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Avaliar a pertinência de ajuste na redação do §5º do Art 11 da

I – MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA E ANÁLISE DA EQUIPE DE AUDITORIA

Recomendação 17 Avaliar a pertinência de ajuste na redação do §5º do Art 11 da

Resolução nº 675/PRES/INSS, de forma a afastar possível interpretação de que é passível de se remunerar com o BMOB tarefas que tenham sido realizadas, parcialmente ou não, durante a jornada habitual do servidor, mas que o registro de conclusão da mesma tenha sido feito fora dessa jornada.

127 35. O artigo 11, § 5º da Resolução 675/PRES/INSS determina o seguinte quanto ao pagamento do bônus do Programa Especial em relação à jornada de trabalho do servidor:

Art. 11 (omissis)

§ 5º O BMOB será devido aos servidores de que trata o § 2º a cada processo integrante do Programa Especial concluído além da sua jornada de trabalho regular.

36. Conforme se depreende da regra acima, o BMOB será devido somente se a tarefa trabalhada pelo servidor for concluída além da sua jornada de trabalho. Não há, contudo, especificação a respeito de tarefas trabalhadas durante a jornada habitual de trabalho do servidor, mas não concluídas (com conclusão em momento posterior). 37. Nesse ponto, convém traçar uma prévia diferenciação quanto aos tipos de execução do Programa Especial considerando a jornada de trabalho do servidor, senão vejamos: 37.1. Execução do Programa Especial por Jornada Ordinária: trata-se daqueles servidores que estão submetidos a controle de jornada por meio do Sistema de Registro Eletrônico de Frequência – Sisref (ponto eletrônico) e que, por essa razão, não estão submetidos a metas de produtividade. São os servidores que não estão vinculados a uma Central de Análise de Benefício – Ceab e que não estão inseridos em um dos programas de gestão. Esses servidores deverão obrigatoriamente executar a análise e conclusão de processos administrativos no âmbito do Programa Especial fora da sua jornada ordinária, prevista ou executada, independentemente de estarem em atividade nas Agências da Previdência Social, nas Gerências Executivas, nas Superintendências Regionais ou na Direção Central.

37.2. Execução do Programa Especial por Pontuação: trata-se dos servidores vinculados a uma Ceab ou inseridos em um dos programas de gestão e que deverão obrigatoriamente cumprir com a sua meta individual mensal para ter direito ao pagamento do bônus por tarefa concluída pelo Programa Especial. Ressalte-se que, nesse caso, o servidor não possui controle de jornada de trabalho pelo Sisref, sendo a meta indicada mensalmente o parâmetro que define o cumprimento de sua jornada. Por essa razão, é possibilitado ao servidor a análise de processos administrativos inseridos no Programa Especial em qualquer horário e ao longo de todo o mês, desde que obviamente haja o cumprimento da meta estabelecida.

38. Estabelecidos os parâmetros que são levados em consideração para a realização do pagamento por tarefa concluída no Programa Especial, passamos agora à análise da lista de verificações realizadas e regras de invalidação do pagamento do BMOB.

39. Existem atualmente 34 (trinta e quatro) regras que subsidiam os batimentos realizados pela Dataprev a fim de determinar quais tarefas do Programa Especial serão bonificadas.

40. Dentre tais regras, destacam-se as R3, R4, R5, R6, R7 (que se aplicam aos servidores que não fazem parte de uma Central de Análise e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão), bem como a R10 (que se aplica a servidores submetidos ao cumprimento da meta ordinária. Listamos abaixo referidas tarefas e no que consistem para configurar o não pagamento.

128 R3 - Tarefas com alteração de status durante expediente de trabalho

41. Quantidade de tarefas finalizadas por servidor que não faz parte de uma Central de Análise (CEAB e CEAP) e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão e que possui qualquer alteração de status da tarefa durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF, observando a tabela de códigos do SISREF e sua relação entre horário previsto ou realizado.

R4 - Tarefas finalizadas por servidor durante o seu expediente de trabalho ordinário 42. Quantidade de tarefas finalizadas por servidor que não faz parte de uma Central de Análise (CEAB e CEAP) e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão e que finalizou a tarefa no GET durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF, observando a tabela de códigos do SISREF e sua relação entre horário previsto ou realizado.

