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1930

HESSE, Hermann. O lobo da estepe. Trad. Augusto de Souza. São Paulo: Cultura brasileira, 1935. Trata-se da primeira edição brasileira do escritor alemão.

1940

MORAES, Carlos Dante de. Impressão do O Lobo da Estepe. Província de São Pedro, Porto Alegre, v. 2, n. 5, p. 56-60, jun. 1946. Artigo de revista. Neste artigo, o autor traça um perfil psicológico do modo como o lobo da estepe se constitui. Por meio deste texto puramente descritivo, Moraes caracteriza o interior desse solitário e amargo personagem para desvelar seus segredos e artimanhas, que em meio às muitas contradições espelha em certo sentido a figura de seu autor Hermann Hesse, quer seja no plano artístico, quer seja no literário ou espiritual. Constitui importante valor documental por seu pioneirismo em relação aos escritos sobre Hesse.

HOMEM que sempre foi um grande solitário... Jornal de S. Paulo, São Paulo, 26 jan. 1947. Não paginado. O texto apresenta dados biográficos de Hesse com base em entrevista publicada em Les Nouvelles Littéraires com um amigo íntimo do escritor. Assim, caracteriza Hermann Hesse como pacifista constantemente afastado de disputas partidárias e que, em suas obras, teve a influência de nomes como Romain Rolland, Balzac, Tolstoi, Dostoievski e Gorki, além de filósofos orientais.

ROSENFELD, Anatol. I: Hermann Hesse, prêmio Nobel 1946. Jornal de S. Paulo, São Paulo, 04 fev. 1947. Não paginado. Rosenfeld aqui caracteriza Hesse como um romântico na sua paixão pela natureza, na forma de suas obras e em seus temas. Traça breve biografia do escritor para relacionar aspectos como família, infância e religiosidade à freqüente temática de ordem individual e aristocrática, que se relaciona à elevação espiritual.

ROSENFELD, Anatol. II: Hermann Hesse, prêmio Nobel 1946. Jornal de S. Paulo, São Paulo, 05 fev. 1947. Não paginado. O autor aponta, em contrapartida ao romantismo hesseano anteriormente identificado, o humor rude presente em obras já referentes a seu período

enfermo, em poemas como Gota e Dama sentimental. Referindo-se ao prêmio então recentemente laureado, revela não saber se se deve à totalidade de suas obras ou, em distinção de contribuição a Das Glasperlenspiel, obra segundo Rosenfeld, “de extraordinário alcance”, na qual Hesse aborda o afastamento lúdico da realidade como a essência da “vida”.

CARPEAUX, Otto Maria. O Caminho de Hesse. Província de São Pedro, Porto Alegre, v. 3, n. 8, p. 75-81, mar. 1947. Artigo de periódico. Neste artigo, o autor traz ao leitor daquele momento o conhecimento sobre a trajetória significativa da obra de Hesse e sobre sua personalidade. Esse conhecimento torna-se fundamental dada à falta de artigos sobre o assunto, como o autor realça. O artigo delineia o sinuoso caminho para a superação das dificuldades que se apresenta ao longo da vida do romancista e sua busca incessante pela integração dos opostos.

HERMANN Hesse, prêmio Nobel de 46. Diário de S. Paulo, São Paulo, 23 mar. 1947. Não paginado. O artigo, que omite o autor, começa relacionando o momento de premiação do Nobel de 1946 com a agravada enfermidade de Hermann Hesse, que recebeu a notícia por correspondência. Em seguida, o texto apresenta a autobiografia relatada por Hesse, na qual o escritor assume que sua constante preocupação se volta não aos problemas sociais, mas aos individuais. Diante da crítica mundial desse momento, o escritor é conhecido como dono de um estilo de prosa sensível, colorida e harmoniosa, um misto de romântico e místico, que via a reeducação de sua Alemanha muito distante e árdua no âmbito da erradicação da doutrina de Hitler.

IGLESIAS, Francisco. Sobre Hermann Hesse, O Estado de S. Paulo, 2 set. 1947. Não paginado. Trata-se de texto em que o crítico aborda algumas características da personalidade do escritor, associando-as a aspectos marcantes de algumas de suas obras. O destaque dado à imaginação, como elemento de vigor de sua obra, é tratado de modo a considerar Hesse como um escritor que foge às classificações esquemáticas e simplificações críticas. Iglesias considera que o conhecimento de sua biografia faz-se necessário para uma melhor compreensão da razão de ser dos personagens hesseanos.

