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CERÂMICA ROMANA PINTADA

CATÁLOGO

5. Bilha Inv nº 173.6(6).

Frag. de parede de cerâmica pintada. Alt. 4,2cm; larg. 4cm. Cozedura semi-oxidante. Apresenta elementos micáceos e quartzosos. Pasta castanha alaranjada, (5YR 5/8).

Decorada com duas caneluras e bandas oblíquas pintadas a barbotina.

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ÂNFORAS

Guilherme Cardoso

Entre os materiais arqueológicos de cerâmica recolhidos durante a escavação da villa da Sub-Serra da Castanheira o conjunto das ânforas é númérica entre os restantes, um dos mais significativos, motivado pela relação que esta forma de contentor teve com a economia de produção e do consumo alimentar dando-lhe por isso, uma importân- cia relativa.

Os estudos sobre ânforas conheceram um desenvolvimento muito significativo desde que Dressel publicou o primeiro estudo sobre epigrafia anfórica, nos finais do século XIX, apresentando uma primeira tabela tipológica. Embora, em Portugal, não sejam conhecidos a maior parte dos fornos que fabricaram este tipo de contentores cerâmicos – muitos dos sítios de produção de ânforas já foram identificados embora sejam poucos os que se encon- tram escavados – existem, no entanto, determinados conhecimentos que possibilitam, com uma certa segurança, caracterizar a região de origem, a sua data de produção e os produtos que transportariam.

A localização do concelho de Vila Franca de Xira, entre a cidade de Scallabis e Olisipo, por onde passa o rio Tejo, importante via fluvial, possibilitou receber desde a Idade do Ferro produtos importados, embalados em ânforas, provenientes do comércio com produtores de territórios longínquos ou mesmo próximos.

Os trabalhos de Carlos Banha, quanto ao estudo das ânforas da villa romana de Povos (1993) e o de José C. Quares- ma, sobre as ânforas recolhidas no rio Tejo (2005), confirmam o que dissemos no parágrafo anterior, pelo que, este trabalho não é mais do que uma achega ao que aquele autores já escreveram sobre esta região.

Tipos de ânforas identificados

A caracterização dos diversos modelos de ânforas, por tipos, subtipos ou classes, serve ao investigador para identi- ficar a origem do contentor, o produto que transportava e um determinado período cronológico.

É evidente que hoje é relativamente fácil quando um comprador pretende adquirir um determinado modelo de um qualquer objecto socorrer-se aos catálogos existentes sobre marcas e fabricantes. No passado não existiam catálogos de ânforas, os que, no presente existem foram todos criados a partir do século XIX, por investigadores que se de- bruçaram sobre o seu estudo e é por isso mesmo que cada tabela tipológica é identificada pelo nome do autor ou da região de fabrico . Trabalhos posteriores de análise possibilitaram leituras mais precisas sobre cada tipo.

62 63 Ânfora Ibero-púnica

Foi recolhido um único fragmento de bojo, em toda a área de escavação, de uma ânfora característica das produções da tradição da Idade do Ferro (nº 1), com arranque de asa em argola, de secção circular. Pela análise da composição da pasta poder-se-á dizer que será uma produção da Bética, mais precisamente da bacia do Guadalquivir. Porém, a ausência de bordo não nos possibilita saber de forma concreta qual a sua forma e período de fabrico a não ser que será, certamente, anterior aos inícios do século I d. C.

No rio Tejo, junto ao Mouchão da Póvoa, foi recolhida a parte superior de uma ânfora do tipo Maña C2B (Quares- ma, 2005, 416), que se integra dentro deste tipo de produções e que é datada do século I a. C.

Dressel 2/4 (= Classe 10) Tipo de ânfora do Alto Império que terá servido para transporte de vinho (nos 2-4). Esta forma que se caracteriza pelo seu lábio anelar ou fita estreita e asas bífidas foi fabricada inicialmente na Campânia ou noutras áreas da Itália e posteriormente nas provín- cias hispânicas da Tarra- conense e Bética.

