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SUMÁRIO PÁG.

3. Bases Fundamentais para Medidas de Avaliação

Na última década, muitas abordagens que utilizam medidas para avaliação em saúde têm sido desenvolvidas segundo Ferreira15 e todas tem pretensão de solucionar os principais problemas do processo de cuidado.

fenômenos para que estes possam ser analisados estatisticamente. Sendo assim, devem ser válidas, ou seja, as variáveis sejam delineáveis.

A validade é fator crucial na seleção e/ou aplicação de um instrumento. Segundo Last21, a validade de uma medida é definida como expressão do grau em que ela mede o que se propõe a medir.

Para Hulley25, a validade implica dois atributos fundamentais; a precisão e a acurácia.

A acurácia de uma medida é sua capacidade de representar. Isso influencia enormemente a validade interna e externa do estudo – grau em que os achados permitem inferências corretas sobre fenômenos que ocorrem na amostra do estudo e no universo. Um tipo especial de acurácia é geralmente denominado de validade – grau em que medida representa o fenômeno de interesse.29

Hulley25 refere que a precisão é uma medida reprodutível, isto é, cujos valores são semelhantes em cada medição. A precisão tem influência significativa no poder de um estudo. Quanto mais precisa for uma medida, maior o poder estatístico que um determinado tamanho da amostra tem para estimar os valores médios e testar hipóteses. A precisão, também denominada reprodutibilidade, confiabilidade e consistência, são afetadas pelo erro aleatório (acaso).

Os métodos mais largamente citados em literatura para determinar a validade de uma medida são: validade de conteúdo, validade de construto, validade de critério e validade de estudo.

Validade de Construto

Validade de construto ou conceito (“construct validity”) significa a amplitude em que a medida corresponde à construção teórica do fenômeno sob estudo.22 Queijo30 cita que validar um construto não se trata simplesmente validar um teste, mas sim, validar a teoria que dá sustentação ao teste.

Rubio et al.22 citam que a validade de construto pode ser fatorial, Know groups e, convergente e discriminante.

McGlynn e Asch28 consideram o construto de uma medida válido quando ela converge com outras medidas de conceitos similares, ou seja, a correlação entre a medida de interesse e outras medidas similares apresentam magnitude e direção corretas.

Validade de Conteúdo

De acordo com Lobiondo & Haber23, a validade de conteúdo refere-se a uma avaliação detalhada do instrumento realizada por peritos no assunto.

A validade pode ser definida como representatividade e a extensão com que cada item da medida, adequadamente, comprova o domínio do interesse e a dimensão de cada item dentro daquilo que se propõe a medir de um determinado fenômeno investigado.20

Pasqualli24 afirma que um teste possui validade de conteúdo se caso ele constitua uma amostra representativa do universo finito de comportamentos (domínio), e reforça que a validade de conteúdo somente será aplicável caso se possa delimitar com clareza um universo de comportamento.

Lynn20 afirma que a validade de conteúdo é determinada a partir do julgamento do instrumento por “experts” no conteúdo estudado.

Segundo Hulley25, a validade de conteúdo apresenta dois componentes: validade aparente (“face validty”) e validade amostral. A primeira é um julgamento subjetivo sobre se uma medida faz sentido intuitivamente, se é razoável. A segunda avalia se a medida incorpora todos ou a maioria dos aspectos do fenômeno sob estudo.

Para Lynn20, para se determinar a validade de conteúdo de um instrumento, há que se aplicar um processo de duas etapas:

1. Desenvolvimento de instrumento

2. Julgamento do instrumento.

Validade de Critérios

Last 21 considera tratar da amplitude em que a medida se correlaciona com critério externo ao fenômeno do estudo. Dois aspectos de validade de critérios são

1. Validade concorrente (concurrent validity) – a medida e os critérios referem- -se a um mesmo período

2. Validade preditiva (predictive validity) – a validade de medida é expressa em termos de sua própria capacidade para predizer a ocorrência futura de tal critério.

Lynn20 considera que a validade de critérios seria a comparação da medida que está sendo avaliada com outra medida de critério, ou seja, com a validade já estabelecida.

McGlynn e Asch28 afirmam que a validade de critérios seria a determinação objetiva da capacidade da medida que está sendo avaliada de predizer uma contagem (escore) em relação à outra medida que serve como critério de avaliação.

Validade de Estudo (ou experimental ou teste piloto)

Está relacionado à aplicação da medida a uma amostra da população, para verificar como ela se comporta na prática.

Last21 destaca que o grau de inferência de um estudo, especialmente as generalizações que se estendem além da amostra estudada é garantido quando o cálculo é obtido dos métodos utilizados, da representatividade da amostra do

estudo e da natureza da população selecionada. Duas variáveis de validade do estudo são descritas:

1. Validade interna: o índice e os grupos são selecionados e comparados de tal maneira que as diferenças observadas entre eles em relação às variáveis dependentes sob estudo podem, com exceção de erro de amostragem, ser atribuídas somente ao efeito hipotético sob investigação.

2. Validade externa (generalização): um estudo é validado externamente ou generalizável se ele pode produzir inferências não tendenciosas referentes a uma população meta (além dos sujeitos do estudo).

A validade de estudo é também denominada empírica, experimental ou teste – piloto e consiste na aplicação do instrumento em uma amostra representativa.29

Este estudo foi fundamentado na validação de conteúdo.

4. Fundamentação para a construção de medida de avaliação dos

construtos dos indicadores de qualidade da assistência a pacientes críticos neurológicos

Ferreira15 cita vários recursos descritos na literatura para fundamentar o conteúdo de medidas de avaliação da qualidade da assistência a saúde, tais

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