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3.1 Regras de Mandela e Regras de Bangkok

3.1.1 Breves considerações, em ampla perspectiva, sobre as Regras de Bangkok

Conforme se viu no tópico acima, as Regras de Mandela trouxeram várias previsões sensíveis às garantias aplicáveis às mulheres presas. Todavia, as Regras de Bangkok são um marco histórico para a população carcerária feminina, tendo em vista que se trata do primeiro tratado internacional específico para o contingente de mulheres presas (CNJ, 2016a).

Importa salientar que as presentes regras não são necessariamente um tratado ou convenção sim uma resolução das Nações Unidas, a fim de orientar “[...] parâmetros mínimos para o tratamento de Mulheres infratoras, embasados pelos direitos humanos já consolidadas através da Declaração Universal de Direitos humanos e normas internacionais efetivamente cogentes, dela derivadas.” (MARANHÃO; GIMENES, 2018).

Mesmo tendo sido elaboradas com a participação do Brasil em 2010, as Regras de Bangkok foram traduzidas apenas em 2016, sendo que ainda não há decreto internalizando tal tratado no ordenamento jurídico brasileiro até a presente data. Tal circunstância denota o descaso para com a aplicação de suas recomendações, embora Levandowski tenha enfatizado, quando da apresentação da tradução dessas Regras que

O aprisionamento de mulheres é um fenômeno que tem aumentado significativamente no Brasil nas últimas décadas, trazendo impacto para as políticas de segurança, administração penitenciária, assim como para as políticas específicas de combate à desigualdade de gênero. As mulheres em situação de prisão têm demandas e necessidades muito específicas, o que não raro é agravado por históricos de violência familiar e condições como a maternidade, a nacionalidade estrangeira, a perda financeira ou o uso de drogas. Não é possível desprezar, nesse cenário, a

distinção dos vínculos e relações familiares estabelecidos pelas mulheres, bem como sua forma de envolvimento com o crime, quando comparados com a população masculina, o que repercute de forma direta as condições de

encarceramento a que estão submetidas. [...] Historicamente, a ótica masculina tem sido tomada como regra para o contexto prisional, com prevalência de serviços e políticas penais direcionados para homens, deixando em segundo plano as diversidades que compreendem a realidade prisional feminina, que se relacionam com sua raça e etnia, idade, deficiência, orientação sexual, identidade de gênero, nacionalidade, situação de gestação e maternidade, entre tantas outras nuanças. (CNJ, 2016a, p. 09) (grifo nosso)

Além disso, à época o então Presidente do Conselho Nacional de Justiça fez questão de ressaltar que, mesmo o Brasil tendo participado da elaboração dessas Regras, até então não haviam sido pensadas e implementadas políticas públicas capazes de cumprir esse compromisso internacional assumido pelo Estado. (CNJ, 2016a)

Mesmo assim, é de se considerar que a publicação e divulgação de tais regras podem ser vistas com bons olhos, pois dão início a viabilidade de sua aplicação. Sendo assim, inicia- se sua análise por seu Princípio básico e sua Regra nº 1, que complementa a regra de nº 6 das Regras mínimas para o tratamento de reclusos:

Regra 1 A fim de que o princípio de não discriminação, incorporado na regra 6 das Regras mínimas para o tratamento de reclusos, seja posto em prática, deve-se ter em

consideração as distintas necessidades das mulheres presas na aplicação das Regras. A atenção a essas necessidades para atingir igualdade material entre os gêneros não deverá ser considerada discriminatória. . (CNJ, 2016a, p. 19) (Grifo nosso)

Como já mencionado na análise das Regras de Mandela, o tratamento dispensando a fim de garantir as necessidades específicas das mulheres presas não se considera discriminatório, muito pelo contrário, permite que, em um ambiente em que a mulher se encontra vulnerável, a dignidade da mulher deva ser minimamente assegurada.

Ainda, em se tratando de necessidades específicas das mulheres é de mencionar a Regra de número 15, que também deve ser lida em conjunto com o artigo 39, inciso IX, da LEP,

Higiene pessoal [Complementa as regras 15 e 16 das Regras mínimas para o tratamento de reclusos] [...] Regra 5 A acomodação de mulheres presas deverá

conter instalações e materiais exigidos para satisfazer as necessidades de higiene específicas das mulheres, incluindo absorventes higiênicos gratuitos e um suprimento regular de água disponível para cuidados pessoais das mulheres e crianças, em particular mulheres que realizam tarefas na cozinha e mulheres gestantes, lactantes ou durante o período da menstruação. Art. 39. Constituem

deveres do condenado: [...] IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento. (CNJ, 2016a, p. 23) (Grifo nosso)

