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TCC - BARREIRAS E FACILITADORES PARA A GARANTIA DA ATENÇÃO INTE- INTE-GRAL À CRIANÇA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

TCC - TRATAMENTOS PARA PACIENTES COM COVID-19, UMA REVI- REVI-SÃO RÁPIDA DE REVISÕES SISTEMÁTICAS

TCC - BARREIRAS E FACILITADORES PARA A GARANTIA DA ATENÇÃO INTE- INTE-GRAL À CRIANÇA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19

Autora: Isabelle Andrade Silva OBJETIVO: Analisar barreiras e facilitadores para a implementação de ações de saúde da criança no contexto da pandemia de Covid-19 a partir dos sete eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC), no município de Franco da Rocha, localizado no estado de São Paulo.

METODOLOGIA: O desenho da pesquisa configurou-se em um estudo de caso, com abordagem qualitativa no qual foram entrevistados nove atores chaves que atuam no sistema municipal de saúde de Franco da Rocha, sendo eles: o(a) Secretário(a) Municipal de Saúde, o(a) diretor(a) da Atenção Básica, um(a) apoiador(a) da Atenção Básica, um(a) gerente e um(a) agente comunitário de saúde de uma Unidade Básica de Saúde, um profissional do comitê de violência, um profissional do comitê de Vigi-lância de Óbitos Infantis, Fetais e Maternos, um(a) profissional do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e um(a) do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSij) do município de Franco da Rocha. A coleta de dados foi realizada de modo virtual, por meio de aplicativos de videoconferência onde o material foi gravado e, posteriormente, degravado para leitura. Para a análise de dados, foi realizada Análise Temática de Conteúdo. Os dados foram organizados em quatro categorias de análi-se: ações desenvolvidas no período da pandemia segundo os sete eixos da PNAISC, utilizando a própria Política como base teórica; barreiras e facilitadores para garantia da Atenção Integral à Saúde da Criança, com base no modelo Bioecológico de Urie Bronfenbrenner e preocupações dos gestores e profissionais com o futuro, extraídas de uma pergunta que finalizava as entrevistas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Buscando garantir a atenção à saúde da criança, os profissionais adotaram várias estratégias durante a pandemia: passaram a re-alizar atendimentos presenciais individuais, quando necessário, tendo em vista a suspensão dos atendimentos em grupos; espaçamento nos horários da agenda dos serviços; atendimento e acompanhamento remoto por telefone, aplicativos de co-municação, como o WhatsApp, e por videochamadas – o que foi imprescindível para proporcionar acompanhamento e esclarecimento de dúvidas, evitar que a população circulasse pelo território, manter os grupos de risco em casa e proteger os profis-sionais de saúde.

Frente à queda na cobertura vacinal, as Unidades Básicas de Saúde se organizaram com tendas no exterior dos serviços, drive-thru de vacinação e, quando possível, realizavam a vacinação na visita domiciliar.

Com relação às gestantes, puérperas e recém-nascidos, foram intensificados os aten-dimentos domiciliares; utilizaram uma agenda compartilhada entre a maternidade e a UBS para garantirem o atendimento nos primeiros dias de nascimento; e monitora-ram gestantes com Covid-19. Essas ações fomonitora-ram fundamentais compreendendo que ainda não sabe os efeitos do vírus nesses grupos, necessitando de maior cuidado, acompanhamento e orientações, principalmente para o aleitamento materno.

A proatividade dos profissionais também foi fundamental para a garantia do cuidado. Muitos Agentes Comunitários de Saúde se dispuseram a atender a população com suas contas particulares nos aplicativos de comunicação e profissionais adaptaram seus aten-dimentos para o formato remoto, compreendendo a necessidade do momento atual. É perceptível que a Rede de Atenção à Saúde se manteve disposta a se organizar para garantir o atendimento de todos, assim como a disponibilidade da área da educação e assistência social para compor o cuidado de forma integral, seja para acompanhamento de casos de violência, para distribuição de cestas básicas para as famílias mais vulne-ráveis, atividades para as crianças, busca ativa e visitas domiciliares.

