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2.3 OS ORGANISMOS INTERNACIONAIS E A PROMOÇÃO DO

2.3.1 Os Organismos Internacionais: histórico, estrutura e estratégias

2.3.1.1 O Banco Mundial

O Banco Mundial foi concebido em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, em Bretton Woods, tendo como finalidade inicial apoiar a reconstrução da

Europa pós-guerra -- seu primeiro empréstimo, de US$ 250 milhões, foi feito em 1947, para o governo francês. O banco afirma que o foco em reconstrução ainda hoje é uma de suas premissas, ao fornecer, por exemplo, ajuda técnica e recursos para ações após desastres naturais e emergências humanitárias. Entretanto, o Banco Mundial informa atuar com dois objetivos principais: o fim da pobreza extrema no curso de uma única geração e a promoção da prosperidade compartilhada. Como fim da pobreza extrema, a organização ressalta ter estabelecido como meta reduzir a proporção de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 por dia para 3% até o final de 2030. Já no caso da prosperidade compartilhada, a intenção da instituição, afirma, é promover o crescimento da renda dos 40% mais pobres de cada país (BANCO MUNDIAL, 2014).

A instituição, com sede em Washington, tem mais de 10 mil funcionários espalhados por 120 escritórios em todo o mundo, sendo que 40% deles estão baseados em escritórios nacionais. Entre esses profissionais, informa a instituição, há uma equipe multidisciplinar, formada por economistas, especialistas em políticas públicas e cientistas sociais, por exemplo (BANCO MUNDIAL, 2014).

Hoje, o banco diz se posicionar como uma cooperativa, em que os acionistas são 188 países membros. A entidade informa que dos 25 diretores executivos, cinco são indicados pelos seus maiores acionistas, enquanto os 20 demais são eleitos pelos outros membros. O Grupo Banco Mundial é composto por cinco instituições, administradas por seus países membros. Para um país se tornar membro do Banco Mundial, é preciso, segundo a instituição, antes estar associado a outras instituições financeiras, como, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional (BANCO MUNDIAL, 2014).

A entidade pontua que concede empréstimos e assistência ao desenvolvimento a países de renda média e baixa através de duas entidades pertencentes ao grupo: o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), que capta recursos nos mercados internacionais de capital, e a Associação Internacional de Desenvolvimento (AID), que recebe contribuições de governos membros mais ricos. (BANCO MUNDIAL, sd) O trecho abaixo resume como o próprio Banco avalia sua atuação:

O grupo Banco Mundial utiliza seus recursos financeiros, seus técnicos altamente qualificados e sua ampla base de conhecimentos para ajudar os países em desenvolvimento a trilhar o caminho da estabilidade, da

sustentabilidade e do crescimento equitativo. Também auxilia os países a fortalecer e manter as condições fundamentais e necessárias para atrair e reter investimentos privados. Com as recomendações e empréstimos do Banco, vários governos estão reestruturando suas economias, fortalecendo seus sistemas bancários e investindo em recursos humanos, infraestrutura e proteção ambiental, para tornar mais atrativo e produtivo o investimento privado.(BANCO MUNDIAL, sd, p.02)

Com atuação no Brasil desde 1949, a cooperação do Banco, segundo a instituição, é prestada por meio de empréstimos, doações e atividades de análise e consultoria “voltados a soluções que superem os desafios impostos ao desenvolvimento”. De acordo com o organismo, os investimentos financeiros anuais no país, desde 1949, representam em média 12% da parcela de investimentos públicos e 0,4% do PIB (BANCO MUNDIAL, sd).

O Banco Mundial afirma ter como missão no Brasil a promoção do crescimento sustentável, com foco nas melhorias da qualidade de vida da população por meio de serviços em áreas urbanas e rurais mais eficientes e também de um gerenciamento mais eficiente dos recursos naturais. (BANCO MUNDIAL, 2014) Dentre os objetivos do Banco para o Brasil estão, segundo a instituição elenca em seu documento sobre atuação no país:

- Aumentar os investimentos públicos e privados; - Melhorar a oferta de serviços para os mais pobres; - Fortalecer os desenvolvimentos regional e nacional;

- Apoiar o gerenciamento efetivo dos recursos naturais e do meio ambiente. O Banco também destaca o suporte ofertado ao governo brasileiro em ações voltadas a erradicação da pobreza e distribuição de renda com um programa permanente de apoio direto ao país e também a ajuda que disponibiliza a estados e municípios para implementar “práticas orientadas a resultados, baseadas em sólido gerenciamento fiscal”, que incluem, como exemplifica o banco, programas de desenvolvimento urbano e habitacional, crescimento inclusivo e modernização da gestão pública (BANCO MUNDIAL, 2014).

