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VILLA ROMANA DA SUB-SERRA DE CASTANHEIRA DO RIBATEJO

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Academic year: 2021

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1. PREFÁCIO PRESIDENTE DA EPAL, S.A.

2. PRÓLOGO EMERITA, LDA.

3. A VILLA ROMANA DA SUB-SERRA DE CASTANHEIRA DO RIBATEJO, DO ROMANO AO MEDIEVAL ISLÂMICO

4. O ESPÓLIO DE CERÂMICAS FINAS DE MESA, VIDROS E LUCERNAS

5. CERÂMICA ROMANA PINTADA

6. ÂNFORAS

7. CERÂMICA COMUM

8. GRAFITO EM FRAGMENTO DE TELHA ROMANA

9. CERÃMICA COMUM TARDO-ROMANA (VISIGÓTICA)

10. CERÃMICA ISLÃMICA

11. METAIS

12. ESTUDO ARQUEOBOTÃNICO DO DEPÓSITO DO SILO 1, SONDAGEM 10

13. ESTUDO ARQUEOZOOLÓGICO SUMÁRIO DOS RESTOS RECUPERADOS

NAS ESCAVAÇÕES 14. BIBLIOGRAFIA GERAL 4 20 48 54 XX 78 98 102 113 137 178

ÍNDICE

(3)

5

PREFÁCIO

(4)

7

PRÓLOGO

(5)

9

A VILLA ROMANA DA SUB-SERRA DE CASTANHEIRA DO RIBATEJO

Do Romano ao Medieval Islâmico.

Guilherme Cardoso*

Luísa Batalha** Mário Monteiro**

Introdução

No âmbito da obra da EPAL de duplicação do Adutor de Castelo do Bode, foi pedida à EMERITA, Lda. uma peritagem técnica no terreno de forma a diagnosticar eventuais afectações sobre vestígios arqueológicos, tendo esta peritagem sido acordada entre a EPAL e o antigo IPA (Instituto Português de Arqueologia) após uma visita de arqueólogos daquela instituição à frente de obra.

Quando a equipa da EMERITA chegou ao campo, a frente de trabalho encontrava-se na fase final de abertura da vala a céu aberto, tendo já passado a área do Bairro Calouste Gulbenkian onde, segundo informação da equipa de arqueologia do Museu Municipal de Vila Franca de Xira, durante a construção do bairro nos anos 80, do século XX, tinham sido identificados vestígios romanos correspondentes a uma necrópole de incineração.

Estava também referenciado para a Castanheira do Ribatejo o achado de um sarcófago romano em mármore, de meados do século III d.C., supostamente originário da Castanheira, uma vez que se encontrava inicialmente de-positado no Convento de Nossa Senhora da Sub-Serra da Castanheira do Ribatejo (Ribeiro, 1938) .

A VILLA ROMANA DA SUB-SERRA DE

CASTANHEIRA DO RIBATEJO

* Mestrado em Arqueologia (Arqueólogo da Asseembleia Distrital de Lisboa)

** Licenciada em História - variante de Arqueologia, Arqueóloga com co-direcção dos trabalhos arqueológicos (Emerita, Empresa Portuguesa de Arqueologioa)

(6)

10 11 No terreno observaram-se materiais dispersos ao longo de toda a encosta, mas com maior densidade nas cotas mais altas,

onde um amplo terreno permanece baldio, pelo que foi proposto o acompanhamento arqueológico do troço de vala que faltava abrir e a execução de sondagens manuais de diagnóstico na área da Castanheira, encosta a Oeste do Bairro Calouste Gulbenkian, local já atravessado pela conduta, mas onde se observava uma maior concentração de materiais de superfície. Prontamente a EPAL concordou com as medidas propostas tendo-se iniciado de imediato os trabalhos arqueológi-cos que vieram a revelar ao longo de uma vala com aproximadamente 45m de comprimento por 1,5m de largura, um acervo arqueológico de elevado valor patrimonial e científico.

Será de elogiar o interesse pelo património evidenciado pela EPAL, bem como o facto de ter financiado os tra-balhos ao necessário alargamento da área de sondagem (mesmo decorrendo fora da área afectada pela vala) e provi-denciado todos os meios necessários para o bom prosseguimento e conclusão dos trabalhos.

Na fase final dos trabalhos arqueológicos o sítio foi visitado por representantes das diversas entidades envolvidas, nomeadamente o presidente da EPAL, Dr. João Fidalgo, o responsável pelo Depto. de Obras, Eng. Francisco Ser-ranito, a Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Dra. Maria da Luz Rosinha, a Subdirectora do IPA, Dra. Catarina Tente, entre outros. O interesse demonstrado por todos em salvaguardar o conhecimento deste valioso património do concelho de Vila Franca de Xira, que apenas foi levemente deslindado nesta fase, faz prever futuras campanhas que esperamos venham a decorrer brevemente.

A Geografia

Num dos terraços de aluvião do quaternário (Zbyszewski, 1965, 6), à cota dos 27 metros, sobranceiro ao rio Tejo, encontra-se localizado o sítio da antiga villa romana da Sub-Serra da Castanheira do Ribatejo que está parcial-mente protegido pelo pequeno cabeço da Castanheira, localizado a 300 metros para nordeste, cerca de 160 metros de altitude. Pelo sul, corre a ribeira da Castanheira e junto a ela uma portela que permite a existência de uma antiga estrada que dá acesso a Cadafais, Alenquer.

Para Norte os terrenos arenosos continuam a desenvolver-se ao longo da margem do Tejo, ladeando a estrada na-cional pelo poente, sendo cortados pelo rio Grande da Pipa perto da sua foz.

Para oriente encontra-se, a cerca de dois quilómetros, o rio Tejo que banha a fértil lezíria bordejada no sentido norte-sul pela antiga estrada romana de Scallabis-Olisipo (Mantas, 1996) e que ficava a cerca de trezentos metros de distância da villa romana da Sub-Serra.

Visita de representantes do Instituto Português de Arqueologia, da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e da EPAL SA.

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12 13 O notório domínio do sítio da villa da Sub-Serra sobre uma grande extensão de várzea banhada pelo Tejo indicia

que na Antiguidade a actividade que a população local se dedicaria seria, certamente, a agricultura devido à riqueza produtiva das suas terras mas a estreita faixa escavada não possibilitou concluir tal hipótese.

O Povoamento Romano Regional

No actual concelho de Vila Franca de Xira situavam-se as fronteiras entre os municípios romanos de Olisipo e de Scallabis. Jorge Alarcão (2002, 43) é de opinião que a totalidade do actual território deste concelho faria parte integrante de Olisipo; por sua vez, Cardim Ribeiro (1994, 80) é de opinião que, a partir da Póvoa de Santa Iria para norte, já seria território de Scallabis, devido a uma lápide funerária ali recolhida se referir ao defunto como sendo olisiponense, o que só sucedia quando o enterramento se realizava fora do município a que o cidadão pertencia. Este local tem a particularidade de se encontrar numa zona geográfica de mudança entre as terras altas e as lezírias, tendo o Tejo como fronteira natural – uma das principais vias de comércio e comunicação.

O rio e as diversas vias terrestres que por ali passavam – entre as quais as que ligavam a Bracara Augusta, Scallabis e daí a Emerita Augusta – deram-lhe a importância de uma encruzilhada que potenciou o desenvolvimento da região entre Vila Franca de Xira e Alenquer desde a pré-história.

Segundo Alarcão (1987, 57), na região de Alenquer “verifica-se uma certa nuclearização de achados, correspon-dentes à área de influência de Ierabriga” a qual se localizaria, entre Paredes e as quintas do Bravo e Barradinha, entroncamento de diversos caminhos que existiam e ainda existem naquele ponto, a norte de Olisipo. A estrada Olisipo-Scallabis passava por ali e no local existiria uma série de pontes que permitiam transpor, primeiro, o rio da Pipa, e logo a seguir, o rio de Alenquer.

Dali saía, certamente, uma antiga via no sentido do ocidente que ligava a lezíria ao litoral marítimo ocidental. Seguia ao longo da margem norte do vale do Rio da Pipa que ligava a Sobral de Monte Agraço, Dois Portos, Torres Vedras e, através das margens do Sizandro, ao mar. A corroborar esta hipótese, temos vários pontos fortificados durante a última Idade do Ferro: na Serra do Amaral (Cadafais, Alenquer), no Paço (Arruda dos Vinhos), em Torres Vedras, na serra da Mariquitas (Torres Vedras) e no Cabeço do Socorro (Mafra), com diversas villae implantadas entre estes pontos (Cardoso, 2002). Um outro caminho partiria para Norte, passando a oriente da Serra de Montejunto, entre as áreas de influência de Scallabis e de Eburobrittium (Óbidos), onde existia um outro povoado fortificado da última Idade do Ferro inícios da romanização, S. Salvador (Cercal, Cadaval), local de uma bifurcação com duas estradas, uma a norte para Eburobrittium e outra a nascente para Scallabis.

O aparecimento de uma moeda hispano-cartaginesa dos finais do século III a. C., no castro de Curvanceira de Cima, coloca a hipótese de ser verdadeira a informação de Tito Lívio de ter estado, junto à foz do Tejo (Vila Franca de Xira), um destacamento de tropas cartaginesas durante a 2.ª Guerra Púnica (Faria, 1987, 60).

