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3 BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO (E-COMMERCE)

CONTRIBUIÇÕES DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA AS

3 BENEFÍCIOS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO (E-COMMERCE)

Diversos estudos apontam os benefícios do e-commerce tanto do ponto de vista das empresas quanto do consumidor. Em relação ao e-commerce, temos a contribuição de Porter (1997 apud ALVES et al., 2000, p. 30) “O comércio eletrônico permite que uma empresa ganhe vantagens competitivas ao construir um modelo de concepção de negócio a baixo custo e, ao mesmo tempo, se diferenciar dos seus concorrentes através do relacionamento um a um.”

Albertin (1999, p. 68) enumera algumas estratégias competitivas do comércio eletrônico (e-commerce),

proporciona vantagens de custos; permite a diferenciação de produtos e serviços da empresa no mercado em que atua; possibilita um relacionamento mais estreito com clientes; elimina intermediários ou então os acrescenta, na medida em que contribuam com informações estratégicas para a realização da venda; permitem estratégias inovadoras através do incremento tecnológico.

Raio-X do Faturamento Econômico do (E-Commerce) Business-to-Consumer no Brasil

É de se notar a validade da hipótese de que as empresas que investiram nas tecnologias de informação (TI), em especial o e-commerce business-to-consumer, obtiveram forte crescimento gradual nesses anos, crescimento, esse, explicado por fatores sociais e econômicos como, por exemplo, o e-Bit cita: o aumento do acesso das famílias a redes banda larga, queda do dólar, reduções na taxa Selic, redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI), entre outros. Observa-se, porém, que aspectos negativos também podem vir a influenciar no e-commerce e, mesmo inserido nesse cenário, o e-commerce não parou de crescer. Esse é mais um fator que demonstra que a praticidade, comodidade, segurança e a confiança do consumidor são uma tendência para os próximos anos, de acordo com a pesquisa feita pela e-Bit, o índice de satisfação dos consumidores brasileiros com o comércio virtual atingiu 86% no primeiro semestre de 2010.

Para se ter uma magnitude desse cenário, em nove anos, é possível encontrar uma variação no faturamento de mais de 2.400%, uma diferença em bilhões de R$13,76

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nesse mesmo período. É um faturamento grande, tendo em vista o pouco tempo do surgimento do e-commerce (Tabela 1).

Tabela 1 - Faturamento econômico do comércio eletrônico (e-commerce)

business-to-consumer no Brasil.

Ano Faturamento (Bilhões/ R$) Variação (%)

2001 R$ 0,54 - 2002 R$ 0,85 57% 2003 R$ 1,18 39% 2004 R$ 1,75 48% 2005 R$ 2,50 43% 2006 R$ 4,40 76% 2007 R$ 6,30 43% 2008 R$ 8,20 30% 2009 R$ 10,60 33% 2010* R$ 14,30 30% Fonte: e-Bit. *previsão

Outro dado relevante é o valor médio anual gasto em cada compra, chamado de tíquete médio, calculado a partir da razão entre o valor arrecadado com as vendas e o número de vendas no período. Tomando, como parâmetro os últimos dez anos, observa-se uma mudança na preferência do consumidor, que cada vez mais, opta por comprar produtos com maior valor agregado (Gráfico 1).

Restringindo, agora, o período para os últimos três anos e, tendo como base as principais datas comemorativas, uma vez que é notório o crescimento da demanda dos consumidores, nessas épocas, é possível analisar que o consumo nessas datas está em um constante crescimento. O natal se apresenta nesses anos como a data comemorativa

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mais lucrativa no varejo da Web, em 2007 a segunda data mais lucrativa foi o dia dos namorados, já em 2008 o dia das mães, e em 2009 foi o dia das crianças.

Gráfico 1 – Evolução do tíquete médio no período de 2001 a 2010

Fonte: e-Bit. *previsão

Em 2007, o faturamento total dessas datas foi de R$2,13 bilhões, em 2008, R$ 2,6 bilhões e, por fim, em 2009, R$3,35 bilhões, o que significa que nesses anos, a média do faturamento dessas datas representa 31% do faturamento total dos anos, podendo, então, concluir que esses faturamentos nesses períodos são determinantes para o bom andamento do comércio eletrônico (Tabela 2).

