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Avaliação do Plano de Ação/2016

No documento mariagildadeoliveiraalves (páginas 137-142)

1 A AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA NO BRASIL, O SISTEMA MINEIRO DE

3.2 Avaliação do Plano de Ação/2016

Como já foi relatado nos capítulos 1 e 2, as ações relacionadas à apropriação dos dados da avaliação do SIMAVE, no âmbito da escola investigada, foram sendo aprimoradas nos dois últimos anos, mormente, em razão do meu ingresso no mestrado profissional e, ainda, em virtude da escolha dessa temática para o desenvolvimento da minha dissertação.

Além disso, no segundo semestre de 2016, após as análises dos dados e de debates acerca dos resultados da instituição na referida avaliação externa estadual, a SEE-MG solicitou às escolas de sua rede a elaboração de um Plano de Ação com

propostas de intervenção que visassem garantir o direito à aprendizagem aos estudantes, considerando os seguintes eixos: a) a gestão democrática e participativa; b) o fortalecimento do trabalho coletivo; e, por fim, c) o estreitamento da relação da escola com a comunidade. As ações propostas pela escola em foco foram enviadas à SRE–Muriaé e divulgadas previamente na comunidade escolar. Por isso, configura-se um compromisso assumido pela equipe gestora e pedagógica da escola.

Conforme já relatado, esse plano enviado à instância superior da escola não tem suas ações acompanhadas e avaliadas, ficando, assim, a cargo da própria escola assegurar a efetividade de suas ações. Entretanto, conforme observa Lück (2013b), apesar de fundamentais na gestão para a garantia da qualidade de ensino, as práticas de monitoramento e avaliação não se encontram disseminadas sistematicamente pelos diversos sistemas de ensino e respectivas escolas, sendo, muitas vezes, rejeitadas a partir de percepções enviesadas em relação ao papel que exercem no campo educacional.

Nessa perspectiva, o papel do gestor escolar é crucial, visto que, além de promover na escola práticas de monitoramento e avaliação de todos os processos educacionais, com foco na maior efetividade das ações promovidas, deve colocar em pauta a discussão sobre o papel da avaliação em todos os seus aspectos.

Em relação ao Plano de Ação/2016, considera-se extremamente necessário que a equipe gestora realize, neste momento, sua avaliação, visando a verificar o cumprimento de suas metas e o redirecionamento de suas ações, caso seja necessário, pois o prazo de execução de suas ações já finalizou. O Quadro 17 a seguir traz o Plano de Ação/2016, cujas ações serão alvo de avaliação:

Quadro 17 – Plano de Ação da Escola/2016 What? 1- Planejamento Pedagógico 2- Divulgação dos Resultados das Avaliações Internas 3- Reunião com a Comunidade Escolar 4- Avaliações de Rendimento nos Moldes do SIMAVE 5- Escolha de Representantes de Turmas Why? Para um melhor direcionamento das ações pedagógicas realizadas ao longo do ano.

Para dar transparência às ações realizadas pela

escola a alunos, professores, pais e comunidade escolar e

local.

Para divulgação dos dados do desempenho da

escola no SIMAVE, para apresentar o Plano de Intervenção e incorporar as possíveis sugestões da comunidade escolar. Para aperfeiçoar os conhecimentos dos alunos e prepará-los para a realização dos

testes.

Para fomentar a participação estudantil

na realização de eventos extraclasse, culturais e, ainda, nas questões pedagógicas. Where? Na escola. Na própria escola. Na própria escola. Na sala de aula. Na escola. When? Em fevereiro. Bimestralmente. Definido pela SEE. Bimestral. Início de cada ano

letivo. Who? Equipe gestora e

professores.

Direção e Supervisão. Equipe Gestora. Professores de LP Matemática.

EEB - Supervisora.

How?

Através do estudo das orientações da SRE/SEE e troca de

ideias e opiniões acerca das ações previstas para o ano

em curso.

Serão agendadas reuniões com os pais para tratar da temática da

avaliação interna com a presença dos professores, alunos, pais

e demais servidores da escola.

Será agendada uma reunião com os pais para tratar especificamente da

temática da avaliação externa com a presença dos professores, alunos, pais e demais servidores

da escola.