Consoante se extrai da redação da Regra de nº 5 a mulher tem peculiaridades como a menstruação, necessidade de suprimento de água diferenciado de acordo com essa ou se estiver em período de lactância, entre outros. No tocante ao direito à higiene pessoal, para manter a si e ao seu alojamento em condições aceitáveis de limpeza, também precisa de atenção, face às circunstâncias já mencionadas. (CNJ, 2016a)

Outrossim, a LEP brasileira prevê a higiene pessoal no rol dos deveres dos presos, devendo ser interpretada extensivamente às mulheres. A interpretação conjunta desses dois diplomas remete a existência de um dever que para ser cumprido não depende apenas das mulheres, mas sim da colaboração do Estado e da administração prisional na criação de condições de manutenção de higiene e limpeza. (BRASIL, 1984)

Além disso, outro serviço que depende da ação estatal para sua concretização é o de cuidados com a saúde das presas.9 Para tanto, as Regras tem previsão expressa de cuidados específicos em relação à saúde da mulher. Dentre esses cuidados estão a prevenção e informações sobre o HIV e suas formas de transmissão, inclusive aos filhos, o tratamento de mulheres com vício em entorpecentes, fornecimento de informações e exames sobre problemas de saúde específicos da mulher, entre outros que estão presentes, por exemplo, nas Regras de nº 10, 11, 12, 16, 62 com ênfase na previsão da regra 18, que trata da prevenção do câncer de mama e ginecológico, bem como da realização do exame preventivo do câncer de colo de uterino 10. (CNJ, 2016a)

Há que se ressaltar a importância conferida ao acompanhamento médico para manutenção da saúde mental da mulher. Não obstante seja algo extremamente necessário não se vê a mesma preocupação em relação aos encarcerados, podendo ser extensivo a eles como preveem as observações preliminares da resolução em comento, isso ocorre por que as

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Nesse ponto é de se mencionar que as regras que tratam exclusivamente do direito de grávidas, parturientes, lactantes, e mães presas acompanhadas de crianças menores serão tratadas em tópico específico a ser verificado em outro momento do trabalho.

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Dentre as previsões das mencionadas regras destacam-se as seguintes: Regra 10 - 1. Serão oferecidos às presas serviços de atendimento médico voltados especificamente para mulheres, no mínimo equivalentes àqueles disponíveis na comunidade. [...].Regra 18 Mulheres presas devem ter o mesmo acesso que mulheres não privadas de liberdade da mesma faixa etária a medidas preventivas de atenção à saúde de particular relevância para mulheres, tais como o teste de Papanicolau e exames de câncer de mama e ginecológico Regra 62 Deverá ser aprimorada a prestação de serviços comunitários para o tratamento do consumo de drogas, os quais sejam sensíveis às questões de gênero, centrados na compreensão dos traumas e destinados exclusivamente às mulheres, assim como o acesso a estes tratamentos, para a prevenção de crimes e a adoção de medidas despenalizadoras e alternativas penais. (CNJ, 2016a, p. 24 et. seq.)

mulheres estão expostas a um contexto de violência de gênero que as acompanham desde o nascimento e se trata de uma das especificidades que necessitam de amparo especializado11.

Ao depois, a resolução 16/2010 expõe a necessidade de desenvolver métodos de revista íntima menos invasivos, como o uso de escâneres evitando danos psicológicos às presas. Nesse mesmo contexto foram inseridas recomendações de que os funcionários do sistema prisional, voltados ao atendimento da mulher, devem demonstrar, além de competência, profissionalismo, sensibilidade e respeito, cuidando da dignidade durante a realização das revistas, inclusive em crianças que se encontram com as mães no cárcere ou que vão visitá-las. (CNJ, 2016a)

Ainda, as Regras de Bangkok se preocuparam em ressaltar a existência de violência de gênero em face das próprias funcionárias, o que se observa nas regras de nº 30 a 32 que instituem cobranças à administração prisional no sentido de evitar esse tipo de discriminação por meio da elaboração de regulamentos e políticas claras sobre o comportamento dos funcionários, sobre a capacitação ofertada, que não deve ter distinções em relação ao gênero dos funcionários. Tudo isso com vistas a minimizar qualquer tipo de violência física ou verbal, incluindo assédio e abuso sexual, que possam ser perpetrados contra as funcionárias.12 (CNJ, 2016a)

Quando mencionados os direitos das presas também se ressaltou a indispensabilidade de garantir que qualquer uma que sofresse abuso, e até mesmo engravidasse por conta disso, pudesse ter direito a queixa, investigação e apoio, mesmo que encarceradas. Ainda, no que tange aos direitos das presas, há a previsão do direito de visitas, recomendando que visitas que envolvam crianças sejam realizadas em ambientes que propiciem uma experiência positiva,

