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Capítulo II: Revisão da literatura

II.4. Programa da disciplina de Educação Visual e Tecnológica e a sua inserção

II.4.6. Avaliação

O programa estipula que a avaliação em EVT terá que ser contínua, pois será feita através do desenrolar dos trabalhos que serão os verdadeiros testes de avaliação.

Será também essencialmente formativa, conforme estabelece o Despacho Normativo nº 98 – A/92, nº 18 que diz que a avaliação formativa é a principal modalidade de avaliação do Ensino Básico,

embora estipule também para o Ensino Básico a avaliação sumativa, aferida e especializada.

II.4.6.1. Avaliação Formativa

Segundo o Despacho Normativo nº 98-A/92, a avaliação formativa é a principal modalidade do Ensino Básico e destina-se a informar o aluno, o seu encarregado de educação, os professores e outros intervenientes sobre a qualidade do processo educativo e de aprendizagem, bem como sobre o estado de cumprimento dos objetivos do currículo.

II.4.6.2. Avaliação Sumativa

De acordo com o mesmo despacho, a avaliação sumativa é da responsabilidade de todos os professores e técnicos de educação que integram o Conselho de Turma, assumindo o Diretor de Turma especial responsabilidade pela coordenação dos trabalhos e pela garantia da natureza

globalizante e integrante da avaliação. Ocorre no final de cada uma dos períodos letivos e no final de cada Ciclo e realiza-se na reunião do Conselho de Turma que formativa a avaliação formativa, permitindo a tomada de decisões sobre apoios e complementos educativos. Nos 2º e 3ºs Ciclos do Ensino Básico, exprime-se na escala de 1 a 5, acompanhada de uma síntese dos registos descritivos decorrentes do processo de avaliação formativa. Atualmente, muitas escolas deixaram de realizar esta síntese descritiva e passaram a fazer apenas uma globalizante.

II.4.6.3. Finalidades da avaliação

De acordo com o mesmo despacho, a avaliação com caráter sistemático e contínuo permite recolher informações e tomar decisões adequadas às necessidades e capacidades dos alunos.

Por um lado, trata-se de um elemento regulador, da prática educativa, permitindo determinar as diversas componentes do processo de ensino e de aprendizagem, nomeadamente a seleção dos métodos e recursos educativos, as adaptações curriculares e as respostas às necessidades educativas especiais dos alunos. Por outro lado, orienta a intervenção do professor na sua relação com alunos e demais agentes educativos e auxilia os alunos a formular, ou reformular, decisões que possam atuar positivamente na promoção e consolidação do seu próprio processo educativo. Através da introdução de alterações curriculares ou de procedimentos contribui para a melhoria da qualidade do sistema educativo.

As caraterísticas do programa de EVT não apontam para uma formação marcadamente artística, mas os resultados das atividades desenvolvidas pelos alunos têm inegavelmente preocupações estéticas, com procedimentos e conceitos artísticos. É por esta disciplina ter algumas caraterísticas específicas e diferenciadas das outras disciplinas que a avaliação dos alunos em EVT terá de se revestir, também, de algumas formas e caraterísticas específicas. Tal como é preconizada no nº 7 do Despacho Normativo nº 98 – A/92, a avaliação em Arte é uma recolha de informações para uma tomada de decisão. A avaliação formativa em Arte, sendo a principal modalidade de avaliação deverá ser feita durante a aprendizagem.

Segundo Michael (1983), enquanto o aluno desenha, pinta ou esculpe, o professor observa o decorrer do processo. Tem a oportunidade de dialogar sobre o trabalho durante a criação. A avaliação formativa permite ao professor e aluno determinarem se as tarefas que o último executa vão ao encontro dos objetivos que se pretendem atingir. A avaliação formativa deve ser contínua para as aprendizagens ou o projeto pode ser reformulado durante a sua elaboração. O professor vai observando as dificuldades e facilitando recursos, permitindo o progresso do aluno. Ao mesmo tempo que o professor avalia o processo de aprendizagem dos alunos, vai avaliando o processo de ensino. O mesmo autor indica mais três formas de avaliação em Arte e define as respetivas funções: autoavaliação, avaliação de projetos (processo e produto) e avaliação sumativa.

Defende ainda, que as produções artísticas dos alunos devem ser avaliadas tendo em conta o seu nível etário, o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo e as suas caraterísticas pessoais no campo artístico. O seu ritmo tem que ser respeitado tal como a sua personalidade. Os trabalhos

individuais devem ser comparados apenas com os trabalhos do mesmo aluno e não com os trabalhos de outros.

II.4.6.4. Objeto da avaliação

No plano curricular, são as competências gerais de ensino que constituem os referenciais orientadores da prática pedagógica, e é a partir delas que se estabelece o conjunto das aquisições exigíveis no final da etapa em consideração.

