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A Metodologia de Projeto apresenta como característica, o facto de o processo de avaliação ser contínuo, permitindo uma retroação com o intuito de facilitar a redefinição da análise de situação, a reelaboração dos objetivos, ação e seleção de meios e análise dos resultados, pois “a avaliação deve fornecer os elementos necessários para intervir no sentido de melhorar a coerência (relação entre o projecto e o problema), a eficiência (gestão dos recursos e meios atendendo aos objectivos) e a eficácia (relação entre a acção e os resultados) (Carvalho et al., 2001 citados por Ferrito, Nunes & Ruivo, 2010, p.24).

Para realizar a avaliação posteriormente explanada, primeiramente procedeu-se à análise de diversos fatores retirados das respostas aos questionários efetuados na fase de diagnóstico de situação, interligando estes dados com a experiência profissional da população-alvo – os Enfermeiros, bem como a análise e avaliação das sessões de formação. Os dados que serão apresentados posteriormente foram processados utilizando o software informático Excel e utilizando a análise descritiva. Esta fase é designada por avaliação intermédia ou depuração, que é desenvolvida em simultâneo com a fase de execução do projeto, e que é “um momento de pausa e de reflexão sobre o percurso desenvolvido até ao momento” (Castro et al., 1993 citados por Ferrito, Nunes & Ruivo, 2010, p.25).

Análise global dos questionários…

Da análise global dos questionários, aplicados nos diversos contextos de estágio, que apresentava como objetivo analisar os conhecimentos dos Enfermeiros relativamente à temática da alimentação vegetariana foi possível verificar que mais de metade dos Enfermeiros, nomeadamente 52,5% (n=31) já lidou com crianças/pais que pretendiam ou adotaram um regime alimentar vegetariano. Por esse motivo, verificou-se também que a maioria dos Enfermeiros possui conhecimentos básicos acerca da alimentação vegetariana. No entanto, por ser uma temática bastante atual e em constante desenvolvimento foi também possível verificar que 96,6% dos Enfermeiros (n=57) considera que os conhecimentos que possui não lhe permitem realizar ensinos de qualidade às crianças/pais/cuidadores/comunidade escolar.

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Relacionando a temática com a experiência profissional dos enfermeiros verificou-se que 72,8% (n=43) dos Enfermeiros são especialista em ESIP, pelo que se traduz numa “ (…) prestação de cuidados de nível avançado (…) “, visto que pela sua visão holística perante o binómio criança-família se encontram mais predispostos para a importância da temática e da atuação do enfermeiro perante esta, pois as áreas de atuação do EEESIP centram-se na:

“ (…) avaliação e promoção do crescimento e desenvolvimento da criança e do jovem, com orientação antecipatória às famílias para a maximização do potencial de desenvolvimento infantil; a gestão do bem-estar da criança; a deteção precoce e encaminhamento de situações que possam afetar negativamente a vida ou qualidade de vida, (…) e a sua progressiva responsabilização pelas escolhas relativas à saúde” (Ordem dos Enfermeiros, 2018, p.19192).

Relativamente ao tempo de experiência profissional, verificou-se que 54,2% dos Enfermeiros (n=32) se encontram a exercer funções na área de Pediatria ou relacionado com esta, no caso da USF, há mais de 5 anos. De acordo com os estadios de aquisição de competências definidos por Benner, esta amostra encontra-se relacionada com o estadio nº 5: perito. Nesta fase, o Enfermeiro “tem uma enorme experiência, compreende de maneira intuitiva cada situação e apreende diretamente o problema sem se perder num largo leque de soluções e disgnósticos estéreis” (Benner, 2001, p.58).

Desta forma, com a elaboração desta análise global, foi possível concluir que os conhecimentos dos Enfermeiros perante a temática da alimentação vegetariana e a sua visão perante o papel ativo do Enfermeiro perante a criança/família, parece estar relacionado, embora não diretamente, com o tempo e experiência profissional.

