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Autor MICHEL TEIXEIRA PEREIRA

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Academic year: 2022

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Olá. Meu nome é Michel Teixeira Pereira. Sou formado em Ciências Contá- beis pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Professor do departamento de Administração do Centro de Ensino Grau Técnico Curitiba, com uma experiência em ministrar as disciplinas de Contabilidade Societária, Analise das Demonstrações Contábeis, Economia e Mercado, Gestão da Qua- lidade e Contabilidade Introdutória. Possuo experiência profissional em empre- sa de gestão financeira onde trabalhei com avaliação de empresas e gestão de recursos através de Indicadores Econômicos e Financeiros. Também fui Assistente Contábil e Financeiro em empresas da área de comunicação (TV, rádio e jornal) com ênfase Gestão Contábil e Financeira. Atuei no setor bancário com atendimento a empresas de pequeno e médio porte realizando visitas técnicas e negociações. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir mi- nha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora TELESAPIENS a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!

Autor

MICHEL TEIXEIRA PEREIRA

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INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

Iconográficos

Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de apren- dizagem toda vez que:

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Sumário

1. Objetivos e Usuários da Análise das Demonstrações Contábeis ...8

1.1. Conceitos e Objetivos da Análise das Demonstrações ...8

1.2. Usuários da Análise das Demonstrações contábeis ...13

USUÁRIOS INTERNOS A ENTIDADE...14

Sócios e Gestores ...14

USUÁRIOS EXTERNOS A ENTIDADE ...14

Instituições Financeiras ...14

Clientes e Fornecedores em Geral ...14

Investidores ...14

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ...15

Poder Judiciário ...15

Fiscalização Tributária ...15

Comissões de Licitação ...15

Empregados e Sindicatos ...15

1.3. Finalidades da Análise das Demonstrações Contábeis ...16

2. Padronização e Limitação na Análise das Demonstrações Contábeis ...18

2.1. Padronização na Análise das Demonstrações Contábeis ...18

2.2. Modelos de Padronização ...20

2.3. Limitações da Análise das Demonstrações Contábeis ...22

3. Estrutura das Demonstrações Contábeis ...26

3.1. Principais Alterações Introduzidas no Brasil pela Lei Nº 11.638/07 e complementos ...26

3.2. Balanço Patrimonial (BP) ...27

Como devem ser registrados os valores das contas no Balanço Patrimonial ...30

Reservas de Capital ...31

Ajustes de Avaliação Patrimonial...32

Reservas de Lucros ...32

Ações em Tesouraria ...32

Prejuízos Acumulados ...33

4. Demonstrações de Resultados ...34

4.1. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ...34

Dividendos no Brasil ...36

Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP)...37

4.2. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) ...37

4.3. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) ...38

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Esta Unidade visa introduzir o leitor no estudo das principais características da Análise das Demonstrações Contábeis. O que pretende a análise de balan- ços? Quais são os seus métodos? Quem a usa? Qual a sua validade? Qual a sua confiabilidade, extensão e profundidade? Onde obter os dados contábeis sobre a empresa? Quais informações se pode obter com a Análise de balanço?

A presente obra foi preparada de forma bastante objetiva e direta e busca in- tegrar teoria e prática. Espero que este livro possa ser uma efetiva contribuição não somente para a sua formação acadêmica, leitor, mas também para o seu aprimoramento e evolução profissional. Mergulhe de cabeça neste universo faça uma boa leitura!

Introdução

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Olá. Meu nome é Andréa César. Sou responsável pela direção editorial deste livro didático e de todos os demais recursos relacionados com a sua trilha de aprendizagem. Estamos na Disciplina Análise das Demonstrações Contábeis, e seja muito bem-vindo a nossa Unidade 1, onde nosso objetivo é auxiliar você para o desenvolvimento das seguintes competências profissio- nais até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender os objetivos, quem são os usuários e finalidades das análises das demonstrações contábeis;

2. Entender a padronização e os limites da análise das demonstrações contábeis;

3. Identificar a estrutura das demonstrações contábeis e o balanço patrimonial;

4. Assimilar a demonstração do resultado do exercício, demonstração de lucros e prejuízos acumulados e demonstração das mutações do patrimônio líquido.

Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?

Ao trabalho!

Trilha de Aprendizagem

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A comunicação internacional proporcionada pela globalização reforçou a neces- sidade de as empresas apresentarem relatórios contábeis harmônicos, com alto grau de comparabilidade entre os países. A Contabilidade é a principal lingua- gem de comunicação dos agentes econômicos na busca de oportunidades de investimentos e na avaliação do risco de suas transações.

Por consequência, a evidenciação da informação contábil deve ser a mais ho- mogênea possível nos diferentes países.

12 - Figura: Análilse das Demonstrações Contábeis. Fonte: Freepik®

1.1. Conceitos e Objetivos da Análise das Demonstrações

INTRODUÇÃO:

Ao término desta competência você será capaz de entender a finalidade das demonstrações contábeis. Quais são elas?

Quem são os seus usuários?

E então? Motivado para desenvolver esta nova competência?

Então vamos lá. Avante!

1. Objetivos e Usuários da Análise

das Demonstrações Contábeis

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RESUMINDO:

O objetivo primordial da Contabilidade é fornecer informações úteis para seus usuários, que auxiliem na tomada de decisões.

A Contabilidade aborda a mensuração e a supervisão do patrimônio. É aplicada em entidades em geral, sendo utilizada com a finalidade de gestão e controle. As informações contábeis são evidenciadas com base nas demonstrações contá- beis, as quais seguem uma formatação padrão, com variações específicas para bancos e seguradoras, por exemplo, as quais seguem uma legislação especial.

As demonstrações contábeis, apresentam diversas finalidades, dependendo do propósito de quem às analisa. Devem ser elaboradas na moeda corrente do país impreterivelmente (em real, no caso brasileiro). É interessante observar que elas se complementam e são consistentes entre si, pois há uma lógica que permite comparar dados de uma demonstração contábil com outras ao longo do tempo.

O lucro apresentado na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) tem efeito no Patrimônio Líquido (PL) refletido no Balanço Patrimonial (BP) e, em uns casos, no passivo circulante, se houver dividendos a pagar, ou até mesmo no caixa, se houver dividendos a pagar no próprio exercício social (SAPORITO, 2015).

Por meio das demonstrações contábeis é possível examinar a situação da com- panhia para a qual foram elaboradas. Entretendo, às vezes, é necessário transfor- mar os dados em informações úteis, como indicadores, por exemplo, para que possam contribuir para o entendimento e objetivo do analista.

Nesse contexto, o analista é quem vai definir quais são as partes de interesse do seu objeto do estudo. Se a finalidade for a obtenção de crédito no curto prazo, por exemplo, normalmente avalia-se a situação financeira, a situação estrutural e o desempenho da empresa. Normalmente, para fins de análise, esses são os três componentes que são avaliados em uma companhia.