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Tabela 2 - Raio-X das datas comemorativas

Período Dia das Mães Dia dos

Namorados Dias dos Pais

Dia das Crianças Natal 2007 R$ 287 mi [R$ 304] (63%) R$ 227 mi [R$ 287] (47%) R$ 265 mi [R$ 266] (23%) R$ 276 mi [R$ 275] (40%) R$ 1081 mi [R$ 308] (55%) 2008 R$ 381 mi [R$ 328] (53%) R$ 324 mi [R$ 319] (43%) R$ 338 mi [R$ 234] (30%) R$ 360 mi [R$ 318] (30%) R$ 1250 mi [R$ 346] (15%) 2009 R$ 440 mi [R$ 328] (15%) R$ 393 mi [R$ 330] (21%) R$ 437 mi [R$ 346] (29%) R$ 450 mi [R$ 339] (25%) R$ 1630 mi [R$ 362] (30%) Fonte: e-Bit. [ ] Tiquete médio ( ) Variação do faturamento

Após analisar os faturamentos totais anuais do comércio-eletrônico

(e-commerce) e também os faturamentos em datas comemorativas, assim como suas

variações e seus tíquetes médios, é necessário conhecer um pouco sobre os produtos que são mais comercializados no comércio eletrônico. A partir de pesquisas feitas pela e-Bit, foi possível construir uma tabela com um ranking dos produtos mais vendidos nos últimos quatro anos (Tabela 3).

Nessa tabela é possível observar que os produtos: livros e assinaturas de revistas e jornais permanecem na liderança, de acordo com os dados da e-Bit, há mais de cinco anos, produtos esses, de baixo custo, e que não oferecem riscos quanto a sua funcionalidade e qualidade. Outro dado a ser ressaltado, de acordo com a mesma fonte, são as mudanças no ranking. Exemplo disso são as vendas da categoria eletrodomésticos que ocupavam em 2008 a quinta posição subindo duas posições um ano depois. Esse crescimento não parou, alcançando a segunda posição do produto mais vendido no primeiro semestre de 2010. Assim como o mercado de varejo tradicional, o comércio eletrônico business-to-consumer, também é afetado pelos benefícios oferecidos pelo governo.

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Tabela 3 - Ranking dos produtos mais vendidos

Posição 2007 2008 2009 1º semestre de 2010 Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais

Informática Saúde, Beleza e

Medicamentos

Saúde, Beleza e

Medicamentos Eletrodomésticos

Eletrônicos Informática Eletrodomésticos Saúde, Beleza e

Medicamentos

Saúde, Beleza e

Medicamentos Eletrônicos Informática Informática

Telefonia Celular Eletrodomésticos Eletrônicos Eletrônicos Fonte: e-Bit.

Crescimento dos Consumidores Versus Barreiras do E-Commerce

Outra análise importante a ser considerada sobre o e-commerce se refere à relação entre o crescimento dos consumidores e as barreiras relacionadas ao seu uso, conforme aponta Diniz (1999, p. 74):

Considerando o relacionamento empresa-consumidor, dois pontos são fundamentais para a evolução da tecnologia utilizada no comércio eletrônico: a disponibilidade da tecnologia e a sua facilidade de uso. Enquanto a disponibilidade está relacionada com acesso e custo da tecnologia, a sua facilidade de uso está relacionada com a evolução das interfaces de comunicação com os usuários.

Partindo do pressuposto que essas duas variáveis estão em pleno crescimento, voltamos a atenção para a quantidade de internautas efetivos em comparação aos internautas consumidores, uma vez que, para manter um ritmo crescente e acelerado na evolução do faturamento anual do e-commerce, é necessário que o nível de novos consumidores evolua. E esse número também é crescente. Em dez anos, encontramos uma diferença de vinte e dois milhões de consumidores, porém, fazendo uma comparação com a quantidade de internautas no Brasil, em 2009, é observado que ainda

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há muito espaço para crescer, já que 17,6 milhões dos consumidores representam um pouco mais de 25% dos internautas no Brasil, no mesmo ano (Gráfico 2).

