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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2. AVALIAÇÃO DO ALINHAMENTO DA ESTRATÉGIA LOGÍSTICA PARA

Neste tópico serão apontadas as 7 categorias, conforme detalhado no apêndice B do presente estudo.

4.2.1 Cronograma de distribuição das vacinas

Em relação, ao cronograma de distribuição das vacinas entre os três planos analisados, constatou-se que se trata de cronogramas distintos. O Plano Nacional é o responsável por organizar toda a distribuição das vacinas para todos os Estados do Brasil e a distribuição das vacinas ocorre após a liberação do SIES do Ministério da Saúde (aplicativo demandado pela Coordenação-Geral de Insumos Estratégicos), que estabelece o fluxo dos procedimentos e fornece dados necessários ao desenvolvimento de modo que, segundo o Plano supracitado, as vacinas chegam aos Estados em até cinco dias.

No que tange ao Plano Estadual do Rio Grande do Norte, para o estabelecimento do cronograma de distribuição das vacinas é necessário aguardar informações sobre os devidos registros na ANVISA dos agentes imunizantes, assim como a conclusão das estimativas populacionais pelo Ministério da Saúde, para que o cronograma/calendário de vacinação possa ser divulgado.

Observou-se que o Plano supramencionado não traz muitas informações sobre o cronograma de distribuição das vacinas, o que leva a crer que é totalmente dependente da distribuição do Plano Nacional, isto é, após o recebimento das vacinas é que o governo do Estado do RN estabelece um cronograma efetivo para os demais munícipios do Rio Grande do Norte.

Enquanto no Plano do Estado do Ceará a vacinação acontece em estratégia de campanha e a distribuição das doses tem caráter cronológico, organizado no decorrer dos meses, alternando semanalmente as vacinas de rotina e as vacinas destinadas aos grupos prioritários específicos das campanhas da Vacina COVID-19, por fases e etapas. No Estado do Ceará, o processo de distribuição de seringas de 3ml com agulha 25x7 utilizadas para a vacinação Covid-19 iniciou no dia 15 de janeiro de 2021. Ao total, foram distribuídas 1.175.118 unidades visando atender 100% da meta de vacinação dos grupos prioritários pertencentes a 1ª fase de vacinação, considerando primeira e segunda dose do esquema de vacinação. Dessa forma, constatou-se que apesar do Ceará necessitar das

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vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde, todavia, o seu plano de operacionalização, aborda as datas de início e números da distribuição da vacinação, bem como, detalhamento dos grupos prioritários que tomaram a vacina.

De acordo com os cronogramas apresentados pelos planos pesquisados, corrobora com Fernandes (2002), que aborda gestão da cadeia de suprimento para o serviço público que realiza a estrutura organizacional, sistemas, liderança e atitudes, métodos de gestão e estrutura física para fluxo de materiais, serviços e informações.

Os cronogramas de distribuição das vacinas adotados pelos planos analisados, especialmente do Governo Federal estão interligados para garantir o serviço de qualidade na distribuição das vacinas, conforme abordado por Estefano (1996), como forma de contribuir para que a comunidade usufrua dos serviços de forma ágil e distribuídos de forma que a população tenha acesso aos serviços com a qualidade necessária.

Dessa forma, o plano do Estado do Ceará dentre os três analisados no quesito de cronograma de distribuição das vacinas é o que apresenta mais informações sobre o assunto.

4.2.2 Esquema de vacinação

Na questão do esquema de vacinação, constatou-se que os três planos analisados apresentam a mesma informação, demonstrando alinhamento entre eles. O esquema está distribuído em 2 doses, contendo um intervalo de 14 dias para a vacina Coronavac (1 ou 2 doses), intervalos de 4 a 12 semanas, para Oxford/AstraZeneca e para a Pfizer um intervalo de 21 dias.

O Plano Nacional é o único que aponta as vacinas que serão distribuídas pelo País, pois é o responsável pela aquisição dos imunizantes e pelos critérios de distribuição entre os Estados da Federação.