Sendo assim, faz-se necessário a transformação dos dados brutos contidos nas demonstrações contábeis em indicadores que possam contribuir para o processo de avaliação de cada um desses três componentes em que a companhia foi divi- dida. Após a obtenção dos indicadores é possível compará-los ao longo do tempo.

A análise das informações contábeis permite uma avaliação da situação eco- nômica, financeira e de desempenho da entidade, bem como fazer inferências sobre tendências e perspectivas futuras.

Os investidores e credores são os destinatários prioritários das demonstrações contábeis, já que os investidores basicamente tomam decisões de compra, ma- nutenção e venda, e os credores tomam decisões associadas à concessão de crédito à empresa (HENDRIKSEN; BREDA, 1999). Sendo assim:

(10)

Para que os dados das demonstrações contábeis sejam úteis a NBC TG Estrutu- ra Conceitual – Estrutura Conceitual Para Elaboração e Divulgação De Relatório Contábil-Financeiro (CFC, 2011) elenca algumas características fundamentais da informação.

O analista de demonstrações contábeis exerce uma importante tarefa dentro do processo contábil. Enquanto o contador procura captar, organizar e compilar dados, oferecendo como produto final as demonstrações contábeis, o analista deverá preocupar-se com as informações ali contidas.

SAIBA MAIS:

Para saber mais sobre o objetivo da Contabilidade leia o Artigo:

“O real objetivo da Contabilidade” (LUNELLI), acessível pelo link http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/real-obje- tivo-da-contabilidade.htm

Abordar a análise das demonstrações contábeis pode ser um assunto extrema- mente amplo. Porém, de forma sucinta, é possível resumi-la em uma “técnica”

que visa coleta de dados e apuração de indicadores que possibilitam a avaliação da capacidade de solvência (situação financeira), compreender a estrutura patri- monial (situação patrimonial) e analisar a capacidade da entidade em gerar bons resultados (situação econômica).

Neste sentido, as demonstrações contábeis mostram a situação atual da compa- nhia, da mesma forma que uma fotografia retrata um certo momento no tempo.

NOTA:

As demonstrações contábeis são uma representação estru- turada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e finan- ceira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.

O trabalho do profissional de Contabilidade se inicia com a interpretação e o re- gistro dos fatos econômicos, ou seja, a escrituração. Em seguida, por meio da elaboração das demonstrações contábeis, é possível verificar a posição econô- mica, financeira e patrimonial da empresa.

Desta forma, a Norma Brasileira de Contabilidade NBC TG 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis editada pelo Conselho Federal de Contabilidade [CFC] (CFC, 2017) define que:

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Essas características são muito importantes para tornar a informação divulgada muito melhor. Daí a importância de transformar dados em informação inteligível.

Na Figura 1 é possível observar a sequência para o processo de análise para as demonstrações contábeis, na próxima página. Vejamos então pela demonstra- ção do Gráfico.

SAIBA MAIS:

Para saber mais, recomendo fazer uma leitura completa da NBC TG Estrutura Conceitual – Estrutura Conceitual Para Elaboração e Divulgação De Relatório Contábil-Financeiro, acessível pelo link:

http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/RES_1374.pdf DEFINIÇÃO:

Características qualitativas de melhoria (CFC, 2011, p. 14-16) Leia sobre a definição das características qualitativas fundamentas pela NBC TG, Estrutura Conceitual. São elas:

• Relevância;

• Materialidade;

• Representação Fidedigna.

DEFINIÇÃO:

Características qualitativas fundamentais (CFC, 2011, p. 12-13).

Leia sobre a definição das características qualitativas de melhoria na NBC TG, Estrutura Conceitual, são:

• Comparabilidade;

• Verificabilidade;

• Tempestividade;

• Compreensibilidade.

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As análises das demonstrações contábeis podem gerar como produto relatórios escritos em linguagem corrente. É recomendado o uso de gráficos como auxílio para simplificar conclusões mais complexas. O analista tem a função de elaborar um relatório de análise dirigido a leigos, mesmo que não o sejam, pois, o obje- tivo é simplificar a leitura das demonstrações contábeis a qualquer dirigente da companhia, gerente de banco ou outras pessoas interessadas.

Por outro lado, as demonstrações contábeis não têm nenhuma preocupação nesse sentido, seguem normas específicas de divulgação. As demonstrações contábeis exprimem termos técnicos e suas notas explicativas, às vezes, são singulares a tal ponto que permitem frequentemente manipulações e acoberta- mentos. Assim, a análise das demonstrações contábeis deve assumir também a função de tradução dos elementos contidos nas mesmas.

Exemplo: O que se pode incluir em um relatório de análise de balanços, segun- do Matarazzo (2010, p. 6):

• Situação Financeira;

• Situação Econômica;

• Desempenho;

• Eficiência na Utilização dos Recursos;

• Pontos Fortes e Fracos;

• Tendências e Perspectivas;

• Quadro Evolutivo;

• Adequação das Fontes às Aplicações de Recursos;

• Causas das Alterações na Situação Financeira;

• Causas das Alterações na Rentabilidade;

• Evidência de Erros da Administração;

• Providências que Deveriam ser Tomadas e Não Foram;

• Avaliação de Alternativas Econômico-Financeiras Futuras.

Muitas podem ser as finalidades de analisar as demonstrações contábeis. O rela- tório elaborado vai depender do objetivo da análise e carrega características de cunho pessoal do analista. Dois analistas com vivências e experiências diferentes podem até chegar a uma mesma conclusão, mas a elaboração do relatório será diferente.

Processo Técnicas de

Contábil Fatos ou eventos

econômicos- financeiros

Demonstrações financeiras =

dados

Informações financeiras para a

tomada de decisões Análise de

Balanços 13 - Figura: Sequência do Porcesso de Análise. | Fonte: MATARAZZO (2010, p. 4).

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ANÁLISE Escolha de

indicadores Comparação com

padrões Diagnóstico ou

conclusões Decisões

Etapas: 1 2 3 4

14 - Figura: Processo de Tomada de Decisão na Análise de Balanços. | Fonte: MATARAZZO (2010, p. 7).

Outro aspecto que influencia na preparação do relatório são os interesses dos seus usuários. Existem aqueles que querem uma análise rápida e o objetiva, por outro lado há também outros que desejam a informação detalhada e minuciosa.

Normalmente o analista prepara indicadores para a análise, na Figura 2 verifi- ca-se o processo que o analista realiza nas Etapas 1, 2 e 3. O gestor ou usuário realiza apenas a Etapa 4.

Analistas que demonstrem maior nível de experiência podem mostrar conclu- sões próximas. Porém, raramente irão apresentar conclusões exatamente iguais.

IMPORTANTE:

Por meio de estudos e interpretações de dados extraídos das demonstrações financeiras, a análise de balanços tem por fi- nalidade prestar informações sobre a situação econômica e fi- nanceira da entidade, para que as pessoas interessadas possam tomar decisões.

