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Yara Kulaif – DNPM/SP, Tel.: (11) 5549-5533, E-mail: yara.kulaif@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2013

Brita e cascalho são materiais granulares naturais que, produzidos pela indústria extrativa mineral, caracterizam- se por apresentar dimensões e propriedades físicas, químicas e tecnológicas adequadas para uso como agregado graúdo na indústria da construção. Estes agregados têm a função de conferir resistência, durabilidade e trabalhabilidade aos concretos, em suas várias especificações.

São obtidos da explotação de jazidas de rochas de diversos tipos, dependendo das características geológicas locais. Como exemplo, tem-se que, no Estado de São Paulo, 73% das reservas totais, em toneladas, aprovadas até o início de 2013, são de rochas granitoides (granito, gnaisse e outras), 23% são de rochas basálticas (basalto e diabásio), 3% de rochas calcárias (calcário e dolomito) e o restante, 1%, são de quartzito e cascalho. Por enquanto, não se tem levantamento semelhante para outras regiões do Brasil.

Tanto no Brasil como mundialmente, os recursos geológicos para obtenção desses agregados são considerados abundantes, com eventual escassez em regiões muito localizadas.

A Tabela 1 apresenta estatísticas de países cuja indústria de construção civil é mais desenvolvida e que publicam estatísticas sobre suas matérias-primas.

Tabela 1 Reserva e produção mundial

Discriminação Reservas (103 t) Produção (103 t)(2)

Países 2013(r) 2012(r) 2013(p) 2013/2012 (Δ%) Brasil nd 287.040 293.527 2,3 Estados Unidos (1) nd 1.170.000 1.200.000 2,6 Canadá (2) nd 151.838 152.512 0,4 Reino Unido (2) nd 94.785 nd nd Outros países nd nd nd nd TOTAL Abundantes

Fonte: DNPM/DIPLAM; USGS – Mineral Commodity Summaries 2014; NRCan - Canadian Mineral Statistics 2013; BGS - United Kingdom Mineral Statistics. (1) não inclui cascalho, mas inclui calcário para cimento; (2) não inclui cascalho; (r) revisado; (p) dado preliminar; (nd) não disponível.

2 PRODUÇÃO INTERNA

Com exceção do Acre, que importa de estados vizinhos a brita para seu consumo, todas as unidades da federação do Brasil são produtoras de brita e cascalho, conforme os relatórios anuais de lavra (RAL) entregues ao DNPM. Porém, dados indiretos obtidos a partir do consumo de um importante produto complementar, o cimento, indicam que os números obtidos através dos RALs estão muito aquém do total produzido em todas as regiões. Tendo em conta este fato, as estatísticas publicadas pelo DNPM, em suas publicações, para brita e cascalho, são estimativas1 com base em dados de consumo de produtos complementares, notadamente cimento e asfalto, na indústria da construção.

O mercado produtor de rochas britadas é composto por empresas de vários tamanhos e natureza, variando desde mineradoras típicas, cujo principal produto pode ser a própria brita ou outro produto mineral, como o calcário agrícola ou para cimento, por exemplo, quanto empresas pertencentes a grupos produtores de cimento e/ou concreto, funcionando de maneira verticalizada, sendo algumas também coligadas a construtoras de vários portes.

Os mercados são essencialmente regionais, uma vez que se trata de um produto de baixo valor unitário e os preços do frete pesam no valor final do produto. Sendo assim, as empresas instaladas próximas a áreas urbanas apresentam forte diferencial competitivo, atingindo grandes capacidades instaladas.

As estimativas de produção de brita de 2013 são 2,3% superiores às de 2012. São Paulo foi o estado com maior produção/consumo, concentrando, em 2013, 27% do total nacional. A segunda unidade da federação mais importante foi Minas Gerais, que participou com 11% do total de 2013, seguida pelo Rio de Janeiro, com 8,2%, e Paraná, com 6,2%.

Em reportagem sobre o desempenho do setor de agregados, veiculada na Revista Valor Setorial (VEIGA FILHO, 2014), a Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (ANEPAC) apresentou montantes superiores para a produção de brita no Brasil. Seriam 304 milhões de toneladas em 2013, valor 4% superior em relação a 2012. A diferença entre as estimativas da ANEPAC e do DNPM podem ser devidas aos usos da brita sem aglomerantes, como lastro ferroviário, enrocamento e filtro, que a do DNPM não consegue captar, por falta de coeficientes técnicos específicos.

Com relação aos preços, utilizando-se como referência a tabela de preços do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI)2, houve queda de 2,3% no preço médio nacional(considerando o produto Brita 2) em relação a 2012, refletindo preços menores praticados no Ceará, Amazonas, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do

1

A estimativa é elaborada com base em valores médios das quantidades de agregado graúdo por tonelada de cimento ou asfalto em concretos (coeficientes técnicos), por tipo de uso na construção. Esses coeficientes técnicos são resultado de estudos desenvolvidos por equipes técnicas do DNPM, e estão em constante revisão.

