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Capítulo 3 Apresentação e discussão dos resultados

3.3 A avaliação do Caderno do Professor do 3.º bimestre da 7.ª série

3.3.2 A avaliação dos alunos

Nesta seção, apresento a avaliação feita pelos alunos sobre o material do Caderno do Professor do 3.º bimestre (SÃO PAULO, 2008d), considerando as respostas à questão 10 do questionário 4 e às questões 1, 6 e 7 do questionário 5.

Ao ser solicitada uma avaliação sobre o material didático como um todo (questão 10 do questionário 4), 7 alunos avaliaram-no como bom e 2, como regular, conforme excertos abaixo:

Aline: Bom. Pois aprendemos mais inglês a cada dia que passa. Daniela: Bom.

Edson : Bom. Porque eu estou entendendo. Maria : Bom.

Mathias: Bom. fica bem mais organizado.

Norma: Bom. Porque consegui entender e aprender todo o conteúdo. Tatiana: Bom. Pois aprendemos mais inglês a cada dia que passa.

Bruna: Regular. Porque, apesar de aprendermos, aprendemos muito pouco só vocabulário Queria falar mais e ter mais exercícios com gramática.

Décio: Regular. É bom porque tem sempre alguém para ajudar, mas se não tiver não sei se ia conseguir fazer as atividades.

Parece que o material foi avaliado como bom, visto que os alunos usaram as expressões “aprender”, “entender” e “ser organizado” para justificar sua opinião a

respeito dele. Isso se relaciona com o que mencionamos na seção anterior sobre os objetivos do Caderno serem alcançáveis.

Para Bruna e Décio, o material usado é regular. Bruna registra a necessidade de mais exercícios gramaticais e de falar mais. Isso vai ao encontro da avaliação feita do Caderno, na qual apontei a necessidade de atividades extras para o conteúdo sistêmico, dado que o material foi elaborado para um público-alvo generalizado de 7.ª série do Ensino Fundamental II e que previa um conhecimento linguístico que os alunos dessa turma não tinham. Os próprios alunos não percebem essa necessidade, pois indicaram, na questão 6 do questionário 5, que não acrescentariam ou tirariam alguma atividade. Apenas Bruna respondeu que acrescentaria atividades, mas relacionadas à pronúncia e conversação (questões 6 e 7), conforme trecho abaixo:

Bruna: Eu acrescentaria um pouco mais de conversação, pois a pronuncia não está muito boa.(pelo menos minha)

Na entrevista, porém, todos os alunos mencionam que um material extra com algumas atividades seria útil, principalmente com relação ao uso dos pronomes indefinidos e ao verbo modal should.

Na entrevista também o “falar mais” mencionado por Bruna foi explicado como aulas que ensinam a pronúncia correta das palavras. De fato, como já analisei, o material não traz atividades de produção oral. Para Décio, o que o incomoda é não saber se conseguiria realizar as atividades sem o auxílio de alguém. Nesse sentido, a meu ver, o material seria beneficiado pela variação entre atividades em duplas ou grupos e individuais.

Além disso, os alunos apontam outros aspectos na entrevista:

Aline: O material é bom. Aconselho para aprender inglês porque ele dá vontade de aprender, é fácil de entender, com a ajuda da explicação da professora você reconhece o vocabulário e não dá vontade de desistir.

Decio: Gostaria que continuasse com um pouco mais de exercícios de gramática. A gramática é mais importante porque não é só o entendimento do assunto ou só fala eu sei come tal coisa, tem que saber falar e escrever direito.

Edson: O material é regular porque teve muita coisa absurda. Teve muito texto e pouca explicação no vocabulário nos outros bimestre o que dificulta bastante. Este bimestre foi mais legal, teve mais ilustração, mais palavras. Isso motiva. Nos outros bimestres tinha muito texto, era sonso, não tinha desenho, pouca palavra tinha tradução. Esse aqui dá vontade de aprender. Você olha e sabe o que é. Você

pensa, assim, olha fish é peixe então dá vontade de aprender. Os outros você olhava um monte de texto e dava um desanimo só.

