• Nenhum resultado encontrado

Averiguação do questionário discente

No documento Download/Open (páginas 176-186)

5 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS

5.3 Averiguação do questionário discente

O aluno, quando questionado sobre a atuação do professor, permite que haja uma variedade de interpretações, as quais se apresentam ora diversificada, similares, individuais e ora coletivas.

O instrumento escolhido para coletar os dados dos discentes das turmas A (2010.1) e B (2011.1) foi o questionário e que, por sua versatilidade, permitiu-nos traçar informações de aspectos gerais do perfil dos participantes, como também, a ótica dos sujeitos sob a ação docente no planejamento pedagógico em AVA.

O questionário discente foi elaborado com 11 perguntas, sendo 9 de múltipla escolha e 2 abertas. A primeira parte do questionário objetivou traçar as características gerais dos sujeitos, envolvendo o gênero, a escolaridade, a faixa etária, entre outras informações relevantes. A segunda parte levou à pesquisa a compreender a visão discente sobre assuntos que envolvessem a ação pedagógica docente em AVA.

Para que pudéssemos coletar um número significante de dados, o questionário discente foi socializado, virtualmente através do Google Doc., para um público de 35 alunos, obtendo o retorno de apenas 06 participantes.

Mesmo exposto às dificuldades encontradas nas coletas de dados dos discentes, foi possível traçar resultados pertinentes ao que se objetivava a investigação.

Ao darmos início às descrições dos resultados provindos do questionário discente, dissertamos, primeiramente, sobre as respostas dos sujeitos de forma coletiva, por gráficos, traçando um viés quantitativo do que foi proposto. Após as análises quantitativas, discorremos os resultados qualitativos, pontuando as colaborações particulares, em linguagem escrita pelos sujeitos selecionados.

Ao ponderamos o perfil dos sujeitos, e para que fosse possível compreender qual o universo, estes, estão inseridos, copilamos informações de aspectos gerais, as quais observamos que:

1. A maioria dos sujeitos é formada por mulheres.

Figura 66 - Perfil dos discentes participantes – aspectos gerais

2. A faixa etária predominante está na casa dos 35 a 45 anos.

Figura 67 - Perfil dos discentes participantes – aspectos gerais

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

3. Esta é a primeira graduação e a primeira em EAD da maioria dos sujeitos.

Figura 68 - Perfil dos discentes participantes – aspectos gerais

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

As figuras 66, 67 e 68, permite-nos construir um perfil dos discentes da disciplina de Hospedagem, que contribuiram com esta pesquisa. Em observância às respostas dos participantes das turmas A e B, os quais se constituem em maioria mulheres, com faixa etária dos 35 aos 45 anos de idade e que estão cursando a primeira graduação, a qual, também, é a primeira na modalidade de Educação a Distância Online, averiguamos que tal conjunto de características contempla um dos dados estatísticos apresentados no último censo da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED, ano 2016/2017, no qual o gênero feminino se apresenta muito próximo da quantidade do gênero masculino, em cursos regulamentados semipresenciais, nas instituições federais públicas, conforme citação:

A presença feminina se mantém levemente acima da média nos cursos regulamentados semipresenciais das instituições educacionais privadas com e sem fins lucrativos e públicas estaduais. Nas instituições públicas federais e do SNA, a presença masculina é superior, com 58% e 60% de participação masculina, respectivamente. As instituições públicas municipais e as ONGs não enviaram informações relativas ao gênero dos alunos na modalidade citada. (ABED, 2016, p. 85).

Para tanto, a figura 69, permite-nos visualizar, graficamente, os resultados destacados pelo último censo da ABED, o qual ratifica o perfil característico dos sujeitos desta análise e que, mesmo ao passar dos anos, tem-se confirmado este pressuposto.

Figura 69 - Gráfico da distribuição de gênero em cursos regulamentados

semipresenciais, em percentual, por categoria administrativa

Fonte: Censo ABED 2016/2017.