Para Iudícibus (2017, p. 9) as demonstrações contábeis são úteis para os usuários para tomada de decisões, como:

− Decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;

− Avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade quelhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas;

− Avaliar a capacidade da entidade pagar seus empregados (prestação de contas);

− Avaliar a segurança à recuperação dos recursos emprestados à entidade;

− Determinar políticas tributárias;

− Determinar a distribuição de lucros e dividendos;

− Elaborar e usar estatísticas da renda nacional;

− Regulamentar as atividades das entidades.

1.2. Usuários da Análise das Demonstrações contábeis

A necessidade de interpretação das informações contábeis podem ser as mais diversas, assim como há uma variedade nos possíveis usuários deste material.

(14)

Os resultados obtidos nas análises se destinam a um grupo muito abrangente de usuários, que a utilizarão estas informações principalmente como ferramenta para tomada de decisões de financiamento e investimento.

Em tempos passados a análise das demonstrações contábeis era utilizada pre- ponderantemente por instituições financeiras com propósito de avaliar os riscos de crédito. Entretanto, no decorrer do tempo, se estabeleceu como instrumento de auxílio gerencial e provedora de informações para investidores.

Os usuários das demonstrações contábeis, sejam eles internos ou externos, têm diferentes necessidades a serem satisfeitas, Silva (2012) elenca alguns possíveis usuários das demonstrações contábeis e o que pretendem eles com a análise.

USUÁRIOS INTERNOS A ENTIDADE Sócios e Gestores

− Aumentar ou reduzir investimentos;

− Aumentar o capital ou emprestar recursos;

− Expandir ou reduzir as operações;

− Comprar/Vender à vista ou a prazo para as instituições financeiras, clientes e para os fornecedores em geral.

USUÁRIOS EXTERNOS A ENTIDADE Instituições Financeiras

− Conceder ou não empréstimos;

− Estabelecer termos do empréstimo (volume, taxa, prazo e garantias).

Clientes e Fornecedores em Geral

− Avaliação com vistas à concessão ou não de crédito, em que valor e a que prazo;

− Informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante.

Investidores

− Adquirir ou não o controle acionário;

− Investir ou não em ações na bolsa de valores;

− Avaliação do risco inerente quanto ao investimento e ao potencial de retorno para proporcionar dividendos.

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Comissão de Valores Mobiliários (CVM)

− Observar se as demonstrações contábeis de uma empresa de capital aberto respondem aos requisitos legais do mercado de valores mobiliários, como pe- riodicidade de apresentação, padronização e transparência.

Poder Judiciário

− Solicitação e apreciação objetiva de perícia.

Fiscalização Tributária

− Buscar indícios de sonegação de impostos

Comissões de Licitação

− Avaliar o vulto dos equipamentos e instalações, do capital de giro próprio, da solidez econômico-financeira, buscando identificar se há garantia acessória para o início ou continuidade no fornecimento dos bens ou serviços;

− A Lei n º 8.666/93, que institui normas para licitações e contratos da Adminis- tração Pública, em seu art. 31 estabelece que a exigência de índices [constantes em editais de licitação] limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudi- cado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade;

− Estabelece ainda que a comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficien- te ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

Empregados e Sindicatos

− Informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores (sol- vência, distribuição de lucros etc.);

− Avaliação da capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e oferta de oportunidades de emprego.

Na concepção de Hendriksen e Breda (1999), os investidores e credores são os destinatários prioritários das demonstrações contábeis, já que os investidores basicamente tomam decisões de compra, manutenção e venda, e os credores tomam decisões associadas à concessão de crédito à empresa.

(16)

1.3. Finalidades da Análise

das Demonstrações Contábeis

Visto os diversos os usuários da análise das demonstrações contábeis e os seus múltiplos os interesses em relação às empresas analisadas, vamos agora entender o que pretendem eles com essas informações. Iniciamos como dois exemplos práticos: uma instituição financeira pode utilizar a análise como forma de decidir se concederá um empréstimo de curto prazo a uma empresa. Um investidor do mercado de capitais pode valer-se da análise dessa empresa para decidir se compra ou não suas ações.

Evidentemente, o foco de análise de uma instituição financeira será muito dife- rente daquele do investidor, pois os interesses nos resultados da análise que am- bos fazem são diferentes. O gerente do banco está interessado principalmente na capacidade de pagamento do empréstimo e nos juros da operação em curto prazo, e o investidor procura elementos para entender se vale a pena participar da companhia na condição de acionista, vislumbrando os ganhos futuros que poderão ocorrer. É importante observar que nem todas as instituições financeiras utilizam a análise das demonstrações contábeis para tomar decisões no curto prazo. Se uma mesma companhia solicitasse um financiamento de vários anos, a prioridade do gerente de banco passaria a ser a capacidade de quitação da dívida que essa empresa teria a longo prazo. Nesse caso, entende-se que o in- vestidor poderia tanto ter seus interesses mais direcionados a curto prazo, e prio- rizar ganhos a curto prazo, como também poderia ter horizontes a longo prazo, De acordo com a necessidade específica de cada usuário, podem ser criados diferentes modelos de análise das demonstrações contábeis (RIBEIRO, 2014).

Há uma tendência ao analista atribuir maior importância aos conceitos que se associem mais diretamente aos interesses do usuário em relação à companhia estudada.

A análise das demonstrações contábeis é, portanto, um instrumento flexível que permite a seus usuários valorizar o que for mais importante para a sua neces- sidade específica. Não existe uma única forma de analisar as demonstrações contábeis. Há conceitos de análise, cuja relevância relativa pode mudar de um usuário para outro.

Assim, é fundamental que, antes de se iniciar um processo de análise das de- monstrações contábeis, seja bem definido qual é o objetivo do usuário nessa análise, ou seja, que uso será feito dela.

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste item, vamos resumir tudo o que vimos.

(17)

RESUMINDO:

Você deve ter aprendido que o objetivo primordial da Contabili- dade é fornecer informações úteis para seus usuários, que auxi- liem na tomada de decisões.

Para que essas informações contábeis sejam úteis a NBC TG Estrutura Conceitual elenca algumas características fundamen- tais da informação. O preparador das demonstrações contábeis deve orientar-se por essas características na elaboração dos de- monstrativos para que o analista tenha informações úteis na hora da análise. O trabalho do analista é interpretar, analisar e compa- rar de forma a tornar o conteúdo perceptível a todos os usuários.

Os usuários podem ser externos ou internos à empresa, pessoa física ou jurídica, com os mais diversos interesses na interpreta- ção das demonstrações contábeis.

E aí? Você já se interessou em analisar a situação econômico-fi- nanceira de alguma empresa/instituição?