R5 - Tarefas finalizadas com subtarefa durante expediente de trabalho

43. Quantidade de tarefas finalizadas por servidor que não faz parte de uma Central de Análise (CEAB e CEAP) e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão e que trabalhou em subtarefa durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF, observando a tabela de códigos do SISREF e sua relação entre horário previsto ou realizado.

R6 - Tarefas com despachos durante expediente de trabalho

44. Quantidade de tarefas finalizadas por servidor que não faz parte de uma Central de Análise (CEAB e CEAP) e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão e que efetuou a formatação do benefício durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF, observando a tabela de códigos do SISREF e sua relação entre horário previsto ou realizado.

R7 - Tarefas concluídas com comentários ou arquivos anexados

45. Quantidade de tarefas finalizadas por servidor que não faz parte de uma Central de Análise (CEAB e CEAP) e que não estão inseridos em um dos Programas de Gestão e que inseriu comentários ou anexou documentos na tarefa durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF, observando a tabela de códigos do SISREF e sua relação entre horário previsto ou realizado.

R10 - Tarefas Concluídas por Servidor sem Cumprimento da Meta Ordinária

46. Quantidade de tarefas que possuam ações do servidor responsável (atribuição de responsável, emissão de exigência, criação de despacho, conclusão, etc) em uma

129 competência que não tenha atingido sua meta ordinária, e que a pontuação faltante seja superior a 10% da meta.

47. Tais regras inabilitam não somente o pagamento de tarefas concluídas, em descumprimento à jornada de trabalho pactuada (seja por meio do Sisref ou de meta de pontuação), mas também as tarefas com qualquer movimentação no GET ou no sistema de benefícios, de forma que não restam dúvidas quanto ao não pagamento de tais tarefas nessas situações (a despeito de tais situações não estarem previstas expressamente na Resolução 675 /PRES/INSS, tão somente na Intraprev, por meio de Tutorial específico para o BMOB).

48. Saliente-se, contudo, que já existe minuta de Portaria que se encontra em trâmite no SEI (Processo nº. 35014.055557/2021-0) que, por sua vez, traz em um de seus anexos a relação de todas essas regras de invalidação de pagamento.

49. Importante ressaltar ainda o que dispõe art. 10 da Resolução 675 /PRES/INSS, especialmente os seus §§ 2º e 3º (transcrito abaixo):

50. Art. 10. O BMOB corresponderá ao valor de R$ 57,50 (cinquenta e sete reais e cinquenta centavos) e será devido aos servidores que tenham aderido ao Programa Especial, na forma do art. 3º, observados os procedimentos, as metas, os critérios e as exigências disciplinados nesta Resolução.

51. § 1º A implementação e o pagamento do BMOB ficam condicionados à expressa autorização física e financeira na lei orçamentária anual e à permissão na lei de diretrizes orçamentárias.

52. § 2º O pagamento do BMOB será devido ao servidor apenas quando concluída a análise de processos do Programa Especial, de forma extraordinária, e desde que atendidas as demais exigências e procedimentos previstos nesta Resolução.

53. § 3º Para fins desta Resolução, considera-se análise extraordinária aquela que: 54. I - represente acréscimo real à capacidade operacional regular de realização de atividades do INSS, nos termos desta Resolução; e

55. II - ocorrer sem prejuízo das atividades regulares do cargo de que o servidor for titular.

56. Assim, fica claro que a própria Resolução já deixa claro que a bonificação por tarefa no Programa Especial somente ocorrerá de forma extraordinária, observando-se para tanto o real acréscimo à capacidade operacional regular das atividades já desenvolvidas no âmbito do Instituto, devendo ainda a análise dessas tarefas não representar prejuízo das atividades regulares do cargo do servidor participante do Programa.

57. Resumindo, para fins de recebimento do BMOB, será observado a forma de execução do Programa Especial pelo servidor: ser por jornada de trabalho ou por pontuação, ressaltando-se que as tarefas concluídas passarão obrigatoriamente por verificações sistêmicas em que se verificam as regras supramencionadas.