1950

BACIU, Stefan. Os setenta e cinco anos de Hermann Hesse, Correio da Manhã, Distrito Federal, 16 ago. 1952. Pequeno texto em que o crítico descreve alguns pontos importantes da

vida e obra de Hermann Hesse, assim como relata como foi comemorado na Alemanha os setenta e cinco anos do escritor. Baciu ressalta que a comemoração contou com o lançamento das obras completas de Hesse por meio da Editora Suhrkamp.

ANGELLOZ, J. F. A época contemporânea. In: ______. A literatura alemã. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1956. p. 117-130. (Coleção Saber Atual). Capítulo de livro. Neste texto, o autor cita brevemente Hermann Hesse, contextualizando-o em sua temática e listando suas principais obras.

THEODOR, Erwin. Hermann Hesse octogenário. [S.l.], 1957. O artigo tem como tema o octogésimo aniversário de Hesse, o qual é pelo autor denominado “o mais importante representante literário da Alemanha” depois da morte de Thomas Mann. Após breve biografia do escritor, Theodor caracteriza suas obras como introspectivas, de linguagem simples, harmoniosa e expressiva. Destaca a curiosidade de Demian, que teve sua primeira edição publicada sob o pseudônimo de Emil Sinclair e, como mais profunda obra, Glasperlenspiel, que demonstra reflexões realizadas por um sábio idoso e profundo.

ROSENFELD, Anatol. Automóvel e Casa de Campo. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 27 abr. 1957. Suplemento Literário: Letras Germânicas, ano I, n. 28, p. 1. Artigo de periódico. Neste texto, Anatol Rosenfeld, ao se valer de um questionário que Ernest von Salomon propõe, classifica alguns autores alemães entre “donos de automóvel” ou “donos de casa de campo”, esboçando um perfil de ambos os grupos e colocando Hermann Hesse na segunda categoria, definindo-o como “um dos mais lídimos democratas e humanistas da literatura alemã” do século XX.

FERRAZ, Silvia Barbosa. Hermann Hesse e o Verão. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 jul. 1957. Suplemento Literário, ano I, n. 40, p. 3. Artigo de periódico. A autora, neste texto, cita um trecho da autobiografia hesseana intitulada Kurzgefasster Lebenslauf (1925). Nesse pequeno resumo, segundo a autora "metade realidade, metade fantasia", traça-se um perfil do escritor em que se demonstra sua estreita relação com as qualidades próprias da estação do verão e a influência dessa característica na sua personalidade e em toda sua produção literária.

ROSENFELD, Anatol. O Romance Lírico de Hermann Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 31 ago. 1957. Suplemento Literário: Letras Germânicas, ano I, n. 46, p. 1. Artigo de

periódico. Neste artigo, o autor vem elucidar uma questão bastante polêmica na Alemanha: a comparação entre Hermann Hesse e Thomas Mann com vistas à depreciação de um ou de outro, sempre considerando-se diferentes acepções do termo "poeta" (Dichter). Para tanto, o crítico disserta sobre este termo explicando-o como manifestação típica da força criadora admirada pelos alemães. O autor também coloca a força lírica de Hesse como solução para suas contradições. Trata-se do primeiro texto de uma trilogia disponível no livro Letras

Germânicas (1993), do mesmo autor, que traz textos retirados da coluna homônima do Suplemento Literário d’ O Estado de S. Paulo.

BRITO, Daniel Brilhante. Os oitenta anos de Hermann Hesse, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 29 dez. 1957, p. 6-7. Coletânea de textos do escritor por ocasião de seu octogenário. O artigo ainda traz uma breve nota introdutória contextualizando Hesse filosófica e literariamente.

CAMPOS, Pedro Moacyr. Conferência: Hermann Hesse e a História. Revista de História, São Paulo, ano IX, v. XVII, n. 36, p. 289-311, 1958. Trabalho acadêmico. Orientado pelo pensamento nietzschiano, o autor faz uma série de “cogitações” a respeito da posição de Hermann Hesse frente ao seu tempo histórico. Moacyr Campos traz à tona a predileção do escritor pela superação do tempo em detrimento da história, na medida em que esta é concebida como “choque com a época” e negação à vida. Ao esboçar a “evolução espiritual” empreendida por Hesse em busca da “harmonização entre o tempo que passa e a eternidade”, o autor conclui que o pensamento hesseano leva-nos à consciência da “permanente adaptação” aos valores absolutos da existência diante do caminho prescrito da liberdade humana e espiritual.