(18)

O médico realizar seu diagnóstico, podendo constatar uma emergência e indi- car a internação ou simplesmente prescrever um medicamento e solicitar que o paciente volte outro dia, caso sua enfermidade não se resolva. Em outras si- tuações, o médico solicita que o paciente faça exames específicos e volte para uma nova consulta com os resultados. Nesse caso, podemos inferir da situação que o profissional médico percebeu não ter elementos suficientes para chegar a uma conclusão definitiva, ou seja, faltam-lhe partes essenciais do que está analisando para que possa chegar a um entendimento. Os resultados dos exa- mes solicitados, que o paciente deverá portar na consulta seguinte, ajudarão o médico a decidir o encaminhamento que dará ao tratamento.

Assim sendo, não se trata de uma ciência exata, mas sim de uma opinião com base em uma série de informações.

IMPORTANTE:

As demonstrações contábeis devem ser preparadas para aná- lise, da mesma forma que um paciente que vai submeter-se a exames médicos (SAPORITO, 2015).

2.1. Padronização na Análise das Demonstrações Contábeis

As demonstrações contábeis são a linguagem dos negócios, por isso é impor- tante que sejam padronizadas, tornando-as intelegíveis universalmente.

Vamos a um exemplo: uma consulta médica é um processo de análise no qual a primeira etapa é realizada na recepção do consultório. Naquele local se pre- enche a ficha do paciente, o conteúdo vai desde o nome, dados, patologias até os motivos que o levaram a consulta. Em alguns casos, é realizado a medição de temperatura e pressão antes da entrada do paciente no consultório. Quando iniciado o atendimento, o médico dispõe dessas informações previamente cole- tadas, que serão complementares durante a consulta.

INTRODUÇÃO:

Ao término deste item você será capaz de entender o porquê da padronização das demonstrações contábeis. Você também vai entender as limitações que ocorrem na análise. E então?

Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.

Avante!

2. Padronização e Limitação na Análise

das Demonstrações Contábeis

(19)

Há casos em que dois médicos de uma mesma especialidade concordam no encaminhamento e tratamento dado a um determinado paciente. Entretendo um dos médicos pode indicar cirurgia, o outro pode julgar mais conveniente um tratamento medicamentoso. Caberá ao paciente escolher qual opinião seguir.

Entende-se que o processo de análise aplicado a uma consulta médica pode ser flexível. Duas partes podem constituir distintas conclusões, ou seja, há a pos- sibilidade de profissionais respeitáveis de uma mesma área médica, em função de suas experiências e crenças, discordem ou recomendem diferentes tipos de tratamento.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado a área de análise das demonstrações contábeis. Antes de se iniciar uma análise, deve-se atentar para detalhamento das demonstrações contábeis. Esse trabalho é conhecido como padronização e consiste numa crítica às contas, bem como na transcrição delas para um mo- delo previamente definido. Assim, Matarazzo (2010) explica que a padronização é feita pelos seguintes motivos:

• Simplificação: Um Balanço Patrimonial (BP) apresentado segundo a Lei das S.A., compreende diversas contas. Isso dificulta a visualização sua visualiza- ção como um todo. Assim, a simplificação consiste em reduzir o número de contas do BP, unindo aquelas contas que fazem sentido estarem juntas.

• Comparabilidade: Toda companhia tem seu próprio plano de contas, com maior ou menor grau de detalhes e com rubricas em que é difícil descobrir a origem. Como uma análise se baseia em comparação, só faz sentido ana- lisar um BP após o seu enquadramento em um modelo que permita com- paração com BPs de outras empresas. Há como exceção companhias que operam em ramo onde existe um plano de contas legal obrigatório (como acontece com bancos e seguradoras).

• Adequação aos Objetivos de Análise: Normalmente há pelo menos uma conta que deve sempre ser reclassificada: Duplicatas Descontadas; do ponto de vista contábil, é uma dedução de Duplicatas a Receber; do ponto de vis- ta de financiamentos, entretanto, é um recurso tomado pela empresa junto aos bancos, devido à insuficiência de recursos próprios. Em nada muda de empréstimos bancários, do ponto de vista financeiro. Por esse motivo, as Du- plicatas Descontadas devem figurar no Passivo Circulante.

• Precisão nas Classificações de Contas: Com frequência encontrarem-se demonstrações contábeis com falhas nas classificações de contas. Como é o exemplo de certos investimentos de caráter permanente que aparecem no Ativo Circulante, ou despesas do próprio exercício que figuram como Des- pesas do Exercício Seguinte. Gastos indevidamente lançados como Ativo Diferido quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas do exercício, empréstimos de curto prazo que aparecem no Exigível a Longo Prazo. Todos esses detalhes distorcem o BP. Uma padronização rigorosa deve corrigir isso.

(20)

• Descoberta de Erros: Há casos de erros, intencionais ou não, verificados nas demonstrações contábeis. O analista experiente pode desconfiar de itens que normalmente são usados para manipulação e solicitar esclarecimentos à companhia em análise.

• Intimidade do Analista com as Demonstrações Contábeis para a Empresa:

A padronização obriga o analista a pensar em cada conta das demonstra- ções contábeis e a decidir sobre sua consistência com outras contas, sobre a classificação que deve dar a ela, enquanto a transcreve para um mode- lo predefinido de padronização. Ao realizar esse trabalho, o analista adquire grande familiaridade com os números da companhia e, em consequência, poderá visualizar detalhes que, de outra forma, não conseguiria.

2.2. Modelos de Padronização

A seguir é apresentado o modelo de padronização do Balanço Patrimonial (BP).

31/12/X1

ATIVO  

CIRCULANTE  

Financeiro  

Disponível 34.665

Aplicações Financeiras 128.969

Total Financeiro 163.634

Operacional  

Clientes 1.045.640

Estoques 751.206

Outros 0

Total Operacional 1.796.846

Total Ativo Circulante 1.960.480

ATIVO NÃO CIRCULANTE  

Investimentos 72.250

Imobilizado 693.448

Diferido 0

Total Ativo Não Circulante 765.698

Total Ativo 2.726.178

PASSIVO  

CIRCULANTE  

Financeiro  

Empréstimos Bancários 66.165

Duplicatas Descontadas 290.633

Total Financeiro 356.798

Operacional  

Fornecedores 708.536

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Outros 275.623

Total Operacional 984.159

Total Passivo Circulante 1.340.957

PASSIVO NÃO CIRCULANTE  

Empréstimos/Financiamentos 314.360

Outros 0

Total Passivo Não Circulante 314.360

PATRIMÔNIO LÍQUIDO  

Capital + Reservas 657.083

Lucros Acumulados 413.778

Total Patrimônio Líquido 1.070.861

TOTAL PASSIVO 2.726.178

1 - Quadro: Padronização do Balanço Patrimonial. Obs: Valores Fictícios. | Fonte: MATARAZZO (2010).

