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Metalúrgico 38.020 22 Químico 21.714 22 Farmacêutico 20.656 11 Eletroeletrônico 8.034 13 Software 6.071 4 Papel e celulose 5.920 5 Alimentos 3.317 4 Mineração 2.327 2 Construção 682 3 Têxtil 411 1 Bens de consumo 395 2 Outros 34.161 11 Total 228.986 130 Fonte: BRASIL, 2011

Antes da Lei do Bem as empresas já podiam excluir as despesas com P&D da base de cálculo da Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL) e do Imposto de Renda (IR). Neste sentido, as novidades que provem desses novos incentivos fiscais correspondem: ao adicional de até 60% das despesas; ao adicional de até 20% pelo aumento do quadro de pesquisadores; ao adicional de até 20% por obtenção de patente ou registro de cultivar; da redução do IPI; e

do crédito do IR retido na fonte por remessas ao exterior, sendo que os três primeiros modificam a base de cálculo da CSLL e do IR e os outros dois são benefícios diretos.

Os benefícios novos gerados pelos incentivos fiscais decorrentes da Lei do Bem no ano de 2006 corresponderam a cerca de R$ 230 milhões, representando quase 16% das despesas de custeio com P&D declaradas pelas empresas beneficiadas. Levando-se em conta a dedução permitida pela legislação do Imposto de Renda sobre Pessoa Jurídica (IRPJ), no total, os incentivos fiscais para P&D e inovação tecnológica (R$ 714 milhões) nesse ano alcançaram o percentual de mais de 49% das despesas de custeio. Dessa forma, os incentivos fiscais apresentam-se como um forte incentivo para a realização de atividades de P&D e de inovação tecnológica (BRASIL, 2011).

No período de 2006 a 2011, um total 1.475 empresas (sem repetições) participaram da Lei do Bem, onde somente 46 empresas marcaram presença em todos os anos o que representa apenas 3% do total. No ano fiscal de 2011, o MCTI registrou o recebimento de 962 formulários de pessoas jurídicas (empresas) que declararam ter usufruído dos incentivos fiscais constantes do Capítulo III da Lei do Bem, o que significa um aumento aproximado de 10% em relação ao ano de 2010, quando 875 empresas preencheram os formulários exigidos pela referida Lei (BRASIL, 2011).

Conforme o relatório de incentivos fiscais do MCTI ano-base 2011, o número cada vez mais expressivo de empresas que estão aderindo ao programa dos incentivos fiscais da Lei do Bem, decorre não só da atração pelos benefícios que são concedidos pela Lei do Bem, mas, também, pelo regime intenso de concorrência comercial/tecnológica, com níveis de exigências cada vez mais sofisticados, cujas particularidades têm despertado no meio empresarial a necessidade de procurar investir mais em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica. Assim, oferecer um melhor serviço ou produto, de forma mais rápida, com preço mais accessível e de melhor qualidade, são condicionantes imprescindíveis para que as empresas brasileiras obtenham vantagem competitiva perante as demais empresas concorrentes neste mundo globalizado (BRASIL, 2011).

O Gráfico 1 mostra o número de empresas que foram beneficiadas pela Lei do Bem no período de 2006 até 2011.

Com relação aos dispêndios de custeio3 com PD&I, a partir do Gráfico 2 observa-se que houve um aumento entre os anos de 2006 e 2010. Entretanto, para o ano de 2011, houve uma redução no dispêndio de custeio e, consequentemente, uma diminuição do valor dos benefícios fiscais tomados.

Gráfico 1 – Número de empresas beneficiadas pela Lei do Bem

Fonte: Elaboração própria, 2016 com base no BRASIL, 2011

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As empresas que realizam atividades de P,D&I poderão deduzir em múltiplos de 1,6 , 1,8 e 2 dos dispêndios de custeio, onde no seu valor máximo, para efeito de apuração do lucro líquido e da base de calculo da CSLL e IRPJ, as empresas chegam a duplicar o total dos dispêndios (despesas) de custeio com P,D&I, cuja concessão favorece às empresas por reduzir a margem do lucro real (BRASIL, 2011,p.17)

Gráfico 2 – Dispêndios de custeios x Benefícios Fiscais em milhões

Fonte: Elaboração própria, 2016 com base no BRASIL, 2011

Conforme a portaria 943 de 8 de dezembro de 2006 do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, uma das principais características dos incentivos fiscais consiste na sua fruição automática, ou seja, as empresas não precisam apresentar previamente projetos de P&D ao governo federal e aguardar pela sua aprovação. A verificação da correta utilização dos incentivos fiscais será feita no ano posterior ao da realização dos dispêndios, mediante o preenchimento e envio de um formulário padrão ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.

2.3.2 Subvenção econômica

Criado no ano de 2006 a subvenção econômica consiste em um instrumento de estímulo à inovação tecnológica mediante o qual o governo, por intermédio das agências de fomento de ciência e tecnologia (FINEP), concede recursos não reembolsáveis (recursos que não precisam ser devolvidos) às empresas de qualquer porte para a realização de atividades de PD&I.

O instrumento de subvenção econômica tem como objetivo promover um significativo incremento da inovação no país e tendo como base a avaliação, induzir as empresas a incorporarem esse tipo de preocupação às suas estratégias de negócios ou possibilitar maior ousadia por parte daquelas que já realizam gastos em P&D de forma contínua.

Vale ressaltar que, antes da Lei de Inovação, as instituições de fomento não podiam aportar recursos não reembolsáveis diretamente nas empresas e que embora os fundos setoriais tivessem em sua origem a preocupação de financiar projetos de interesse das empresas através de parcerias com as instituições de pesquisa, apenas estas últimas estavam habilitadas a receber os recursos.

O marco-regulatório que viabiliza a concessão de subvenção econômica foi estabelecido a partir da aprovação da Lei 10.973, de 02/12/2004, regulamentada pelo Decreto 5.563, de 11/10/2005 (Lei da Inovação), e da Lei 11.196, de 21/11/2005, regulamentada pelo Decreto no. 5.798 de 07 de junho de 2006 (Lei do Bem). Os recursos destinados a este apoio são provenientes do FNDCT, conforme estabelecido na legislação citada.

Recentemente, o Programa INOVA EMPRESA - iniciativa conjunta da FINEP, BNDES e outros agentes públicos - integra o mecanismo da Subvenção Econômica com outros mecanismos de financiamento à inovação em diversos setores estratégicos4.

O Quadro 3 resume as subvenções econômicas quanto à sua abrangência e o Quadro 4 sintetiza os editais aprovados em 2007.

Quadro 3 – Abrangência da Subvenção Econômica

Subvenção da remuneração de pesquisadores

Destinada ao ressarcimento de parte do valor da remuneração de pesquisadores com titulação de mestres e doutores contratados.

Subvenção da Lei da Inovação

Cobertura das despesas de custeio das atividades de inovação, incluindo pessoal, matérias primas, serviços de terceiros, patentes e, ainda, despesas de conservação e adaptação de bens imóveis com destinação específica para inovação.

Subvenção da Lei do Bem

Custeio das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico de produtos e processos inovadores nas empresas nacionais. Fonte: ROCHA; SOARES; CASSONI, 2010

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Quadro 4 - Projetos aprovados no edital de 2007 da Subvenção Econômica

ÁREA PROJETOS APROVADOS

VALOR APROVADO