CAMPOS, Pedro Moacyr. As Fontes do Individualismo de Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 4 maio 1958. Literatura e Arte, ano LXXIX, n. 25460. Artigo de periódico. Trata-se de alguns trechos de cartas de Hermann Hesse, em que se discute a questão da educação na concepção do escritor alemão. Segundo o autor, o processo de formação pessoal torna-se a principal característica de Hesse, para quem a preservação da personalidade e a auto- realização são os pontos-chave de sua concepção educativa em contraposição à massificação do indivíduo, quer por meios políticos, quer pelo desenvolvimento da tecnocracia. Assim, por meio desta busca o homem chegaria a um ideal de “comunidade humana”.

ROSENFELD, Anatol. Um narrador surrealista. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 31 maio 1958. Suplemento Literário: Letras Germânicas, ano II, n. 83, p. 1. Artigo de periódico. O texto contém pequena menção a Hermann Hesse, que é comparado ao autor Ernest Kreuder, no tocante à afinidade entre o surrealismo e o romantismo alemão.

CAMPOS, Pedro Moacyr. A Auto-educação em Hermann Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 jun. 1958. Suplemento Literário, ano II, n. 86, p. 3. Artigo de periódico. Neste artigo, o crítico, a partir de um fragmento epistolar de Hesse, faz uma reflexão sobre a visão de Hesse a respeito da auto-educação, que seria um processo fundamental para a formação e desenvolvimento da personalidade em meio à massificação da sociedade industrial.

SELANSKI, Wira. Tendências atuais da literatura alemã. In: ______. Épocas de literatura

alemã. Rio de Janeiro: Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1959. p. 61-119. Capítulo de

livro. Breve explanação que situa Hermann Hesse no contexto geral da literatura alemã. A autora destaca que o tema da utopia presente na sua obra “pertence ao que há de mais problemático na literatura moderna”.

1960

FERRAZ, Silvia Barbosa. Hermann Hesse e o verão. In: ______. Filtros Mágicos. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura Comissão de Literatura, 1960. Capítulo de livro. Este texto, ⎯ organizado em três partes: I – Princípio e fim; II – Basiléia e Calw e III – Constança e Montagnola, ⎯ explora as influências que fatores diversos, como o verão, as cidades e a própria etapa de vida em que Hesse se encontrava, exerciam sobre o autor alemão. Segundo a autora, esses aspectos tiveram um papel fundamental sobre o “destino” de Hesse. Vale notar que a primeira parte desse texto já havia sido publicada no Suplemento Literário d’ O Estado

de S. Paulo - sob o título Hermann Hesse e o verão, em 20 de julho de 1957 - embora tenha

sofrido algumas breves modificações, fruto da revisão para o novo formato de texto.

CAMPOS, Geir. Poesia alemã. [S.l]: Ministério da Educação e Cultura, 1960. A extensa antologia poética de Geir Campos inclui dois poemas do escritor alemão, apresentando a versão alemã acompanhada da tradução em língua portuguesa. O poema Über die Felder (Pelos campos) vem traduzido por João Acciola, sendo que o poema Vergiss es Nicht (Não te esqueças) vem traduzido por Maria Krumenacher e Paulo Mendes Campos.

HERMANN Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 3 set. 1960. Suplemento Literário, ano IV, p. 4. Nota em periódico. Breve texto a respeito da publicação nos Estados Unidos de um trabalho intitulado Hermann Hesse and his Critics, de Joseph Mileck. O interessante da nota é a consideração negativa que o autor dá sobre a questão, inclusa na obra de lançamento, de que Hermann Hesse dificilmente atrairia o público leitor norte-americano. Porém, alguns anos depois verificou-se diametralmente o oposto - a enorme ascensão de Hesse e o absurdo aumento de vendagem no mercado livresco da obra hesseana naquele mesmo país.

MORREU Hermann Hesse, O Renovador da Novela Alemã. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 10 ago. 1962, p. 8. Nota em periódico. Trata-se de texto sobre o falecimento de Hermann Hesse transcrito de publicação suíça. Em seguida, encontra-se nota da redação do jornal brasileiro que traz uma pequena biografia enfatizando o caráter pacifista, simples e inovador de Hesse, sempre contestador de qualquer tipo de autoritarismo.

MOUTINHO, Nogueira. Em memória de Hermann Hesse. [S.l.], 19 ago. 1962. Neste texto, o autor destaca o “longo itinerário de Hesse em busca da Verdade”. A psicanálise e a sabedoria oriental são destacadas por Moutinho, a fim de compreender a evolução do escritor nesta jornada. A embriaguez, o cristianismo e o lúdico também tiveram papel importante na formação de Hesse. O texto revela o conjunto das obras hesseanas associado com sua autobiografia como fator de suma relevância para o entendimento da proximidade de Hermann Hesse com a juventude.

