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2. Material e Métodos

2.6. Avaliação do comportamento das espécies P menziesii e C sativa

Na avaliação do crescimento e mortalidade das espécies, foi observado o estado das plantas e realizadas medições da altura total da parte aérea (h) (com fita metálica) e diâmetro do caule ao nível do solo (d) (com craveira digital) de todas as plantas, imediatamente após a plantação e aos 12, 24, 27, 30, 36, 39 e 42 meses, correspondendo a quatro estações de crescimento. Na terceira e na quarta estações de crescimento, foram avaliados os crescimentos de Primavera (27 e 39 meses) e os crescimentos de Verão (30 e 42 meses) em dois anos consecutivos. Contabilizou-se a mortalidade das espécies utilizadas antes do período estival (ape – Maio) e depois do período estival (dpe – Setembro), por contagem das plantas mortas, no ano da plantação (2002), nos anos das retanchas (2003 e 2004) e no ano 2005. Como complemento a estas medições foram efectuadas observações de sistemas radicais de plantas que morreram durante o período estival. Na avaliação dos parâmetros de crescimento nos anos 2003, 2004 e 2005, foram excluídos os tratamentos SMPC e RCAV devido à falta de árvores, resultante da elevada mortalidade aí registada no ano da plantação e nos anos das retanchas.

Para cada um dos tratamentos foram determinados o acréscimo anual e o acréscimo corrente (acréscimo periódico médio) em altura (AAh, ACh, respectivamente) e diâmetro (AAd, ACd, respectivamente) e a razão altura/diâmetro do caule ao nível do solo das plantas no ano da plantação (h/d).

Na determinação do acréscimo anual (AA) e do acréscimo corrente (AC) das variáveis altura (h) e diâmetro (d) utilizaram-se, respectivamente, as expressões (1) e (2):

AA = Xm+1 – Xm (1)

m – ano

AC = (Xm+n – Xm)/n (2)

n – número de anos

2.6.2. Potencial hídrico foliar no período estival

Com recurso à câmara de pressão de Scholander et al. (1965), efectuou-se a medição do potencial hídrico foliar em plantas de Castanea sativa, nos tratamentos SMPC, RCAV, SRVC, RLVC, RCVC e RCLC. As medições foram efectuadas antes do nascer do sol

(potencial hídrico foliar de base), nas cinco melhores árvores por tratamento e em duas folhas por árvore, nos anos 2003, 2004 e 2005. No ano 2003 as medições foram realizadas mensalmente durante o período estival (Junho a Setembro). No ano 2004 só foi possível medir em Julho e Agosto devido a ter ocorrido uma avaria na câmara de pressão, sem possibilidade da sua reparação em tempo útil. No ano 2005 as medições foram efectuadas de madrugada e às 12 horas (potencial mínimo diário), com medições realizadas apenas em Setembro, devido à falta de recursos humanos qualificados. Nos dias em que se efectuou a determinação dos potenciais hídricos foliares, também foi determinado o teor de humidade do solo.

O potencial hídrico foliar de madrugada permite obter uma estimativa do potencial hídrico do solo na interface com as raízes devido ao equilíbrio existente, ao fim da noite, entre os dois potenciais, na proximidade das raízes (Améglio et al., 1999; David et al., 2005). O potencial hídrico foliar às 12 h corresponde à força motriz do fluxo de água entre o solo e as folhas (David et al., 2005). Não foram realizadas medições na espécie Pseudotsuga menziesii por falta de equipamento apropriado.

2.6.3. Sistemas radicais

Em Fevereiro de 2003 e 2004, foram realizadas observações de sistemas radicais de plantas que morreram durante o período estival nos tratamentos de mobilização ligeira do solo (SMPC, RCAV), para melhor compreender a elevada mortalidade aí registada. Em Maio/Junho de 2003 e 2004 foram realizadas observações dos sistemas radicais de plantas sobreviventes, com 14 e 26 meses de idade, sem e com destruição das plantas, respectivamente.

Aos 14 meses foram observadas 4 plantas por tratamento em cada bloco, duas de PM e duas de CS, nos tratamentos SRVC, RLVC, RCVC e RCLC (dado que nos restantes, ou não havia plantas ou estavam em mau estado vegetativo) num total de 48 plantas observadas (24 PM e 24 CS), aleatoriamente seleccionadas, com a restrição de não existirem falhas à volta da árvore a observar. Para esse efeito, foram feitos dois cortes no terreno junto às árvores, um paralelo e outro perpendicular à linha de plantação, com 80 cm de largura, 50 a 80 cm de profundidade e 1 cm de distância à árvore. Nestes cortes foi colocada uma grelha de 50 × 50 cm, com malha de 2 × 2 cm (Figura 2.16 A) e quantificados: número, comprimento, classes de profundidade e diâmetro das raízes, camada de solo com maior densidade de raízes e volume de solo explorado pelas raízes.

Para estimar o volume do solo explorado pelas raízes considerou-se como figura geométrica de referência o cilindro. Cada corte foi dividido em cilindros de 10 cm de altura e diâmetro variável de acordo com a crescimento lateral das raízes. O volume final por corte resultou do somatório dos volumes individuais dos cilindros.

Aos 26 meses foram observadas árvores nos tratamentos RLVC e RCLC, com mobilização do solo intermédia e intensiva, respectivamente (nos tratamentos com mobilização do solo pouco intensiva, não existiam plantas ou estavam em mau estado vegetativo), nos blocos I e II (as características do bloco III são intermédias a estes dois). Os tratamentos e blocos seleccionados, de algum modo, são representativos do ensaio experimental, e dada a morosidade do trabalho, a escassa mão de obra, os dados das observações do ano anterior e a pouca informação que acrescentaria, aparentemente não se justificavam mais observações.

Figura 2.16 – Observação de sistemas radicais em plantas com 14 meses de idade (A). Observação e colheita dos sistemas radicais em plantas com 26 meses de idade (B e C). Aspecto, frequentemente observado, da parte terminal de uma raiz (C).

B A

Foram observadas 4 árvores por tratamento em cada bloco (2 PM e 2 CS), num total de 16 árvores, seleccionadas de acordo com a altura média das árvores de cada espécie na parcela, com a restrição de não existirem falhas à volta da árvore a observar, de modo a que o espaço disponível para o crescimento das raízes fosse comparável. Para exposição do sistema radical procedeu-se, cuidadosamente, à abertura manual de trincheiras (Figura 2.16 B, C, D), sendo todas as raízes seguidas até à extremidade, colhidas e quantificadas as variáveis anteriormente referidas. Foi ainda quantificada a biomassa radical por classe de diâmetro, expressa em gramas de matéria seca por metro quadrado de terreno (g m-2).

O estudo decorreu na Primavera (Maio/Junho, 2003 e 2004), período do ano que corresponde à máxima produção de raízes para a maioria das espécies (Persson, 1978 cit.

Curtet al., 2001). As raízes foram contabilizadas em intervalos de 10 cm, do topo para o

fundo da trincheira, e agrupadas em quatro classes de diâmetro: <2 mm (finas), 2-5 mm (pouco finas), 5-10 mm (médias) e 10-20 mm (grossas) (Bohm, 1979). No campo, a distinção entre as raízes das espécies florestais (PM e CS) e as raízes de espécies adventícias foi muito fácil de realizar, com base em características morfológicas e físicas como a cor e a flexibilidade.