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CAPÍTULO 3- DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA APRENDIZAGEM NA PRESTAÇÃO DE CUIDADOS

3.2. ESTÁGIO FINAL

3.2.2. Serviço de Urgência Pediátrica

O presente estágio clínico ocorreu entre o dia 14 de Outubro a 8 de Novembro de 2019, com duração de 4 semanas, no Serviço de Urgência Pediátrica de um Centro Hospitalar pertencente à ARS Lisboa e Vale do Tejo, que abrange os Distritos de Lisboa, Setúbal, Santarém e Leiria (ARS Lisboa e Vale do Tejo, s/d).

Este hospital apresenta como missão:

a “promoção da saúde a todos os cidadãos no âmbito das responsabilidades e capacidades dos hospitais que o compõem, prestando cuidados de saúde especializados, com respeito pela dignidade dos doentes, e estimulando o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, num quadro de qualidade, eficiência e eficácia organizativa” (Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E, 2020, s/d).

A sua área de influência direta abrange os concelhos de Palmela, Setúbal e a partir de 2013 o concelho de Sesimbra, abrangendo um total de 223,516 habitantes (Centro Hospitalar de Setúbal – Relatório de Atividades e Contas 2013, 2014).

De acordo com o Relatório de Gestão e Contas do Centro Hospitalar, no ano de 2013 houve um total de 133,171 urgências, da qual 40,914 foram na área pediátrica. Neste mesmo ano houve um total de 1,622 nascimentos comparativamente com o ano anterior que obteve um total de 1,759 nascimentos (-137) (Centro Hospitalar de Setúbal – Relatório de Atividades e Contas 2013, 2014). Atualmente, no ano de 2018, a população residente no Distrito de Setúbal é de 174,939 habitantes (PORDATA, 2019). A taxa bruta de nascimentos encontra- se nos 7,9%, no ano de 2018, comparativamente com a taxa bruta de natalidade a nível nacional, que no mesmo ano foi de 8,5% (INE, 2018).

O Serviço de Urgência Pediátrica deste Centro Hospitalar integra o Serviço de Pediatria do qual faz parte ainda o Serviço de Internamento de Pediatria. O atendimento estende-se a todas as faixas etárias pediátricas, ou seja dos 0 aos 17 anos e 364 dias. O horário de

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atendimento deste estabelecimento público é de 24 horas por dia de segunda-feira a domingo. As crianças podem ser acompanhadas pela mãe ou, pelo pai, ou por uma pessoa de referência, sendo que estas têm que apresentar pulseira de acompanhante (Diário da República, Lei n.º 33/2009, de 14 de Julho citado por Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E, 2020).

Relativamente ao espaço físico, o Serviço de Urgência Pediátrica é composto por 1 sala de espera, 1 sala de triagem, 1 sala de reanimação, 1 sala de aerossóis, 3 gabinetes de observação médica, 1 sala de tratamentos, 1 sala de pequena-cirurgia, 1 Unidade de Internamento de Curta Duração [UICD] também designado por Serviço de Observação [SO], 1 gabinete de enfermagem e restantes áreas de apoio funcional ao serviço. Este serviço possui capacidade para 8 crianças em maca, no corredor do serviço e 5 crianças em camas/berços na UICD, sendo que uma das camas é destinada a um internamento que necessite de isolamento.

Este serviço é composto por uma equipa multiprofissional, onde se encontram integrados médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, psicólogo, assistente social e funcionários administrativos. Especificamente, a equipa de enfermagem é constituída por 25 elementos, um dos quais o Enfermeiro Chefe e a Enfermeira Responsável que exercem funções de coordenação e gestão do serviço e a restante equipa que se encontra na prestação de cuidados diretos. Dos elementos que compõem esta equipa, 6 são Especialistas em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, 1 em Enfermagem Médico-Cirúrgica particularmente em Pessoa em Situação Crítica e 1 em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica.