58. Pelo exposto, não se faz necessário qualquer ajuste na redação do §5º do artigo 11 da Resolução nº 675/PRES/INSS, tanto por atualmente existir regras específicas que vedam o pagamento de bônus para tarefas que possuam algum tipo de ação do servidor

130 durante a jornada de trabalho a qual se submete, considerando o que estabelece o Programa Especial. Acrescente-se, por fim, conforme já mencionado, a iminência de edição de normativo específico que regulamenta o Programa Especial, e que traz em seu corpo o conjunto de todas essas regras expressamente.” [...].

Análise da equipe de auditoria

Identificou-se, a partir das avaliações realizadas pela auditoria, que o INSS instituiu controles que lhe permitem identificar quais tarefas são passíveis ou não de se remunerar com o BMOB.

Contudo, também detectou-se que a redação do § 5º do Art. 11 da Resolução nº 675/PRES/INSS poderia permitir interpretação de que se aceita como passível de remuneração com o bônus eventuais tarefas que forem realizadas, mesmo que parcialmente, durante a jornada de trabalho regulamentar pelo grupo de servidores que não atuem com habitualidade na análise de benefícios e que, intencionalmente ou não, façam o registro da conclusão da tarefa fora de sua jornada, o que lhes permitiria a obtenção indevida do BMOB, contrariamente ao espírito do Programa Especial que é de bonificar trabalhos extraordinários, em que pese se ter identificado, também, que entre as regras de controle monitoradas pelo GTAPE, especialmente as trilhas R3 e R5, identifiquem-se, respectivamente, as que possuem alteração de status da tarefa durante o expediente de trabalho ordinário marcado no SISREF e as que forem objeto de subtarefa durante o expediente de trabalho, razão pela qual se recomendou ao INSS que avaliasse a pertinência de ajuste na redação da referida disposição.

O INSS, em resposta, se manifesta no sentido de que não seria necessário fazer a alteração normativa proposta, argumentando que as regras atuais, baseada nas trilhas usadas pelo Gtape, seriam suficientes para evitar o pagamento das tarefas que tivessem alguma movimentação durante a jornada ordinária daquele grupo de servidores, acrescentando que ‘já existe minuta de Portaria que se encontra em trâmite no SEI (Processo nº. 35014.055557/2021-0) que, por sua vez, traz em um de seus anexos a relação de todas essas regras de invalidação de pagamento’.

A extensa narrativa apresentada pela Dirat reforça o que concluiu a equipe de auditoria, vez que, de fato, em que pese a dubiedade daquela disposição da Resolução, as diversas trilhas adotadas pelo Gtape, visando o controle dos pagamentos da bonificação, permitem ao INSS identificar ditas situações, de forma a evitar a ocorrência de pagamentos a servidores, quando estes, intencionalmente ou não, apenas fizessem o registro da conclusão da tarefa fora de sua jornada, o que lhes possibilitaria a obtenção indevida da bonificação; destaca-se que a concepção das trilhas adotadas por aquele comitê não estavam instituídas em regulamento da Autarquia, o que poderia, eventualmente, ensejar argumentação diversa por parte de algum servidor quanto ao direito à bonificação nas condições levantadas na auditoria. Foi neste contexto que foi realizada a proposição de recomendação, que reconheceu a pertinência das trilhas usadas pelo Gtape, e, também, percebeu a fragilidade na redação do texto daquele regulamento.

Contudo, a Dirat acrescentou sobre a tramitação de uma minuta de Portaria no SEI (Processo nº. 35014.055557/2021-0), que traria em um de seus anexos a relação de

131 todas as regras de invalidação de pagamento do bônus, o que, quando editada, compreende-se que resolverá a dubiedade existente no § 5º do Art. 11 da Resolução nº 675/PRES/INSS, atendendo-se a recomendação feita neste Relatório.

Ante o exposto, compreende-se que o INSS, quando editada a citada Portaria, estará tomando medida que atende o que foi recomendado, ficando, assim, a avaliação dessa iniciativa a ser realizada em momento oportuno por esta Controladoria, mediante as atividades de monitoramento do Plano de Providências Permanente.