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5.4 APLICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS

5.5.1 Bloco 1: Informações sociodemográficas

No bloco 1 faremos a análise das questões sociodemográficas das profissionais participantes da pesquisa, ou seja, perguntas referentes a idade, estado civil, número de filhos, formação escolar dos pais, renda familiar e quantas pessoas residem na mesma residência.

Sobre as informações da questão 10, que se refere ao local de trabalho, foram verificados os seguintes resultados: 53,2% das professoras dos CMEIs e 60% das professoras de pré-escola trabalham em outro turno e em outra instituição, assim distribuídas: 14 professoras dos CMEIs trabalham com outra turma de creche, 8 trabalham em escola com pré-escola e 11 professoras possuem outro tipo de trabalho. Em relação às professoras de pré-escola, percebemos que 8 trabalham em creche, 5 trabalham em outra instituição com outra turma de pré-escola e 8 possuem outro tipo de trabalho. Isso significa que 16 das 97 participantes trabalham em

CMEIs e em turmas de pré-escola dentro das escolas de EF, o que pode confundir suas respostas, mesmo considerando que lhes foi explicitamente solicitado para responderem enquanto professoras da instituição e da turma em que atuavam na hora da coleta de dados. Todas as que se encontravam nos CMEIs, identificaram-se como professoras de creche, mesmo as que trabalham com turmas de pré-escola.

Em relação à idade das professoras (questão 11), percebemos que 13 professoras que trabalham com turmas do grupo I nos CMEIs, possuem em média 36 anos, 15 professoras do grupo II, possuem em média 34 anos; no grupo III a média de idade das professoras (13 professoras) é de 35 anos; no grupo IV, a média de idade entre as professoras (10 professoras) é de 38 anos; no grupo V as professoras (11 professoras) possuem em média 36 anos. Os dados referentes a idade das professoras das escolas são os seguintes: 10 professoras de turmas de pré I, possuem em média 35 anos; 14 professoras de pré II possuem em média 40 anos; 11 professoras de pré misto possuem em média 39 anos. Assim, a idade das professoras não varia muito entre as turmas e entre os dois tipos de instituição (média entre 34 e 40 anos), apesar das professoras das turmas de pré II e pré misto serem um pouco mais velhas.

Como o verificado e comentado anteriormente quando listamos os trabalhos sobre representações sociais na educação infantil, nos deparamos como resultado de que todas as pessoas entrevistadas são mulheres (questão 12). Isto se dá por razões obvias, a realidade local se equipara a outras realidades macro que, com o passar dos tempos, separaram esse nível de educação como uma atividade feminina.

A questão 13 refere-se ao estado civil das participantes e as informações obtidas nos revelam que a maioria das respondentes é casada ou vive em união estável, sendo que o percentual maior de professoras casadas ou em união estável, encontra-se nos CMEIs (83,9%), enquanto que nas escolas esse número é de 74,3%.

Sobre a questão 14, que se refere a ter ou não filhos, 79% das professoras dos CMEIs e 81,2% das professoras das escolas são mães. Entretanto, atualmente, 68% das professoras dos CMEIs e 60% das professoras de escola convivem com crianças em casa, o que significa que parte das que são mães têm filhos adolescentes ou adultos.

Ao analisarmos a questão que se refere a quantidade de pessoas que moram na casa das entrevistadas (questão 16), percebemos que a maioria (68% das professoras dos CMEIs e 60% das professoras de escola) compartilham sua residência com crianças e adultos. O percentual das professoras que vivem com adultos é maior na pré-escola (32,4%), do que nos CMEIs (27,4%). Em contraste, temos 4,8% das professoras dos CMEIs que vivem apenas com crianças contra 0,0% das professoras de pré-escola. Encontramos um número pequeno (cerca de 5%) das professoras tanto de CMEIs quanto de pré-escolas, que moram sozinhas.

Em relação à escolaridade do pai (questão 18), obtivemos os seguintes resultados: os pais de cerca de 5% das professoras de ambas as instituições, nunca frequentaram a escola. Cerca de 83% das professoras tem apenas o ensino fundamental, 8% tem ensino médio e 3% possuem nível superior. Nesta questão obtivemos respostas semelhantes entre as duas instituições.

Na questão 19, que trata sobre a escolaridade da mãe, encontramos os seguintes dados: apenas uma mãe nunca frequentou a escola. 85,5% das mães das professoras dos CMEIs e 89,5%, das mães das professoras da pré-escola frequentaram o ensino fundamental. Cerca de 9% possuem o ensino médio e apenas 4,8% das mães das professoras dos Cmeis e pré-escolas, tem nível superior.

Com os dados apresentados acima, percebemos que a quase totalidade das professoras de educação infantil do município de Concórdia, é a primeira geração das suas famílias a ter a formação superior. Esse fato deve ser considerado tendo em vista que nossa pesquisa ocorre em um município em que a oferta de cursos universitários de licenciatura não tem mais de 25 anos, ou seja, a grande maioria das entrevistadas são formadas por estes cursos. Atualmente, o município conta com outras possibilidades de estudo superior, público e privado, no próprio município ou em municípios próximos como é o caso de Erechim, Chapecó e Joaçaba. Reiteramos que estas oportunidades de estudo são recentes logo, nossas respondentes são a primeira geração familiar a terem curso superior tendo em vista que a geração que as antecedia não encontrava oportunidades e nem mesmo era motivada a buscá-las ou tinha condições econômicas para isso.

Acrescenta-se a estes argumentos o dado de que, em média, 80% dos pais e mães das participantes frequentaram apenas o ensino fundamental. Em um município onde o trabalho na indústria era o patamar mais elevado do cidadão, a

motivação para avançar nos estudos era pouca ou inexistente até porque, em muitos momentos da história, os principais empregadores locais receavam a formação de pensamento crítico e autônomo que a escola pode produzir, sobretudo nos cursos de nível superior.