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2.12 BREVE ESTUDO ACERCA DO LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA

2.12.1 Breve Histórico da Educação no Município de Ijuí

Nos primeiros cinquenta anos após a fundação do município, a educação escolar era comunitária, possuindo relações com as religiões (MARQUES, 2002). O autor acrescenta que quem ministrava as aulas eram padres, pastores ou professores leigos e desta forma, a escola era conhecida como centro do culto religioso, do saber e do lazer. Haviam vários problemas com a educação escolar naquela época, como a edificação do prédio e o maior deles, o de encontrar alguém habilitado à função. Assim, a pessoa mais instruída e disponível era chamada e a ela dedicada um turno à escola e outro ao trabalho. Em suma, esta pessoa que pouco sabia a respeito dos conteúdos e não possuía sequer material de apoio, transformava-se ligeiramente em grande educador e líder comunitário (MARQUES, 2002).

Marques (2002) conta que inicialmente as escolas ensinavam no idioma correspondente ao seu grupo, ou seja, os letos, por exemplo, ministravam suas aulas em leto, alemão e português, porém ensinar o português não significava especificamente ensinar em português. Esta prática chegou ao fim em 1938 com o Estado Novo, quando, através da força, ocorreu a nacionalização do ensino em todo o município de Ijuí. O autor descreve ainda, que em 1918 devido à guerra entre Brasil e Alemanha, extinguiram-se no Brasil as escolas estrangeiras no sul do país, com destaque às alemãs. Com isso, grande parte das escolas privadas passou a ser municipalizada, onde o poder público era quem contratava o educador aprovado em um concurso de habilitação, onde parte do ordenado era subvencionado e outra parte era pago pela sociedade escolar (MARQUES, 2002).

A partir da década de 1950 algumas coisas mudaram com relação à educação no município de Ijuí. No Brasil ocorria a derrubada do Estado Novo e o país vivia o jogo livre da democracia até o ano de 1964, com relação à educação a participação popular avançava da mesma forma, com a equivalência do ensino técnico-profissional pelo secundário, seguindo a Lei de Diretrizes e Bases de 1961 (MARQUES, 2002).

Enquanto isso, em Ijuí, no ano de 1953 foi criada a Escola Normal Rural “Assis Brasil” no antigo prédio da Escola de capatazes, em 1955 foi inaugurado seu prédio próprio e em 1958 construiu-se um alojamento para internato misto. Também no ano de 1953 foi criado o Ginásio Noturno Soares de Barros, que funcionava no prédio do grupo escolar Rui Barbosa e era mantido pela Campanha Nacional de Educandários Gratuitos. Ao curso ginasial foi acrescido a criação da Escola Técnica de Comércio (MARQUES, 2002).

Já na década de 1960, foi criada a Escola Técnica Industrial 25 de Julho, mais precisamente no ano de 1962, contendo cursos técnicos para homens em eletrotécnica, mecânica geral, marcenaria e mecânica de automóveis, oferecendo ainda, para aqueles que trabalhavam durante o dia, cursos noturnos de eletricidade, solda, tornearia, marcenaria, rádio técnico e mecânica de automóveis e para as mulheres, ofereciam-se cursos de corte e costura e culinária (MARQUES, 2002).

3 METODOLOGIA

No presente capítulo foram apresentados a classificação do estudo, local em que o mesmo foi realizado e os materiais, procedimentos e métodos adotados para sua execução. 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Conforme Gil (2010, p. 2), a pesquisa é “o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”. Além disso, o autor evidencia que a pesquisa pode ser classificada de diversas formas, mas que é possível defini-la de acordo com a área de conhecimento, sua finalidade, seu nível de explicação e, por fim, os métodos adotados.

Seguindo os passos de classificação de uma pesquisa, esta configura-se como pesquisa aplicada, definida por Gil (2010, p. 27) como sendo as “pesquisas voltadas à aquisição de conhecimentos com vista à aplicação numa situação específica”, além de ser também uma pesquisa exploratória, cujo propósito é “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a construir hipóteses” (GIL, 2010, p. 27).

Além disso, Gil (2010) também classifica as pesquisas por delineamento, entendido como “o planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, que envolve os fundamentos metodológicos, a definição dos objetivos, o ambiente da pesquisa e a determinação das técnicas de coleta e análise de dados” (GIL, 2010, p. 29). Baseado nisso, o autor define 13 (treze) delineamentos de pesquisa: bibliográfica, documental, experimental, ensaio clínico, estudo caso-controle, estudo de coorte, levantamento de campo, estudo de caso, pesquisa etnográfica, pesquisa fenomenológica, teoria fundamentada nos dados, pesquisa-ação e pesquisa participante.