Os Trabalhos Arqueológicos

Em reunião tida com Jacinta Bugalhão, técnica superior do IPA, optou-se inicialmente por efectuar quatro sonda-gens, a fim de avaliar a potencialidade arqueológica do sítio, nomeadamente, da posibilidade de existência de estru-turas e do seu grau de conservação.

Para o efeito foram abertas duas sondagens na zona de encosta sobre a ribeira da Castanheira e outras duas, próxi-mas do local onde em tempos se ergueu o convento das Clarissas da Sub-Serra da Castanheira. Sabe-se que no lado nascente da conduta agora instalada não existem vestígios arqueológicos pois foram destruídos há já bastante tempo aquando da construção dos aquedutos, do Alviela e do da Barragem do Castelo do Bode, para abastecimento da cidade de Lisboa e concelhos limítrofes.

Nas duas primeiras sondagens (1 e 2), verificou-se que o espólio identificado era essencialmente composto por ma-terial de construção de época romana que ali se depositou por acção de escorrimento (tal como se confirmou mais tarde quando se escavou a parte superior) o qual tinha origem no local de ocupação a uma cota superior.

Pelo contrário, as sondagens 3 e 4, aquando da intervenção mecânica, logo evidenciaram um local de grande poten-cial a nível de espólio cerâmico, o que comprovava a grande dispersão de materiais que se detectara inipoten-cialmente à superfície do terreno .

Após as quatro sondagens iniciais decidiu-se proceder à escavação de uma vala que ligasse a sondagem 3 à 4 e ao pro-longamento da mesma um pouco mais para sul na direcção da segunda sondagem. Foram assim abertas novas sonda-gens, num total de nove, que ligavam entre si, embora tivessem sido escavadas alternadamente de modo a permitir obter uma leitura estratigráfica longitudinal norte-sul e, ao mesmo tempo, obter perfis perpendiculares das mesmas.

Resultados

Sondagens

Embora o espaço escavado se limitasse a uma estreita faixa, o seu comprimento possibilitou uma série de informa-ções importantíssimas para o conhecimento do sítio arqueológico. A estratigrafia indiciou que a área mais antiga era a meridional enquanto que as zonas, central e setentrional, se revelaram espaços de ocupação mais recentes.

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14 15 Assim toda a área escavada estava coberta por uma primeira camada de terra arenosa com origem nas camadas

geológicas mais profundas do local e aproveitadas para o fecho da vala. Nesta camada apareceram alguns materiais arqueológicos provenientes da abertura da vala da adutora e abundantes objectos actuais que foram misturados pelas máquinas quando aplanaram o local após o fecho da vala .

A camada seguinte era formada por um solo humífero, cinzento-escuro, que durante séculos foi remexido por trabalhos de lavoura. Cobria todo o espaço e correspondia ao primeiro estrato antes dos trabalhos de obra. No seu interior encon-travam-se objectos arqueológicos que iam do período romano ao século XVIII, sendo de destacar um grande número de fragmentos de cerâmica medieval. Pontuavam, aqui e ali, alguns materiais contemporâneos sem grande significado. Sondagem 3

Estrato 4: camada de terra escura sobre a camada de abandono do mosaico e que preenchia também o interior do tanque (séculos VI-VII). Fragmentos de TSAf cl C e D, ânforas Dressel 14, 23, e Almagro 50, fragmentos de panelas de fabrico manual visigóticas.

Estrato 5: camada de enchimento ao nível do alicerce do tanque no lado sul da sondagem 3 e prolongando-se pela sondagem 12 (meados do século II a meados do III). Taça Hayes 14 ou 16 em TSAf cl A; vidro da forma Isings 63 = AR 122.1; ânfora Dressel 30 lusitana.

5A/B: sobre o arenito local, a sul do tanque e abaixo do alicerce, bolsas com materiais (2ª ½ do século I/ 1º quartel do II). Lucerna de orlas com perfil atribuível ao 2º quartel do século I até finais do mesmo, TSH de forma inde-terminada de Andújar, um fragmento de vidro de garrafa do tipo Isings 101 (?) = AR 148 (?) e pequena taça em cerâmica de paredes finas da forma Mayet LIII.

Sondagem 4

Dois silos islâmicos localizados no lado norte da sondagem encontravam-se esca-vados na base do estrato 3, penetrando até ao subsolo geológico, constituído por arenitos do quaternário.

Estrato 3: Contexto islâmico com fragmentos de cerâmica e um dedal daquele período. Cerâmica britada no corte poente aponta para que possivelmente tivesse existido um piso de terra batida misturado com cerâmica moída.

Estrato 4: camada de terra clara que ladeava, a poente e oriente, o muro de alvenaria que existia a meio da sonda-gem. Fragmento de forma indeterminada em TSH de Andújar, ânforas Dressel 20, Almagro 50 e 51c.

Estrato 5: sobre o arenito local algumas cerâmicas tardias romanas (século III a V). Fragmento de ânfora Almagro 51c.

Sondagem 5

Um silo islâmico no lado poente da sondagem com a boca escavada na base do estrato 3 penetrava nas camadas arqueológicas inferiores e na camada geológica dos arenitos do quaternário.

Estrato 3: nível islâmico com materiais visigóticos e romanos misturados. Ânfora do tipo Almagro 51c. Estrato 4: camada com fragmentos de cerâmica manual de cozedura redutora séculos VII-IX.

Estrato 5: camada de abandono com alguma cerâmica comum de cozedura redutora.

Estrato 6: Nível de enchimento junto ao substrato arenoso geológico, com importante conjunto de materiais (2ª ½ do século V ao 1º quartel do século VII d.C.). TSH tardia, TS Africana D dos tipos Hayes 91 e 104, Foceense tardia e vidro tipo Isings 97(? )=AR 26(?). Ânforas Dressel 20, Dressel 23, Dressel 30a/b/c lusitana, Almagro 50, Almagro 51a/b, Almagro 51c, nas variantes 51c.D e 51c.E.

Sondagens 6

Estrato 3: nível islâmico com materiais visigóticos e romanos à mistura.

Estrato 4: Camada com maior número de fragmentos de cerâmica manual de cozedura redutora séculos VII-IX. Estrato 5: camada de abandono com alguma cerâmica comum manual de cozedura redutora. Vidros tipo Isings 109 e 116. Ânforas Dressel 2/4 e Almagro 51a/b.

Estrato 6: diversos níveis de enchimento sobrepostos ao substrato arenoso ge-ológico, com importante conjunto de materiais (2ª ½ do século V ao 1º quartel do século VII d.C.). TSAf cl D dos tipos Hayes 91 e 104; vidros dos tipos AR 59.1, AR 98.2, AR 171 = T126, Isings 116/117 = Ar 59.2, Isings 82 B2; ânforas, Dressel 20, 23, 30a/b/c lusitana, Almagro 50, 51a/b, 51c, 51c.D e 51c.E; cerâmi-cas pintadas, estampilhadas e abundante cerâmica comum romana e tardias (mais raras).

Vestígios de mosaico e tanque romano.

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16 17 Sondagem 7

Estrato 3: nível islâmico com materiais visigóticos e romanos misturados. Ânfora do tipo Almagro 51c Estrato 4: camada com fragmentos de cerâmica manual de cozedura redutora séculos VII-IX.

Estrato 5: camada de abandono com alguma cerâmica comum manual de cozedura redutora; ânforas Dressel 30a lusitana, Almagro 51c.D e outra de tipologia indeterminada.

Estrato 6: nível de enchimento junto ao substrato arenoso geológico, com TS Africana D estampilhadas; ânforas Dressel 30c lusitana e Almagro 51c.D.

Sondagem 8

Estratos 3 e 4: nível islâmico com materiais visigóticos e romanos misturados.

Estrato 5: cerâmica comum de fabrico manual e cozedura redutora, visigótica. Taça de vidro da forma Isings 116; ânforas Dressel 30c lusitana e Almagro 51c.D.

Sondagem 9

Estrato 2: terra castanha acinzentada sobre alicerce de muro islâmico, com alguma cerâmica islâmica. Estrato 3: camada de abandono com alguma cerâmica comum manual de cozedura redutora. Estrato 4: (2ª ½ do século IV/ século V). Taças Isings 116 e 117 em vidro.

Sondagem 10

Quatro silos islâmicos aglutinados ocupavam grande parte da sondagem junto ao corte poente. As suas bocas encontravam-se abertas na parte inferior da segunda camada e desenvolviam-se no substrato geológico.

Estrato 4: sobre o arenito natural algumas cerâmicas manuais de cozedura redutora (séculos VIII-X). Sondagem 11

Como já referimos anteriormente este espaço tinha sido destruído por trabalhos recentes. Não apresentava qualquer indício arqueológico a não ser no estrato geológico onde apareceu uma mancha vermelha provocada por uma pos-sível exposição ao calor.

Sondagem 12

Estrato 4: na continuidade do estrato 4 da sondagem 3, recolheu-se um fragmento de taça de vidro da forma Ising 49=AR 19. Estrato 5: camada de enchimento na continuação do estrato idêntico da sondagem 3.

5A/B: bolsas com materiais sobre o arenito local. Duas bilhas, de pastas claras, junto ao contraforte descoberto nesta sondagem. Sondagem 13

Estrato 4: sobre o aqueduto (século III a inícios do V). Em vidro um prato da forma AR 19 e um fundo de garrafa incolor; em TSAf cl. D, um prato da forma Hayes 59B, ânforas Dressel 14 e 20, e um anel em fita de pontas sobrepostas e argola de cobre. Estrato 5: à cota da cloaca e abaixo do aqueduto (século II a finais do século III): taças Drag. 27 (TSH), Hayes 9A (TSAf. cl. A), prato tardio (TSHt) e ânforas das formas Dressel 14, 20, 30 lusitana e Almagro 51c.

