um grupo de pessoas com doença mental?”, pode-se considerar que a

implementação do projecto de intervenção em enfermagem na ansiedade, que foi aplicado durante o período de estágio, teve impacto comprovado ao nível da diminuição dos níveis de ansiedade dos participantes. Prova disso são os resultados obtidos pela aplicação da STAIT que apresentei após análise estatística através do SPSS®.

No Relatório de Primavera de 2012 (OPSS, 2012) é feito o paralelo entre a situação sócio-económica actual no nosso país e o impacto desta na saúde. Um dos principais problemas mencionados tem a ver com a saúde mental particularmente com a questão da ansiedade que foi alvo de estudo do presente trabalho. Assim, perante toda esta conjectura é de todo pertinente que os profissionais de saúde procurem mobilizar vários conhecimentos com vista a uma melhor intervenção junto dos indivíduos aos quais é identificado o fenómeno ansiedade o que terá impacto ao nível da qualidade dos

cuidados prestados. Neste âmbito, a detecção precoce é muito importante devendo passar pela identificação dos indivíduos com ansiedade, através da aplicação de escalas de modo a resolver ou minimizar os problemas apresentados pelos indivíduos de modo tão breve quanto possível (OPSS, 2012; OE, 2001)

A aplicação das técnicas que mobilizei surge como uma forma de intervenção autónoma de enfermagem que também se torna pertinente no contexto acima referido uma vez que, implica poucos custos e, dados os benefícios comprovados em termos da diminuição da ansiedade, poderá ter impacto ao nível da taxa de internamentos dos indivíduos e, eventualmente uma diminuição do consumo de medicação ansiolítica (OE, 2001)

Tive particular interesse pelo estudo da temática da ansiedade, não só por ser algo que me interessa particularmente como pelo facto de ser um fenómeno bem actual e prevalecente na nossa sociedade. Pareceu-me pertinente o mobilizar de estratégias de intervenção a este nível para que as vivências das pessoas relativamente a este fenómeno sejam o mais saudáveis possível, evitando a experiência patológica. Isto se poderá reunir num grupo de intervenções autónomas de enfermagem particularmente no domínio das competências do EESMP daí a pertinência e importância da sua mobilização nos mais diversos contextos quer hospitalares quer comunitários. Claro que a implementação de projectos como o que aqui apresento implica que haja uma sensibilização das administrações dos serviços de saúde e também dos profissionais que, muitas vezes estão descontentes e, pura e simplesmente, não querem fazer mais alegando que não são recompensados. Será a qualidade dos cuidados que prestamos uma recompensa ou um dever daqueles que, como os enfermeiros, prestam um serviço à comunidade? Será que os clientes de enfermagem não deverão ter acesso a cuidados dignos e que visem o seu equilíbrio bio-psico-social?

Embora tente manter os pés assentes na terra, é-me impossível não acreditar num futuro promissor para a disciplina de Enfermagem e para o cuidar que lhe é inerente. Daí o desejo de que este relatório possa ser divulgado e, os resultados do mesmo possam ser partilhados por forma a que se acredite nos benefícios em termos de custo- eficácia deste tipo de intervenções. Isto para que, a longo prazo, seja possível a sua

implementação em vários serviços de saúde, com benefício para o maior número de clientes possível, com impacto ao nível da saúde e do bem-estar mental.

Para além disso, importa destacar que, a manutenção da saúde mental é uma meta considerada prioritária no Plano Nacional de Saúde Mental 2007 – 2016 (Ministério da Saúde, 2008) uma vez que os problemas de saúde mental são tidos por principais causas de incapacidade e morbilidade o que ainda trás maior importância para o estudo da temática apresentada. O enfermeiro deve assim intervir por forma a

“prevenir a doença e promover os processos de readaptação, procura-se a satisfação das

necessidades humanas fundamentais e a máxima independência na realização das

actividades da vida” (OE, 2001, p.9). Ainda de acordo com a mesma fonte (OE, 2001) é

de extrema relevância a realização de trabalhos de investigação como o presentemente apresentado sendo que, os resultados dos mesmos devem ser incorporados na prática de cuidados com vista à melhoria dos mesmos, o que dá enfase ao exposto.

No documento tese mestrado Neuza Coelho Nº4708 (páginas 68-71)