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A avaliação é uma dimensão que percorre transversalmente todo o EP: desde o momento de avaliação inicial, consubstanciada na forma de diagnóstico das competências dos alunos, até à classificação final de cada período, passando pela avaliação de cada uma das sessões de trabalho, ela está presente e tem mais importância para os alunos do que à primeira vista pode parecer.

Durante o ano letivo a avaliação foi focada em três subtemas, sendo: a avaliação diagnostica inicial; a avaliação formativa; a avaliação sumativa. A avaliação em nosso entender é o processo pelo qual foi-nos possível seguir de forma contínua a progressão das aprendizagens dos nossos alunos, auxiliando no controle das potencialidades e dificuldades por eles manifestadas.

Esse controle foi realizado através de ajustamentos e reajustamentos de maneira a cooperar com os alunos na superação de obstáculos. Neste sentido Ribeiro (1999) afirma que a avaliação para além de refletir o nível de desempenho do aluno, é elemento orientador do processo de ensino conduzido pelo professor, justificando assim a sua atuação.

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A avaliação diagnóstica foi realizada no início do ano letivo durante um período de cinco semanas.

Por este ser um mecanismo importante na estruturação de todo o processo de E-A levou-nos a uma avaliação mais prolongada, de maneira a determinar aptidões e dificuldades, facilitar a integração dos alunos e superação de possíveis dificuldades provenientes dos anos anteriores, bem como a articular possíveis estratégias de diferenciação pedagógica.

Esta perspetiva encontra-se suportada pelo PNEF uma vez que este sustenta que …“A avaliação inicial é um processo decisivo pois, para além de permitir a cada professor orientar e organizar o seu trabalho na turma, possibilita aos professores assumirem compromissos coletivos, aferindo decisões anteriormente tomadas quanto às orientações curriculares, adequando o nível de objetivos e/ou procedendo a correções ou alterações na composição curricular à escala anual e/ou plurianual, caso considerem necessário.” (Jacinto et al., 2001, p. 25).

O prolongamento desta avaliação diagnóstica permitiu-nos tomar decisões mais acertadas na formação de grupos homogéneos, facilitando igualmente a compreensão de diferentes ritmos e formas de aprendizagem dos alunos. Equitativamente foi-nos possível situar possibilidades mais realistas de desenvolvimento dos nossos alunos, bem como a criação de um clima mais favorável de aula.

A avaliação diagnóstica (Anexo E) na matéria de ensino dos desportos coletivos de invasão (futebol e basquetebol) foi organizada tendo em conta situações do jogo propriamente dito, controle do objeto de jogo (a bola), ocupação do espaço de jogo, cooperação com os colegas e progressão no terreno. Os alunos foram avaliados numa pontuação de um a quatro níveis sendo: um – não executa, dois – executa com dificuldade, três – executa bem e o nível quatro – executa muito bem.

No voleibol, as ações tático-técnicas são determinantes para que se consiga uma sequência aceitável de intervenções dos alunos em situação de jogo. Neste sentido e de maneira a conseguir enquadrar os alunos em grupos de nível homogéneo, recorremos a avaliação dessas ações que consideramos fundamentais.

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Posteriormente e após a análise dos níveis dos alunos, estes foram organizados em grupos homogéneos situados tendo em conta o nível introdutório, elementar e avançado contemplados no PNEF.

Na ginástica de solo, avaliamos segundo os elementos gímnicos a rever durante o ano letivo, sendo eles: rolamento à frente e atrás; roda; rodada; apoio facial invertido; elementos de força, flexibilidade, ligação e equilíbrio.

Nos desportos de combate foram avaliadas situações a nível das entradas sensoriais (leitura do outro), tratamento central de informação (tomada de decisão) e resposta motora (tomada de decisão).

Na dança, realizamos a avaliação inicial tendo em conta a coordenação motora evidenciada, postura, ritmo, expressividade, a vivência relacional e a participação no trabalho grupal (coreografias).

A avaliação formativa está estruturada tendo em conta o processo em detrimento do resultado. Assim de forma sistemática, esta avaliação permitiu-nos certificar que o processo de E-A ajustava-se às necessidades dos alunos, permitindo uma adaptação deste processo às diferenças individuais.

O professor pode, assim, através das mais diversas informações que vai albergando durante este processo, orientar a sua atuação. Por outro lado, permite igualmente aos alunos autorregular aprendizagens, consciencializando-os de que as aprendizagens a adquirir são um produto a construir e que eles próprios detêm um papel fundamental nessa construção.

Neste sentido Cortesão (2002) afirma que a avaliação formativa sucede durante as situações de aprendizagem, desencadeando-se assim com um instrumento orientador do processo de E-A. Desta forma pudemos ainda considerar que de uma forma geral todas as avaliações poderão ser consideradas formativas desde que estas contribuam para a regulação das aprendizagens (Perrenoud,1998)

Quanto ao enquadramento legal temos que de acordo com o decreto de lei nº.18/2011 “…A avaliação formativa assume um carácter contínuo e sistemático, recorre a uma variedade de instrumentos de recolha de informação, adequados à diversidade das

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aprendizagens e aos contextos em que ocorrem, tendo como uma das funções principais a regulação do ensino e da aprendizagem” (p.665).

No nosso caso em concreto procedemos à avaliação formativa através uma estratégia interativa entre professor/aluno com fundamento nos processos cognitivos dos alunos, intrinsecamente associados a processos de ‘feedback’ reguladores, e de autoavaliação das aprendizagens.

Uma outra estratégia adotada, foi observação/registo anedótico de forma a assinalar os avanços e possíveis recuos de comportamentos e conhecimentos dos alunos. Este registo permitiu-nos ajustar sistematicamente os grupos de trabalho por grau de proficiência.

A avaliação sumativa foi concretizada tendo em conta os critérios estipulados pelo grupo disciplinar da ESFF (Anexo F).

As competências específicas foram avaliadas comtemplando os três domínios: psicomotor; cognitivo; socio-afetivo. Valendo o indivíduo pelo seu todo, as ponderações atribuídas pelo grupo disciplinar conduziram-nos a uma série de questionamentos. No entanto optámos por seguir a orientação do grupo disciplinar de forma a seguir uma sequência lógica utilizada pela instituição.

O domínio psicomotor foi avaliado tendo em conta as capacidades e atitudes específicas evidenciadas pelos alunos. A aptidão física e a capacidade físico-motora tiveram uma ponderação de 60% e o empenho e cooperação 15%.

Entende-se neste caso por empenho, o ato de se empenhar nas aulas através da demonstração de interesse, esforço físico e intelectual e intenção de aprendizagem. Esta variável foi observável através maior empenhamento motor nas aulas e maior tempo de prática efetiva.

A cooperação no sentido de colaborar com o professor e colegas no atingir de objetivos comuns ou individuais contribuindo assim para o sucesso a desempenhar nas aulas. O domínio cognitivo e conhecimentos foram avaliados com uma ponderação de 15% e foram usados como instrumentos de avaliação trabalhos de grupo e individuais, bem como o conjunto de intervenções e comportamentos expressos durante as aulas de EF.

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O domínio sócio-afetivo teve como indicadores de avaliação o registo de observação anedótico consecutivo das aulas e foram ponderados em 10%.