O Plano do Estado do Rio Grande do Norte ressalta que o esquema vacinal é composto por duas doses assim se fazendo necessária as adequações de gerenciamento dos imunobiológicos para a garantia das duas doses do mesmo fabricante.

Por fim, no plano do Estado do Ceará é bem sucinta a abordagem do esquema de vacinação na qual aponta que será realizado em duas doses com intervalo de 12 semanas, sem apontamento do fabricante.

Em suma, o esquema de vacinação corrobora com Silva Filho (2004), que aborda da relevância no aprimoramento do processo administrativo e de estrutura organizacional.

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Nesse contexto, o esquema de vacinação parte do aprimoramento do processo administrativo e sobretudo, requer estrutura para que operacionalização ocorra da maneira eficiente.

4.2.3 Eixos prioritários

Observou-se que nos três planos pesquisados foram definidos 10 eixos prioritários, conforme Quadro 2:

Quadro 2: Eixos prioritários dos planos pesquisados.

Plano Nacional Plano do RN Plano do Ceará

1) Situação epidemiológica e definição da população-alvo para vacinação; 1) Situação Epidemiológica; 1) Situação Epidemiológica; 2) Vacinas COVID-19; 2) Atualização das

vacinas em estudo; 2) Atualização das vacinas em estudo; 3) Farmacovigilância; 3) Monitoramento e orçamento; 3) Monitoramento e orçamento;

4) Sistemas de Informações; 4) Operacionalização da campanha; 4) Operacionalização da campanha; 5) Operacionalização para vacinação; 5) Farmacovigilância; 5) Farmacovigilância; 6) Monitoramento, Supervisão e Avaliação; 6) Estudos de monitoramento e pós marketing; 6) Estudos de monitoramento e pós-marketing; 7) Orçamento para operacionalização da vacinação; 7) Sistema de informação; 7) Sistema de informação 8) Estudos pós-marketing; 8) Monitoramento,

supervisão e avaliação; 8) Monitoramento, supervisão e avaliação 9) Comunicação; 9) Comunicação; 9) Comunicação 10)Encerramento da campanha de vacinação 10) Encerramento da campanha. 10) Encerramento da campanha

Fonte: Dados da pesquisa, 2021.

De acordo com o Quadro 2, o primeiro eixo prioritário, bem como, o segundo, nono e décimo, são idênticos em sua descrição e função em todos os planos pesquisados. Enquanto, nos demais eixos prioritários apresentam o mesmo conteúdo, no entanto, em grau de prioridade distintos. Como no exemplo do plano nacional, no terceiro eixo é apresentado pela Farmacovigilância, porém tanto no plano do Estado do RN e do Plano do Ceará estão no quarto eixo, o que representa que o monitoramento dos possíveis eventos adversos pós-vacinação após o licenciamento da vacina.

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Em relação, ao quarto eixo prioritário do Governo Federal, trata-se do Sistemas de Informações, como medida de garantir a rastreabilidade das vacinas através de sistemas como o Data SUS, obtendo assim o registro nominal da população como forma de avaliar a cobertura vacinal e o acompanhamento de possíveis eventos adversos pós-vacinação, enquanto, para o Plano do RN e Plano do Ceará, aborda sobre a operacionalização da campanha.

Em suma, o Plano Nacional tem apresentado alinhamento com os planos Plano do RN e Plano do Ceará, em alguns aspectos, contudo o Plano do RN e o Plano do Ceará demonstram total alinhamento entre eles.