11 Acerca do tema, cite-se: Cuidados com a saúde mental: Regra 12 - Deverão ser disponibilizados às mulheres presas com necessidades de atenção à saúde mental, na prisão ou fora dela, programas de atenção à saúde mental individualizados, abrangentes, sensíveis às questões de gênero e centrados na compreensão dos traumas, assim como programas de reabilitação. Prevenção ao suicídio e às lesões autoinfligidas: Regra 16 - A elaboração e aplicação de estratégias, em consulta com os serviços de atenção à saúde mental e de assistência social, para prevenir o suicídio e as lesões auto infligidas entre as presas, e a prestação de apoio adequado, especializado e com perspectiva de gênero para aquelas mulheres em situação de risco, deverão ser parte de uma política abrangente de atenção à saúde mental nas penitenciárias femininas. (CNJ, 2016a, p. 23)

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Para melhor compreensão serão colacionadas as referidas regras: Regra 30 Deverá haver um comprometimento claro e permanente em nível de gestão da administração penitenciária para evitar e abordar discriminações de gênero contra funcionárias. Regra 31- Deverão ser elaborados e aplicados regulamentos e políticas claras sobre a conduta de funcionários/ as, com o intuito de prover a máxima proteção às mulheres presas contra todo tipo de violência física ou verbal motivada por razões de gênero, assim como abuso e assédio sexual. Regra 32 As servidoras mulheres do sistema penitenciário feminino deverão ter o mesmo acesso à capacitação que os servidores homens e todos os/as funcionários/as da administração de penitenciárias femininas receberão capacitação sobre questões de gênero e a proibição da discriminação e o assédio sexual. . (CNJ, 2016a, p. 28)

inclusive em relação ao comportamento dos funcionários, permitindo-se o contato direto com a mãe, com incentivo da presença prolongada dos filhos. (CNJ, 2016a)

Contudo, a Regra de nº 44 traz uma ressalva, pois a mulher presa tem uma grande probabilidade de ter sofrido violência doméstica antes de sua situação de prisão, devendo ser consultada acerca de que pode realmente visita-la. Tal redação denota a situação que essas mulheres se encontram antes do encarceramento e refletem, inclusive, as condições e dificuldades adicionais que encontrarão quando tiverem sua liberdade restabelecida. (CNJ, 2016a)

As Regras em análise possuem, também, a presença expressa da permissão de realização das controversas visitas íntimas13 nas mesmas condições estabelecidas aos presos do sexo masculino. Insta salientar que a Lei de Execução penal silenciou completamente em relação ao direito de contato íntimo entre pessoas em situação de prisão e seus companheiros (as), prevendo apenas o direito de visitas genericamente, “Art. 41 - Constituem direitos do preso: [...] X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados; [...]”, (BRASIL, 1984, n.p.) isso demonstra que o direito brasileiro demorou a se desenvolver em relação a esse tópico, o que se percebe da breve retomada histórica da permissão da visita íntima que

[...] foi consentida, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, em 1924, àqueles presos que fossem casados no civil e possuíssem bom comportamento. Em 1929, já era prescindível a união civil para sua obtenção. Em 1933, esse tipo de visita foi estendido aos presos provisórios e, atualmente, é permitida em todos os presídios do País. Porém, a visita intima só foi regulamentada para as presas em 1999 e, em estados como São Paulo, este direito só foi reconhecido em 2001 (COLOMBAROLI, 2011 apud FREITAS; LIMA, 2018)

Nesse ponto, nota-se a clara intenção de se rechaçar discriminações de presas que tenham fundamento em seu gênero, prevendo expressamente a necessidade de se permitir que a presa tenha um contato de qualidade com seus familiares e mantenha laços que irão ser necessários à sua reintegração social após a passagem pelo cárcere. Sendo assim, essa forma de distinção em relação à forma como se dá a visita íntima para a mulher precisa ser revista pelo Direito brasileiro, sob pena de se invisibilizar mais uma necessidade da mulher encarcerada.

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A Resolução no 01, de 30 de março de 1999, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP. Define visita íntima como aquela em que existe [...] a recepção pelo preso, nacional ou estrangeiro, homem ou mulher, de cônjuge ou outro parceiro, no estabelecimento prisional em que estiver recolhido, em ambiente reservado, cuja privacidade e inviolabilidade sejam asseguradas.

