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AVALIAÇÃO DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

No documento Ensino Virtual (páginas 64-69)

Os conceitos de avaliação se modificaram historicamente, acompanhando as teorias educacionais. Porém, os conceitos de avaliação aqui apresentados nortearam o desenvolvimento deste trabalho, como se segue.

A avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação dos resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados, e formulação de um juízo de valor (SARUBBI, 1986).

A avaliação é um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pela qual pode ser determinada, etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudanças devem ser feitas para garantir sua efetividade (KRAEMER, 2005). Este conceito é de acordo com o que foi preconizado para a elaboração educacional do ensino virtual para enfermeiros no Moodle®.

Em linhas gerais, se pode dizer que avaliar é um processo relacionado a "mapear" e a diagnosticar como está acontecendo a aprendizagem: quais as dificuldades, quais os obstáculos, quais os avanços, que aspectos precisam ser aperfeiçoados e se os objetivos estão sendo alcançados; assim a avaliação fornece dados e informações para que o professor programe intervenções pedagógicas (SOARES; RIBEIRO, 2001).

Neste processo de avaliar se entende que todas as pessoas estão envolvidas e podem fazer uma avaliação em cima de critérios pré-

estabelecidos. Porém o tutor-professor absorve algumas responsabilidades que requerem aperfeiçoamento, pois é de responsabilidade do tutor-professor organizar as tarefas de ensino e aprendizagem; ele deve ter domínio dos conhecimentos trabalhados, criar situações de aprendizagem, construir diálogos significativos e realizar atividades de avaliações que busquem a reflexão e a autonomia (GUSSO, 2012).

Para compreendermos o processo de avaliação da aprendizagem em EAD, precisamos, primeiramente, ter clareza dos princípios que fundamentam a proposta para essa modalidade. A escolha da abordagem do ensino e da avaliação deve estar de acordo com o modelo de tutoria que está sendo adotado e, dessa forma, a avaliação pode ser considerada um momento privilegiado de estudo, processo de redefinição do ensino- aprendizagem, juízo de valor sobre o uso funcional dos conhecimentos disciplinares e uma maneira de verificar se houve aprendizado (GUSSO, 2012). Então, a avaliação é uma tarefa complexa que não se resume à realização de provas e atribuições de notas (BARBOSA, 2008).

Avaliação diagnóstica

Entende-se a avaliação diagnóstica como a avaliação inicial, que proporciona informações acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem (MIRAS; SOLÉ, 1996), como também uma avaliação que pretende averiguar a posição do aluno face a novas aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver situações presentes (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1983).

Avaliação formativa

Como função formativa entende-se a avaliação que permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas (HAYDT, 1995). Este tipo de avaliação representa o principal meio pelo qual o estudante passa a conhecer seus erros e acertos, assim, fornecendo maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos. É neste tipo de avaliação que são utilizados os mecanismos de feedback, que permitem que o professor detecte e identifique deficiências na

forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo (BLOOM; HASTINGS; MADAUS, 1983).

A avaliação formativa acontece de maneira contínua, ao longo da etapa de aprendizagem do aluno. Podemos utilizar diferentes instrumentos de avaliação e desenvolver diferentes habilidades, pois estamos diante de alunos com características diferentes e que aprendem também de maneiras específicas. Diversificar a avaliação ajudará no desenvolvimento de habilidades e inteligências. Na educação a distância, a avaliação do estudante deverá ser realizada de acordo com os conteúdos trabalhados no módulo, porém não deixa de ser um momento de grande carga emocional. Os modelos de avaliação que podem ser utilizados em ensino a distância são muitos, porém há alguns destaques sobre: repostas curtas e respostas discursivas como modelos que estimulam mais o aprendizado, além do instrumento de feedback. Avaliação somativa

Como função somativa tem-se o objetivo de determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de credibilidade da aprendizagem realizada, e tem o propósito de classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de aproveitamento (MIRAS; SOLÉ, 1996). Nesta avaliação somativa é onde se dá juízo de valor ao progresso realizado pelo aluno no final de uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações do tipo formativas e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino (MENDES, 2002).

A avaliação da aprendizagem na educação online

A educação a distância online tem como especificidade o fato de utilizar tecnologias que oferecem diversas formas de interação, seja com conteúdos informativos, seja através da interação entre os sujeitos.

Para o ambiente virtual de aprendizagem, a Internet oferece diferentes ferramentas de comunicação, como fóruns, salas de bate- papo, mensageiros instantâneos, blogs, listas de discussão, além de tantas outras interfaces que possibilitam o diálogo, o debate e a negociação (PRIMO, 2006) e viabiliza, assim, um efetivo acompanhamento do processo de aprendizagem.

Entretanto, observa-se que a avaliação da aprendizagem na modalidade a distância é um tema polêmico, constantemente evocado nos debates educacionais, sobretudo, em se tratando das concepções e modelos de avaliação que possam ser mais adequados ao contexto educacional online, assim como à utilização da metodologia pedagógica que esses ambientes virtuais de aprendizagem oferecem, a partir de suas interfaces (KRAEMER, 2005).

Se considera que os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) caracterizam-se, tanto quanto a sala de aula presencial, pelo oferecimento de numerosas possibilidades colaborativas e interativas, baseadas na multiplicidade de fontes de dados, informações e recursos disponíveis que podem ser utilizados de diversas formas, através de momentos síncronos e assíncronos, o que pode contribuir para que seja viabilizada uma avaliação formativa, mediadora e dialógica (OLIVEIRA, 2011).

Em cursos online o modelo predominante está associado ao aspecto somativo da avaliação, através de instrumentos de verificação, cuja função é atribuir uma nota. As próprias determinações oficiais impõem a existência de momentos presenciais, com provas isoladas e descontextualizadas dos demais momentos de ensino e de aprendizagem (OLIVEIRA, 2011). Observa-se que o aspecto somativo é o que ainda predomina nos cursos online.

A questão do uso das ferramentas para avaliação oferecidas pelo AVA, no qual há possibilidade de controle da participação do aluno e da assiduidade na entrega das tarefas, pode ser útil para a avaliação da aprendizagem, mas não é suficiente para o professor identificar os avanços e dificuldades dos alunos em termos de aprendizagem dos assuntos (SANTOS, 2006).

Percebe-se então a imprescindível mediação do professor para avaliação das atividades online para que o processo avaliativo ocorra na perspectiva formativa, processual e reguladora das aprendizagens (KRAEMER, 2005).

Sabe-se que a pesquisa consiste em uma investigação sistemática que usa métodos ordenados para responder perguntas e solucionar problemas, tendo como objetivo final desenvolver, refinar e expandir um corpo de conhecimentos (POLIT, 2011).

No documento Ensino Virtual (páginas 64-69)