Estruturas

Identificaram-se duas estruturas nitidamente romanas. Uma localizada na área da sondagem 3 e outra nas sondagens 4 e 5. A primeira fazia parte do complexo habitacional do proprietário (pars urbana) com mosaico, espelho de água, aqueduto e esgotos. A outra é parte de um muro de alvenaria seca, de dupla fiada, com uma porta no topo meridional de que não se sabe a função contudo a existência de abundantes fragmentos de placas de mármore, tijolo trapezoidais e de outros tipos leva a supor estarmos nas proximidades de uma área balnear romana.

(10)

18 19 Do período visigótico existe um muro formado por grandes pedras na sondagem

7, bem como o aterro constituído pelos estratos cinco e seis das sondagens 5 e 6 que serviram para nivelar a depressão localizada a norte do referido muro. Ao período islâmico, para além dos silos, também pertencerá o muro, da sondagem 9, de alvenaria seca de dupla fiada construído com materiais romanos reaproveita-dos, sendo de realçar a aplicação de diversos quadrantes de coluna, em cerâmica, naquela estrutura. Ténue vestígio de um piso à cota da boca dos silos na sondagem 4, coloca a hipótese de terem existido mais habitações daquele período mas que não nos foi possível confirmar.

Pars urbana

A análise do espaço escavado possibilitou identificar vestígios e estruturas desde o Alto Império Romano até aos finais do período Islâmico.

Os estratos arqueológicos mais arcaicos localizavam-se na base das sondagens, 3, 12 e 13, as mais meridionais da vala. Ali os materiais romanos encontravam-se no meio de camadas de arenito ladeando as baencontravam-ses de paredes de alvenaria consolidadas com argamassa, rebocadas exteriormente e que certamente per-tenciam à pars urbana da villa. No ponto mais profundo vestígios de uma cloaca e sobre esta os restos de um aqueduto de traçado sinusoidal – forrado interna-mente a opus signinum – como é normal nos casos onde se cruzam aquedutos e esgotos.

Um contraforte de alvenaria consolidado a argamassa e rebocado exteriormente ficou saliente no corte poente da sondagem deixando antever a hipótese de estar a segurar uma parede que se encontrará para lá do espaço escavado.

Um pouco a norte, no local da sondagem 3, um tanque estreito, forrado a opus signinum, com cerca de 50 cm de profundidade, orientado Este-Oeste, já cortado no lado oriental pela passagem da vala, onde existem indícios de um ângulo recto que inflectia para sul e que serviu de espelho de água, logo seguido dos restos de um mosaico polícromo, com motivos geométricos de dupla trança, delimitado por uma faixa a preto e branco.

Embora o entrançado seja comum como desenho geométrico em mosaicos romanos, não encontrámos paralelo para o padrão apresentado. Observa-se que no conjunto do desenho existem diversas orientações aleatórias dos entrançados não se observando qualquer outro tipo de figura geométrica latente como é normal nestes casos.

Restauros com argamassa à base de cal, areia e tijolo, entre a bordadura e o entrançado demonstram que o espaço se manteve como zona nobre, durante bastante tempo. A estreita camada de abandono foi rapidamente coberta por uma camada negra com fragmentos de cerâmica de feitura completamente manual ou com o auxílio de roda lenta, do período visigótico e que preenchia também, ela, as camadas mais profundas do tanque.

Silos Islâmicos

Todos os silos identificados apresentaram materiais que nos remeteram para uma cronologia do período islâmico. Aqueduto e esgoto (caleiras)

Muro visigótico

Estrutura alto-medieval

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20 21 Estes contentores de armazenamento, eram estruturas negativas, ou seja, escavadas no estrato geológico, tendo

como função preservar os frutos e os cereais, mantendo-os em ambiente seco e simultaneamente escondê-los dos salteadores e roedores.

Os sete silos detectados levam a crer que, dada a proximidade entre si, pudessem existir outros nas imediações da área escavada. Os silos apresentam uma forma periforme, com estrangulamento ao nível da abertura, se bem que no caso da sondagem 4, o silo 1 apresentava destruição da secção superior, encontrando-se colmatado com pedras de pequena e média dimensão, colocadas no seu interior intencionalmente aquando do abandono, e sem materiais relevantes. O silo 2 apresentou-se adossado ao silo 1, com a abertura à mesma cota, mas construído em momentos diferentes. Foi escavado no solo geológico a maior profundidade e embora apresentasse algumas pedras, em meio humoso e homogéneo, ofereceu algum espólio cerâmico de fabrico muito rudimentar, excepção feita a alguns fragmentos de terra sigillata, intromissões verticais, e três panelas com evidências de exposição ao fogo. As terras recolhidas no seu interior continham grande quantidade de sementes, tendo sido recolhidas amostras para análise.

Na sondagem 10 surgiram quatro silos adossados entre si, junto ao corte poente. Apresentavam diferentes profun-didades. Também eles, certamente, foram escavados em momentos diferentes.

O silo, da sondagem 5, só foi escavado até às pedras de enchimento que cobriam a abertura de entrada . Embora estes silos não tenham oferecido espólio sig-nificativo, o silo 1 da sondagem 10 continha abun-dantes sementes carbonizadas e diversos fragmentos de cerâmica de pasta clara com decoração a óxido de ferro vermelho, ao que tudo indica característica do séc. XI, correspondendo ao período islâmico dos reinos das Taifas.

Não existem até ao momento indícios que nos per-mitam estabelecer qualquer relação, entre estrutu-ras de habitação e os silos. Estes não apresentavam grandes dimensões, o que nos leve a crer, que as áreas de cultivo não seriam muito extensas, nem a densi-dade demográfica muito elevada.

Horizontes Cronológicos

São cinco os horizontes cronológicos identificados até ao momento na villa romana da Sub-Serra da Castanheira. Horizonte 1 (finais do século I a. C. à segunda metade do II d. C.): reconhecido através dos materiais arqueológicos, como sejam: terra sigillata e cerâmicas de paredes finas, recolhidas nos estratos mais profundos, na zona meridional da escavação arqueológica, que datam dos meados do século I d. C. ou mesmo um pouco anteriores tendo em conta um pequeno fragmento de ânfora ibero-púnica , recolhido na sondagem 6.

Horizonte 2 (finais do século II aos inícios do V): construção da cloaca, aqueduto e a parte da pars urbana identificada, no lado sul. A norte, o muro de alvenaria seca de dupla fiada, datados por TSH, TSAf cl e vidros de importação. Horizonte 3 (século V a finais do VI): existe uma continuidade de vivência do local, com a construção de um muro de alvenaria com grandes pedras, nivelamento da depressão localizada na zona setentrional, datável através da terra sigillata tardia, cerâmica comum de cozedura essencialmente semiredutora e anel de pontas sobrepostas.

Horizonte 4 (séculos VII a meados do IX): marcado pelo completo abandono das estruturas existentes, sendo estas aterradas; desaparecimento das cerâmicas de importação e pelo aparecimento da cerâmica manual de produção regional.

Horizonte 5 (segunda metade do século IX, inícios do seguinte, ao século XII): construção dos silos subterrâneos e do alicerce da sondagem 9. Reaparecimento das cerâmicas feitas à roda e pintadas.

Materiais de Construção

Material pétreo

Para além de pequenos e grandes blocos de calcários rústicos apenas se observaram fragmentos de placas serradas de mármore branco com velaturas acinzentadas. Algumas delas apresentam no rebordo um tosco afeiçoamento para um melhor ajuste durante a sua aplicação.

Embora elas se encontrassem disseminadas pela área intervencionada a sua maior concentração verificava-se nas sondagens 4 a 6. Uma das hipóteses de utilização seria a sua aplicação no forro de paredes ou do piso de uma área balneária que se localizaria naquela área como dissemos, anteriormente.

Pequenos fragmentos de grés apresentam corte por fricção o que nos leva a concluir que terão pertencido a mós manuais circulares e que posteriormente foram reutilizadas na construção dos muros tardios.

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22 23

Cerâmica de Construção

Verificou-se o emprego de tijolos paralelepipédicos de diversas dimensões tanto no período romano como em épocas posteriores.

De entre as formas menos habituais destaca-se o conjunto de quadrantes de coluna reutilizados no muro tardio, de dupla fiada, encontrado na sondagem 9. O que nos possibilita adiantar a hipótese que os romanos utilizaram localmente fustes de coluna em alvenaria de tijolo, possivelmente estucados.

Também foram encontrados fragmentos de tijolos de forma trapezoidal, com encaixes, empregues, em época ro-mana, na construção de arcos de um hypocaustum termal.

A telha de cerâmica foi introduzida na Lusitânia pelos romanos sendo inicialmente de dois tipos: a plana com rebordo lateral (tegula) e a de canudo (imbrex). No baixo-império, devido à complexidade de fabrico e ao seu peso, a telha plana já teria caído em desuso sendo utilizada maioritariamente a de canudo que a partir do período tardo-romano se torna a única a ser fabricada.

É normal o aparecimento de grafitos em telhas, que terão a ver com sinais de fabrico ou símbolos antropopáticos ligados a superstições de mau-olhado e inveja. A partir da época tardia romana para além destes grafitos algumas telhas apresentam decorações sinusoidais feitas com os dedos ou mesmo a pente até períodos bem tardios como sejam o visigótico e o islâmico.