Dois fragmentos deste tipo, recolhidos nas entulheiras da olaria romana de Porto Sabugueiro, em Muge (Cardoso, 1990, 156), colocaram a hipótese de ter havido uma produção naquele sítio romano mas as análises realizadas às suas pastas não foram conclusivas deixando em aberto a confirmação ou não do fabrico, deste tipo de ânfora, na Lusitânia (Pinto Coelho e Cardoso, 1990, 270).

Os cinco fragmentos recolhidos na villa da Sub-Serra caracterizam-se por serem de pasta rosada, com abundantes elementos de tipo máfico e lábio saliente quadrangular, possivelmente de produções da península itálica. Apenas um exemplar foi recolhido em contexto (nº 4), mas encontrava-se em estrato visigótico, fora da habitual datação para esta forma que aparece em meados do século I a. C. e perdura até aos finais do século II início do III (Morais,

1998, 41). Transportaria certamente vinho embora existam alguns recipientes desta forma que transportaram out- ros tipos de produtos.

Na villa romana de Povos, localizada a 3.100 metros de distância, para sul, pouco mais de duas milhas romanas , foi encontrado um fragmento deste tipo de ânfora, com o mesmo tipo de pasta, o que pressupõe que as duas villae estavam em actividade no mesmo período.

Dressel 14 (= Beltran IV = Classes 20 e 21 = Lusitana 2)

Num total foram recolhidos três fragmentos deste tipo nas sondagens 12 e 13, camadas 5 e 4, aqui reproduzimos apenas dois (nº 5 e 6). É uma forma que começa a ser produzida na Lusitânia no principado de Cláudio (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 63) e vai manter-se até finais do século II, o que é consentâneo com os outros materiais recolhidos nos mesmos estratos da villa da Sub-Serra. Os modelos mais tardios desta forma podem chegar aos inícios do século III, apresentam um outro tipo de lábio, mais fino, completamente diferente ao recolhido na nossa escavação de emergência (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 118).

Servia habitualmente para o transporte de derivado piscícolas entre os quais: liquamen excelens, liquamen, liquaminis flos e muria (Beltran, 1970, 462). O liquamen era um molho feito com intestinos de peixes, bem como preparado com todo o tipo de peixe pequenos, sendo um sucedâneo do garum (Beltran, 1970, 417). Este nome de molho é normalmente aplicado na literatura romana, de época tardia, em substituição do garum (Fabião e Guerra, 1993, 1001). Por sua vez muria era também uma salmoura análoga ao garum que se fazia com todo o tipo de peixes sem grande escolha (Beltran, 1970, 417).

Na villa de Povos foram recolhidas 18 exemplares deste tipo e como os da Sub-Serra são do século I e II. Do rio Tejo são também provenientes seis exemplares, a maioria junto ao Mouchão da Póvoa (Quaresma, 2005, 409). Dressel 20 (= Callender 2 = Ostia I = Beltran V = Classe 25)

Contentor cerâmico que foi habitualmente utilizado para o transporte de azeite da Bética (nos 7-10). A sua presença em pequenas quantidades é comum nas villae da Lusitânia, pensa-se que transportasse azeite de qualidade diferente da produzida na região de importação, não sabendo se de melhor qualidade ou antes pelo contrário de má qualidade sendo neste caso, utilizado, possivelmente, na iluminação. Até ao momento os estudos não são conclusivos quanto a este aspecto, embora, seja corrente a ideia que o azeite que transportava servia para consumo alimentar.

Entre os fragmentos desta forma, o de produção mais antiga (nº 7) foi recolhido na escavação do sítio arqueológico, no estrato 4, da sondagem 4, e é datável de 10 a. C.-15 d. C. (Martin-Kilcher, 1983, 340, fig. 2, nº 1 e 2); o frag- Fragmentos de bordos de ânforas romanas

64 65 mento de lábio triangular (nº 8) recolhido na sondagem 13, estrato 4, integra-se na forma 30 de Martin-Kilcher

que a data de 75-150 d. C. (idem, 1983, 340); quanto ao segundo bordo triangular (nº 9), proveniente da sondagem 6, estrato 6, pode-se incluir no tipo 39 de Martin-Kilcher, datado de 200-250 d. C. (idem, 1983, 340, fig. 2). Dressel 23 (= Keay XIII = Classe 26)