Neste caso, dentre os delineamentos apresentados por Gil (2010), a presente pesquisa enquadra-se em bibliográfica, que “fundamenta-se em material elaborado por autores com o propósito específico de ser lido por públicos específicos” (GIL, 2010, p.30) e estudo de caso, que tem a função de “proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados” (GIL, 2010, p. 38), visto que foram aplicados questionários com os ocupantes do local, visando identificar o problema e posteriormente a isso foram realizadas medições in loco que foram comparadas com dados da

ABNT, nas normatizações NBR 10151 (ABNT, 2000) e NBR 10152 (ABNT, 2017). Dito isto, a Figura 5 apresenta a classificação final desta pesquisa e a forma como foi abordada.

Figura 5 – Delineamento da pesquisa

Fonte: Autoria Própria, 2018

3.2 APRESENTAÇÃO DO LOCAL

A instituição em que se realizou este estudo está localizada no município de Ijuí, Estado do Rio Grande do Sul que possuía, de acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, no ano de 2010, 78.915 habitantes, sendo a 24º (vigésima quarta) cidade mais populosa do Estado. Distante aproximadamente 410km (quatrocentos e dez quilômetros) da capital Porto Alegre, Ijuí está localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul e conta com uma taxa de escolarização de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de 98,90% (IBGE, 2010). Na Figura 6 é possível verificar a localização do município.

Figura 6 – Localização do Município de Ijuí

Fonte: IBGE, 2010.

3.2.1 Instituição estudo

A instituição de ensino em que o estudo foi realizado trata-se de uma escola municipal que recebe alunos de educação infantil, séries iniciais e curso técnico em agropecuária de nível médio, possuindo um total de 1214 (mil duzentos e quatorze alunos), segundo dados divulgados pela instituição. O espaço escolar é composto por sete prédios,

representados na Figura 7 sem escala e com formatos aproximados sendo um destes, o prédio F, objeto deste estudo, além de playground, quadra de esportes, ginásio, etc. A escolha do prédio se deu pelo fato de este estar localizado ao lado do ginásio da escola e também possuir uma construção no lote lindeiro ao espaço escolar, fatores estes que podem estar condicionados a um nível superior de ruído se comparado aos outros locais da escola.

Figura 7 – Disposição dos prédios no Espaço Escolar

Fonte: Autoria Própria, 2019.

O prédio escolhido, prédio F, possui dois pavimentos. No térreo estão localizados o saguão do mesmo, banheiros feminino e masculino, sala das funcionárias da limpeza, sala de vídeo ampla, sala de informática, sala de material de Educação Física, sala da coordenação dos anos finais, sala dos professores dos anos finais e quatro salas de aula destinadas aos anos iniciais, onde são atendidos alunos de quintos anos no turno da manhã. No pavimento superior localizam-se dez salas de aula, além de uma sala destinada a estudos de português e uma sala de vídeo cujo tamanho é inferior se comparada à do térreo. Os ocupantes deste espaço podem acessar o pavimento superior através de escadas localizadas internamente ou por meio de uma rampa de acessibilidade localizada no lado externo do prédio.

No período da manhã, o prédio em estudo comporta alunos de sétimos, oitavos e nonos anos no pavimento superior, totalizando 269 (duzentos e sessenta e nove) discentes que

são atendidos por 19 (dezenove) professores cada qual com sua habilitação e área do conhecimento e três turmas de quintos anos no pavimento térreo, totalizando 61 (sessenta e um alunos) que são atendidas por três professores, uma para cada turma. Na parte da tarde este espaço compreende turmas de sextos anos do ensino fundamental séries finais e algumas turmas dos anos iniciais, porém, o estudo a que se refere esta pesquisa foi realizado apenas no turno da manhã, logo, os dados foram concentrados com relação a este turno.

3.3 LEVANTAMENTO DE DADOS

A coleta de dados deste estudo ocorreu através de uma avaliação subjetiva, que consiste na aplicação de um questionário, definido por Gil (2010, p. 102) como “um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado”, buscando conhecer o problema e a opinião dos ocupantes do prédio frente ao ruído como agente interferente no processo de ensino aprendizagem. Diante isto, foram realizadas medições acústicas em pontos estratégicos escolhidos através do resultado do questionário, objetivando verificar qual o nível de pressão sonora incidente no ambiente escolar.

3.3.1 Avaliação Subjetiva

Para que se possa verificar qual a posição dos ocupantes do prédio estudo frente ao problema apresentado por esta pesquisa, foi aplicado um questionário com alunos e professores, distribuídos um a um pela autora desta pesquisa em uma folha ofício dividida ao meio, bem como recolhidos no final do preenchimento do questionário, a fim de avaliar de que forma o ruído interfere no ambiente de trabalho e de ensino. As perguntas constantes nos questionários foram elaboradas baseadas em pesquisa bibliográficas realizadas e estão explicitadas no item 3.5 deste estudo. Os resultados obtido serviram de parâmetro para definição dos pontos da outra forma de avaliação, que consiste na medição do nível de pressão sonora, que foi apresentada a seguir.

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