Gráfico 2 – A evolução dos consumidores no período de 2001 a 2010

0 5 10 15 20 25 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 * M ilh õ es de co ns um ido re s Fonte: e-Bit. *previsão

É possível notar que a preferência do consumidor, a segurança de fornecer certas informações e a confiabilidade do produto que irá adquirir, são fatores determinantes na decisão do consumidor em efetuar uma compra, por isso, para conquistar essas fatias de consumidores, as empresas, cada vez mais, investem em propaganda e na funcionalidade das lojas virtuais, bem como, em soluções de segurança para o processamento de transações, as quais devem melhorar a confiabilidade, integridade de dados, autenticação, entre outros motivos (Gráfico 3).

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Gráfico 3 – Os motivos que levam os consumidores a não comprarem pela internet

Fonte: Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Outro fator relevante para o e-commerce é a segurança dos sistemas para a efetivação do pagamento. Albertin (1998, p. 62) aponta que:

A segurança dos sistemas on-line tem evoluído muito rapidamente, sendo que novas soluções têm surgido assim que novas estratégias de comércio eletrônico tem sido implementadas. Dessa forma, a maioria dos sistemas de segurança é suficiente para ser utilizada na maioria das transações comerciais, e a evolução da legislação nesse campo, permitirá, progressivamente, o desenvolvimento de melhores sistemas.

Desta forma, após salientar alguns dos motivos que levam o consumidor a não efetuar uma compra pela internet, é preciso apontar outro importante fator determinante para a efetuação de compras pela internet, que seriam as condições de pagamento.

Entre os meios de pagamentos utilizados, nos anos de 2008 e 2009, é notório que o cartão de crédito é o meio mais utilizado nas transações, uma vez que, desta forma, o consumidor obtém vantagem nas condições de parcelamento, com baixas taxas de juros. Em 2008, 61% dos consumidores utilizaram o cartão de crédito, passando para 66%, em 2009, e o boleto bancário tem sido a segundo opção mais utilizada, mantendo uma variação média, nesses dois anos, de 34% (Gráfico 4).

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Gráfico 4 – Formas de pagamento nas compras on-line

0 10 20 30 40 50 60 70

Não sabe/ Não respondeu Outra forma de pagamento Financiamento Não pagou nada/ Gratuito Pagamento na entrega Débito on-line/transferência eletrônica Boleto bancário Cartão de crédito

2009 2008

Fonte: Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Para finalizar e comprovar a amplitude do comércio eletrônico, no caso estudado, business-to-consumer, é necessário comparar a variação do faturamento do comércio eletrônico no período de nove anos (2001- 2009), em relação à variação de alguns dados econômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB)2 e, também, com as variações do consumo final efetivo das famílias3, neste mesmo período (Tabela 4).

Tabela 4 – Relação entre a variação de dados econômicos e o faturamento do e-

commerce business- to-consumer.

Período Var. real do PIB (%)

Consumo final efetivo das famílias (%) Faturamento do e-commerce business-to-consumer (%)* 2002 2,66% 1,82% 1,40% 2003 1,15% -0,65% 1,27% 2004 5,71% 3,81% 1,38% 2005 3,16% 4,52% 1,35% 2006 3,96% 5,28% 1,71% 2007 6,09% 6,27% 1,37% 2008 5,16% 5,70% 1,23% 2009 -0,19% 4,05% 1,24%

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. *e-Bit.

2

De acordo com a definição dada pelo IBGE, Produto Interno Bruto (PIB) “são os bens e serviços produzidos no país, descontadas as despesas com insumos utilizados no processo de produção durante o ano. É a medida do total do valor adicionado bruto gerado por todas as atividades econômicas.”

3 Consumo efetivo das famílias, também definida pelo IBGE como sendo “a despesa de consumo das famílias mais o consumo realizado por transferências sociais em espécie das unidades das administrações públicas ou das instituições sem fins lucrativos a serviços das famílias.”

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Embora os dados apresentados sejam meramente ilustrativos, haja vista que não há um parâmetro de comparação compatível entre eles, pois, não foi estabelecida sua inter-relação, pode-se perceber a grande projeção no setor do e-commerce.

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