O fragmento com o nº 11 é do tipo Keay XIII b, encontrando-se entre as formas que serviam para o transporte de azeite bético em época tardia em substituição da ânfora Dressel 20. É um tipo que Beltran Lloris data de entre o século IV e V (Beltran, 1970, 214), podendo incluir-se nos tipos 47 e 50 de Martin-Kilcher (1983, 341, fig. 3) que lhes atribui uma cronologia de 300-375, enquanto S. J. Keay coloca a sua produção entre os meados do século III e o século VII (Keay, 1984, 403 e 404). A camada estratigráfica onde o fragmento foi recolhido é já do período islâmico o que evidencia tratar-se de uma intrusão vertical.

Almagro 50 (= Ostia VII = Keay XXVII = Classe 22 = Lusitana 5 e 6)

Forma que principiou a ser fabricada nos inícios do século III e perdurou até aos finais do século IV inícios do V. Servia para envasar conservas de peixes e seus derivados.

É um tipo muito menos abundante que a Almagro 51c. Na villa da Sub-Serra da Castanheira recolheram-se três exemplares (nos 15-17), enquanto que, na villa de Povos, se recolheram quatro, em estratos do século III e IV. Almagro 51a/b (= Keay XIX= Beltran 52)

É uma ânfora com boca canelada mais ou menos afunilada, asas de secção trapezoidal e corpo troncocónico. Miguel Beltrán Lloris, foi o primeiro a reparar que não havia grande variação entre os subtipos a e b de Almagro (Beltrán, 1970, 543-545). Na verdade, como sucedeu posteriormente com a variante c da mesma forma, as alter- ações verificadas quantos às especificações das bocas, asas, bojos e pés aumentou o número de variantes.

Mayet e Tavares da Silva incluem o tipo com boca canelada como a variante B (nos 19 e 20), datável dos finais do século IV inícios do V, enquanto a sua variante C, de colo mais estreito (nº 18), datam-na de meados do V (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 205).

Os exemplares apresentados da villa da Sub-Serra (nos 18-21) são todos da camada 6, da sondagem 6, recolhidos no meio de materiais datáveis entre o século III e os finais do VI.

Cardoso 92 (= Tarraconense tardia 7 = Keay 68/91F)

Aparentada com o tipo Almagro 51 a/b, identificámos esta forma em 1976, entre fragmentos, que se recolheram à superfície do terreno, provenientes das entulheiras, do lado poente, da olaria romana da Herdade do Pinheiro, então cortadas por uma vala de rega.

Na zona de Barcelona aparecem produções regionais com bocas muito semelhantes e que estão identificadas como sendo do tipo Tarraconense tardio 7 (Carreras e Berni, 1998, 273) ou Keay 68/91F (Remolà, 2000, 198). Transpor- tariam vinho e são provenientes de contextos da Tarraconense datados do séculos IV e primeira metade do V. O nosso exemplar (nº 22) é proveniente da camada 6, da sondagem 6.

Dressel 30 lusitana (= Almagro 51c = Lusitana 3)

Esta forma caracteriza-se por ter um pança bojuda ogival e asas em arco aberto, um pouco diferente da Dressel 30 Africana (= Ostia V = Keay I = Classe 38).

66 67 Deste tipo reconhecemos três variantes. A variante A que apresenta lábio em fita, canelada ou não (nos 23-26), po-

dendo o pé ser anelar (Almagro 51c.A) ou cónico (Almagro 51 c.A.a) . O subtipo B tem um lábio em fita mais es- pessado (nos 27-29). Temos uma terceira variante a C, em que o lábio apresenta uma fita arredondada (nos 30-32). A variante A está presente nos fornos da Herdade do Pinheiro nos finais do século II, 1º ¼ do século III (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 123) o que é consentâneo com o período atribuído ao estrato 5, da sondagem 13, da villa da Sub-Serra, onde foi recolhido o nº 26. Os restantes fragmentos apareceram, nesta villa, em estratos com datações posteriores aos meados do século III.