ROSENFELD, Anatol. Hermann Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 out. 1962. Suplemento Literário: Letras Germânicas, ano VII, n. 302, p. 1. Artigo de periódico. Neste artigo, o crítico, por ocasião da morte de Hermann Hesse, analisa o prestígio do escritor perante a crítica alemã. Coloca-se no texto a questão do romantismo hesseano e questiona-se a surpresa diante do sucesso do escritor anti-burguês numa Alemanha que tanto o censurava. Ao final, Rosenfeld coloca Hesse em suas duas facetas “esquizofrênicas” - como artista e como cidadão – para explicar certa dicotomia do autor. Nesta crítica, é importante atentar para a produtiva discussão em torno dos temas capitalismo, marxismo e romantismo hesseano.

KOHNEN, Mansueto. A espiritualização do impressionismo. In: ______. História da

literatura germânica. Rio de Janeiro: Mensageiro da Fé, 1962. v. 3. p. 180-191. Capítulo de

evidenciar suas posturas filosóficas e seus pontos de afinidade com outras instâncias do pensamento, como a psicanálise, destaca a constituição de sua literatura de “totalidades” – capaz de abarcar novas tendências da modernidade.

THEODOR, Erwin. A literatura alemã atual. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 14 mar. 1964. Suplemento Literário, ano VII, v. 373, p. 3. Artigo de periódico. Neste pequeno texto, o crítico menciona Hermann Hesse brevemente ao traçar um panorama da posição da moderna literatura alemã. Hermann Hesse, Thomas Mann e Bertolt Brecht são citados como autores já conhecidos, lidos e debatidos - em contraposição a muitos autores considerados proibidos durante o regime nazista na Alemanha.

FLACHSKAMPI, Ludwig. O último poema de Hermann Hesse. Humboldt, Hamburgo/São Paulo, ano 4, n. 10, p. 79-83, 1964. Artigo de periódico. Texto produzido por ocasião do recente falecimento de Hermann Hesse. Traz um longa biografia do escritor alemão, na qual intercala citações sobre o autor em língua alemã.

CARPEAUX, Otto Maria. As revoltas modernistas. In: ______. História da literatura

ocidental. Rio de Janeiro: O Cruzeiro, 1966. p. 3031-3041. Capítulo de livro. Neste texto,

Carpeaux evidencia o caráter humanista e lírico da literatura hesseana. O autor também sua aproximação com o escritor André Gide.

BOESCH, Bruno (org). História da literatura alemã. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1967. p. 422-425, 444-451. Capítulo de livro. Neste texto, Bruno Boesch aponta as principais obras do escritor alemão, situando-as brevemente no contexto social e literário nos diferentes momentos perpassados pelo escritor.

JOVEM aluno do Convento. In: HESSE, H. Narciso e Goldmund. Trad. Myriam Moraes Spiritus. São Paulo: Brasiliense, 1969. Orelha anônima. Neste texto, há breve descrição da obra, que é descrita como “um maravilhoso quadro colorido da Idade Média Alemã, onde o romântico e o real se confundem”. A orelha também inclui uma lista de obras recentemente lançadas de Hesse.

CARPEAUX, Otto Maria. Um romance imortal. In: HESSE, Hermann. Demian: História da juventude de Emil Sinclair. Trad. Ivo Barroso. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,

1969. Orelha de Otto M. Carpeaux. O orelhista apresenta o romance como obra hesseana de mais profunda repercussão pelo fato de ter formado toda uma geração. Filia, desse modo, também o texto ao gênero “romance de formação”, em que se destacaram autores como Goethe, Keller e Mann.

BARROSO, Ivo. Prefácio. In: HESSE, Hermann. Demian: História da juventude de Emil Sinclair. Trad. Ivo Barroso. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. Orelha de Otto M. Carpeaux e prefácio de Ivo Barroso. No prefácio, de caráter biobibliográfico, Ivo Barroso relaciona a época de lançamento da obra em língua alemã (1919) à identificação que teve como os anseios da juventude daqueles tempos, sobrevivente de uma guerra em que a Alemanha foi derrotada. No final, o autor discorre sobre a concepção que Hesse possui a respeito da “consciência de si mesmo e de seu próprio caminho”.