Ainda para o enfrentamento da pandemia, o município se articulou para garantir leitos pediátricos em hospitais vizinhos e no hospital de campanha do território e realizou con-tratação de profissionais.

Porém, algumas barreiras foram identificadas para a garantia do cuidado integral das crianças, apesar dos esforços empreendidos pelo município. Com o afastamento de profissionais de grupo de risco e/ou por terem sido infectados pelo vírus, houve a diminuição da oferta de exames e atendimentos especializados, comprometendo o acompanhamento de muitas mulheres grávidas e de crianças.

A testagem em crianças também é um assunto que se destaca, pois além de ser um procedimento aversivo para as crianças não é comum de acontecer nos equipamentos, pois nessa faixa etária podem não apresentar sintomas e, dessa forma, não é possível saber o número exato de crianças que foram infectadas pelo vírus.

O fechamento das escolas foi um importante impacto para a saúde da criança, pois além do fato de muitas crianças não poderem se alimentar nas escolas, a mudança na rotina causou alterações comportamentais e emocionais, o que poderá levar a repercussões no desenvolvimento físico e mental. Com o intenso convívio familiar podem ter ocorrido casos de violência e estes não terem sidos notificados por causa da impossibilidade do acompanhamento contínuo e presencial das escolas e serviços de saúde.

Para as atividades escolares e os atendimentos remotos, é fundamental a utilização de celulares e computadores com acesso à internet, mas não são todas as famílias que dis-põem desses recursos, tornando esse formato inviável para muitas. O mesmo acontece em alguns equipamentos de saúde, onde não podem exigir que os profissionais utilizem os seus aparelhos particulares como também não há verba suficiente para compra. As reuniões de equipe também foram afetadas com a pandemia, necessitando de estra-tégias específicas para cada serviço. O que é fundamental, compreendendo que a troca de experiência e de saberes compõem um cuidado integral.

CONCLUSÃO: Concluiu-se que através da implementação de novas estratégias, o sis-tema de saúde do município conseguiu realizar ações preconizadas pelos sete eixos estratégicos da PNAISC e garantir o cuidado das crianças, apesar das barreiras identi-ficadas. Destaca-se a importância das equipes se manterem alertas para as repercus-sões da pandemia na saúde das crianças, não somente pela possiblidade de acometi-mento das mesmas, mas também pelos impactos indiretos que podem ser decorrentes da redução da cobertura de serviços essenciais neste período. Este estudo possibilita visualizar o panorama da atenção à saúde da criança e com isso apoiar o município no planejamento de ações durante e após a pandemia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificou-se que as crianças foram menos acometidas pela Covid-19, assim como em outros locais, com predomínio de casos leves. Chamou a atenção a necessidade de qua-lificar as informações dos sistemas e-SUS VE e SIVEP-Gripe, embora os profissionais de saúde estejam sobrecarregados neste momento. Evidenciou-se redução dos atendi-mentos individuais e coletivos e redução das coberturas vacinais, embora o estudo qua-litativo tenha mostrado que várias estratégias foram adotadas para a garantia da aten-ção às crianças, como utilizaaten-ção de atendimento remoto, tendas para vacinaaten-ção e uso de aplicativos como Whatsapp para manter a comunicação e orientações às famílias. É importante ressaltar que, embora as crianças sejam menos acometidas diretamente pelo coronavírus, podem sofrer impactos indiretos da pandemia com o fechamento das escolas e redução da cobertura de atendimentos em saúde. Espera-se que os dados se-jam úteis aos gestores e equipes de saúde para o planese-jamento de ações que ao menos minimizem esses efeitos.

2.5 - EIXO TEMÁTICO - SAÚDE DO ADOLESCENTE