Aplicando avaliações e fazendo a correção

com os alunos a partir da análise das

questões.

Através de processo de eleição orientado e promovido pela escola.

O Quadro 17, construído no formato 5W1H38, demonstra, através da proposta da primeira ação, que a equipe gestora reconhece a importância do ato de planejar na seara educacional. A afirmação de Lück (2009) confirma essa constatação:

Sem planejamento, que organize e dê sentido e unidade ao trabalho, as ações tendem a ser improvisadas, aleatórias, espontaneístas, imediatistas e notadamente orientadas pelo ensaio e erro, condições que causam prejuízo à educação. Sem planejar, trabalha-se, mas sem direção clara e sem consistência entre as ações (LÜCK, 2009, p. 32).

O ato de planejar é considerado imprescindível para a eficácia da gestão escolar no sentido de contribuir para que toda a equipe possa ter, com clareza, uma visão global da instituição, seus objetivos, intenções, abrangência, entre outros aspectos (LÜCK, 2009).

Entretanto, é importante considerar, conforme destaca Lück (2009, p. 33), que “[...] as ações educacionais carecem de um processo de planejamento competente e apropriado para produzir planos ou projetos com capacidade clara de orientar todo e cada momento das ações necessárias”. Essa afirmação denota que não é raro ver- se nas escolas a construção de projetos cujo verdadeiro objetivo é atender exigências das instâncias superiores, sem a intenção de se colocar em prática.

Nessa perspectiva, a autora afirma, em relação à efetividade do planejamento, que o processo de monitoramento e avaliação “[...] deve ser previsto no próprio plano ou projeto pela definição de indicadores de processos de resultados, instrumentos de coleta de dados e questões orientadoras da observação e análise das ações realizadas e seus resultados” (LÜCK, 2009, p. 41). Portanto, deve-se entender que o planejamento antecede a ação, e com esta se firma um compromisso. Por isso, devem-se buscar estratégias de monitoramento e avaliação conforme está sendo proposto neste capítulo.

A segunda e a terceira ações propostas no plano têm relação direta com o eixo temático da gestão escolar democrática, pois promovem “[...] na escola o compromisso de prestação de contas aos pais e à comunidade sobre os resultados de aprendizagem e uso dos recursos alocados ao estabelecimento de ensino”,

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Técnica utilizada para planejamento que se estrutura a partir de seis perguntas em inglês: What (o quê); Why (Por quê); Where (onde); When (quando); Who (quem) e How (como).

correspondendo à dimensão da gestão de resultados educacionais (LÜCK, 2009, p. 55).

Ainda na dimensão da gestão de resultados, a quarta ação é proposta com o objetivo de preparar os alunos, proporcionando-lhes as condições do momento de realização dos testes a fim de que obtenham melhores resultados.

A quinta e última ação busca fomentar a participação dos estudantes na tomada de decisões da escola. A participação pressupõe: “[...] compreensão sobre processos e dinâmica social e habilidades de atuação nessa dinâmica; espírito de troca e reciprocidade, comprometimento com causas sociais; solidariedade e ética; discernimento e perseverança” (LUCK, 2013b, p. 98).

Para tanto, a fim de garantir a concretização das ações registradas no Plano de Ação da escola, apresenta-se um quadro de monitoramento a ser adotado pela gestão escolar a fim de subsidiar a efetiva realização dessas propostas, cujo esquema encontra-se detalhado no Quadro 18 a seguir:

Quadro 18 – Monitoramento das Ações

Ações Atividades Avaliadas

Indicador de Avaliação

Data Responsável Divulgação

1 Planejamento Pedagógico

2

Divulgação dos Resultados das Avaliações Internas 3 Comunidade Escolar Reunião com a

4 Avaliações de Rendimento nos Moldes do SIMAVE 5 Escolha de Representantes de Turmas

Fonte: elaborado pela pesquisadora.

Para a realização da avaliação, a ideia é que a construção do Quadro 18 seja feita juntamente ao coletivo da instituição no segundo dia escolar, previsto para o dia 16 de fevereiro de 2018.

No documento mariagildadeoliveiraalves (páginas 137-142)