ROSENFELD, Anatol. Popularidade de Hesse. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 4 out. 1969. Suplemento Literário: Letras Germânicas, ano XIII, n. 644, p. 1. Artigo de periódico. Trata-se de texto em que o crítico analisa os motivos do prestígio de Hermann Hesse. Para isso, ele esboça alguns paralelos entre o mundo imaginário do escritor e algumas tendências do romantismo, do romance alemão e de algumas visões orientais de síntese do pensamento. O autor finaliza apontando as características dessa sua visão em algumas de suas obras e aponta para a importância do lançamento em língua portuguesa da obra O Jogo das Contas de Vidro. Na conclusão da crítica, Rosenfeld usa dos mesmos argumentos utilizados em texto anterior intitulado “O Romance Lírico de Hermann Hesse” (1957). Trata-se do segundo texto de uma trilogia, disponível no livro Letras Germânicas (1993), do mesmo autor.

POEMAS de Hermann Hesse: Obras Póstumas de José Servo - Poesias do Discípulo e do Estudante Universitário. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 24 maio 1969. Suplemento Literário, ano XIII, n. 626, p. 3. Tradução de Lavínia Viotti. Transcrição de poemas. O periódico publica a tradução de alguns poemas que se encontram na obra O Jogo das Contas

de Vidro. Vale notar que Viotti, a tradutora da obra e dos poemas, manteve a mesma tradução

para a versão para este caderno.

1970

MOUTINHO, Nogueira. Prefácio. In: HESSE, H. O Jogo das Contas de Vidro. Trad. Lavínia Abranches Viotti e Flávio Vieira de Souza. Prefácio de Nogueira Moutinho. 4. ed. São Paulo:

Brasiliense, 1970. Neste prefácio, o autor dá algumas informações acerca do enredo e da biografia de Hermann Hesse, observando a relação entre a vida e a obra do escritor.

LAGE, Alfredo. Hesse: A Busca da Sabedoria I. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 25 abr. 1970. Suplemento Literário, ano 14, n. 668, p. 5. Ensaio de periódico. Neste texto, de forte cunho filosófico e psicológico, Alfredo Lage faz uma profunda reflexão sobre o conceito de salvação enquanto “o encontro do homem com sua alma e uma tomada de posição vital (...) em face do mistério da vida”. Para tanto Lage apropria-se de idéias de Freud, Hegel, Marx, Marcuse, Bosin, dentre outros, para compor sua formulação definindo que a “salvação consiste na ‘apropriação’ final do ser imanente pelo homem perfeitamente socializado, para além das classes, grupos e interesses parciais”. Neste texto, o autor refere-se a Hesse como escritor de temática existencial que se opõe diretamente à “era das guerras e das páginas de variedades”, fruto do coletivismo e da dissociação entre princípio paterno e materno na civilização ocidental. O artigo discute e tenta explicar a noção da evolução da civilização e não se detém tanto em Hermann Hesse como o próprio título sugeriria, mas dedica-se àqueles preceitos teóricos que foram levantados.

LAGE, Alfredo. Hesse: Salvação e História II. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 9 maio 1970. Suplemento Literário, ano 14, n. 669, p. 4. Ensaio de periódico. Trata-se de uma reflexão a respeito da temática da salvação da humanidade e sua relação com a sabedoria. O autor situa a obra O jogo das contas de vidro, descrevendo-a em seus aspectos substanciais para em seguida discutir a busca espiritual e histórica do homem em meio à sua cultura contraditória. Para Lage, essa obra máxima de Hermann Hesse figura e supõe utopicamente a “experiência da futilidade da violência e o reconhecimento da primazia do Espírito”.

ÖSTERLING, A. Discurso de recepção pronunciado por Anders Österling... Trad. Bella Josef. In: HESSE, H. Sidarta: Um poema indiano. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: Editora Opera Mundi, 1970. p. 17-22. Introdução da obra. Trata-se de texto escrito por ocasião da entrega do prêmio Nobel de literatura conferido a Hermann Hesse. Neste texto, transcrito do discurso de 10 de dezembro de 1946, Anders Österling discorre a respeito dos vários fatores determinantes da obra hesseana. Em todo o texto associa vida e obra para qualificar Hesse como um bom homem que lutou para “manter a flama do verdadeiro humanismo”.

RÊGO, Victor da Cunha. As Contas de Vidro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 14 fev. 1970. Suplemento Literário, ano XIV, n. 660, p. 3. Resenha de periódico. Nesta resenha, o autor traz à tona uma reflexão a respeito do otimismo de Hermann Hesse em meio a um tempo moderno

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