No Quadro 2 é possível verificar a padronização da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

31/12/X1

RECEITA LÍQUIDA 4.793.123

Custo dos Produtos Vendidos 3.621.530

LUCRO BRUTO 1.171.593

Despesas Operacionais 495.993

Outras Rec. Desp. Oper. 8.394

LUCRO OPER. (sem Res. Fin.) 683.994

Receitas Financeiras 10.860

Despesas Financeiras 284.308

LUCRO OPERACIONAL 410.546

Resultado Não Operacional 1.058

LUCRO ANTES DO I.R. 411.604

LUCRO LÍQUIDO 223.741

2 - Quadro: Padronização da Demonstração do Resultado do Exercício. Obs: Valores Fictícios. | Fonte: MATARAZZO (2010).

No Quadro 3 se vê a padronização da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).

31/12/X2 31/12/X3

RESULTADO DO EXERCÍCIO 167.116 165.956

Depreciação 101.511 167.477

Res. Equiv. Patrimonial -10.541 -20.277

Outros Ajustes 0 0

RESULTADO BRUTO DE CAIXA 258.086 313.156

Variação de NCG -420.497 -490.857

RESULTADO OPERACIONAL DE CAIXA -162.411 -177.701

Variação de Emp. Bancários de Curto Prazo 120.516 357.429

RESULTADO CORRENTE DE CAIXA -41.895 179.728

VARIAÇÃO DOS ITENS PERMANENTES DE CAIXA    

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Aumento de Capital 255.440 156.673

Dividendos -86.232 -61.987

Acréscimo de Ativo Permanente -1.040.151 -1.152.081

Outros 0 0

Total Variação Itens Permanentes -870.943 -1.057.395

VARIAÇÃO DOS ITENS NÃO CORRENTES    

Empréstimos/Financiamentos Longo Prazo 856.428 857.443

Outros 0 0

Total Variação Itens Não Correntes 856.428 857.443

RESULTADO LÍQUIDO DE CAIXA -56.410 -20.224

Ativo Circulante Financeiro Inicial 163.634 107.224

Ativo Circulante Financeiro Final 107.224 87.000

3 - Quadro: Padronização da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Simbologia: NCG = Necessidade de Capital de Giro.

Obs: Valores Fictícios. | Fonte: MATARAZZO (2010).

Prezado, prezada estudante fique tranquilo, tranquila! Estes são apenas modelos padronizados das demonstrações contábeis que veremos adiante.

2.3. Limitações da Análise

das Demonstrações Contábeis

Podemos considerar que a análise das demonstrações contábeis é um conjunto de técnicas capazes de transformar valores monetários das mais diversas contas abrangidas nas demonstrações em indicadores capazes de trazer informações úteis para o entendimento da situação econômica e financeira da empresa ana- lisada. No entanto, por ser uma ferramenta das mais importantes no auxílio à tomada de decisões, muitas vezes pode criar expectativas que estão acima de suas reais possibilidades, principalmente a aqueles que estão iniciando na área.

É importante entender que há algumas limitações inerentes ao processo de análise das demonstrações contábeis. As primeiras decorrem da própria qua- lidade das demonstrações analisadas. Se as demonstrações contábeis não são confiáveis, do ponto de vista de fidedignidade dos números e da efetiva obedi- ência às normas contábeis em sua elaboração, não há processo de análise que possa trazer conclusões seguras.

Outro fator que não pode deixar de ser citado entre as limitações é a ausência da captação dos efeitos da inflação nas demonstrações contábeis. Mesmo que a inflação no Brasil, no período pós-real (cuja circulação começou em 1994), não seja tão expressiva quanto já foi no passado, ela tem efeitos nos valores reais de várias das contas e grupos mensurados pela Contabilidade. Na hipótese de o nível de inflação anual ficar em patamares acima dos atuais, os números mostra- dos pela Contabilidade podem ficar bastante alterados.

Entre o momento que se faz uma análise e a data de elaboração das demons- trações que servem de base para ela, podem ocorrer mudanças significativas

(23)

VOCÊ SABIA?

Holding: Quando uma empresa que possui a maioria das ações de outras empresas e que detém o controle de sua adminis- tração e políticas empresariais, sociedade gestora de participa- ções sociais que administra conglomerados de um grupo.

Dessa forma, é esperado que as empresas holding sejam uma forma mais fácil de analisar um conglomerado de companhias e atividades.

NOTA:

Por outro lado, quando a multiplicidade de atividades é explo- rada por um conglomerado de empresas, no qual cada uma desempenha uma atividade específica, a análise fica mais ob- jetiva, pois o analista poderá analisar não somente a empresa holding, mas também cada empresa do grupo em si, compa- rando assim os dados com os respectivos concorrentes seto- riais (SILVA, 2012, p. 10).

na empresa que não foram incluídas no processo de estudo. Por exemplo, uma análise que faz uso de demonstrações que se referem às atividades do fim do ano, mas que são analisadas apenas em março do ano seguinte pode concluir que a empresa praticamente não tem endividamento, ainda que em fevereiro esta tenha feito um grande empréstimo. Isso quer dizer que a dívida da orga- nização pode aumentar sem que o analista responsável pela análise tome co- nhecimento disso. Com isso, fica fácil concluir que, quanto maior é a defasagem temporal entre as demonstrações analisadas e o momento da análise, maior é o risco de as demonstrações não mais refletirem a realidade da empresa estuda- da. É preciso ter em mente que os estudos de análise com base em demons- trações contábeis são válidos para os períodos específicos de tais demonstra- ções e não podem ser entendidos como válidos para estendê-los ao futuro. Os resultados dos estudos são sobre o passado da empresa estudada; julgá-los como tendência para o futuro, além de altamente arriscado, não é correto. O fato de uma empresa, por exemplo, apresentar retornos crescentes nos últimos três anos não é um argumento válido para inferir que no próximo ano o retorno será ainda maior, até porque, dependendo da economia, do mercado de atuação da empresa e das decisões tomadas por sua administração, o retomo obtido pode ser muito menor e até negativo.

A análise por meio de índices deve ser realizada com muito cuidado e critério técnico rigoroso, haja vista as suas limitações. Existem entidades que operam si- multaneamente em vários ramos de atividade, o que pode levar à não existência de concorrentes com o mesmo perfil econômico. Em tais situações, a análise de um usuário externo se torna mais complexa, em razão de não haver acesso às informações contábeis separadas de cada uma das ações dadas pela companhia.

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Mesmo em um ambiente de convergência às normas internacionais de conta- bilidade, onde mais de 100 países passaram a adotar as International Financial Reporting Standards (IFRS) do International Accounting Standards Board (IASB) que é a organização internacional sem fins lucrativos que vem a publicar e onde atualiza as IFRS em língua inglesa, com isso o analista poderá se defrontar, por exemplo, com critérios diversos de valoração de ativos e passivos entre muitas empresas do mesmo segmento econômico.

A metodologia aplicada para ajustes ao valor presente e mensuração do valor justo sendo divergentes, poderá acarretar sérias distorções na apuração do valor patrimonial e nos resultados das empresas analisadas. Por isso, é muito impor- tante se apegar aos critérios técnicos e aos estudos feitos.