4.2.4 Orientações gerais para os serviços de saúde

No Plano Nacional, abordou-se de forma mais genérica as informações, como a questão de evitar a aglomeração de pessoas nos serviços de saúde. Além de determinar que os gestores e trabalhadores da saúde devem adotar medidas para redução do tempo médio de espera entre a realização do procedimento da vacinação e o registro do vacinado. Enquanto que, no Plano do Estado do RN, as orientações para os serviços de Saúde são tratadas de forma mais detalhada, como uma espécie de cartilhas para procedimentos a serem seguidos, como evitar aglomerações na sala de espera. Além de alertar acerca de estratégias e recomendação de distanciamento social: realizando marcações no piso para auxiliar na determinação do distanciamento a ser obedecido na sala ou posto de vacinação; adotar medidas para redução do tempo de espera e realização do procedimento; Implementar o acolhimento com classificação de fluxo de atendimento dos cidadãos que buscam a vacina a fim de estabelecer uma ordem dos grupos prioritários e de seguimento à vacinação e entre outras orientações.

No Plano do Estado do Ceará, ademais, recomenda-se realizar a administração das vacinas em áreas bem ventiladas e desinfetadas com frequência; garantir a disponibilidade de local para lavagem adequada ou desinfetantes para as mãos pelos usuários; limitar o número de familiares que acompanham a pessoa que será vacinada (1 acompanhante) entre outras orientações gerais a serem cumpridas para evitar maior propagação da COVID-19.

Portanto, apesar do Plano Nacional conter orientações mais sucintas, ainda assim, apresenta semelhanças com os demais planos estaduais analisados, motivo esse que o Governo Federal aborda as orientações de forma geral, deixando a cargos dos Estados

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traçar as estratégias, conforme cada localidade. Como observado, tanto no plano do RN, quanto no Plano do Estado do Ceará apresentam alinhamento e orientações a serem utilizadas nas unidades de Saúde.

4.2.5 Fluxos de armazenamento e distribuição de imunobiológicos e insumos

O plano Nacional apresenta informações de forma detalhada de como pretendia realizar o fluxo de armazenamento, no qual conta com Centro de Distribuição Logístico (CDL), localizado na cidade de Guarulhos - São Paulo. A área de refrigerados é destinada ao armazenamento, dentre outros, dos imunobiológicos, sendo que a entrega dos imunobiológicos são destinadas para as centrais estaduais de rede de frio das 27 UF. As câmaras serão operadas no sistema crossdocking, o que permite rapidez e flexibilidade no recebimento e distribuição das vacinas. A logística de distribuição para as UF é realizada nos modais aéreo e rodoviário, esse último contando com uma frota atual de 100 veículos com baús refrigerados que se encontram em processo de expansão para 150 veículos. Nesse contexto, corrobora Ballou (2006), onde aborda que a logística é um processo que inclui todas as atividades que são de suma importância para a disponibilização de bens e serviços ao consumidor, que nesse caso são as pessoas que serão vacinadas.

Enquanto no Plano do Rio Grande do Norte, o armazenamento dos imunobiológicos nas diversas unidades de rede de frio procedem com a avaliação da atual capacidade de armazenamento de imunobiológicos em sua rede de frio, considerando que as vacinas para Covid 19 serão doses adicionais aos pedidos de rotina. A logística de distribuição dos imunobiológicos no estado do Rio Grande do Norte segue o esquema já realizado para as vacinas da rotina do calendário nacional de imunização, de modo que compete à Central Estadual de Rede de Frio distribuir os imunobiológicos às Centrais Regionais, e compete aos municípios da região metropolitana (7ª Região de Saúde) a retirada direta na central. Uso de ferramenta que visa auxiliar os municípios e Estado quanto ao correto gerenciamento de estoque das remessas enviadas, de modo a garantir que haja disponibilidade de primeira e segunda dose de vacina do mesmo fabricante ao usuário.

Nessa perspectiva, corrobora com Bowersox e Closs (2004), que no setor público, o sistema logístico para atender a população através do uso dos serviços públicos, deverá ser concebido com os mesmos conceitos de administração, de tal forma que possa atender

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os conhecidos princípios de economicidade e qualidade no atendimento que deve ter toda a administração pública.