Embora hoje em dia a telha de canudo seja rara, em algumas casas mais antigas, ainda é utilizada na sua cobertura.

Estuques

Recolheram-se alguns fragmentos de estuques pintados durante a abertura das sondagens, sendo de destacar os fragmentos provenientes da sondagem 3, estrato 5, que se encontravam a uma profundidade de mais de 1,65m, abaixo do tanque do mosaico, em contacto com materiais datáveis dos séculos I e II d. C.

O maior fragmento pertencia a uma esquina arredondada certamente de um ângulo de passagem entre uma sala e uma porta. Encontra-se decorado por duas bandas perpendiculares, a vermelho escuro, sendo visíveis restos de pintura a negro num dos lados. Existem mais alguns fragmentos do mesmo estuque mas de superfície plana, com pintura a vermelho e a negro azulado.

O estuque foi fabricado com cal aglutinada a pó de calcite, sendo ainda visíveis pequenos cristais daquele mineral na superfície alisada e no interior da massa, com uma espessura entre 7mm e 10mm. O suporte preparatório, com 15mm a 20mm de espessura, é um reboco mais grosseiro, constituído por cal, areia siliciosa, e pequena quantidade de pó de cerâmica que lhe dá uma cor alaranjada.

Por sua vez, no estrato 6, da sondagem 6, recolheram-se dois pequenos fragmentos pintados a vermelho, conjunta-mente a abundantes pedaços de argamassa de parede. É um estrato tardio datado do século VI mas com alguns ma-teriais mais antigos dos séculos III ao V. São, estes fragmentos de estuque, constituídos por uma pequena camada de cal e areia siliciosa com cerca de um milímetro de espessura sobre um reboco da mesma massa, mais grosseiro, com cerca de dois centímetros de altura.

Um outro conjunto foi identificado à superfície do terreno, após fortes chuvas, no meio das terras que as máquinas tinham retirado durante a anterior abertura da vala para colocação das manilhas da conduta adutora e que, poste-riormente, foram espalhadas pelo terreno envolvente.

Os elementos que o constituem são semelhantes aos anteriores, caracterizando-se, também, por uma superfície plana com uma espessura média de um milímetro e mais raramente de dois, à base de cal e gesso. O reboco de as-sentamento, com cerca de 30mm de espessura, foi fabricado com abundante cal e areia siliciosa.

A sua superfície encontrava-se pintada a castanho, negro azulado e vermelho. Um dos fragmentos representa um tronco de árvore e o que parece ser um monte (paisagem campestre?), enquanto um outro pequeno fragmento tem pintado duas pequenas faixas negras, oblíquas.

Nas villae do ager Olisiponensis é normal aparecerem fragmentos de estuque, principalmente na zona da pars urbana – salas e peristilo – bem como nos ed-ifícios termais. Ao serem encontrados o seu estado de conservação está normal-mente muito deteriorado, motivado pelo facto de serem fabricados com materiais perecíveis, o que torna raro o aparecimento de grandes fragmentos.

Deixam-nos estes pequenos fragmentos antever um gosto, dos proprietários, de terem paredes pintadas nas suas vivendas rurais, não só de simples painéis

imi-tando placas de mármore como também, recriar ambientes de paisagem no seu interior (trompe d’oeil).

No caso dos estuques da pars urbana da villa da Sub-Serra da Castanheira pode-se dizer que existem dois processos técnicos diferentes de fabrico. Um primeiro, certamente mais antigo, alto império, onde o emprego de calcite britada Telha de canudo com símbolo feminino

Fragmento de estuque romano com figura vegetal

(13)

24 25 misturada na camada de estuque lhe dava um maior brilho, enquanto que um segundo grupo de painéis empregava

apenas areia siliciosa de rio tanto na camada superficial como na de suporte sendo datável do baixo-império.

Conclusões

Bem localizado este sítio arqueológico terá sido ocupado nos finais da Idade do Ferro/ inícios da colonização romana, tornando-se numa das mais importantes propriedades romanas no Baixo-Império ao longo da via Olisipo–Scallabis.

De grande poder económico apresenta um acervo significativo em vidros e cerâmicas de mesa finas provenientes da Germânia, Itália, Gália, Hispânia, e do norte de África. Nos inícios da Idade Média continuava a existir um comércio importante com origem no império Bizantino, no Mediterrâneo oriental.

Importado para consumo, o vinho provinha da península Itálica e o azeite da Bética. As conservas e os molhos de peixe que se consumiram na villa da Sub-Serra foram produzidos essencialmente na Lusitânia, e a maioria era, sem dúvida, proveniente da região do baixo Tejo.

Pouco sabemos da fase inicial da casa senhorial da villa romana, ficando apenas confirmada a sua existência naquele local, nos finais do século II ou inícios do seguinte, através de um espaço com espelho de água (peristilo?) ladeado de salas com mosaicos que terá sido mantido, com remendos de argamassa, até ao século V ou mesmo VI.

Com as sucessivas crises económicas e políticas porque passou a sociedade tardo-romana e posteriormente a visigótica, apareceu, naturalmente, uma sociedade de economia de subsistência, na prática do tipo autarcia. Nessa época, a partir do século VII a casa senhorial foi completamente abandonada, as habitações passaram a ser de pare-des feitas de pedra seca, com pisos de terra batida cobertas por telha de canudo. Verificamos serem as cerâmicas predominantemente de produção regional, de fabrico inteiramente manual ou apenas com o auxílio da roda lenta, processos que se mantiveram até ao século IX.

A partir do século X nota-se o ressurgimento de cerâmicas e de objectos de metal de melhor qualidade. Na con-strução, os alicerces das casas são mais cuidados; dá-se o aparecimento de silos subterrâneos que serviam para guardar os cereais para consumo e excedentes, o que denota alguns indícios de melhorias dos níveis económico e de vida dos habitantes do sítio arqueológico da Sub-Serra da Castanheira do Ribatejo já no período final da sua existência. Atendendo às condições em que o trabalho arqueológico foi efectuado – uma estreita vala – podemos concluir que só uma escavação alargada fornecerá melhores conhecimentos de todo o espaço através da leitura de estruturas mais amplas e horizontes cronológicos mais curtos.

(14)

27

O ESPÓLIO DE CERÂMICAS FINAS DE MESA, VIDROS E LUCERNAS

Eurico de Sepúlveda* Inês Alves Ribeiro**

Entre os vários indicadores cronológicos a que o investigador mais usualmente recorre ao estudar, neste caso par-ticular de uma villa, a ocupação romana, é sem dúvida nenhuma a cultura material deixada pelos seus ocupantes. Toma papel relevante os artefactos dedicados à utilização na mesa quer, sejam os de cerâmica quer, sejam os de vidros ou, os expressamente destinados ao processo de iluminação.

As cerâmicas ditas finas – por oposição às cerâmicas comuns ou sejam aquelas com espessuras e acabamentos mais frustres – e provenientes da intervenção levada a cabo na villa romana da Sub-Serra da Castanheira do Ribatejo serão as que irão ser analisadas de forma detalhada ao longo deste capítulo.

Este conjunto é constituído por cerâmicas ditas de importação atendendo ao facto de, até ao presente, não terem sido encontradas estruturas de olarias ou fornos associados à produção delas, em período romano, nos territórios pertencentes às províncias da Lusitânia1 ou da Tarraconense os quais, hoje em dia, fazem parte do actual território português.

Foram, portanto, englobadas, neste grupo, a terra sigillata originada na Gália, na Hispânia, no norte de África (Tunísia) e na Fócea (região situada na actual Turquia)2.

Este grupo é caracterizado por pastas, normalmente, bastante cuidadas, exclusão feita a várias tipos de sigillata norte africana (a terra sigillata clara A e D, principalmente) e por vernizes brilhantes que variam, na cor, na gama dos ver-melhos e pela existência, na produção tunisina, de um engobe, que embora por vezes possa ser brilhante, substitui o verniz das produções gaulesas e hispânicas.

Apresentamos, também, um grupo de cerâmicas que embora possua característica de cerâmica comum optámos por estudá-las, tendo como principais critérios definidores:

o decorativo (estampilhado, na parede exterior, com influência directa das cerâmicas paleocristãs de produção com origem na Gália);

e o cronológico (cerâmica dos séculos IV/V, quiçá mais tardias).

Por sua vez o grupo das cerâmicas de paredes finas3 é constituído apenas por dois elementos que poderão pertencer à mesma peça.

* Economista/ Arqueólogo, Associação Cultural de Cascais. ** Arqueóloga.

1É de salientar, todavia, a existência de imitações de terra sigillata produzidas nos fornos de ânforas do Morraçal da Ajuda em Peniche. 2 A terra sigillata de tipo itálico encontra-se ausente deste espólio facto que se deve, certamente, às dimensões exíguas da área onde foi efectuada

a intervenção arqueológica.

3 Assim chamadas por terem espessuras que variam entre 1 e 1,5mm e raramente os 4mm. São normalmente da forma copo e taça e foram

utilizadas antes da grande expansão e comercialização do vidro, finais do século I d.C. inícios do II, altura em que desaparecem totalmente dos espólios coevos de ocupação romana.

O ESPÓLIO DE CERÂMICAS FINAS DE

MESA, VIDROS E LUCERNAS

(15)

28 29 Ao grupo cerâmico que é definido pelos elementos dedicados à iluminação apenas foi possível contabilizar 6

lucer-nas que devem ter sido originadas quer, na capital da Lusitânia – Mérida quer, no norte de África ou, possivelmente em alguma olaria local.