O método de trabalho utilizado neste serviço é o método de trabalho em equipa, o que significa que, cada equipa é constituída por quatro elementos, sendo que cada um deles é distribuído por posto de trabalho, à exceção do chefe de equipa, sempre um Enfermeiro portador do título de Especialista preferencialmente em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, que presta cuidados em todos os setores, de acordo com as necessidades da própria equipa e serviço. “ A assistência é centrada no cliente e implementada por reuniões diárias de equipa, nas quais todos discutem as necessidades de cada cliente e imaginam maneiras de atendê-las”. “O líder de equipa, responsável interno, normalmente é designado de entre os enfermeiros com maior categoria, maior antiguidade no serviço (…) “ apresentando a “responsabilidade dos cuidados, assumindo primordial importância o

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desenvolvimento das suas capacidades de liderança, controlo e técnicas de supervisão, de forma a ajudar a equipa a conhecer as suas obrigações e a executá-las com o melhor da sua capacidade” (Costa, 2004, p. 5).

Relativamente à triagem, o serviço é possuidor de um sistema de triagem próprio, regulado por um procedimento interno que atribui prioridade (emergente – pulseira vermelha; urgente – pulseira amarela; ou pouco urgente – pulseira azul) de acordo com a situação clínica de cada criança. Quem realiza a triagem são os Enfermeiros, preferencialmente os Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica, que para além da atribuição da prioridade de acordo com a situação clínica da criança e de colocarem a pulseira de identificação no acompanhante (pulseira cor-de-rosa), procedem ao encaminhamento da criança para outras áreas de especialidade, de acordo com as necessidades, nomeadamente, Cirurgia, Ortopedia e Oftalmologia. É relevante salientar que as crianças que necessitam de ser observadas pela área da Ortopedia e Oftalmologia têm de se deslocar ao Serviço de Urgência Geral, comparativamente com a área de Cirurgia que se desloca ao Serviço de Urgência Pediátrica para observar as crianças.

Os registos de enfermagem e dos restantes profissionais de saúde são efetuados no programa informático Alert®.

A nível prático, neste estágio clínico foi possível experienciar o trabalho que se efetua nos diferentes postos que constituem o serviço, o que se constituiu como uma mais-valia para a aprendizagem e aquisição de competências não só que se prendem diretamente com a prestação de cuidados, mas também relacionadas com a gestão e formação.

Para o presente estágio, e em consonância com os estágios clínicos anteriores e com as diretrizes da Enfermeira Orientadora, foram definidos objetivos específicos a atingir, de modo a ir ao encontro das competências do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica no contexto da prestação de cuidados a neonatos, que foram:

- Conhecer a estrutura funcional do Serviço de Urgência Pediátrica;

- Desenvolver conhecimentos e participar na prestação de cuidados a bebés/crianças/adolescentes e respetiva família que recorrem ao Serviço de Urgência Pediátrica;

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- Sensibilizar os Enfermeiros do Serviço de Urgência Pediátrica para a temática da alimentação vegetariana em idade pediátrica;

- Criar e implementar materiais informativos que capacitem as crianças/pais/cuidadores/comunidade escolar para o regime alimentar vegetariano.

Para além das atividades que foram realizadas no âmbito deste estágio clínico, foi ainda realizada uma abordagem à temática da Alimentação Vegetariana em Idade Pediátrica no âmbito do Projeto de Mestrado, no qual se desenvolveu um folheto informativo acerca da temática, que se assume não só como um material de sensibilização dos enfermeiros como também de pais e crianças que queiram ou já praticam um regime alimentar vegetariano (Apêndice 14). Este folheto será entregue a todas as crianças/pais que pratiquem um regime alimentar vegetariano, uma vez que fornece informações essenciais para uma alimentação vegetariana saudável.

Para além disso, realizou-se um momento de sensibilização direta aos enfermeiros, através da realização de uma sessão de formação, que foi ministrada durante uma passagem de turno, pelo facto de no espaço temporal em que decorreu o estágio clínico não ter ocorrido o dia de formação em serviço (Apêndice 19).

Assim, de acordo com os objetivos específicos delineados para este estágio clínico, e os objetivos gerais, e de acordo com os procedimentos e material informativo realizados, é possível concluir que os objetivos traçados anteriormente foram atingidos, tendo sempre em conta a Teoria de Promoção da Saúde de Nola Pender, o Modelo de Anne Casey, o Modelo de Cuidados Centrados na Família e o Modelo de Parceria de Cuidados.

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