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As hipóteses (H1 e H2) que indicam a relevância da Atitude na influência da Adoção secundária da Metodologia de Gestão de Projetos para os grupos de usuários e potenciais adotantes foram suportadas, o que referendam diversas pesquisas que utilizaram modelos baseados em atitude (DAVIS, BAGOZZI e WARSHAW, 1989b; MATHIESON, 1991; MOORE e BENBASAT, 1991; TAYLOR e TODD, 1995; KARAHANNA, STRAUB e CHERVANY 1999; VENKATESH at al., 2003) e que também confirmaram a relevância da Atitude como causa da adoção de inovações em tecnologia da informação.

Quanto à confirmação das hipóteses H3, H4, H5 e H6, relacionadas à importância da Norma Subjetiva como fator que influencia a adoção secundária da Metodologia de Gestão de Projetos para os grupos de usuários e potenciais adotantes, os resultados foram similares aos obtidos por alguns pesquisadores (KARAHANNA, STRAUB e CHERVANY, 1999; VENKATESH at al, 2003; VENKATESH e Davis, 2000), enquanto discordaram de outros (MATHIESON, 1991; TAYLOR e TODD, 1995b; TAN E TEO, 2000). Um argumento que pode corroborar este resultado é o fato da adoção da inovação estudada ser caracterizada como uma adoção exigida pela organização, e segundo Venkatesh e Davis (2000), a Norma

Subjetiva se torna mais relevante para este tipo, do que para as adoções caracterizadas como voluntárias.

O construto Controle foi caracterizado na pesquisa por duas dimensões: Facilidades do Indivíduo e Facilidades da Organização. Para a primeira dimensão, que corresponde às hipóteses (H7 e H8), foram rejeitadas para os dois grupos. Com relação à segunda dimensão, a hipótese H9 foi rejeitada, e a H10, vinculada ao grupo de potenciais adotantes, foi confirmada. As rejeições são contrárias a um conjunto de experiências que identificaram a relevância do construto controle (MATHIESON, 1991; TAYLOR e TODD, 1995; TAN e TEO, 2000).

A justificativa da dimensão Facilidades da Organização ter sido confirmada para os potenciais adotantes e rejeitada pelo grupo de usuários, pode buscar respaldo na avaliação de Igbaria, Guimaraes e Davis (1995) que relaciona esta dimensão à disponibilidade de suporte para ajudar a vencer as barreiras e obstáculos no uso da inovação, destacando que isto ocorre de forma mais intensa nos primeiros estágios de assimilação. O grupo de potenciais adotantes será mais sensível à influência nos primeiros estágios de assimilação do que o grupo de usuários, o qual já se encontra em estágios mais avançados.

No que concerne à dimensão Facilidades do Indivíduo, esperava-se a confirmação das suas hipóteses. O único argumento que poderia justificar, e que sugeriria o desenvolvimento de novas pesquisas, refere-se aos efeitos deste construto em relação a duas condições distintas: a adoção exigida pela organização e a adoção voluntária. A base da justificativa reside em que nas adoções voluntárias, a responsabilidade pela decisão é do indivíduo, caracterizando uma influência significativa deste construto. No caso da adoção da Metodologia de Gestão de Projetos, está é decidida pela organização, o que pode implicar em uma atenuação da

influência das Facilidades do Indivíduo, pois o indivíduo pode sentir que as suas incertezas em adotar a inovação são minimizadas, em função da responsabilidade assumida pela alta administração.

A confirmação da Hipótese H12 destaca que a influência da Atitude é mais intensa para o grupo de usuários, podendo ser justificada pelos argumentos de que à medida que o indivíduo obtém experiência com uma inovação, existe uma maior estabilidade na percepção dos seus resultados (DOLL e AJZEN, 1992), o que aumenta a influência das crenças acerca dos resultados esperados de um comportamento.

A justificativa da confirmação da Hipótese H13, afirmando que a Norma Social – Administração é mais intensa para o grupo de usuários, busca respaldo na seguinte consideração: uma inovação quando exige muito investimento, tem menos possibilidade de ser adotada, mas uma vez adotada e adaptada, o grande investimento realizado pode motivar fortemente a sua infusão (COOPER e ZMUD, 1990).

A adoção da Metodologia de Gestão de Projetos altera significativamente os processos de trabalho, exigindo grandes investimentos em redesenho de processos, ferramentas de controle e treinamento, o que faz com que Norma Social – Administração, representada pela influência da alta administração e gerência imediata exerça uma pressão muito grande sobre os usuários, de forma que se alcancem os últimos estágios de assimilação (COOPER e ZMUD, 1990).

A hipótese H14, relacionada à maior influência da Norma Subjetiva – Equipe para o grupo de potenciais adotantes foi confirmada. Os indivíduos que não possuem experiência acerca de

uma inovação, segundo Venkatesh e Davis (2000), no sentido de reduzir as suas incertezas, procuram obter informações junto a pessoas de seu ambiente e em quem depositam confiança, aceitando as suas percepções de realidade, e incorporando-as como se fossem suas. Tomando como base este conceito, poder-se-á argumentar que a necessidade de buscar informações sobre um ambiente ainda desconhecido, a Metodologia de Gestão de Projetos, faz com que a influência da Norma Subjetiva – Equipe, representada pela influência de pares e subordinados seja mais representativa para os potenciais usuários do que para os usuários, já experientes.

A hipótese H15 foi confirmada, e afirma que Facilidades do Indivíduo possuem uma maior influência para o grupo de potenciais adotantes do que para os usuários. De acordo com Igbaria, Guimaraes e Davis (1995) há uma evidência experimental suportando um relacionamento entre a percepção de o indivíduo possuir confiança em suas próprias capacidades e habilidades e a facilidade de uso percebida de uma inovação. Esta relação parece ser mais forte quando o indivíduo não possui a experiência na inovação, tendendo a se atenuar na medida em que a experiência é adquirida e a percepção das dificuldades diminui pelo domínio do uso.

Quanto à hipótese H16, que afirma que o construto Facilidades da Organização é mais influente para o grupo de potenciais adotantes, pode ser justificada pela mesma base de argumentação da hipótese H9, em que Igbaria, Guimaraes e Davis (1995) destacam que a importância na disponibilidade de recursos organizacionais e técnicos, disponíveis pela organização, tenderá a influir no processo de adoção, de forma mais relevante, nos primeiros estágios de assimilação,

CAPÍTULO 6

CONTRIBUIÇÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

6 CONTRIBUIÇÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES