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Balanço Patrimonial (BP)

No documento Autor MICHEL TEIXEIRA PEREIRA (páginas 27-34)

3. Estrutura das Demonstrações Contábeis

3.2. Balanço Patrimonial (BP)

Apresenta a situação patrimonial e financeira da empresa em determinado mo-mento (data). A informação é de natureza estática e provavelmente, sua estrutura se apresentará diferente algum tempo após seu encerramento.

Diversas informações relevantes de tendências podem ser extraídas de seus grupos de contas, o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma empresa.

Compõe-se de três partes essenciais: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em “grupos”. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas partes, situando-se o passi-vo e o patrimônio líquido no lado direito e o atipassi-vo do lado esquerdo. Sendo sua identidade básica:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

6 - Quadro: Conceito de Balanço. | Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).

Sua estrutura configura-se da seguinte forma:

ATIVO PASSIVO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

7 - Quadro: Estrutura do Balanço. | Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).

No Ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela empre-sa. Esses recursos podem estar distribuídos em ativos circulantes (caixa, contas a receber em curto prazo) e ativos não circulantes (realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível).

Somente compõem o Ativo de uma entidade os itens que promovem a geração de benefícios econômicos futuros. Bens nos quais não existe nenhum comprador potencial no mercado e que também não possam representar um benefício para a empresa, não são classificados no Ativo. Conceito conhecido como a essência sobre a forma, ou seja, a essência econômica prevalece sobre a forma jurídica.

SAIBA MAIS:

Sobre o conceito de a essência sobre a forma na NBC TG Estru-tura Conceitual. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/

SRE/docs/RES_1374.pdf> Acesso em: 13 de Agosot de 2019.

O Passivo identifica as exigibilidades da empresa e suas obrigações, cujos va-lores encontram-se investidos em ativos. Classificam-se em passivo circulante (curto prazo) e passivo não circulante (longo prazo).

O Passivo é composto de todas as obrigações atuais da entidade, geradas por eventos ocorridos no passado, e cuja liquidação futura vai exigir um desembolso de caixa da empresa.

O Patrimônio Líquido é representado pela diferença entre o total do Ativo e do Passivo em determinado momento. Identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado:

• Pelo Capital investido pelos sócios (CAPITAL SOCIAL);

• Lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa (LUCROS NÃO DISTRIBUÍDOS).

O que determina a classificação entre curto e longo prazo: exercício social ou ci-clo operacional. A Lei estabelece ser longo prazo valores com vencimento após o término do exercício social seguinte. Normalmente o exercício social coincide com o ano-calendário (inicia em primeiro de janeiro e termina em 31 de dezem-bro), mas isso é relativo de cada empresa.

NOTA:

Ciclo operacional equivale ao tempo despendido por uma companhia desde a aquisição de matérias-primas (indústria) ou mercadorias (comércio) até o recebimento da venda.

O Exercício social é definido no estatuto da empresa. Companhias como estalei-ros, atividades na pecuária ou agrícola podem ter ciclo operacional muito maior que o ano-calendário. Alterando o que seria curto e longo prazo para a maioria dos casos.

Para estruturar o Balanço Patrimonial os grupos e contas são dispostos em or-dem decrescente de liquidez para o ativo e decrescente de grau de exigibilida-de para o passivo.

ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO 8 - Quadro: Estrutura Básica do Balanço Patrimonial.

Observe no Quadro 9 como estão dispostas as contas no Balanço Patrimonial, comentaremos algumas em seguida.

ATIVO PASSIVO

ATIVO TOTAL PASSIVO TOTAL

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

DISPONÍVEL Fornecedores

Caixa e Bancos Empréstimos e Financiamentos

Títulos de Negociação Imediata Impostos, Taxas e Contribuições Aplicações Financeiras (CDB, Letras de Câmbio,

Debêntures, etc.) Salários a Pagar

REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Dividendos a Pagar

Valores a Receber Provisões

(-) Provisão para Devedores Duvidosos Outros Passivos de Curto Prazo (-) Títulos Descontados

Outros Valores a Curto Prazo a Receber PASSIVO NÃO CIRCULANTE

ESTOQUES EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Matérias-primas e Embalagens Empréstimos e Financiamentos

Produtos em Elaboração Outros Passivos a Longo Prazo

Produtos Acabados/Mercadorias PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Materiais Diversos (consumo e Almoxarifado) Capital Social Realizado

DESPESAS ANTECIPADAS Reservas de Capital

Despesas Apropriáveis a Custo no Exercício Seguinte Reservas de Lucros

ATIVO NÃO CIRCULANTE Ajustes Avaliação Patrimonial

Menor Menor

Maior Maior

Liquidez Exigibilidade

Como devem ser registrados os valores das contas no Balanço Patrimonial

• Contas a Receber (Circulante) – Valor dos títulos a receber líquido de estima-tivas de não recebimento (perdas) [Duplicatas descontadas e Provisão para Devedores Duvidosos – PDD];

• Aplicações em Instrumentos Financeiros – Pelo valor econômico (valor justo) ou pelo valor do principal atualizado de juros e outros rendimentos previstos na operação;

• Estoques – Custo de compra ou de fabricação (custo histórico); deduzir do valor calculado estimativa de eventuais perdas caso o preço de mercado dos estoques seja inferior [diferentes critérios de avaliação possíveis, só um aceito pela lei];

• Ativo Imobilizado – Custo de aquisição líquido da depreciação (tangíveis), amortização (intangíveis) e exaustão (recursos naturais). Ao final de cada exer-cício social, a empresa deve aplicar o teste de recuperabilidade dos ativos (impairment - Carta Capital: Capital Social Subscrito | Capital Social a Integralizar);

• Participações Relevantes em Coligadas e Controladas – Método de equiva-lência patrimonial;

IMPORTANTE:

O Balanço Patrimonial não reflete o futuro (tendência) dos ativos operacionais da empresa.

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Prejuízos Acumulados

Créditos Diversos Ações em Tesouraria

INVESTIMENTOS Participações Acionárias Outros Investimentos IMOBILIZADO Prédios e Terrenos Máquinas e Equipamentos Veículos, Mobiliário, etc.

INTANGÍVEL Marcas e Patentes Fundo de Comércio

9 - Quadro: Estrutura mais completa do Balanço Patrimonial. Fonte: O Autor.

Os valores do Balanço Patrimonial a posição no momento de sua apuração e não consideram a continuidade do negócio.

Reservas de Capital

Ganhos patrimoniais não relacionados com os valores integrantes do Ativo e que, por isso, não podem ser computadas na apuração do resultado. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

− Absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

− Resgate, reembolso ou compra de ações;

− Resgate de partes beneficiárias;

− Incorporação ao capital social;

− Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.

Capital Social - Lei 6404 - Art. 182 A conta do capital social discriminará o montan-te subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

NOTA:

Obrigações de curto prazo são ajustadas sempre que produzi-rem efeitos relevantes.

• Ativos Realizáveis e Passivos – Todos os ativos realizáveis e passivos, nota-damente de longo prazo, devem ser avaliados a valor presente pela taxa de juros de mercado.

• Empréstimos – Não exigem a destinação específica de recursos.

• Financiamentos – Devem apresentar uma destinação aos recursos, como aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de veículos, edificações.

• Passivos – Com encargos financeiros explícitos, são avaliados pelo valor atu-alizado até a data do balanço;

Em moeda estrangeira, são convertidos em moeda nacional pela taxa de câm-bio vigente na data do balanço;

Com encargos financeiros classificados no passivo circulante, são apurados pelo seu valor presente.

Art. 182. § 1º (BRASIL, 1976) diz que serão classificadas como Reservas de Capital:

− Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

− Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

− Resultado da correção monetária do capital feito, enquanto não-capitalizado.

A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não com-putadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência:

− (+ ou -) As contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a ele-mentos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Reservas de Lucros

Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apro-priação de lucros da companhia. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

− Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

− Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e

− Estabeleça o limite máximo da reserva.

O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fis-cais e de lucros a realizar não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo este limite, a assembleia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização/

aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.

Ações em Tesouraria

− Representam a compra no mercado acionário das próprias ações pela empresa;

− Mantém guardadas para posterior revenda;

− As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tu-dinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você verificou quais são as demonstrações contá-beis obrigatórias no Brasil. Viu a estrutura completa do Balanço Patrimonial e como devem ser registrados os valores das suas contas. É importante lembrar que as sociedades por ações são orientadas pela Lei 6404. Legislação que orienta os contadores na excelência da preparação das demonstrações contábeis.

Prejuízos Acumulados

Art. 5º No encerramento do exercício social, a conta de lucros e prejuízos acu-mulados não deverá apresentar saldo positivo.

− Parágrafo Único: Eventual saldo positivo remanescente na conta de lucros e pre-juízos acumulados deverá ser destinado para reserva de lucros, nos termos dos art. 194 a 197 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo. (SILVA, 2012, p. 46-47).

Na publicação do balanço patrimonial constará somente saldo quando existir prejuízos acumulados.

4.1. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A demonstração do Resultado do Exercício (DRE) visa fornecer os resultados, seja lucro ou prejuízo, auferidos pela empresa em determinado período (exercí-cio social), os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O lucro ou prejuízo é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independen-temente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias

Variações Monetárias e Cambiais Passivas (-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

INTRODUÇÃO:

Esta competência é de fundamental importância para toda a análise das demonstrações contábeis. Pelo entendimento da estrutura contábil é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabili-zação e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o de-sempenho da empresa. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

No documento Autor MICHEL TEIXEIRA PEREIRA (páginas 27-34)

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