Ao depois, as Regras de Bangkok ainda tem a previsão, tal como a LEP, da necessidade de separar presas provisórias de condenadas. Contudo, além dessa separação recomenda-se ainda que as especificações de gênero sejam determinantes para o alojamento das encarceradas, com o intuito de se desenvolverem programas de reintegração social, reabilitação, tratamento de forma individualizada e adequada a situação da mulher perante sua pena e suas distinções inerentes ao seu gênero. (CNJ, 2016a)

A regra nº 41 ilustra algumas circunstâncias que exigem essa classificação sensível e específica, não apenas no sentido de considerar os antecedentes criminais ou o risco que as detentas possam oferecer, demonstrando a existência de uma preocupação com a vida pregressa da apenada no que diz respeito à existência de antecedentes relacionados a violência em função do gênero que possam ter sofrido quando fruíam de sua liberdade.14 (CNJ, 2016a)

Por seu turno, a regra n 42 menciona a necessidade de se flexibilizar o regime prisional em favor da apenada que for lactante, gestante, ou que possuir filhos, com o oferecimento de estabelecimentos e serviços adequados para o cuidado das crianças, garantindo a participação das presas nas atividades prisionais. Recomenda-se, ainda, a existência de um empenho especial na prestação de serviços à essas presas, bem como às que tiverem sofrido algum tipo de abuso físico, mental ou sexual. (CNJ, 2016a)

Ademais, quando expostas as apresentações das Regras de Bangkok, reconheceu -se a situação vivida por diversos países em relação à superlotação e escassez de recursos, motivo pelo qual se reforçaram as recomendações do uso de medidas cautelares diversas da prisão, com ênfase às mencionadas nas Regras de Tóquio, como pode ser visto nas regras de nº 56 e 58.15 (CNJ, 2016a)

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A importância dessa regra se consubstancia no fato de haver nítido respeito a mulher e a sua vivência social, vislumbrando sua humanidade além cárcere: Regra 41 A avaliação de risco e a classificação de presas que tomem em conta a dimensão de gênero deverão: (a) Considerar que as mulheres presas apresentam, de um modo geral, menores riscos para os demais, assim como os efeitos particularmente nocivos que podem ter para as presas medidas disciplinares rigorosas e altos graus de isolamento; (b) Possibilitar que informações essenciais sobre seus antecedentes, como situações de violência que tenham sofrido, histórico de transtorno mental e consumo de drogas, assim como responsabilidades maternas e de cuidados, sejam levadas em consideração na distribuição das presas e na individualização da pena; (c) Assegurar que o regime de pena das mulheres inclua serviços e programas de reabilitação condizentes com as necessidades específicas de gênero; [...]

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Além das regras a seguir mencionadas é de considerar a Regra de nº 62, já colacionada no presente trabalho. Regra 56 As autoridades competentes reconhecerão o risco específico de abuso que enfrentam as mulheres em prisão cautelar e adotarão medidas adequadas, de caráter normativo e prático, para garantir sua segurança nessa situação. III. Medidas não restritivas de liberdade - Regra 58 Considerando as provisões da regra 2.3 das Regras de Tóquio, mulheres infratoras não deverão ser separadas de suas famílias e comunidades sem que se considere devidamente a sua história e laços familiares. Formas alternativas de lidar com mulheres infratoras, tais como medidas despenalizadoras e alternativas à prisão, inclusive à prisão cautelar, deverão ser empregadas sempre que apropriado e possível.

Levando-se em conta essas Regras, vislumbra-se que a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão é uma forma de reduzir a superlotação, bem como viabilizar a garantia dos demais direitos humanos presentes, não apenas nas comentadas regras, em todos os tratados e normas internacionais, assim como os previstos na própria legislação nacional, seria a aplicação de medidas alternativas à prisão. Ressalte-se, não há apenas um momento em que se essas medidas devem ser aplicadas, pois cabíveis, em diferentes vestes, na fase de sentenciamento, na fase de prisão cautelar e até mesmo no cumprimento da pena.

Sobre esse aspecto pode-se dizer que as Regras inspiraram a Legislação brasileira, tendo sido internalizadas e aplicadas, de forma muito tímida ainda, quando da edição da Lei 13.257/16 (Marco Legal da Primeira Infância), pois essa lei alterou dispositivos do Código de Processo Penal, com vistas a permitir que a autoridade policial ou o Magistrado possam decidir sobre a concessão de medidas cautelares conhecendo o contexto que se insere o investigado/réu. (BRASIL, 2016) As mudanças que auxiliam nessa decisão dizem respeito ao questionamento, em qualquer fase, da existência de filhos suas idades, se possuem alguma deficiência ou algum responsável que possa ser contatado para realizar os cuidados de que necessitam (MARANHÃO; GIMENES, 2018), tal tópico será aprofundado nos próximos tópicos quando realizada uma análise acerca das decisões proferidas pelo STF levando em consideração o Marco Legal da Primeira Infância e as condições do sistema prisional constatadas na ADPF 347.

Embora tais alterações possam demonstrar a preocupação do legislador com as mulheres encarceradas elas tendem a considerar a existência de filhos ou de pessoas pelas quais a mulher é responsável – e não a existência de uma mulher que, por si só, precisa de atenção – como requisitos para concessão das benesses. Por esse motivo, no tópico que se segue o exercício da maternidade no cárcere será questionado, sob o prisma tanto da legislação nacional quanto das Regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não privativas de liberdade para mulheres infratoras.