O programa de assistência do Banco Mundial ao Brasil oferece uma base de conhecimentos técnicos e financeiros, que permite ao governo ter acesso a uma ampla gama de estudos econômicos e setoriais e a experiência internacional e perícia técnica.(BANCO MUNDIAL, sd p. 03)

Outro benefício que diz prestar ao Brasil é a produção, pelo seu corpo técnico, de relatórios que retratam a realidade nacional nas mais diversas áreas.

Além disso, exemplifica a instituição, há a divulgação do conhecimento brasileiro. Essa divulgação se dá, de acordo com a entidade, por meio da própria rede global da instituição, em setores nos quais o Brasil é líder, como energias limpas, agricultura tropical, transferência de renda, prevenção da Aids e desenvolvimento comunitário, pontua a instituição (BANCO MUNDIAL, 2014).

O organismo também diz prestar suporte às iniciativas governamentais voltadas à coordenação e proteção ao meio ambiente e ao desenvolvimento sustentável das populações da Amazônia. Cita como resultado um modelo de trabalho para iniciativas de trabalho criado após consultas ao governo, iniciativa privada e comunidades nacional e internacional (BANCO MUNDIAL, 2014).

Projetos na área da saúde e da educação, desenvolvimento local e regional sustentável, também são pontos destacados pelo Banco em seu portfólio (BANCO MUNDIAL, 2014).

O foco das ações para reduzir a pobreza extrema e promover o aumento de renda entre os mais pobres se dá, elucida o banco, em financiar projetos que melhorem a qualidade de vida dessas pessoas, em um trabalho multidisciplinar. Na Indonésia, cita como exemplo, o banco informou utilizar o seu conhecimento global em saneamento básico para aportar recursos no projeto PAMSIMAS, que buscava melhorar indicadores no fornecimento de água e esgoto no país. Até 2013, segundo relatório divulgado pelo banco, o projeto já tinha ampliado o acesso ao abastecimento de 4,8 milhões de pessoas e de saneamento a 5,5 milhões (BANCO MUNDIAL, 2014).

Outro exemplo encontrado em relatórios da instituição aponta a ação do banco na Guiana, para ajudar o governo local a atender um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015. Para a democratização da educação, a instituição informa que participa de um programa para complementar a alimentação escolar, que buscam melhorar ainda os resultados das crianças na escola. A entidade ressalta que mais de 130 escolas de ensino fundamental do interior do país passaram a oferecer refeição diária equilibrada do ponto de vista nutricional quando vão à escola. Como resultado já mensurável, o relatório da entidade aponta que as crianças beneficiadas pelo programa cresceram 0,8 centímetro a mais do que aquelas que frequentavam escolas não atendidas pelo programa (BANCO MUNDIAL, 2014).

O banco também informa que oferece consultorias técnicas para ampliar a eficiência de governos dos países membros. Um exemplo é o caso do Peru que, em 2006, solicitou à instituição assistência financeira e técnica para fortalecer a gestão fiscal e aumentar a competitividade do país para alcançar crescimento a longo prazo. O banco informa que, com seu apoio, o governo peruano implementou uma gestão orçamentária mais eficiente, com base mais transparência e agilidade aos processos públicos.

Outro exemplo nesta linha, segundo a entidade, vem da República Dominicana. O organimos informa que o governo local, para garantir a sustentabilidade fiscal e melhorar o seu programa de proteção social durante a crise financeira mundial de 2008, buscou apoio técnico da organização. Após a consultoria, pontua a instituição, o governo dominicano conseguiu triplicar seu programa de transferência de renda entre 2006 e 2012 e agora chega a 650 mil famílias (BANCO MUNDIAL, 2014).