No Plano do Estado do Ceará, a instância estadual conta com uma Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos – CEADIM que realiza a distribuição mensal para as Centrais de Rede de Frio das 17 ADS e 5 SR, conforme cronograma de entrega através dos caminhões baú refrigerados. Os imunobiológicos são distribuídos mensalmente, nas duas primeiras semanas, as seringas/agulhas são distribuídas trimestralmente em quantitativos suficientes e igualitários ao número de doses de vacinas.

Em suma, a logística adotada pelo Governo Federal e pelos Estados do Rio Grande do Norte e do Ceará aborda o processo de gerenciamento estratégico de aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, conforme preceitua Christopher (2011).

Portanto, apresentou alinhamento entre os planos analisados, no que tange ao armazenamento, onde são armazenados em rede de Frio, conforme orientação do fabricante das vacinas e do Ministério da Saúde. Enquanto, a distribuição de imunobiológicos e insumos é particularidade de cada região, sendo atendido de forma gradual, para que todos os municípios sejam atendidos e toda população seja imunizada.

4.2.6 Rede de frio

Em relação, ao Plano Nacional, as centrais de rede de frio são organizadas por portes variados de I à III (Portaria n° 2.682/2013), de acordo com a população, que reflete a demanda de doses e, consequentemente, o volume de armazenamento das estruturas. A depender do porte da unidade de rede de frio são utilizadas câmaras frias de infraestrutura, ou câmaras refrigeradas para o armazenamento dos imunobiológicos.

O Plano do Estado do Rio Grande do Norte apresenta o Programa Estadual de Imunizações que atua com suas ações de vacinação nas 8 Regiões de Saúde do Estado, contando com uma Central Estadual de Rede de Frio localizada no município de Natal, e com suas Gerências de Imunização distribuídas pelas 6 Regionais de Saúde, constituindo assim seis Centrais Regionais de Rede de Frio vinculadas as Unidades Regionais de Saúde Pública (URSAP), localizadas nos municípios de: João Câmara, São José do Mipibu, Mossoró, Pau dos Ferros, Santa Cruz e Caicó.

Por fim, no Plano do Estado do Ceará aponta sobre como é realizado a rede de frio, sendo que após entrega dos imunobiológicos nas ADS, estas realizam a distribuição

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para as Centrais de Rede de Frio Municipais dos 184 municípios de abrangência e 2.638 salas de vacinas ativas no Estado do Ceará.

Em suma, é bem verdade, que o Governo Federal conta com uma estrutura mais equipada até porque o atendimento para distribuição de vacinas é vultuoso, o que resulta em uma estrutura eficiente para o armazenamento dos imunobiológicos e insumos. Cabe destacar, que no Plano do RN e do Ceará apresenta estrutura para atendimento das suas respectivas populações, isto é, tendo semelhanças nos seus planos.

4.2.7 Orientações quanto a realização da campanha de vacinação e a pandemia da COVID 19

No Plano Nacional, a campanha de combate ao coronavírus tem como objetivo: informar, educar, orientar, mobilizar, prevenir ou alertar a população brasileira, gerando consenso popular positivo em relação da importância da vacinação. A elaboração da campanha publicitária seguirá um planejamento de acordo com a evolução de cada etapa da vacinação. Começando com mensagens de antecipação e preparação, passando em seguida para a próxima fase de informação à população com clareza: como, quando, onde e para quem será a primeira etapa e demais etapas, baseando-se no uso da ferramenta 5W2H.

No Plano Estadual do RN busca-se o planejamento de ações que favoreçam a vacinação, de modo que informes técnicos serão divulgados, bem como reuniões com as referidas gestões municipais serão convocadas para melhor desenho do formato da vacinação nos municípios de acordo com os recursos disponíveis e porte populacional. Além de orientações para os postos de vacinação e orientações para adoção de estratégias de comunicação.

Por sua vez, no Plano do Estado do Ceará não foram localizadas orientações quanto a realização da campanha de vacinação e a pandemia da COVID 19, portanto, critério não adotado. Não sendo possível realizar comparativo com o Plano Nacional e o do Estado do RN.

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