Os aspetos flexionados e enfatizados no processo de avaliação devem corresponder às competências que, no processo ensino e aprendizagem, foram enfatizados. É em função das competências gerais que se podem inventariar meios, criar instrumentos de aplicação desses meios e configurar estratégias de verificação dos progressos e os obstáculos à aprendizagem. Por outro lado, os alunos devem conhecer previamente os aspetos que serão objeto de observação, bem como os critérios que orientam a avaliação, cabendo ao professor, quando avalia, valorizar a relação entre os processos e os produtos de aprendizagem seguido e conseguidos pelos alunos, isto é, entre os esforços desenvolvidos e as aquisições efetivas.

Segundo o Guia da Reforma Educativa (1992), porque os conteúdos do processo de ensino e aprendizagem pertencem tanto ao domínio dos conhecimentos como ao domínio das atitudes e valores e das capacidades, também a avaliação deverá contemplar estes três domínios.

No que diz respeito a EVT, o programa diz que a avaliação tem como referência as Finalidades e Competências da disciplina e define-se segundo parâmetros que são apresentados por ordem crescente da dificuldade de aplicação. Será, desde logo, necessário estabelecer um critério de avaliação, em função do grau de dificuldade de cada um dos parâmetros, nomeadamente: Técnicas; Conceitos; Processo (criativo); Perceção; Valores e Atitudes; e Expressão. Portanto, serão avaliados conteúdos relacionados com as atitudes tais como: o interesse, a assiduidade e a participação, etc.. Avalia-se, também, o desenvolvimento de capacidades, como por exemplo: o aumento da capacidade expressiva, o desenvolvimento da capacidade de observação, o desenvolvimento da capacidade de usar símbolos, o desenvolvimento da sensibilidade estética, o desenvolvimento da capacidade de análise estética do ambiente e o desenvolvimento da capacidade de criar formas ou de as transformar com criatividade.

Oralmente, é avaliada a aquisição de competências, nomeadamente: o domínio do vocabulário visual e tecnológico, o domínio dos meios de expressão e técnicas e a aprendizagem de novos materiais e das suas qualidades.

II.4.6.5.Instrumentos e meios de avaliação

Para que a avaliação esteja ao serviço do processo de ensino e aprendizagem é necessário prestar especial atenção à forma como se recolhem os dados que abrangem todos os domínios de aprendizagem, nomeadamente a aquisição de conceitos, os processos de trabalho, as técnicas utilizadas, as aptidões demonstradas e as atitudes reveladas.

As técnicas e instrumentos a utilizar devem estar de acordo com o trabalho desenvolvido com os alunos, devem ser diversificadas, de modo a obter a informação sob diferentes perspetivas, e adequadas ao tipo de informação procurada e ao nível de desenvolvimento dos alunos. A recolha dos dados efetua-se através de observação sistemática, usando instrumentos de registo, que segundo Tem Brink (1974), citado por Lemos, Neves, Campos, Conceição e Alaiz (1992, p. 34), podem ser:

“listas de verificação (domínio sócio afetivo), grelhas de observação (do desempenho ao longo das atividades desenvolvidas), grelhas de análise (de conteúdo das destrezas cognitivas e psicomotoras), questionários de opinião (autoavaliação), testes (são os produtos finais ou intermédios das atividades dos alunos) e grelha geral da avaliação de EVT (parâmetros).”

A observação pode, porém, revestir formas mais breves, não sendo de excluir a observação intuitiva e pontual. Há ocasiões em que ela se pode adequar, ou porque a situação e simples, ou porque é suficiente a experiência do professor. Constituem ainda meios de avaliação: trabalhos individuais ou de grupo, entrevistas, discussões e debates, cadernos diários e balanços diários.

II.4.6.6. Integração da avaliação no processo de ensino e aprendizagem

A avaliação do aluno começa com o início do processo de ensino e aprendizagem. Nesta etapa, faz-se uma avaliação inicial de conhecimentos, aptidões e atitudes com o objetivo de, a partir das informações obtidas sobre cada aluno, adequar o processo de ensino e aprendizagem às suas necessidades e possibilidades. Esta avaliação é essencial para se poder seguir a sua evolução em relação ao início de cada unidade, ano ou ciclo.

A avaliação contínua e formativa não invalida a possibilidade e a necessidade de se efetuar também uma avaliação no final do processo de ensino e aprendizagem, seja qual for a extensão do segmento considerado. Esta avaliação pretende julgar o grau de consecução obtido por cada aluno relativamente aos objetivos propostos para esse segmento e, a partir dela, podem obter-se indicadores das condições em que o aluno vai enfrentar: unidade de trabalho, ano, ciclo.

Segundo o Guia da Reforma Educativa (1992), para que a avaliação cumpra o seu papel orientador e regulador, é fundamental que o professor comunique oportunamente a cada aluno os dados das sucessivas avaliações, informando-o não só sobre o resultado das tarefas realizadas, mas também sobre o percurso seguido na aprendizagem. Assim, é necessário que indique: os aspetos que revelam um avanço relativamente ao ponto de partida, os aspetos a aperfeiçoar, orientações práticas para a superação das dificuldades e que transmita ao aluno a convicção de que os resultados da aprendizagem podem melhorar com o esforço, de que a cooperação com os colegas pode facilitar a aprendizagem e de que um processo conseguido é reconhecido.

Capítulo III: Metodologia

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