Veremos, mais adiante, que o espectro cronológico em que elas se inserem confirma uma hegemonia bastante gri-tante do espólio arqueológico romano da villa da Sub-Serra da Castanheira do Ribatejo.

Por fim os fragmentos de vidro romano estão presentes de uma forma que consideramos bastante invulgar aten-dendo ao seu número e qualidade.

A existência destes serviu-nos para avaliar das reais possibilidades económicas dos donos da villa para se encontra-rem inseridos em circuitos vastos de comercialização/aquisição, na medida em que todas as peças provêem de im-portações oriundas da Península Itálica, Gália, Germanias e provavelmente das oficinas de vidreiros de Mérida4. Todo este conjunto de bens, que constituíam a baixela de mesa dos vários domini desta villa e que de seguida iremos apresentar, de forma mais alargada, irão dar-nos, infelizmente, uma pálida ideia dos seus poderes aquisitivos e por conseguinte dos seus padrões de riqueza5.

A elaboração do Quadro 1 permitiu-nos estabelecer uma relação, em percentagem, entre o NMI (número mínimo de indivíduos)6 de cada classe e o total dos mesmos obtidos no final da intervenção arqueológica, apresentando-se, ao mesmo tempo, a distribuição quantificada por sondagem e estrato.

Deste quadro verifica-se ser a classe da terra sigillata a que de longe é a mais abundante (62.50) logo seguida, de forma que não era de supor (21.67), pelos vidros, pela cerâmica comum fina, as lucernas e finalmente pelas cerâmi-cas de paredes finas de uma forma que adjectivaremos de vestigial (1.66).

É, pois, com origem neste primeiro quadro que iremos partir para a análise destas classes das quais o maior peso irá pertencer à terra sigillata e aos vidros.

4Uma peça do tipo garrafa.

5 Claro que será de ressalvar o nosso não conhecimento da baixela em metais nobres que pelo seu valor intrínseco, ao longo dos tempos, são,

normalmente, objectos ausentes dos espólios encontrados durante as intervenções arqueológicas.

6 O NMI foi determinado a partir dos elementos considerados identificadores da forma de cerâmica estudada seguindo de próximo as

reco-mendações de Arcelin e Tuffreau-Libre (1998).

Sondagem Estrato Terra Sigillata CPF C. Comum fina Vidro Lucerna Total

4/5 1 1 3 5 5 1 6 5ª 1 2 2 2 7 5B 1 1 3 1 1 4 1 1 4 5 1 1 Silo 1 1 1 4 4 2 1 1 2 3 3 3 5 4 1 1 6 1 1 2 4 1 1 5/6 e 6 5 3 3 2 8 6 25 4 11 2 42 2 1 1 7 4 1 1 5 3 1 4 6 1 1 3 1 1 8 4 2 1 3 5 1 1 9 4 3 3 3 1 1 12 4 1 1 2 5 1 1 2 2 2 13 3 1 1 4 3 1 1 5 5 3 3 R – 8 8 TOTAL – 75 2 11 26 6 120 % – 62.50 1.66 9.17 21.67 5.00 100,00

(16)

30 31

A Terra Sigillata exumada na Villa romana

A terra sigillata que constitui o espólio arqueológico da villa romana da Sub-Serra apresenta-se no seu conjunto como uma classe heterogénea na medida em que é constituída por 69 fragmentos oriundos de diferentes centros oleiros e originada em diferentes províncias do Império.

É, no entanto, a produção proveniente do norte de África (terra sigillata africana clara) aquele que apresenta uma percentagem esmagadora (cerca de 73.33%) quando comparada com as outras (Quadro 2), motivo porque iremos concentrar a nossa análise, referente a esta produção, de uma forma independente.

Este prato sofreu ao longo do seu período de produção alterações quer, em relação à altura da parede quer, à sua concepção, dando lugar a uma outra forma a Drag 18/31 que se considerou ser a simbiose entre ele e a forma 31. O espólio de Terra Sigillata Hispânica é composto, na sua fase não tardia, por 9 fragmentos estando neles represen-tados as produções dos complexos oleiros de Los Villares (Andújar), no sul, na Bética, e a das olarias de Tricio (La Rioja – Ebro), no norte da península Ibérica, na província romana da Tarraconensis.

As formas que contabilizámos dividem-se entre pratos (2 unidades) e taças (5), algumas delas com decoração típica da produção ibérica.

Um bordo, de pequenas dimensões, de um prato (Hisp. 4), é o único frag-mento característico de formas inovadoras que estão ligadas às produções hispânicas.

A forma Drag. 15/17, prato com ressalto em quarto de círculo na parede interna, aparece-nos com uma única unidade, o que é de estranhar se le-varmos em linha de conta a sua tão grande popularidade ao longo dos séculos9.

Pelas características que apresenta, parede com espessura muito grande (cerca de 10mm) e pasta de má qualidade, indicia uma produção bastante tardia que seria possível colocar nos finais do séc. IV d.C. A falta do perfil completo levou-nos no entanto a considerá-la como um produto final característico do período compreendido entre o séc. II e os finais do III. As taças decoradas Drag. 37 apresentam, apenas, pequenos vestígios de decoração que permitem, todavia, a identi-ficação de círculos cordados, motivo decorativo tão querido aos oleiros hispânicos

Por fim, é de salientar um pequeno fragmento de parede proveniente das oficinas de Los Villares que apresenta um grafito efectuado com prego ou estilete após a cozedura que, possivelmente, teria como intuito a identificação do dono da peça, na medida em que a aquisição de um prato ou taça em terra sigillata teria, forçosamente, um custo mais elevado do que uma tigela ou prato covo em cerâmica dita comum.

Este grafito insere-se na representação das palmetas, que pudemos considerar como razoavelmente habitual em individualizações deste género.

A fase tardia da produção hispânica encontra-se representada por apenas duas peças, uma taça de forma 37t e outra da forma Palol 910 (com filiação nas taças de cronologia alto imperial Drag. 24/25).

Trata-se de duas taças com características formais bem diferentes assim como com perduração na sua laboração em períodos cronológicos, ligeiramente diferentes.

São oriundos, das olarias situadas na Gália7, 4 fragmentos dos quais apenas dois permitiram definir a sua forma. O primeiro é proveniente do complexo oleiro da rua de La Muette, em Lyon, e foi classificado como uma taça, a qual não pôde ser inserida em qualquer classificação tipológica atendendo às suas dimensões diminutas.

Podemos, no entanto, adiantar, para ela, um período cronológico lato que vai corresponder ao tempo de laboração destes fornos, precoces, de terra sigillata galo romana que, grosso modo, produziram esta cerâmica a partir do prin-cipado de Augusto.

O segundo fragmento pertence a um prato da forma Drag. 18, que formava, normalmente8, serviço com a taça do tipo Drag. 27(g) em uso durante a segunda metade do século I d. C. e com uma difusão muito vasta em todas as estações arqueológicas romanas que fazem parte do actual território português.

7Um dos fragmentos terá origem nas olarias descobertas na Rua de La Muette, na cidade de Lyon (Desbat at all., 1996) enquanto os restantes

três provêem do complexo de La Graufesenque, Aveyron, no Sul da Gália daí serem nomeadas por sudgálicas (Polak, M., 2000).

8Polak chama atenção para o cuidado a ter quando se estabelece este tipo de relação (Polak, M., 2000, p. 73).

9Sem dúvida motivado pela exiguidade da área intervencionada.

10Vários autores consideram esta taça idêntica ou quiçá igual à Palol 11 (Tovar, 2000, p.81).

Terra sigillata SONDAGEM Total

3 4 5 5/6-6 7 8 9 12 13 R TSI/TSGR 1 1 (La Muette) TSGR 2 1 3 TSH 1 1 2 1 3 1 9 TSHt 2 2 TSAf Cl 3 3 6 26 4 1 1 4 7 55 TSFoc 3 2 5 TOTAL 4 4 13 28 6 3 – 2 7 8 75 % 5.33 5.33 17.33 37.33 8.00 4.00 – 2.68 9.33 10.67 100.00

Quadro 2 – Total de MNI de terra Sigillata e suas percentagens por sondagens.

Catálogo

(17)

32 33 Quanto à taça 37t esta apresenta um perfil campanulado deixando ver, embora de maneira muito ténue uma

deco-ração, que nos dá a sensação de ser a representação de pequenas gotas(?)11 , numa primeira fiada ligeiramente larga, à qual se segue outra, também decorada mas onde se torna difícil definir o padrão. A esta peça devemos poder atribuir-lhe uma cronologia de meados do séc. IV-51012.

Finalmente quanto à taça do tipo Palol 9, embora pensemos possuir um diâmetro anormalmente grande, quando comparada com outras, dever-se-á inserir num período diacrónico que abarque toda a primeira metade do séc. V . O bordo e o arranque da parte superior desta taça encontram-se decorados com bandas de guilhochis.

A Terra Sigillata Africana

É com o início da época flávia, 70 d.C. que as olarias norte africanas começam a produzir e a concorrer nos mer-cados das províncias do império romano com um tipo de cerâmica que, pelas características da sua pasta e do seu engobe, foi equiparada, pelos investigadores modernos13, à terra sigillata convencional.