SAIBA MAIS:

Leasing - negócio jurídico realizado entre pessoa jurídica na qua- lidade de arrendadora e pessoa física ou jurídica na qualidade de arrendatária, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora segundo especificações da arren- datária, para uso próprio desta.

No caso de adoção de práticas contábeis diferentes entre as diversas compa- nhias de um mesmo segmento, sem dúvida, irá distorcer os indicadores apura- dos. Critérios diversos na avaliação dos estoques, taxas de depreciação utilizada e forma de contabilização dos contratos de leasing são apenas alguns exemplos (SILVA, 2012). O analista irá desempenhar melhor o seu papel na medida em que conhecer os princípios e convenções contábeis, visto que a falta de conheci- mento pode ser um limitador para sua capacidade de julgamento dos índices e quocientes obtidos.

NOTA:

O analista poderá trabalhar com softwares ou modelos de pla- nilhas que façam os ajustes necessários, de forma a expurgar os efeitos da inflação, ou trabalhar com demonstrativos já corri- gidos pelo método de correção integral. Algumas companhias de capital aberto disponibilizam na web acesso à suas de- monstrações contábeis em dólar (SILVA, 2012, p. 10).

Outros casos de distorções das demonstrações contábeis são os efeitos da infla- ção. Empresas com dívidas de longo prazo contratadas em moeda estrangeira, podem apresentar um alto lucro ao final de um exercício quando a cotação da moeda caiu em relação ao exercício anterior. Neste caso, o analista deve atentar-se para o volume de resultados estritamente operacional versus os resultados finan- ceiros. Distorções poderão surgir, quando comparados empresas do mesmo seg- mento que tenham e não tenham contraído empréstimos em moeda estrangeira.

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As notas explicativas devem trazer informações sobre os princípios contábeis adotados pela companhia, sendo assim, o analista deve se debruçar sobre as mesmas para identificar possíveis distorções caso a empresa adote práticas não condizentes com a melhor técnica contábil. Além de verificar se as práticas ado- tadas estão em sintonia com as dos concorrentes.

Além da leitura das notas explicativas, o acompanhamento das notícias veicula- das sobre a empresa e seu segmento econômico podem revelar eventos sub- sequentes à data de levantamento das demonstrações contábeis que sinalizem problemas de continuidade ou ampliação da própria atividade econômica da empresa analisada. A leitura atenta do Relatório dos Auditores Independentes, em especial os possíveis destaques quanto aos critérios e práticas contábeis utilizadas, permitirá ao analista identificar a aderência das demonstrações contá- beis aos Princípios Contábeis, e saber se elas foram elaboradas com um mínimo de qualidade.

IMPORTANTE:

Visando minimizar as distinções entre as nações, o principal ob- jetivo das International Financial Reporting Standards (IFRS) divul- gadas pela IFRS Fundation é adequar as demonstrações contá- beis, de modo que possam ser comparáveis entre si, fazendo com que se tenha uma maior credibilidade no que desrespeito a transparência, responsabilidade e eficiência aos mercados finan- ceiros em todo o mundo (IFRS FOUNDATION, 2019).

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmen- te entendeu o tema de estudo deste item, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a padronização das demonstrações contábeis é necessária já que não se trata de uma ciência exata, mas de uma opinião com base em uma série de informações. Assim o processo de análise pode ser flexível no momento em que diferentes partes podem construir enten- dimentos que não levam a uma única e indiscutível conclusão.

Assim a padronização é feita pelos motivos de simplificação, comparabilidade, adequação aos objetivos de análise, precisão nas classificações de contas, Descoberta de erros e intimidade do analista com as demonstrações contábeis da empresa. Por fim, é importante entender que há algumas limitações inerentes ao processo de análise das demonstrações contábeis, como os efeitos da inflação e do câmbio, por exemplo. Você sabia que é possível analisar as demonstrações contábeis de qualquer em- presa de capital aberto no Brasil?

(26)

3.1. Principais Alterações Introduzidas no Brasil pela Lei Nº 11.638/07 e complementos

No Quadro 4 é possível visualizar as principais alterações no Balanço Patrimonial (BP) trazidas pela Lei 11.638/07.

LEI ANTERIOR NOVA LEGISLAÇÃO

ATIVO PASSIVO + PL

ATIVO CIRCULANTE ATIVO CIRCULANTE ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ATIVO NÃO CIRCULANTE ATIVO PERMANENTE Realizável a Longo Prazo

Investimentos Investimentos

Imobilizado Imobilizado

Diferido Intangível

PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PASSIVO NÃO CIRCULANTE

RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS Exigível a Longo Prazo

PATRIMÔNIO LÍQUIDO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social Capital Social

Reservas de Capital Reservas de Capital

Reservas de Reavaliação Ajustes Avaliação Patrimonial

INTRODUÇÃO:

Essa competência é de fundamental importância para toda a análise das demonstrações contábeis. Pelo entendimento da estrutura contábil é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabili- zação e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o de- sempenho da empresa. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

3. Estrutura

das Demonstrações Contábeis

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Reservas de Lucros Reservas de Lucros Lucros ou Prejuízos Acumulados Prejuízos Acumulados 4 - Quadro: Nova Estrutura do Balanço Patrimonial. | Fonte: O Autor.

No Quadro 5, visualiza-se as principais alterações nas demonstrações contábeis obrigatórias trazidas pela Lei 11.638/07.

LEI ANTERIOR NOVA LEGISLAÇÃO

Balanço patrimonial - bp Mantida

Demonstração de resultados do exercício - dre Mantida

Demonstração de lucros (prejuízos) acumulados ou demonstração das mutações do patrimônio líquido - dmpl

Mantidas

Demonstração de origens e aplicações de recursos

- doar Demonstração dos fluxos de caixa - dfc

Demonstração do valor adicionado – dva (somente para companhias abertas)

5 - Quadro: Nova Composição das Demonstrações Contábeis Obrigatórias. | Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).

3.2. Balanço Patrimonial (BP)

Apresenta a situação patrimonial e financeira da empresa em determinado mo- mento (data). A informação é de natureza estática e provavelmente, sua estrutura se apresentará diferente algum tempo após seu encerramento.

Diversas informações relevantes de tendências podem ser extraídas de seus grupos de contas, o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira de uma empresa.

Compõe-se de três partes essenciais: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Cada uma dessas partes apresenta suas diversas contas classificadas em “grupos”. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas partes, situando-se o passi- vo e o patrimônio líquido no lado direito e o ativo do lado esquerdo. Sendo sua identidade básica:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

6 - Quadro: Conceito de Balanço. | Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).

Sua estrutura configura-se da seguinte forma:

ATIVO PASSIVO

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

7 - Quadro: Estrutura do Balanço. | Fonte: Elaborada pelo Autor (2019).

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No Ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela empre- sa. Esses recursos podem estar distribuídos em ativos circulantes (caixa, contas a receber em curto prazo) e ativos não circulantes (realizável em longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível).

