Bares e restaurantes da região

Por ser uma região com fluxo de pessoas tanto dos diversos órgãos instalados (UFRPE, LAFEPE, COMPESA, Parque Estadual de Dois Irmãos, Almoxarifado da PMPE) quanto do movimento já citado associado ao lazer criado pelo zoológico, a região conta com alguns restaurantes, além de bares. Dois restaurantes são de moradoras das casas da antiga Vila Operária, sendo os empreendimentos construídos utilizando o recuo de 5 metros que antigamente existia entre as casas e a rua. Um atualmente é administrado pela moradora proprietária, o outro está alugado, sendo que inicialmente foi movimentado pela moradora proprietária.

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Foto 14 – Os dois restaurantes de moradoras da Vila, Rainha da Sucata e O Rei do Churrasco, um operado pela dona, o outro alugado para terceiro. Fonte: Pesquisador/Acervo de campo.

A Sra. Deda, moradora que inicialmente administrou um restaurante e hoje em dia aluga o espaço em frente a sua casa para terceiros operarem o negócio, trouxe a perspectiva da falta de confiança dos clientes pela ausência de fiscalização do poder público.

“Eu já tive comércio. Eu já tive um restaurante aqui. Aqui só tinha o meu restaurante, o de Zuleide e de um homem ali na frente. Só tinha 3. Hoje você vê que é um em cima do outro. O Bar da Curva só era forró, ele não vendia almoço. Aí fechei, hoje em dia o espaço ai embaixo é alugado. Hoje vem mais gente que antigamente mesmo, lá atrás. Agora quando eu botei o meu restaurante, ai sim, tinha muito mais gente. Principalmente, dias das crianças. Mas o comércio aqui não é fiscalizado, não é fiscalizado nada aqui. Antigamente, quando eu vendia, vinha, hoje não vem mais fiscalização, ai o povo fica com medo de vir. Sra. Deda

A outra moradora que possui restaurante e desde o início até os dias de hoje continua levando a frente seu negócio, é a Sra. Zuleide, que trouxe a perspectiva da reduzida janela de atividade para funcionamento dos estabelecimentos devido ao público ser muito vinculado ao órgãos presentes nas redondezas e ao movimento do zoológico. Não existe a perspectiva de uma vida noturna pública nessa região e,

110 como antigamente, ao anoitecer as pessoas se recolhem.

“Olhe, eu vou lhe dizer uma coisa, com o meu comércio mudou alguma coisa aqui, mas ainda hoje, quando dá 18h isso aqui morga, apaga, não sei se você já observou. Isso aqui funciona até 16h, lá na frente também. Aqui é apagado. Porque é mais empresa, né? Laboratório, faculdade. COMPESA.” Sra. Zuleide

Dona Luzinete, em sua fala, contextualiza a chegada desses empreendimentos.

“Você sabe que na hora que você abre um bar, muda o ambiente. Já vem outras pessoas... Apesar de que no bar aqui do pessoal, quem almoça é o próprio pessoal que trabalha por aqui. Pessoal do DSE, pessoal da COMPESA, pessoal do Horto, gente quem vem da universidade almoçar. Lá dentro tem, mas aqui tem outros, dá pra escolher, né. E vem gente de fora que vem pro zoológico passear durante a semana. No sábado e no domingo, eles tem movimento porque vem muita gente de fora, de longe, em ônibus, e ficam pra almoçar, geralmente almoçam nos bares aqui. Aí, realmente, tem uma mudança. Porque antes não tinha nada disso. O pessoal tinha a sua casa e não vendia nada, não fazia nenhuma atividade. Era só trabalhar mesmo ali na COMPESA ou então quem trabalhava fora ia pro seu trabalho, depois deu essa ideia de montar pequenos comércios.” Dona Luzinete

Dona Zefinha, moradora com mais de 80 anos, frisa que o ambiente não mudou muito com a chegada dessas novidades que foram os bares e restaurantes.

“Antigamente não tinha esses restaurantes e bares não, mas continua a mesma tranquilidade. Mesmo com esse bar aí, não fica noite toda não. Aí continua a tranquilidade.” Dona Zefinha

Outros dois bares são localizados nas residências dos moradores/as, sendo um semelhante ao modelo dos dois restaurantes citados, construído no espaço do antigo recuo entre as casas da Vila Operária e a rua, e o outro aproveitando também o terreno da casa mas com outro formato, por ser em casa diferente do modelo da Vila. Outros empreendimentos comerciais de alimentação e bebida movimentam a região, principalmente na área mais próxima do portão do zoológico, esses sendo operados por pessoas não moradoras. Sr. Adilson é um morador que detém bar em frente a sua casa, que não é no modelo da Vila.

111 “Aqui no bar vem muita gente da COMPESA, vem pra cá almoçar. A gente dá apoio e almoça todo mundo. É todo tipo, porque a gente é comerciante, a gente recebe todo tipo de gente. Todo tipo de pessoal aqui vem, principalmente os policias do quartel. Sr. Adilson

Foto 15 – Foto da casa do Sr. Adilson, com o seu bar na frente. Fonte: Pesquisador/Acervo de campo.

Outros moradores/as, não tão antigos como Dona Luzinete e Dona Zefinha, também relatam tranquilidade quanto a questão dos bares e restaurantes, frisando que são espaços onde os moradores/as da região podem se alimentar, e que possibilitam formas de obtenção de renda para os que conduzem os empreendimentos.

“Os comércios que abriram dos moradores foi bom porque é uma renda, né, que o pessoal consegue através do pessoal que vem almoçar, beber, essas coisas. Houve um período que eu achei que tava um pouco conturbado, mas graças a Deus acabou.” Sr. Varsil

Outros empreendimentos comerciais de alimentação e bebida movimentam a região, principalmente na área mais próxima do portão do zoológico, esses sendo operados por pessoas não moradoras. Moradora da casa mais próxima do portão do zoológico, área de maior concentração dos restaurantes, inclusive convivendo com um restaurante de um antigo amigo de seu finado marido, que foi construído em seu terreno durante uma viagem mais longa da família, que se ausentou o suficiente

112 para que a obra pudesse ser feita, a Sra. Ivaneta exalta os empreendimentos.

“Os restaurantes que tem hoje pra mim foi ótimo, foi bom. Traz mais movimento, às vezes a gente não quer fazer o almoço em casa vai lá. Pra mim mesmo não incomoda em nada, eu sou sincera. Também a minha casa, graças a deus, é mais afastada um pouco. E não me incomoda nada.” Sra. Ivaneta