Esta produção aparecendo nos mercados como séria concorrente das produções até então comercializadas (a terra sigillata galo-romana e hispânica), apresenta em primeiro lugar formas copiadas do reportório daquelas produções conseguindo se implantar, devido a preços mais baratos e a mudanças de gosto dos consumidores, como a louça fina de mesa por excelência. Os centros oleiros norte africanos, conhecidos até ao momento, localizam se desde o norte até ao centro/sul do actual território tunisino, e inundaram o mercado, como afirmámos, com várias produções que possuem diacronias que vão desde os finais do século I d.C. até época tardia, meados do VI, tendo algumas formas (Hayes 109), porém, uma previvência, que se estende durante toda a primeira metade do séc. VII, pelo menos, nas áreas de produção14.

11Pensamos poder inseri-las nos chamados “motivos seriados de pequenos elementos” de Lopez Rodriguez (1985).

12Em Conímbriga foram encontradas taças deste tipo em níveis de abandono datados de 465/468 (Tovar, 2000, apud Delgado, p.84 e 85).

13Veja-se preferencialmente Lamboglia, 1958 e 1963. 14Ben Moussa, 2007, p.265.

28.5(1)

- 5/1 Hispânia Andújar Drag. 27 Taça Ind. 4 40 – 100 Parede com inflexão

02.13(3)

(4) 13/3 Hispânia Drag. 37 Taça 200 7 40 – 100 Bordo e parede com vestígios

de decoração 27.5(1)

(5) 5/1 Hispânia Andújar Drag. 37 Taça Ind. 8 40 – 100 Bordo e parede com vestígios

de decoração 14.3 (5)

(6) 3/5 HispâniaAndújar Ind. Ind. 66 4 40 – 100 Fundo

03.4(4)

(7) 4/4 Hispânia Drag. 37 ? Taça Ind. 5 40 – 100 Pequeno frag. com vestígios

de decoração 004.R

(8) superfícieRecolha Hispânia Andújar Ind. Ind Ind 4 ? Pequeno frag. com grafito

(palma) pós cozedura 03 e

4.5/6(6) (9)

6/6 Hispânia 37t Taça 180 5 Meados do

séc. IV-510 Bordo e parede, decorada

05. 6(6)

(10) 6/6 Hispânia Palol 9 Taça 194 5 1ª ½ do séc. V com guilhochisBordo e parede

Nº Inv Sond. /

Estr. Origem Tipologia Forma mmØ Esp. mm Cronologia geral Observações

03.7(4)

-7/4 Gália

Lyon (La Muette (?)

Ind. Taça? Ind. 3 20 a. C./

Iní-cios da Era tamanho muito Fragmento de

reduzido com pasta de tonali-dade cinzenta muito depurada 30.5(4)

(1) 5/4 Gália Drag. 18 Prato 168 6 Nero/ Vespa-siano Bordo e parede

26.5(1)

- 5/1 Gália La

Graufesenque

Ind. Ind. ? 4 ? Fragmento de

fundo 03.7(2)

- 7/2 Gália La

Graufesenque

Ind. Ind. ? 4 ? Fragmento de

fundo 03.12(3)

(2) 12/3 Hispânia Andújar Hisp. 4 Prato Ind. 6 40 – 100 d.c. Pequeno frag. de bordo

01.13(5)

- 13/5 Hispânia Drag. 15/17 Prato Ind. 10 finais do séc. Séc. II(?) –

III

Produção Tardia,

pos-sivelmente 10.13(5)

(3) 13/5 Hispânia Tricio Drag. 27 Taça Ind. 6 40 – finais do séc. III Parede com a inflexão

(18)

34 35 A esta comercialização feroz, em termos de mercado da terra sigillata africana clara, não foram alheios os

negotia-tores que abasteciam a região da Castanheira do Ribatejo o que levou ao aparecimento de um tão grande número15 de peças exumadas durante a intervenção arqueológica.

Todos os três tipos principais das produções africanas (sigillata clara A, sigillata clara C e sigillata clara D) estão presentes nas diversas sondagens em quantidades bem diferentes.

A diversidade de formas da terra sigillata africana clara D e o tamanho das mesmas (novos ideais de o “estar à mesa”) não serão provas irrefutáveis para a sua elevada percentagem16. Talvez se possa adiantar que pela a amostra obtida se conclua da existência de uma intensificação da ocupação da própria villa em períodos dos séculos IV d.C. ao V.

As dificuldades de classificação advêm de não sabermos a altura da parede superior desta taça. A distinção entre a primeira e a segunda reside na distância que vai desde o bordo até à carena, que na Hayes 14 é, substancialmente maior do que a da Hayes 16.

Por fim, existem dois fragmentos colados que definem apenas uma porção de uma carena, não desenhada, que poderá pertencer a um número indeterminado de formas do tipo tigelas/taças.

T.S.Af. Clara SONDAGEM Total %

3 4 5 5/6-6 7 8 9 12 13 R

Clara A 3 1 1 5 9.80

Clara C 4 3 2 9 17.65

ClaraD 2 3 22 4 1 1 4 37 72.55

Total 3 2 3 26 4 1 – 1 4 7 51 100.00

Quadro 3 – Total de NMI de Terra Sigillata Africana Clara A, C, D e suas percentagens por sondagens.

TSAf Clara A

As primeiras produções da terra sigillata africana estão representadas no espólio obtido na Sub-Serra apenas por cinco fragmentos provenientes dos fornos do norte da Tunísia possivelmente da região de Uthina (moderna Oudh-na, a pouca distância de Cartago) que produziram tsaf. clara A.

Três das peças são do tipo taça/tigela e tipologicamente pertencem à forma Hayes 9 com uma cronologia que abarca o período de tempo que se estende por toda a segunda metade do séc. II d.C.

São peças, esteticamente, elegantes e que devem ter tido uma procura grande pois andavam muito próximas dos modelos tradicionais gauleses.

A outra peça de que só possuímos o bordo e uma porção diminuta da parede, é também do tipo taça, e poderá ser enquadrada nas formas Hayes 14 ou 16 para as quais Bonifay (2004) aponta como período de produção/comercial-ização o intervalo entre a 2ª metade do séc. II d.C. e meados do III17.

15Não é de mais ressalvar que a relatividade do número se encontra relacionada com a dimensão da área escavada. 16Os cálculos efectuados partem não de fragmentos mas sim da noção de NMI.

17Optámos por apresentar como intervalo cronológico os limites mínimos e máximos das duas formas

18Bonifay (2004) p.117.

TSAf Cl C

A segunda fase de produção de terra sigillata africana é denominada, consensualmente, por clara C.

Foi originada na região do centro/sul da Tunísia (Henchir-es-Srira e Sidi Marzouk Tounsi)18 no séc.III d.C. du-rante o principado de Séptimo Severo.

Trata-se na realidade de um “revivalismo” das produções tradicionais da Gália e Hispânia, de forma alguma no que diz respeito à sua tipologia mas sim no processo técnico, pois esta variedade de cerâmica africana utilizou pastas muito depuradas e um engobe muito fino com um acabamento que ao tacto nos dá a sensação de “pedra de sabão”.

A actividade destas olarias parece ter terminado por volta dos meados/finais do séc.V d. C.

Nº Inv Sond. /

Estr. Tipologia Forma mmØ Esp. mm Cronologia geral Observações

010.R Recolha de

superfície Hayes 9 TigelaTaça/ 180 5 2ª metade do séc. II d.C.

(Óstia) Bordo e parede 09.13(5) 13/5 Hayes 9 Taça/ Tigela 190 5 2ª metade do séc. II d.C. (Óstia) Bordo e parede s/nº 3/5 Hayes 9 Taça/ Tigela 150 4 2ª metade do séc. II d.C. (Óstia) Bordo e parede

05.3(5) 3/5 Hayes 14 ou 16 Taça 146 4 2ª metade do

séc. II d.C. a meados do III

Bordo e parede

(19)

36 37 A análise efectuada aos exemplares encontrados durante a intervenção na Castanheira do Ribatejo confirmou a

presença de uma travessa (Hayes 50), de grande diâmetro, que está particularmente presente em sítios arqueológi-cos de diacronias idênticas o que demonstra novos padrões de gosto na baixela cerâmica de mesa.

Esta travessa apresenta características no seu acabamento – parede exterior por vezes com engobe ausente a peque-na distância do bordo –que serão, mais tarde, regra geral peque-na etapa da produção de tipo D.

De salientar a presença de um pequeno prato, do qual possuímos o perfil completo, o qual se insere tipologicamente na forma Hayes 48.

Um dos fragmentos de parede que não nos foi possível atribuir a uma forma específica foi classificada como sendo pertencente a uma taça ou prato grande produzidos em Henchir es-Srira (Hayes 82-85) utilizando como critérios definidores o da existência, na parede interior, de decoração do tipo guilhochis, e o de estas peças formarem entre si, provavelmente, um serviço de mesa19.

Por fim, outros dois bordos apresentaram-nos dificuldades de tipo diferente.

Aquele que possuía também o arranque da parede foi de mais fácil classificação pois podia ser inserido nas formas Hayes 45 ou 46.

Quanto ao outro, que apresenta um perfil triangular, ofereceu dificuldades acrescidas pois esse perfil era semelhante ao dos pratos Hayes 61, em clara D.

Depois de uma investigação acurada às várias tipologias existentes optámos por atribuir lhe a classificação dada pelos “Atlantes”20 os quais a definiram tendo como base uma peça, com cronologia dos primeiros anos do século IV, descoberta em Sabratha, e em outras duas provenientes de Valência (Papeles Valencia).