Somente compõem o Ativo de uma entidade os itens que promovem a geração de benefícios econômicos futuros. Bens nos quais não existe nenhum comprador potencial no mercado e que também não possam representar um benefício para a empresa, não são classificados no Ativo. Conceito conhecido como a essência sobre a forma, ou seja, a essência econômica prevalece sobre a forma jurídica.

SAIBA MAIS:

Sobre o conceito de a essência sobre a forma na NBC TG Estru- tura Conceitual. Disponível em: <http://www1.cfc.org.br/sisweb/

SRE/docs/RES_1374.pdf> Acesso em: 13 de Agosot de 2019.

O Passivo identifica as exigibilidades da empresa e suas obrigações, cujos va- lores encontram-se investidos em ativos. Classificam-se em passivo circulante (curto prazo) e passivo não circulante (longo prazo).

O Passivo é composto de todas as obrigações atuais da entidade, geradas por eventos ocorridos no passado, e cuja liquidação futura vai exigir um desembolso de caixa da empresa.

O Patrimônio Líquido é representado pela diferença entre o total do Ativo e do Passivo em determinado momento. Identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado:

• Pelo Capital investido pelos sócios (CAPITAL SOCIAL);

• Lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa (LUCROS NÃO DISTRIBUÍDOS).

O que determina a classificação entre curto e longo prazo: exercício social ou ci- clo operacional. A Lei estabelece ser longo prazo valores com vencimento após o término do exercício social seguinte. Normalmente o exercício social coincide com o ano-calendário (inicia em primeiro de janeiro e termina em 31 de dezem- bro), mas isso é relativo de cada empresa.

NOTA:

Ciclo operacional equivale ao tempo despendido por uma companhia desde a aquisição de matérias-primas (indústria) ou mercadorias (comércio) até o recebimento da venda.

(29)

O Exercício social é definido no estatuto da empresa. Companhias como estalei- ros, atividades na pecuária ou agrícola podem ter ciclo operacional muito maior que o ano-calendário. Alterando o que seria curto e longo prazo para a maioria dos casos.

Para estruturar o Balanço Patrimonial os grupos e contas são dispostos em or- dem decrescente de liquidez para o ativo e decrescente de grau de exigibilida- de para o passivo.

ATIVO PASSIVO

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Investimentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Imobilizado Capital Social

Intangível Reservas de Capital

Ajustes Avaliação Patrimonial Reservas de Lucros Ações em Tesouraria Prejuízos Acumulados 8 - Quadro: Estrutura Básica do Balanço Patrimonial.

Observe no Quadro 9 como estão dispostas as contas no Balanço Patrimonial, comentaremos algumas em seguida.

ATIVO PASSIVO

ATIVO TOTAL PASSIVO TOTAL

ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

DISPONÍVEL Fornecedores

Caixa e Bancos Empréstimos e Financiamentos

Títulos de Negociação Imediata Impostos, Taxas e Contribuições Aplicações Financeiras (CDB, Letras de Câmbio,

Debêntures, etc.) Salários a Pagar

REALIZÁVEL A CURTO PRAZO Dividendos a Pagar

Valores a Receber Provisões

(-) Provisão para Devedores Duvidosos Outros Passivos de Curto Prazo (-) Títulos Descontados

Outros Valores a Curto Prazo a Receber PASSIVO NÃO CIRCULANTE

ESTOQUES EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Matérias-primas e Embalagens Empréstimos e Financiamentos

Produtos em Elaboração Outros Passivos a Longo Prazo

Produtos Acabados/Mercadorias PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Materiais Diversos (consumo e Almoxarifado) Capital Social Realizado

DESPESAS ANTECIPADAS Reservas de Capital

Despesas Apropriáveis a Custo no Exercício Seguinte Reservas de Lucros

ATIVO NÃO CIRCULANTE Ajustes Avaliação Patrimonial

Menor Menor

Maior Maior

Liquidez Exigibilidade

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Como devem ser registrados os valores das contas no Balanço Patrimonial

• Contas a Receber (Circulante) – Valor dos títulos a receber líquido de estima- tivas de não recebimento (perdas) [Duplicatas descontadas e Provisão para Devedores Duvidosos – PDD];

• Aplicações em Instrumentos Financeiros – Pelo valor econômico (valor justo) ou pelo valor do principal atualizado de juros e outros rendimentos previstos na operação;

• Estoques – Custo de compra ou de fabricação (custo histórico); deduzir do valor calculado estimativa de eventuais perdas caso o preço de mercado dos estoques seja inferior [diferentes critérios de avaliação possíveis, só um aceito pela lei];

• Ativo Imobilizado – Custo de aquisição líquido da depreciação (tangíveis), amortização (intangíveis) e exaustão (recursos naturais). Ao final de cada exer- cício social, a empresa deve aplicar o teste de recuperabilidade dos ativos (impairment - Carta Capital: Capital Social Subscrito | Capital Social a Integralizar);

• Participações Relevantes em Coligadas e Controladas – Método de equiva- lência patrimonial;

IMPORTANTE:

O Balanço Patrimonial não reflete o futuro (tendência) dos ativos operacionais da empresa.

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Prejuízos Acumulados

Créditos Diversos Ações em Tesouraria

INVESTIMENTOS Participações Acionárias Outros Investimentos IMOBILIZADO Prédios e Terrenos Máquinas e Equipamentos Veículos, Mobiliário, etc.

INTANGÍVEL Marcas e Patentes Fundo de Comércio

9 - Quadro: Estrutura mais completa do Balanço Patrimonial. Fonte: O Autor.

Os valores do Balanço Patrimonial a posição no momento de sua apuração e não consideram a continuidade do negócio.

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Reservas de Capital

Ganhos patrimoniais não relacionados com os valores integrantes do Ativo e que, por isso, não podem ser computadas na apuração do resultado. As reservas de capital somente poderão ser utilizadas para:

− Absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros (artigo 189, parágrafo único);

− Resgate, reembolso ou compra de ações;

− Resgate de partes beneficiárias;

− Incorporação ao capital social;

− Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada.

Capital Social - Lei 6404 - Art. 182 A conta do capital social discriminará o montan- te subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada.

NOTA:

Obrigações de curto prazo são ajustadas sempre que produzi- rem efeitos relevantes.

• Ativos Realizáveis e Passivos – Todos os ativos realizáveis e passivos, nota- damente de longo prazo, devem ser avaliados a valor presente pela taxa de juros de mercado.

• Empréstimos – Não exigem a destinação específica de recursos.

• Financiamentos – Devem apresentar uma destinação aos recursos, como aquisição de máquinas e equipamentos, aquisição de veículos, edificações.

• Passivos – Com encargos financeiros explícitos, são avaliados pelo valor atu- alizado até a data do balanço;

Em moeda estrangeira, são convertidos em moeda nacional pela taxa de câm- bio vigente na data do balanço;

Com encargos financeiros classificados no passivo circulante, são apurados pelo seu valor presente.