Almagro 51c (= Keay XXIII = Classe 23 = Lusitanian Garum IV = Lusitana 3, 4 e 10)

Falta uma tabela que indique com precisão as variações que pode ter a forma Almagro 51 e fundamentalmente na- quilo que Almagro convencionou chamar de variante 51c. É mais que evidente as dificuldades de caracterização de uma ânfora através de modelos padrão, pois múltiplas são as hipóteses de aparência devido à sua confecção manual e ao conhecimento que os oleiros que as fizeram tinham quando copiaram aqueles modelos, por vezes tão díspares (nos 33-57).

Se para o caso das formas Dressel 7 a 11, se optou por uma classificação mais simplificada que se denominou como Dressel 7/11, para a forma Almagro 51, devido à existência de modificações ao longo da produção, as vari- antes a e b foram aglutinadas na variante a/b. Isto não impede que alguns investigadores continuem a separá-las, como é o caso decor- rente em relação às ânforas Dressel 7 a 11. Esta forma diferencia-se da Dressel 30 por ter um bojo esguio de tipo fusiforme e com asas que se apresentam mais descaídas. Na maioria dos casos serviria para o trans- porte de conservas à base de peixe, em salmoura, no entanto é de não descartar a hipótese de ter servido nalguns casos para o transporte de vinho.

Embora seja difícil distinguir os diversos modelos devido à sua semelhança, apresentamos os subtipos estudados, provenientes da villa da Sub-Serra, e que podem ser comparados com outras ânforas do mesmo tipo embora par a fins estatísticos os englobemos apenas na forma 51c.

Almagro 51c.C

Trata-se de uma variante que apresenta boca afunilada ou concava internamente, com pouco ou nenhum espes- samento, as asas arrancam do bordo e inflectem para baixo numa curva pronunciada muito idênticas à Lusitana 10, mas de lábio completamente diferente (nos 58-64).

Forma identificada no forno 3, da olaria romana da Herdade do Pinheiro, em estratos datados dos finais do século IV a meados do século V d.C. (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 290, 304, fig. 139, nº 112), na villa romana de Povos (Banha, 1991/1992, nos 16 e 30) e em Santarém (Arruda, Viegas e Bargão, 2006, 248, fig. 6, nº 53).

Serviria, certamente, para o transporte de conservas à base de peixe em salmoura. Almagro 51c.D (=Sado 3)

Como a variante anterior também esta apresenta modificações significativas ao nível do lábio, em barbela, e boca larga (nº 65). É uma forma pouco comum mas que se conhece o perfil completo através de um exemplar prove- niente da Alcáçova de Santarém (Arruda, Viegas e Bargão, 2006, 247, fig. 6, nº 55) e de diversos fragmentos de boca identificados como de Sado 3, na figlina romana da Herdade do Pinheiro, provenientes do forno 6, datada dos meados do século V d.C. (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 289, 304, fig. 137 e 138, nº 66, 67, 70, 84, 86).

Transportaria, como a anterior, conservas de peixe em salmoura. Lusitana 9 (=Sado 2)

O fragmento nº 66, é de uma forma de ânfora identificada por Dias Diogo na sua tabela (Diogo, 1987) e que até à sua classificação estava incluída dentro das formas de cerâmica comum.

Tudo leva a supor que serviria para o transporte de garum ou outros derivados piscícolas. Recolheram-se fragmen- tos deste tipo no forno 2, da olaria romana de Porto dos Cacos, datados dos finais do século IV inícios do V (Raposo e Duarte, 1996, 254), enquanto para a figlina da Herdade do Pinheiro este forma foi identificada como tipo Sado 2 e atribuída aos meados do século V (Mayet e Tavares da Silva, 1998, 206).

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Ânforas de formas indeterminadas

De entre as peças estudadas encontrámos três que devido à sua forma nos deixou algumas dúvidas. No caso da boca (nº 12) e do pé (nº 13), podem inserir-se dentro do grupo das ânforas Dressel 14 mas, no caso da primeira, a inclinação e espessura das paredes não estão conformes com este tipo de ânfora, bem como o pé que por se encontrar muito lascado não permite definir bem o seu perfil. O mesmo se passa com um outro pé (nº 14) devido ao seu tamanho diminuto. Por último temos um pequeno fragmento de bojo canelado (nº 67) que se pode integrar numa Late Roman Am- phora mas, também de tipo impossível de determinar.