Outro fator relevante, proposto no questionário discente, está direcionado aos resultados que a modalidade de EAD Online consegue alcançar, dentro da expectativa que o aluno constrói ao vivênciar um curso nesse formato.

Mesmo discorrendo resultados de um grupo inferior a 50% dos sujeitos desejados à investigação, foi possível observar que a escolha da maioria pela a alternativa a qual sugere que os cursos ofertados nessa modalidade de educação promovem aprendizados satisfatórios, desperta-nos para a quebra de paradigmas, acerca das percepções construídas sobre a EAD Online no Brasil.

Figura 70 - Visão dos sujeitos sobre cursos ofertados na modalidade de educação a

distância online

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Direcionando as análises dos dados aos aspectos pedagógicos da atuação mediadora docente na disciplina de Hospedagem e como foi desenvolvida em AVA, no caso dessa investigação na plataforma Moodle, das quatro alternativas indicadas como resposta, três foram escolhidas pelos discentes. Logo, as escolhas dos discentes nos permite interpretar que, as percepções sentidas pelos sujeitos são divergentes, ainda que a grande maioria tenha optado pela mesma questão.

Figura 71 - Visão dos sujeitos sobre a disciplina de hospedagem no AVA

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Ao sugerir questões que abordassem a atuação docente em AVA, diretamente por sua ação mediadora, ou indiretamente pelas intenções rotuladas no planejamento pedagógico, a maneira como essas informações chegam aos alunos diz mais sobre o comportamento que o professor formador exerce, do que a funcionalidade dos recursos digitais disponíveis.

Figura 72 - Visão dos sujeitos sobre as ferramentas dispostas no AVA

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Quando considerados a profundidade da junção das ações pedagógicas docentes e o uso das tecnologias digitais, o papel do professor formador é evidenciado pela forma de como atua nos processos de ensino e aprendizagem, enfatizando sua ação como sujeito mediador, moderador e gestor do conhecimento produzido.

As TDIC são recursos pedagógicos que se alinham às necessidades do planejamento do professor. Muito além de recursos diversificados, faz-se necessária uma coerente atuação do professor. Moran (2010) ressalva que o foco do bom uso das novas tecnologias é principalmente a atitude do professor.

Para tanto, os recursos disponíveis nas interfaces digitais são condutos favoráveis ao ensino e à aprendizagem, quando estão conectados com os objetivos do planejamento pedagógico, com a atuação mediadora docente, como também, quando o discente conhece e reconhece a sua funcionalidade. Logo, foi possível observar que:

Figura 73 - Visão dos sujeitos sobre o fórum de discussão online em AVA

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Com mais de 50% da preferência dos discentes, a alternativa em que define que o Fórum de Discussão Online como sendo um gênero digital que permite a reflexão e o diálogo, de modo que trocas de experiências possam ser trocadas, ratifica que a visão dos discentes em estudo prevalece a mesma. Dessa forma, o entendimento discente sobre este gênero digital nos permite tecer um diagnóstico no qual o aluno possui a consciência sobre as habilidades que podem encontrar no Fórum de Discussão Online.

A possibilidade de adequar a atuação mediadora docente à TDIC conduz à resultados diferenciados e significativos de todas as partes integradoras do processo educativo a distância. O espaço dialógico do Fórum de Discussão Online, mediado pelo docente com situações que estimulam a aprendizagem colaborativa, promove um estado de afetividade, ativando a autonomia, a responsabilidade coletiva e a participação ativa dos sujeitos.

Essa postura diferenciada do professor formador, saindo da posição de detentor de todo o conhecimento, para permitir que o discente seja o responsável ativo do seu aprendizado, apresenta-se em constante evolução, sendo entendida de formas diversificadas pelos sujeitos da pesquisa. Posto um questionamento sobre essa atitude do novo papel do professor, por produções textuais mais ativas e

colaborativas, observamos o surgimento de posicionamentos divergentes. Notamos nas imagens que:

Figura 74 - Visão do novo papel do professor – discente A

“E uma forma melhor de aprendizagem com o aluno uma vez que o professor já não é mais visto

como detentor do conhecimento e sim um transmissor de informações para construção do conhecimento. ”

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Para o discente A, o docente quando atua como gestor de situações de aprendizagem, distanciando-se do foco central do processo educativo, contribui, positivamente, para melhores momentos de aprendizagem. Assim, assumir um novo papel como educador propicia inovações em conceitos colaborativos e participativos, apresentando o aluno como protagonista do processo de ensino e aprendizagem, abrindo espaço para situações pedagógicas baseadas no diálogo, na pesquisa, na inovação e na afetividade.

Figura 75 - Visão do novo papel do professor – discente B

“Essa nova postura do professor de ser um facilitador/mediador é algo imprescindível no novo

modelo de ensino, porém boa parte dos discentes ainda não estão preparados para isto, pois vieram de ensino em sua boa parte tradicional. É necessário que se faça uma discussão inicial sobre o uso de novas metodologias para o ensino em que terão acesso. ”

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

O discente B, ao expor suas colocações sobre “Essa nova postura do professor...”, afirma que a inovação na atuação do professor formador é indispensável ao novo modelo de ensino, porém o discente não está preparado para recebê-la. A mediação pedagógica na modalidade de EAD Online impõe desafios à prática docente atual, requerendo inovações e transformações dos métodos tidos como tradicionais, para momentos que sejam fortalecidas as participações ativas do aluno.

Esse método pedagógico de ensino vislumbrado pela visão construtivista de Piaget (1975), propõe que o sujeito seja conduzido a instigar, despertando a curiosidade, como também, encontrando as respostas a partir de seus próprios conhecimentos, interagindo com a realidade e com os demais indivíduos.

Figura 76 - Visão do novo papel do professor – discente C

“É uma grande oportunidade para aqueles que não tem tempo e/ou condições financeiras de fazer

um curso presencial, mas também é uma modalidade que desenvolve nosso comprometimento, dedicação, disciplina e que somos capazes de aprender, mesmo sem um professor presencial. Os docentes nos estimulam a busca pelo conhecimento e que somos capazes de aprender dentro ou fora de quatro paredes, além disso, podemos compartilhar nossas experiências vivenciadas no ambiente virtual e fora dele. ”

Fonte: Elaborado pela autora com dados extraídos do Questionário Discente/ Google.Doc (2018).

Na visão do discente C, um curso na modalidade de EAD Online, quando ofertado por uma Instituição de Ensino Superior (IES), sendo essa uma instituição educacional pública federal, como é o caso do espaço educacional do sujeito da pesquisa, permite oportunidades de ensino para todos, principalmente, para aqueles que não possuem tempo e nem condições financeiras para arcarem com tais custos. A postura do professor formador ao estimular a busca pelo conhecimento e pela construção dos saberes, permite que o ensino alcance, significativamente, um maior grupo de pessoas. O trabalho do professor precisa alinhar-se à uma ação pedagógica que conduza a criação de um sujeito reflexivo e inovador a produzir conhecimento, independente do espaço geográfico em que se situe, da faixa etária e/ou da origem desse indivíduo.

O uso do computador e da internet na educação criou possibilidades diferentes daquelas conhecidas na metodologia utilizada em salas de aula presencial e propiciou a abertura para novas descobertas educativas no que tradicionalmente era considerado como Educação a Distância (PALLOF; PRATT, 2002). Dessa forma, a aprendizagem online necessita de abordagem diferenciada e de sujeitos mais participativos, proporcionada por uma prática pedagógica que contemple esse modo de ensino.

Contudo, é relevante ratificar a importância da postura mediadora docente e das estratégias metodológicas adotadas com a intenção de construir um ambiente propício ao ensino e aprendizagem, e que estes desígnios possibilitem ações colaborativas e participativas em busca de novos saberes.

No documento Download/Open (páginas 176-186)