19Atlante, 1981, p.68, 69. 20Idem, p.66, Tav. XXIX, 1.

21Ben Moussa, 2007, p.78. 22Idem p.109.

012.R Recolha de

superfície Hayes 50 Travessa 230 5 230/240 a 400 d.C. Pequeno fragmento de bordo

22 e

26.13(4) 13/4 Hayes 50 Travessa 256 4,5 230/240 a 400 d.C. (mais quatro frag-Bordo e parede

mentos colados)

23.13(4) 13/4 Hayes 50 Travessa 240 3,5 230/240 a 400

d.C. Bordo e parede

24 e

25.13(4) 13/4 Hayes 50 Travessa ? 4 230/240 a 400 d.C. Pequeno fragmento de bordo

42.6(6) 6/6 Hayes 82-85 Prato grande ou Taça ? 3 Séc. V d.C. Pequeno fragmento de parede decorada com guilhochis. 33.6(6) 6/6 “Papeles

Valên-cia” Taça 150 4 Séc. IV d.C.Inícios do

Bordo. Paralelo com os n.º 58 e 59 da fig.

5 – Papeles

Nº Inv Sond. /

Estr. Tipologia Forma mmØ Esp. mm Cronologia geral Observações

24 e

39.6(6) 6/6 Hayes 45 ou 46 grandeTaça 184 5 230/240 ao 3º quartel do séc.

IV

Pequeno fragmento de bordo e arranque

da parede

38.6(6) 6/6 Hayes 48B Prato 160 6 260 a 320 Perfil completo

006.R Recolha de

superfície Hayes 50 Travessa ? 3 230/240 a 400 d.C. Pequeno fragmento de bordo

Catálogo

TSAf Cl D

Por último, a terra sigillata Africana clara D foi produzida desde o início do séc. IV até meados do séc. VII d.C. As olarias mais importantes até hoje conhecidas encontram-se localizadas, no norte tunisino na região d’El Mah-rine (vale do oued Medjerda – oficinas de Thuburbo Minus)21, no entorno de Cartago – Uthina (Oudhna), e em Pheradi Maius (na região de Enfida/ golfo de Hammamet)22, entre uma lista vasta que seria fastidioso nomear. Esta variedade de oficinas torna pois, a análise de pastas e engobes fundamental afim de que se possam definir traços de produção distintas.

A investigação sobre o problema que levantámos no parágrafo anterior tem conhecido sérios contratempos na medida em que, com os conhecimentos obtidos, em novas escavações, se propõem alterações que invalidam muito do que era considerado como garantido. Apenas como exemplo – a proposta de Bonifay para uma análise mais alargada das pastas da produção D, que passariam das tradicionais D1 e D2 para um grupo de cinco pastas de D1 a D5, atendendo às características das argilas utilizadas.

Da análise dos fragmentos resultantes da intervenção na villa da Sub-Serra verificamos ser a taça23 Hayes 91, a mais frequente, com 4 unidades, no espólio das claras D. Entre as várias variantes, que existem desta taça, as peças que desenhámos enquadram-se nas formas de El Mahrine 52.3, Pheradi Maius 38.5-8. Consideramos, no entanto, ser possível atribuir-lhes uma cronologia de meados do século V a finais do VI.

(20)

38 39 Com duas unidades cada encontramos pratos de base plana e de grandes dimensões das formas Hayes 59B, 61, 62

(que incluí a variante El Mahrine 5.1), 65, 67 e a 76, na qual incluímos, de igual modo a variante El Mahrine 10.4. Destacaremos o prato Hayes 61, exumado nas sondagens, 5-6 e 6 do qual conseguimos obter o perfil completo, pela decoração, no fundo interior, constituída por uma banda de rosetas com 12 pétalas24.

Todas estas peças giram, cronologicamente, em volta do ano 320/325 até meados do século V.

Também da sondagem 6 provem um prato, do qual obtivemos o perfil completo, da forma Hayes 56 (=El Mahrine 47), em que o bordo é denteado e a parede interna apresenta-se com depressões côncavas, contínuas de excelente efeito estético. O fundo está decorado, ao centro, com uma pequena “rosa-dos-ventos”, estilizada (inserida em três círculos concêntricos), em que os braços estão separados por pequenos círculos duplos. Consideramos esta peça de uma graciosidade fascinante pese o facto das suas grandes dimensões ao nível do bordo.

Atribuímos, a este prato a cronologia geral da forma Hayes que aponta para a primeira metade do séc. V.

As peças de cronologias mais baixas25 estão representadas por dois pratos/ taças grandes da forma Hayes 104 que são referentes ao período de tempo que medeia entre 530 e os meados do século VII26.

É de salientar o caso curioso de um destes pratos/ taças possuir, ainda, um “gato” em chumbo que une as paredes, o qual testemunha a acção de restauro, que até deu bons resultados, de uma fractura da peça. Para além deste tes-temunho possuímos ainda mais um fragmento de fundo de prato (não desenhado), de tipologia indeterminada, com um buraco, semelhante, que deveria ter servido para a colocação de outro “gato”. A utilização destes utensílios de mesa parece ter sido de tal forma importante neste período (de crise?) que mesmo com fracturas eram reparados e não deitados para o lixo.

23 A nomenclatura que utilizámos de Taça/ Almofariz advém de possuirmos porções relativamente pequenas dos respectivos bordos o que não

nos permite a possibilidade de identificar a existência de um bico vertedoro.

24Decoração com paralelo no prato da forma Hayes 58 encontrado em Conimbriga (p.299, Pl. LXVII, nº 42). 25São consideradas aquelas que são menos antigas.

26Cronologia avançada pelos “Atlantes”.

Nº Inv Sond. /

Estr. Tipologia Forma mmØ Esp. mm Cronologia geral Observações

02 e 9.6(6) 6/6 Hayes 56 = El

Marine 47 Rectan-Prato

gular

296 5 Primeira metade

do séc. V Oito fragmentos. Perfil Completo.

Marca (?) impressa centrada no fundo

interno

005.R Recolha de

superfície Hayes 58B Prato com base plana 240 - 290/300 a 375 d.C. Finais do

IV a inícios do V d.C. (Óstia)

Bordo e parede. Diâmetro do bordo e

não da aba

01 e 2.3(4) 3/ 4 Hayes 59B Prato com

base plana 280 5 320 a 420 d.C. Bordo e parede

09.12(4) 12/4 Hayes 59B Prato com

base plana - - 320 a 420 d.C. Possivelmente com os fragmentos 3(4)

01 e 3 (4) 02 da Sondagem 3

06.5(3) 5/3 Hayes 61 Prato com

base plana 260 6 325 a 450 d.C. Bordo e parede

06 e 7.5/6(6), 01

e 45.6(6),

5-6/6 e 6/6 Hayes 61 Prato com

base plana 314 7 325 a 450 d.C. Fundo interno deco-Oito fragmentos.

rado com rosetas de doze pétalas

29.5(1) 5/1 Hayes 62 = El

Mahrine 5.1 Prato com base plana 278 6 350 a 425 d.C. ou 360 a 440

(Cartágo)

Bordo e parede

12.5/6(6) 5-6/6 Hayes 62 Prato com

base plana 326 9 350 a 425 d.C. Bordo e parede. Pos-sível variante

11.5/6(6) 5-6/6 Hayes 63 = El

Mahrine 6.1 Prato com base plana 284 8 360 a 440 d.C. (Cartago) Bordo e parede

13.6(6) 6/6 Hayes 65 Prato com

base plana 265 6 (aba) Finais do séc. IV d.C., a inícios

do V (Óstia)

Aba com pequeno arranque da parede

48.6(6) 6/6 Hayes 65 Prato com

base plana 222 8 (aba) Finais do séc. IV d.C., a inícios

do V (Óstia)

Aba

Catálogo

(21)

40 41

02.7(5) 7/5 Hayes 67 Taça

grande - 1,8 360 a 440 d.C. (Cartágo) Fundo estampilhado.

13.8(4) 8/4 Hayes 67 Taça

grande 276 8 360 a 440 d.C. (Cartágo) Possível El Mahrine 9.4

002.R Recolha de

superfície Hayes 70 pequenaTaça 74 3 Primeira metade do séc. V. A aba encontra-se Bordo e parede.

partida

54.6(6) 6/6 Hayes 76 Prato 200 5,5 360 a 475 d.C. Bordo e arranque de

parede 25 e

27.6(6) 6/6 Hayes 76 = El Mahrine 10.4 Prato 180 5 425 a 475 d.C. Bordo denteado e parede

04,6 e

44.6(6) 6/6 Hayes 91 AlmofarizTaça / 218 6 (parede)7 (aba);

450 a 600 d.C. Bordo e parede.

Diâmetro na aba 256

20.6(6) 6/6 Hayes 91 Taça /

Almofariz 212 8 (parede)8 (aba);

450 a 600 d.C. Bordo e parede.

Diâmetro na aba 258

12.6(6) 6/6 Hayes 91 Taça /

Almofariz - 3 450 a 600 d.C. parede decorada com Fragmento de

guilhochis do tipo “feather rouleting”

01.4(4) 4/4 Hayes 91 (?) Taça /

Almofariz - - 450 a 600 d.C. Fragmento de aba, possivelmente de

almofariz Hayes 91

7(5) 7/5 Hayes 96 Taça Ind. 8 400/450 (?) a

540 d.C. Diâmetro interno Bordo e parede.

