• Nenhum resultado encontrado

Os sistemas do edifício devem ser adequadamente detalhados e especificados em projeto, de modo a possibilitar a avaliação da sua vida útil de projeto, conforme é determinado pela ABNT NBR 15575-1: 2013. Espera-se que as especificações dos elementos e componente empregado sejam conhecidos, de modo que permita ser avaliada a sua adequabilidade de uso em função da vida útil de projeto estabelecida para o sistema.

A ABNT NBR 15575-1: 2013 afirma ainda que a avaliação do atendimento à vida útil de projeto pode ser realizada pela utilização da metodologia proposta pelas ISO 15686-1 a 15686-3 e ISO 15686-5 a 15686-7, as quais estão descritas na Tabela 2.2. Dentro do contexto de exposição aos agentes de degradação, a ISO 15686-2: 2012 afirma que devem ser identificados e listados os agentes de degradação, possíveis mecanismos de degradação e como a degradação pode ser acelerada ou induzida.

Na previsão de vida útil é imprescindível um estudo básico dos requisitos mínimos necessários, pois estes balizam a avaliação da durabilidade, uma vez que estas quando são ultrapassadas negativamente é determinado o fim da vida útil. Ressalta-se que estes requisitos devem ser claros e de fácil entendimento, pois quando um componente é submetido a uma única ação é mais fácil de compreender um único requisito. Por exemplo, as vedações verticais internas e externas com incidência direta de água devem apresentar estanqueidade, conforme é determinado na ABNT NBR 15575-4: 2013, e ainda quando uma parede é submetida ao ensaio de estanqueidade por um período de 24 h, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm, a quantidade de água que penetra não deve ser superior a 3 cm³.

De outra forma a avaliação pode tornar-se complexa quando se trata de um sistema, onde são inúmeros os requisitos a serem avaliados. Assim, a ISO 15686-2: 2012 recomenda que seja estabelecida, por um profissional habilitado, a forma de quantificação da intensidade de agentes biológicos, agentes provenientes da ocupação em edifícios em uso, entre outros.

Existem alguns pré-testes que permitem checar as características de desempenho selecionadas para a avaliação da exposição aos agentes de degradação. Conforme a ISO

15686-2: 2012 indica, o programa de exposição deve ser cuidadosamente concebido de forma a proporcionar os dados necessários de acordo com o objetivo do estudo.

O objetivo do programa de exposição é verificar situações em que a ação e a resposta, em termos de degradação, atingem o limite de vida útil. Os programas de exposição servem para estabelecer a curva em função do tempo para identificar relações entre períodos de exposição e condições locais, de forma a observar se as condições identificadas são representativas do meio ambiente e qual a intensidade das ações dos agentes de degradação presentes (ISO 15686-2, 2012).

Existem limitações sobre o conhecimento disponível, por isso é importante identificar mecanismos de degradação sempre que possível. Desta forma é possível reduzir a possibilidade de erros e melhorar a base para estabelecer quais os mecanismos devem ser induzidos em programas de exposição.

É descrito na norma ABNT NBR 15575-1: 2013 como o critério de durabilidade pode ser avaliado, os quais estão listados a seguir.

a) Através da verificação do cumprimento das exigências estabelecidas em Normas Brasileiras que estejam relacionadas com a durabilidade dos sistemas do edifício; b) Pela comprovação da durabilidade dos elementos e componentes dos sistemas, bem

como de sua correta utilização;

c) Na inexistência de Normas Brasileiras, através do cumprimento das exigências estabelecidas em Normas estrangeiras específicas;

d) Por análise de campo do sistema através de inspeção em protótipos e edificações; e) Pela análise dos resultados obtidos em estações de ensaios de durabilidade do

sistema.

Paralelamente, a norma ISO 15686-2: 2012 cita quatro diferentes formas de obtenção de dados de exposição em longo prazo:

a) Exposição em estações de envelhecimento natural; b) Inspeção em edifícios;

d) Exposição nas condições de uso (condições normais de uso, mas com monitoramento).

Das diferentes formas de avaliação da vida útil dos componentes dos edifícios, destaca-se a inspeção de edifícios. Esta permite uma avaliação da vida útil por conhecimento das características do sistema baseado no tempo mínimo de comprovação do desempenho e considerando a vida útil pretendida. Muitas vezes a dificuldade de obtenção de dados dos históricos dos componentes inspecionados e a complexidade para controlar, monitorar e medir os agentes atuantes no meio ambiente são obstáculos cruciais, nas inspeções em edifícios, na avaliação da vida útil. Porém, destaca-se que uma das grandes vantagens da obtenção de dados de durabilidade pela inspeção de edifícios está na correlação direta entre o estado de componentes, o ambiente de exposição e a utilização do edifício.

Buscando estudar a vida útil a partir de curvas de degradação, Silva (2014) emprega a referência da norma ABNT NBR 15575-1: 2013, apresentada na Tabela 2.1, que estabelece uma vida útil de projeto mínima de 20 anos para os revestimentos de fachadas aderentes. Para análise da estimativa de vida útil de 90 amostras de fachadas de Brasília, ilustrado na Figura 2.9, o parâmetro inicial de 20 anos correspondente a um valor de FGD (20anos) de

22,6%, estabelecendo-se um indicativo de nível mínimo de degradação geral. A partir desta análise, quando uma fachada inspecionada apresentar FGD maior que 22,6% indica a necessidade de ações associadas à manutenção reativa, uma vez que já se ultrapassou o limite de degradação. Isso significa que o desempenho mínimo já teria sido ultrapassado (negativamente) caracterizando ter-se alcançado o final da vida útil.