Origem e tipo de ânforas

Fig. 1 – Origem dos fragmentos de ânfora – percentagens.

A simples análise macroscópica das pastas possibilitou saber que dos 134 fragmentos de ânforas recolhidos 108 têm origem na Lusitânia (fig. 1), ou seja cerca de 81%. No que diz respeito às formas (fig. 2) e que quanto às formas, 87 são do tipo Almagro 51c ou seja perto 65% do total.

Fig. 2 – Número máximo de fragmentos por tipo anfórico.

Se observarmos por grandes períodos cronológicos vemos que dos catorze exemplares encontrados e identificados como do Alto-Império (fig. 3), temos cerca de 70% importados. Têm origem na península Itálica cinco fragmentos os quais pertenceriam a contentores para transporte de vinho; os outros cinco, neste caso quatro para o azeite e um para garum, são de origem Bética.

Os restantes 30%, quatro exemplares, têm origem na Lusitânia e seriam ânforas que transportariam conservas de derivados piscícolas.

Fig. 3 – Origem dos fragmentos de ânfora durante o Alto-Império – percentagens.

No caso dos fragmentos de ânforas do Baixo-Império (fig. 4), cerca de 90% do total, 117 exemplares, excluindo as indeterminadas, apenas 3%, têm origem na Bética e serviriam para além do transporte de azeite para o garum. Sendo, os restantes 97%, de ânforas de fabrico da Lusitânia, e que se destinaram ao transporte de conservas de derivados piscícolas.

Fig. 4 – Origem dos fragmentos de ânfora durante o Baixo-Império – percentagens.

Conclusões

A distribuição dos achados das ânforas no espaço escavado confirma que a maioria dos materiais, mais antigos, se encontrava nas sondagens 3, 12 e 13, no lado meridional da vala, excepto o caso de um pequeno fragmento de ânfora ibero-púnica recolhida na sondagem 6.

Na primeira fase as ânforas importadas, para transporte de vinho e azeite, dominam o contexto arqueológico en- quanto as produções lusitanas, em menor número, serviram para o transporte de conservas de peixe.

No Baixo-Império o panorama relativo à origem do material anfórico é completmente diferente.

Como afirmámos, supra, a esmagadora maioria é originária da Lusitânia onde as ânforas são destinadas, essencial- mente, ao transporte de conservas à base de salmouras (derivados piscicolas), enquanto no que diz respeito às de importação, estas conhecem uma descida, mais que acentuada, onde as produções norte africanas destes conten- tores não se encontram presentes e os de origem Bética, que transportavam os tradicionais – azeite e molhos à base de peixe – apresentam percentagens quase nulas como se infere dos gráficos das figuras 1 e 4.

Como já sucedera no caso da villa de Povos (Banha, 1991/1992, 67) também à villa da Sub-Serra chegaram al- guns exemplares tardios (nº 67) com origem certamente no Mediterrâneo Oriental, mas nem a origem exacta da produção desta ânfora, nem a época em que foi produzida foram definidas, pois não foi possivel ser identificado concretamente o tipo de ânfora.

Pode-se dizer que no Baixo-Império os produtos que chegavam à villa eram essencialmente de origem regional - derivados piscícolas, em contentores de pequenas dimensões -, contrapondo ao Alto-Império onde a maioria das ânforas era importada e de grande capacidade.

70 71 6. Dressel 14. Inv. nº: 16.13(4).

Fragmento de pé de ânfora oco de ponta ogival.

Pasta: dureza média, castanha escura (5YR 5/4), foliácea. Quartzo leitoso, mosco- vite, óxido de ferro vermelho escuro abundante.

Dimensões: altura, 8,4 cm; largura, 5/5,2cm. 7. Dressel 20. Inv. nº: 10.4(4).

Fragmento de bordo colo e arranque de asa.

Pasta: Dura, castanha (7.5YR 6/4) compacta. Quartzo leitoso e defumado fino, óxido de ferro castanho, calcário.

Dimensões: Ø do bordo, 12cm; altura, 7,5cm. Observações: (ITN A8/012).

8. Dressel 20. Inv. nº: 20.13(4).

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