Norma: Aprendi com o material. O conhecimento de inglês aumentou conhecendo como falar outros alimentos, ler a tabela nutricional, as quantidades em inglês, etc. Precisa algumas atividades como colocar os alimentos numa mesa e separá-los. Parece que o material foi um elemento de motivação extrínseca para os alunos: “dá vontade de aprender”, “não dá vontade de desistir”, “Isso motiva”. Pelas respostas aos questionários e pela entrevista, o fato de os alunos terem em mãos um material impresso próprio parece ter sido um aspecto importante, valorizado por eles.

Para os alunos, o material foi um elemento facilitador, na medida em que ele se apresentava organizado, articulando figuras e texto. O aspecto visual foi mencionado em vários dos questionários e momentos das entrevistas. É perceptível que os alunos se apoiam nas ilustrações já que não têm as palavras traduzidas (ou “reconhecidas”, como um dos alunos falou), ou seja, as ilustrações substituem as traduções, e, com isso, os alunos se sentem mais seguros. Isso mostra que o uso de imagens pode ser uma ferramenta e uma motivação para a aprendizagem dos alunos, conforme já mencionado. Entretanto, lembro que na minha percepção e análise, as imagens usadas no material poderiam ser melhores, não necessitando tanto da minha intervenção, como registrei na seção anterior.

Além disso, a progressão de conteúdos trabalhada no Caderno do Professor do 3.º bimestre (SÃO PAULO, 2008 d) parece ter sido reconhecida como positiva pelos alunos em relação ao trabalho realizado nos outros bimestres com os respectivos Cadernos. Nesses bimestres, os Cadernos traziam, segundo Edson, um trabalho com textos que não motivava a aprendizagem e o interesse, conforme trecho abaixo:

Edson: O material é regular porque teve muita coisa absurda. Teve muito texto e pouca explicação no vocabulário nos outros bimestre o que dificulta bastante. Este bimestre foi mais legal, teve mais ilustração, mais palavras. Isso motiva. Nos outros bimestres tinha muito texto, era sonso, não tinha desenho, pouca palavra tinha tradução. Esse aqui dá vontade de aprender. Você olha e sabe o que é. Você pensa, assim, olha fish é peixe então dá vontade de aprender. Os outros você olhava um monte de texto e dava um desanimo só.

Esse trecho parece mostrar a necessidade de se elaborarem atividades que atendam aos desejos e necessidades dos alunos, considerando seu engajamento discursivo e afetivo (HUTCHINSON E WATERS, 1987; GRAVES, 2000; TOMLINSON, 2003; RAMOS, 2009).

Com relação ao material contido no Caderno do Professor (SÃO PAULO, 2008 d), foi solicitado (questão 1 do questionário 5) que os alunos comparassem as atividades desse material com as propostas didáticas utilizadas durante o ano anterior (2007)9

Aline: Legal estou gostando, pois não ficando mudando de professoras por isso aprendi mais.

. Como respostas, obtive:

Bruna: Mais fácil do que ano passado.

Daniela: Esse está bem melhor o ano passado não aprendi quase nada. Décio: É mais fácil, entendo melhor.

Edson: Bem melhor, pois ano passado só fazíamos caça palavra, vocabulário e chamada oral. Mas nesse ano aprendemos várias coisas novas.

Maria: Bem legal, pois desse jeito, o professor tem como ajudar mais o aluno e entender qual é a dificuldade.

Mathias: Bem melhor, pois fica bem mais organizada.

Norma: Muito bom, pois está bem mais diversificado, no ano passado falávamos quase sempre do mesmo assunto, o que deixava a aprendizagem chata!

Tatiana: Achei muito melhor porque ano passado aprendi nada e esse ano sim.

A comparação é positiva, pois os alunos perceberam que aprenderam e conseguem inclusive identificar as diferenças existentes. Usaram os adjetivos ou expressões adjetivas, “legal”, “fácil”, “bem melhor”, “mais organizado”, “muito bom”, “muito melhor”, para caracterizar sua comparação, mostrando que avaliaram positivamente o material.