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Art. 182. § 1º (BRASIL, 1976) diz que serão classificadas como Reservas de Capital:

− Contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias;

− Produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;

− Resultado da correção monetária do capital feito, enquanto não-capitalizado.

A reserva constituída com o produto da venda de partes beneficiárias poderá ser destinada ao resgate desses títulos.

Ajustes de Avaliação Patrimonial

Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não com- putadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência:

− (+ ou -) As contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a ele- mentos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177.

Reservas de Lucros

Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apro- priação de lucros da companhia. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

− Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

− Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição; e

− Estabeleça o limite máximo da reserva.

O saldo das reservas de lucros, exceto as para contingências, de incentivos fis- cais e de lucros a realizar não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo este limite, a assembleia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização/

aumento do capital social ou na distribuição de dividendos.

Ações em Tesouraria

− Representam a compra no mercado acionário das próprias ações pela empresa;

− Mantém guardadas para posterior revenda;

− As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

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RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tu- dinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você verificou quais são as demonstrações contá- beis obrigatórias no Brasil. Viu a estrutura completa do Balanço Patrimonial e como devem ser registrados os valores das suas contas. É importante lembrar que as sociedades por ações são orientadas pela Lei 6404. Legislação que orienta os contadores na excelência da preparação das demonstrações contábeis.

Prejuízos Acumulados

Art. 5º No encerramento do exercício social, a conta de lucros e prejuízos acu- mulados não deverá apresentar saldo positivo.

− Parágrafo Único: Eventual saldo positivo remanescente na conta de lucros e pre- juízos acumulados deverá ser destinado para reserva de lucros, nos termos dos art. 194 a 197 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, ou distribuído como dividendo. (SILVA, 2012, p. 46-47).

Na publicação do balanço patrimonial constará somente saldo quando existir prejuízos acumulados.

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4.1. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A demonstração do Resultado do Exercício (DRE) visa fornecer os resultados, seja lucro ou prejuízo, auferidos pela empresa em determinado período (exercí- cio social), os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O lucro ou prejuízo é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competência, ou seja, independen- temente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos.

RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços

(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (-) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados

= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (-) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas

(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas Financeiras

(-) Receitas Financeiras

Variações Monetárias e Cambiais Passivas (-) Variações Monetárias e Cambiais Ativas

INTRODUÇÃO:

Esta competência é de fundamental importância para toda a análise das demonstrações contábeis. Pelo entendimento da estrutura contábil é que se pode desenvolver avaliações mais acuradas das empresas. Mais especificamente, todo processo de análise requer conhecimentos sólidos da forma de contabili- zação e apuração das demonstrações contábeis, sem os quais ficam seriamente limitadas as conclusões extraídas sobre o de- sempenho da empresa. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

4. Demonstrações de Resultados

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DEFINIÇÃO:

O montante apurado do lucro bruto destina-se a cobrir as despe- sas operacionais, despesas financeiras, despesas de impostos (imposto de renda), e remunerar os proprietários da empresa por meio de geração de lucro líquido.

OUTRAS RECEITAS E DESPESAS Resultado da Equivalência Patrimonial Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante (-) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante

= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO (-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES

(-) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados

(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

10 - Quadro: Estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício de acordo com a Lei 6404. | Fonte: Matarazzo (2010).

• Receita Bruta: Por regime de competência;

− (-) Deduções: descontos incondicionais; devoluções; abatimentos e impostos incidentes sobre vendas (ICMS é o mais comum);

• Receita Líquida = Receita Bruta (-) Deduções

− (-) Custo da Mercadoria Vendida (CMV), Custo do Produto Vendido (CPV), Custo do Serviço Prestado (CSP): O custo no período é influenciado pelo método de avaliação de estoques usado e pelo método de custeio (no caso do custo industrial);

− CMV = Estoque Inicial (EI) + Compras (CO) – Estoque Final (EF) (Semelhante nas Indústrias)

− Receita Operacional Líquida ou Lucro Bruto = Receita Líquida (-) CMV

Despesas com vendas - constam, entre outras, as comissões sobre vendas, despesas com salários dos vendedores promoções, publicidade, provisão para devedores duvidosos, etc.

Despesas administrativas– incluem salários do pessoal da administração, en- cargos sociais, honorários da diretoria, despesas legais e judiciais, material de escritório, etc.

Despesas financeiras líquidas – a atual Lei 6404 entendeu que as despesas finan- ceiras e as receitas financeiras como itens operacionais, apresentando-se geral- mente por seu valor líquido, ou seja, do montante de despesas financeiras incor- ridas no período são deduzidas as receitas financeiras auferidas. Evidentemente, se as receitas excederem as despesas, têm-se receitas financeiras líquidas.

(36)

O LPA é um indicador útil para análise, principalmente por parte dos investidores, que verificam os resultados gerados pela empresa em relação às ações possu- ídas. Mede o ganho potencial, e não o efetivo, de cada ação, dados que o lucro do exercício não é normalmente todo distribuído.

Dividendos no Brasil

O valor a ser distribuído de dividendos é de competência dos estatutos da com- panhia. Não há percentual fixado legalmente e as empresas têm liberdade em estabelecer em seus estatutos o percentual de lucro que deve ser pago aos acionistas. Quando o estatuto for omisso com relação ao montante a ser distribu- ído, determina a legislação que o dividendo deverá ser de 50% do lucro líquido do exercício.

Exemplos de despesas financeiras: juros de empréstimos e financiamentos, va- riações monetárias, encargos de mora, descontos concedidos, etc. Exemplos de receitas financeiras: juros de aplicações financeiras, descontos obtidos, etc.

Outras receitas/despesas operacionais – itens que não se enquadram como despesas de vendas, administrativas e financeiras. Em um sentido restrito, po- dem ainda não ser identificadas como operacionais. Nesse grupo estão inclu- ídos dividendos recebidos de investimentos societários, variações nos investi- mentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, receitas de vendas de sucatas, etc.

O cálculo do imposto de renda a pagar é processado com base no lucro tributá- vel denominado lucro real. O lucro real é igual ao lucro antes do imposto de ren- da, conforme aparece na Demonstração do Resultado do Exercício, acrescido de determinados ajustes previstos pela legislação.

O lucro líquido final é calculado deduzindo-se do lucro líquido após o impos- to de renda, as diversas participações e contribuições previstas no estatuto da companhia.

• Lucro por Ação: Exigido pela legislação societária, o Lucro por Ação (LPA) é registrado normalmente logo após o resultado líquido do exercício na DRE.

Exemplo: Determinada empresa aferiu lucro líquido de R$ 50.000.000 em determinado exercício social e possui 125.000.000 ações em circulação, seu LPA é:

LPA = R$ 0,40 / ação

LPA = R$ 50.000,00

125.000.000 ações

Referências

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