Análise global das sessões de formação…

De modo a poder-se realizar uma avaliação das sessões de formação realizadas, procedeu-se à construção de um instrumento de avaliação com o intuito de percecionar o impacto da mesma nas equipas de Enfermagem. A análise pormenorizada deste instrumento de acordo com cada serviço encontra-se no Apêndice 16.

De um modo geral, a adesão dos Enfermeiros às sessões de formação foi bastante elevada. Na USF estiveram presentes as 5 Enfermeiras que constituem a unidade. No SUP

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que integra a ARS de Lisboa e Vale do Tejo estiveram presentes os 8 elementos presentes no serviço aquando do momento da passagem de turno. No Departamento de Pediatria integrado na ARS Alentejo, mais particularmente no Serviço de Internamento, estiveram presentes os 15 Enfermeiros pertencentes ao serviço. Deste modo, pode concluir-se que a taxa de adesão às diversas sessões de formação foi de 100%.

Relativamente ao primeiro ponto do instrumento de avaliação – avaliação global – 100% dos Enfermeiros da USF, 87,5% dos Enfermeiros do SUP integrante na ARS Lisboa e Vale do Tejo e 100% dos Enfermeiros do Departamento de Pediatria – Serviço de Internamento integrante na ARS Alentejo, consideraram que as sessões de formação foram totalmente adequadas.

Relacionado com a transmissão de informações e aquisição de conhecimentos, – conteúdos – nomeadamente na pergunta 4: “o nível de conhecimentos adquiridos” os Enfermeiros indicaram que com as sessões de formação o seu nível de conhecimentos aumentou. Os dados serão apresentados no gráfico seguinte:

Gráfico 10- Nível de conhecimento dos Enfermeiros após realização das sessões de

formação

Fonte: Própria elaboração – Instrumento de avaliação das sessões de formação

No ponto C – desempenho da formadora – as 5 Enfermeiras da USF bem como as 15 Enfermeiras do Departamento de Pediatria, especificamente do Serviço de Internamento da Pediatria consideraram, de um modo geral, que o desempenho foi totalmente adequado. Por sua vez, os 8 Enfermeiros do SUP integrante da ARS Lisboa e Vale do Tejo consideraram

0% 0% 14% 86% Gráfico 9 Nada Pouco Satisfatória Totalmente Gráfico 10

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algumas questões entre o item adequado e totalmente adequado, que serão explícitos através da análise do gráfico seguinte:

Gráfico 11- Resposta dos Enfermeiros do SUP integrante da ARS Lisboa e Vale do Tejo ao ponto C

do Instrumento de Avaliação da Sessão de Formação

Fonte: Própria elaboração – Instrumento de avaliação das sessões de formação

- Apesar de as respostas terem variado entre os diversos serviços onde se realizou as sessões de formação, de um modo geral e estatisticamente o desempenho da formadora foi considerado totalmente adequado.

O último ponto de questões deste instrumento prende-se com a organização. De acordo com o gráfico seguinte, de um modo geral, os Enfermeiros consideraram que a organização que permitiu a elaboração das sessões de formação foi totalmente adequado.

Gráfico 12- Resposta de todos os Enfermeiros ao ponto D do Instrumento de Avaliação da

Sessão de Formação

Fonte: Própria elaboração – Instrumento de avaliação das sessões de formação

0 5 10 15 20 25 30

Pergunta 13 Pergunta 14 Pergunta 15

Gráfico 12 Adequado Totalmente Adequado 2 1 2 2 1 1 6 7 6 6 7 7

Pergunta 7 Pergunta 8 Pergunta 9 Perunta 10 Pergunta 11 Pergunta 12 Gráfico 11

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Através da análise e discussão dos resultados obtidos anteriormente, implementados neste projeto de Estágio, foi possível concluir que as atividades propostas e planeados, tendo em conta os objetivos preconizados, foram atingidos.

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