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TCC - PANDEMIA DA COVID-19 E O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM FRANCO DA ROCHA

TCC - TRATAMENTOS PARA PACIENTES COM COVID-19, UMA REVI- REVI-SÃO RÁPIDA DE REVISÕES SISTEMÁTICAS

TCC - PANDEMIA DA COVID-19 E O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES EM FRANCO DA ROCHA

Autora: Isabella Lima Máximo Da Silva OBJETIVO: Discutir sobre as barreiras, potencialidades e estratégias relacionadas às ações de enfrentamento à violência contra as mulheres durante a pandemia do novo corona vírus no âmbito da saúde no município de Franco da Rocha.

MÉTODO: Trata-se de um estudo de caso, com abordagem mista, que utiliza dados quantitativos e qualitativos, coletados em banco de dados secundários e dados primários de entrevistas gravadas, transcritas e posteriormente submetidas a análise temática. A coleta de dados se deu no mês de outubro e novembro de 2020, a partir de entrevis-tas utilizando roteiro semi-estruturado com atores-chaves, representante de conselho, gestores e profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Franco da Rocha. Os dados quantitativos são de 2019 e 2020, a partir da solicitação do curso de especialização do Instituto de Saúde, posteriormente disponibilizados em forma de síntese pela Secreta-ria de Saúde de Franco da Rocha e complementados por dados obtidos pelo TabNet da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. As entrevistas foram analisadas a partir da leitura integral das respostas das participantes, releitura para destacar e constituir ca-tegorias, releitura identificando novas e reanalisando as já identificadas. A análise geral dos dados foi realizada por uma etapa preparatória, organização do campo, análise e por fim, interpretação. Foram realizadas 15 entrevistas no total e 9 foram selecionadas e analisadas para este estudo. Todas as participantes são do gênero feminino, sendo que, 5 são enfermeiras, 1 agente comunitária de saúde (ACS), 1 psicóloga, 1 assistente social e 1 médica, atuando na Atenção Primária, Atenção Especializada, Vigilância em Saúde, Gestão em Saúde e representante do Conselho Municipal de Saúde.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (SINAN) do município de Franco da Rocha em relação à violência contra as mulheres na faixa etária de 10 à 49 anos, no período de 2019 e 2020, indicam, res-pectivamente, 93 e 110 casos. Sendo possível observar um aumento de 15,45% das notificações entre esses anos. Em 2019, 49,46% (46) das notificações foram feitas por mulheres que se autodeclararam brancas e 50,54% (47) que se autodeclararam ne-gras (pretas e pardas). No ano seguinte, o percentual de mulheres brancas subiu para 59,09% (65), demonstrando que essas tiveram maior acesso aos serviços. Conside-rando os dois anos, a população de mulheres que mais notificou violências em Franco da Rocha foi da faixa etária entre 15 e 20 anos, sendo 31% (63) do total de casos. Em 2019, o campo relacionado à escolaridade nas fichas teve maioria como ignorado/

branco (27,95% - 26), enquanto que, em 2020, a maior parte das notificações foram feitas por mulheres com ensino médio completo (46,36% - 51). Em relação ao tipo de violência, destaca-se a presença de violência física em 52,68% (49) dos casos notifica-dos em 2019 e 60,90% (67) em 2020. O registro de violência sexual esteve presente em 7,5% (7) das notificações de 2019 e 4,5% (5) de 2020. A partir das categorias temáticas encontradas após análise das entrevistas (Contexto da pandemia e a oferta de cuidado às mulheres / Estratégias, recursos e tecnologias adotadas / Rede e acesso aos serviços / Violências e suas complexidades), dos dados do município e tendo como base a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres (PNEVM), identificou-se que o medo esteve presente no cotidiano das profissionais e das usuárias desde o início da pandemia, as quais mantiveram contato via tecnologia (aplicativos telefônicos), visitas domiciliares adaptadas ao distanciamento e consultas apenas para questões prioritárias, como no caso das gestantes e a realização do pré-natal, reali-dade que dificulta a busca dos serviços e a identificação por parte das profissionais da demanda relacionada à violência. As agentes comunitárias de saúde foram citadas como de grande importância para garantir o acesso das usuárias aos serviços, sendo uma potencialidade no elo entre a saúde e o território, por meio da busca ativa. Foram citados enquanto serviços que compõe a Rede de Cuidados, o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), o Centro de Referência Especializado da Assistência So-cial (CREAS), a Guarda Civil Municipal (GCM) e o programa de Educação para Jovens e Adultos (EJA), ressaltando e reforçando a necessidade de um trabalho intersetorial considerando a complexidade da temática. Destaca-se a iniciativa de criação do Núcleo de Violência, o qual não tem foco apenas na população de mulheres em situação de violência e ainda está em fase de implantação, mas demonstra grande potencial de contribuição para o enfrentamento desta problemática no município necessitando de atenção de gestores para seu fortalecimento. Tendo em vista os quatro eixos da PNEVM (Prevenção/ Assistência/ Enfrentamento e combate/ Acesso e garantia de direitos) e a fala das participantes deste estudo, foi construído um quadro sintetizando os desafios identificados e proposições para solução. Dentre os desafios, evidencia-se o delineamento para conhecimento do perfil das mulheres do município em situação de violência, uma vez que esta informação nortearia a implementação de estratégias e ações, sendo que, esta questão está vinculada à formação ampla dos profissio-nais sobre lidar com violências e acerca do preenchimento da ficha do SINAN, sua importância e relevância na constituição de indicadores. Enfatiza-se também o desafio de atuar de forma preventiva, consideração que pode estar atrelada à uma transver-salização da atuação do Núcleo de Violência (atualmente vinculado à Atenção

Espe-cializada em Saúde), disseminando informações a fim de conscientizar a população e as equipes, do mesmo modo que, o estabelecimento de um fluxo que compreenda a Atenção Primária à Saúde (APS) como porta de entrada principal, assim, implicando em investimento em saberes interdisciplinares, como por meio da ampliação da equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e também em Educação Permanente. CONCLUSÃO: Garantir que as mulheres em situação de violência conseguissem chegar aos serviços e as que já estavam em assistência pudessem ter continuidade, tem sido uma responsabilidade desafiadora às equipes de saúde, visto que a pandemia agravou uma realidade na qual já eram requisitados esforços para superar as dificuldades no enfrentamento à violência contra as mulheres, assim, compreende-se a necessidade de fortalecer a rede no município de Franco da Rocha com ações pautadas nas Políticas que embasam a temática e também o desenvolvimento de novos estudos a fim de per-mear e aprofundar essa temática.

TCC - SAÚDE REPRODUTIVA E O ACESSO A CONTRACEPTIVOS NO CONTEXTO