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5. ANÁLISE DE ACESSIBILIDADE EM ÁREAS URBANAS

6.3 Base de Dados Alfanumérica

Para que os dados tabulares (atributos) pudessem ser lidos pelo programa gerenciador da base cartográfica georreferenciada, editou-se uma base alfanumérica residente em um banco de dados, gerada em planilha eletrônica, e posteriormente transformada em arquivos específicos com extensão “DBF4”, conectada ao SIG.

A base alfanumérica contendo dados demográficos e de superfície do município foi obtida com a prefeitura municipal de Balneário Camboriú, no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Univali, como também no IBGE.

Estes dados foram geo-referenciados e estruturados em linguagem SIG, através do

software ArcView ® 3.1, que possui interface com diferentes linguagens de programação, denominada na literatura referente aos sistemas gerenciadores de informações geoprocessadas, de acoplamento ou vinculação.

6.3.1 Geração das Tabelas de Atributos

As tabelas de atributos são criadas automaticamente para cada tema existente no

software ArcView®3.1, as quais apresentam como ‘default’, basicamente seis campos, quais sejam: Shape, Entity, Layer, Elevation, Thickness e Color. Em alguns temas o identificador

(ID) também é gerado. Os novos atributos necessários a cada tema foram inseridos em tabelas

específicas, tanto nas de atributos, geradas automaticamente quando se adiciona um novo tema no software ArcView®3.1, quanto nas criadas a partir dos softwares de texto do Microsoft Office® 2000. Estas últimas tabelas foram ‘internalizadas’ posteriormente ao SIG, através do procedimento loose-coupling (acoplamento).

Os novos atributos inseridos às tabelas dos temas principais do mapa urbano básico são:

• Sistema Viário – nomenclatura das vias estruturais, comprimento do trecho em metros e o campo ‘oneway’, onde são definidos os sentidos de tráfego em cada trecho.

• Postos de Saúde - identificador (ID), endereço e nomes, bem como os atributos relativos ao número de atendimentos mensais dos PS’s;

• Setores Censitários - área em hectares, população residente e flutuante projetada para a alta temporada (caracterizando a variação sazonal populacional) como também as densidades populacionais; índices de acessibilidade (absoluto e relativo) e potenciais de população da baixa e alta temporadas.

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• Centróides - novos identificadores (ID) e novas coordenadas, em razão da geração automática dos centróides não coincidir com a numeração atribuída aos mesmos pelo IBGE e da relocação de alguns centróides em áreas com significativa ocupação, respectivamente;

• Bairros - área em hectares, população residente e população flutuante projetada para a alta temporada e suas densidades populacionais;

A maioria dos atributos foi definida no próprio SIG ArcView®3.1, a partir dos levantamentos de campo dos dados fornecidos pelas Secretarias Municipais, os quais demonstram as características relacionadas aos objetos que representam graficamente o ambiente urbano da área de estudo.

O atributo dos caminhos mínimos, isto é, a distância dos ‘trechos de vias’ compreendida entre cruzamentos, bem como entre os centróides dos setores censitários, foi efetuado através de rotinas de programação (algoritmos) preexistentes no SIG ArcView®3.1, resultando em uma da matriz de distâncias utilizada para a criação dos vários mapas de acessibilidade das UEA’s.

Atributos, como a atratividade no destino (número de atendimentos nos postos de saúde), são utilizados juntamente com a variável de separação espacial (distâncias entre O/D), para determinar Índices de Acessibilidade – IA’s das Unidades Espaciais de Análise.

A tabela com os atributos de cada tema, necessária às análises, encontra-se em anexo.

6.3.2 Definição dos Sentidos de Tráfego nas Vias

De maneira geral, o sentido do arco ou vetor é definido no momento da edição da digitalização do mapa a ser utilizado. Como a base cartográfica empregada foi importada do programa AutoCAD®2000, os trechos de vias não apresentavam definições confiáveis de suas origens, uma vez que a base cartográfica original é proveniente de um levantamento aerofotogramétrico, com restituição em meio digital, onde na edição dos arcos ou vetores, as origens dos mesmos foram ignoradas.

Por outro lado, utilizando-se a ferramenta para representação do símbolo de flecha existente no AutoCAD®2000, foi possível visualizar o sentido do arco ou vetor sem, no entanto, facilitar a programação dos campos específicos, uma vez que as origens dos trechos de vias componentes de uma via extensa, como por exemplo, a Av. Atlântica, não seguiam uma lógica entre as mesmas. Com isso, vetores contíguos, com origens desenhadas de

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maneira inversa ao vetor seguinte, ao invés de possuírem ‘início-fim/início-fim’ apresentavam ‘início-fim/ fim-início’.

Como conseqüência, outro problema foi encontrado segundo esta edição do mapa base: como programar o campo de cada vetor de acordo com o sentido de tráfego existente na área de estudo?

No entanto, apesar de uma certa confusão em relação a determinação da origem de cada vetor do sistema viário (ou a definição do ‘sentido de navegação’ - orientação do SIG ArcView® Network Analyst 1.0), foi efetuada a programação de cada trecho de via através de um novo campo adicionado a tabela de atributos, denominado “Oneway”, mostrado na Tabela 01, abaixo:

Tabela 01 - Atributos do tema ‘Sistema Viário’.

Assim, para cada trecho de via com sentido de tráfego diferente de mão-dupla, foi necessário programar o sentido correto, uma vez que o programa assume como ‘default’ vias de mão-dupla. Para cada trecho definiu-se o sentido preenchendo-se o campo específico, com as iniciais “FT” (From To) ou “TF” (To From), não necessitando especificar se negativo ou positivo. Nas vias especiais existentes na malha viária da cidade, como as exclusivamente de

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pedestres, ou os ‘calçadões’, onde freqüentemente circulam automóveis particulares com acesso às garagens, como também veículos de abastecimento das atividades comerciais, os campos foram preenchidos com “N” (No Way), caracterizando assim, trechos sem tráfego de veículos.

Em decorrência da não utilização de um padrão coerente de desenho, em muitos casos, nas vias com grandes extensões, sentido único e inúmeros cruzamentos, e conseqüentemente, com vários trechos de via (p. ex., a Avenida Atlântica e a Avenida Brasil), foi necessário testar cada trecho de via após a programação dos referidos campos.

Deste modo, o tempo de trabalho despendido foi grande, embora este tipo de edição fosse indispensável para atingir os objetivos propostos.

6.3.3 Definição dos Caminhos Mínimos (best route) entre O/D

No software ArcView® Network Analyst 1.0 foi possível solucionar, através de uma rotina (script) existente, a definição da melhor rota entre dois ou vários pontos, segundo a variável ‘distância de viagem’, ou seja, o caminho mínimo percorrido (em metros), entre origem e destino, através do sistema viário da cidade, sempre considerando os sentidos de tráfego definidos para cada trecho. A partir de uma Origem, definida neste caso como o centróide de um setor censitário, o software encontra o caminho mínimo a percorrer até o Destino, no caso o posto de saúde desejado. Este procedimento é válido na definição da melhor rota entre pares de O/D, para qualquer ponto do sistema viário. Além de definir a rota, o software permite também gerenciar a base de dados.

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Figura 05. Exemplo de caminho mínimo O/D entre os centróides 11 e 36 (em azul).