150 47.6(6) 6/6 Hayes 104 Prato / Taça grande 326 9 530 a 625 d.C. Meados do séc. VII (Atlante) Bordo e parede. Apresenta gato juntando duas partes

da parede

008.R Recolha de

superfície Hayes 104 / Taça Prato

grande

356 10 530 a 625 d.C.

Meados do séc. VII (Atlante)

Bordo e parede

Terra sigillata Foceense tardia

Da Fócea27 provêem cinco fragmentos que definem uma rede de aprovisionamento de cerâmicas ligadas directa-mente à tradição da terra sigillata e que são na realidade deveras características do período compreendido entre os séculos V e o VI.

Esta rede comercial pôs em contacto o Império do Oriente com territórios situados no extremo ocidental da penín-sula Ibérica implicando uma rota marítima de extrema importância.

A influência marítima implica que a difusão desta cerâmica, até ao momento, seja apenas conhecida em sítios ar-queológicos romanos localizados junto à costa ou em rios de fácil acessibilidade.

Por este motivo constam dos espólios de cidades como Olisipo, Scallabis, ou do complexo “industrial” de Tróia – Tejo e Sado –, do sítio arqueológico de Chãos Salgados (Miróbriga–Santiago do Cacém) – costa atlântica –, das villae romanas do Casal do Clérigo, Caparide, Freiria (todas no concelho de Cascais – costa do Estoril) só para falar em alguns casos paradigmáticos.

É pois, uma cerâmica que parece não ter entrado em circuitos de abastecimento no interland da Península. Villae estudadas no interior alentejano28, embora contenham nos seus espólios terra sigillata hispânica tardia, as-sim como formas tardias de africana clara D, que como vimos (supra) possuem cronologias muito próximas, não apresentam sigillata foceense tardia.

Atendendo ao facto de serem conhecidas apenas 10 tipos da Tipologia de Hayes29 o espectro de variação das formas das peças é muito reduzido. Tornam-se preponderantes os fragmentos da forma Hayes 3, a qual, apresenta uma série de variantes que são de difícil aferição, na medida em que, normalmente, se possui, apenas, o bordo ou o fundo. Razão que advém da espessura das paredes ser muito fina em oposição a um bordo muito espesso e demasiado pesado.

Não fugindo a esta regra a villa da Sub-Serra possui três bordos destes pratos que possuem a cronologia geral dada por Hayes, ou seja, de todo o século V e de todo o VI.

A quarta peça/fragmento é um bordo com o arranque da parede que pertence a uma forma que poderá ser clas-sificada como prato ou prato fundo e deve pertencer à forma Hayes 6 ou 730, com cronologia já dos finais do séc. V/ inícios do VI.

27 Região da Turquia situada junto à costa a cerca de 50km para NW da actual cidade de Izmir.

28 Veja-se os casos da Quinta das Longas (Elvas), do Monte de São Pedro (Fronteira), Torre de Palma (Monforte) e da cidade Abelterium

(Fer-ragial d’el Rei, Alter do Chão) entre outros.

29 Durante largo período de tempo esta produção foi conhecida como Late Roman C Ware.

(22)

42 43

Nº Inv Sond. /

Estr. Tipologia Forma mmØ Esp. mm Cronologia geral Observações

14.8(4) 8/4 Hayes 3 Taça /

Prato 250 2,5 Séc. V e VI d.C. Bordo com arranque de parede

s/nº Hayes 3 Taça /

Prato 240 2,5 Séc. V e VI d.C. Bordo com arranque de parede

23.5(3) 5/3 Hayes 3 Taça /

Prato 280 2,5 Séc. V e VI d.C. Bordo com arranque de parede

07.5(6) 5/6 Hayes 6 ou 7 Prato ou Prato fundo 264 1,5 Finais do séc. V d.C. a inícios do Séc. VI A espessura do bordo não pode ser

determinada visto este estar partido

s/nº 8/5 ? Taça /

Prato Ind. 5 Séc. V e VI d.C. Base com pé. Crono-logia geral

aten-dendo ao facto de ser comum a várias

formas

Por fim faz parte do espólio um pequeno fragmento de base com uma pequena porção do fundo, cujo perfil do pé, poderá ser associado a vários dos tipos e formas dentro da tipologia de Hayes, para esta produção.

A partir das formas que apresentámos de terra sigillata africana clara e a da terra sigillata foceense tardia elaborámos o quadro 4 que resume de forma expedita a cronologia das mesmas.

Será, pois, um instrumento que nos irá auxiliar, quando cruzado com as diacronias dos outros artefactos, na tenta-tiva de se obter uma ideia, o mais correcta possível, da cronologia dos outros materiais romanos encontrados nas sondagens efectuadas durante a campanha de acompanhamento arqueológico das obras de duplicação do Adutor de Castelo do Bode efectuadas na Castanheira do Ribatejo31.

31 Monteiro et all,, 2007

Catálogo

Tipologia/

Formas Af. Cl. A Af. Cl. C Af. Cl. D Foceense Total Cronologia

Hayes 9 3 3 2ª metade do séc. II d.C. (Óstia)

Hayes 14/16 1 1 2ª metade do séc. II d.C. a meados do

III Hayes 45 ou

46 1 1 230/240 ao 3º quartel do séc. IV

Hayes 48B 1 1 260 a 320 d.C.

Hayes 50 5 5 230/240 a 400 d.C.

Hayes 56 1 1 Primeira metade do séc. V

Hayes 58B 1 1 290/300 a 375 d.C. Finais do séc. IV a inícios do V d.C. (Óstia) Hayes 59B 2 2 320 a 420 d.C. Hayes 61 2 2 325 a 400 d.C. Hayes 62 2 2 350 a 425 d.C. Hayes 63 1 1 360 a 440 d.C. (Cartago)

Hayes 65 2 2 Finais do séc. IV d.C., a inícios do V

(Óstia)

Hayes 67 1+1* 2 360 a 440 d.C. (Cartago)

Hayes 70 1 1 Primeira metade do séc. V.

Hayes 76 2 2 360 a 475 d.C.

Hayes 82-85 1 1 Séc. V d.C.

Hayes 91 4 4 450 a 600 d.C.

Hayes 96 1 1 400/450 (?) a 540 d.C.

Hayes 104 2 2 530 a 625 d.C. Meados do séc. VII

(Atlante) Papeles

Valência 1 1 Séc. IV d.C.

FInd. 2 14 9

Hayes 3 3 3 Séc. V e VI d.C.

Hayes 6 ou 7 1 1 Finais do séc. V d.C. a inícios do VI

Quadro 4 - Formas de Terra Sigillata Africana Clara e Foceense tardia e suas cronologias. *possivelmente El Marine 9.4 (?)

(23)

44 45

Os Vidros

Na villa romana da Sub-Serra foram encontrados 77 fragmentos de vidros, de época romana, de dimensões que variam entre o muito pequeno e o médio, espalhados pelas várias sondagens efectuadas na intervenção arque-ológica.

Se analisarmos o quadro 5 verificamos ser a sondagem 6 aquela que maior número de estes fragmentos forneceu, na medida em que, a sondagem se caracteriza como sendo a que possui “… uma potência estratigráfica de cerca de três metros”32 o que permitiu exumar um espólio constituído por todo o tipo de cultura material que indicia uma ocupação da villa – em época romana –, que se estende por um intervalo cronológico compreendido entre, a romanização até, pelo menos, à viragem entre os séculos V/VI, quiçá VII.

SONDAGEM

3 4 5 5/6-6 7 8 9 12 13

N.º de peças desenhadas (1) 3 - 2 14 - 2 3 1 1

N.º de fragmentos por sondagem (2) 4 1 5 51 3 4 3 4 2

Percentagem de (1)/(2) 75.00 0 40.00 27.45 0 50.00 100.00 25.00 50.00

Quadro 5 – Número e percentagem de fragmentos desenháveis por sondagem

Destes 77 fragmentos apenas (!!!) conseguimos apurar 26 que foram desenhadas e que nos oferecem, possivelmente, indicações sobre as características de deposição, pois que nas sondagens 3, 8, 9 e 13 obtivemos percentagens elevadas de “aproveitamento” o que poderá revelar tratar-se de áreas, provavelmente, pouco remexidas por acção antrópica posterior.

Sonda-gem Estrato Formas Isings 49 Isings 63 Isings 82B2 Isings 97 Isings 101 Isings 109 Isings 116 Isings 116 / 117

AR59.1 AR98.2 AR171 FInd

3 4/5 1 5ª 1 1 5 2 1 6 1 6 4 1 5 1 1 6 1 1 2 2 3 2 8 3 1 5 1 9 4 2 1 12 4 1 13 4 1 TOTAL --- 1 1 1 1 1 1 7 1 2 2 3 5 % 3.847 3.847 3.847 3.847 3.847 3.847 26.92 3.847 7.69 7.69 11.54 19.23

Quadro 6 - Formas de Vidro e sua distribuição pelos estratos.

A elaboração do quadro 6, por sua vez, permite-nos relacionar as 11 formas, que conseguimos definir, com as sondagens/ estratos e donde concluímos ser a forma Isings 116 aquela que se encontra distribuída de forma mais homogénea em oposição ao “isolamento”, por sondagens, das outras formas.

33 Rütti, 1991, p.340.

34 Existe, no entanto uma taça, exumada na sondagem 12, do tipo I 49 = AR 19, que possue uma cronologia mais antiga. 32 Monteiro et all, 2007, p.159.

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