2

BRITA E CASCALHO

Sul e Pernambuco. Destacam-se com os maiores preços nas capitais, os estados do Acre, Rondônia, Roraima e Amapá, denotando a existência de problemas de abastecimento de diversas ordens, a maior parte deles relacionada à inexistência de jazidas de rochas em condições de exploração no entorno das grandes cidades.

3 IMPORTAÇÃO

As importações de brita e cascalho (ver NCMs no Anexo da publicação), em 2013, totalizaram 131.811 toneladas, com um valor de US$ 4.851.122 e tiveram, como principais países de origem, Turquia (57,5% das quantidades importadas), Uruguai (39,2%) e o restante, de 3,3%, distribuído por diversos países.

4 EXPORTAÇÃO

Foram exportadas, em 2013, 38.887 toneladas de brita e cascalho, valoradas em US$ 1.275.935, que estiveram distribuídas, em termos de quantidades, em 96,8% para a Bolívia, e o restante, entre Venezuela, Peru e China.

5 CONSUMO INTERNO

O consumo de brita e cascalho se dá praticamente todo na indústria da construção, compreendendo os setores de edificações e de obras de infraestrutura. Seu uso acha-se dividido entre os subsetores de revenda (lojas de materiais de construção), concreto pré-misturado, fabrico de pré-moldados de concreto, concreto asfáltico, material para compor a base/sub-base de rodovias, lastro ferroviário, enrocamento e filtro.

Segundo o site da Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (ANEPAC), o consumo de brita e cascalho está dividido em 32% para concreteiras, 24% construtoras, 14% pré-fabricados, 10% revendedores/lojas, 9% pavimentadoras/usinas de asfalto, 7% órgãos públicos e 4% outros.

Os substitutos das rochas britadas e cascalho são as escórias siderúrgicas (de alto-forno e de aciaria), argilas expandidas, resíduos da produção de rochas ornamentais e resíduos da construção e demolição (RCD). Dentre esses, os RCDs são os que apresentam maior potencial de crescimento, uma vez que estudos tanto de caracterização tecnológica, quanto de rotas de tratamento, e mesmo de modelos dinâmicos visando o gerenciamento desses resíduos em nível municipal, têm sido cada vez mais frequentes. Uma boa referência é encontrada em LIMA (2013).

Tabela 2 Principais estatísticas - Brasil

Discriminação Unidade 2011(r) 2012(r) 2013(p)

Produção (1) Brita e Cascalho (t) 267.987.000 287.040.000 293.526.805

Importação Bens Primários (t) 142.281 108.177 131.811

(US$-FOB) 5.254.243 4.513.291 4.851.122

Exportação Bens Primários (t) 31.204 21.169 38.887

(US$-FOB) 1.115.413 722.491 1.275.935

Consumo Aparente (2) Brita e Cascalho (t) 268.098.077 287.127.008 293.619.729

Preço médio (3) Pedra Britada nº 2 (R$/t) 54,4 52,4 51,2

Fonte: DNPM/DIPLAM; MDIC/SECEX; CAIXA/IBGE.

(1) produção estimada, ver nota de rodapé nº1; (2) produção + importação – exportação; (3) preço médio anual calculado do produto pedra britada nº 2, posto pedreira, sem frete, a partir da tabela de preços medianos por metro cúbico das capitais por estado da federação do SINAPI (disponível em http://www1.caixa.gov.br/gov/gov_social/municipal/programa_des_urbano/SINAPI/index.asp), utilizando densidade média da brita 1,6 m3/t.

(p) dado preliminar; (r) revisado.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

Para 2014, o setor produtor de agregados prevê ligeira desaceleração do consumo, em função de menor aporte de investimentos em obras de infraestrutura e habitação. Mesmo assim, sinaliza manutenção de investimentos da ordem de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão, incluindo tanto areia quanto rochas britadas e cascalho (VEIGA FILHO, 2014.).

7 OUTROS FATORES RELEVANTES

Em 10/12/2013, foi sancionada a Lei nº 12.890 que inclui os remineralizadores1 na lista de insumos destinados à

agricultura no Brasil. Com esta medida, dependendo da composição das rochas da jazida, principalmente relacionada à abundancia de micas e feldspatos potássicos, os produtores de rocha britada terão mais um mercado para comercialização de subprodutos de suas pedreiras.

1 Remineralizador é definido como “material de origem mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e micronutrientes para as plantas, bem como promova a melhoria das propriedades físicas ou físico-químicas ou da atividade biológica do solo”. O produto deverá ter registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2013).

CAL

David de Barros Galo – DNPM/BA, Tel.: (71) 3444-5562, E-mail: david.galo@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL - 2013

Dados preliminares sobre a oferta mundial de cal em 2013 registram um crescimento inexpressivo em relação à 2012. A China continua liderando o ranking da produção mundial, com uma participação de 62,8%, seguida pelos Estados Unidos com 5,4% e a Índia com uma participação de 4,6% deste mercado. A produção de cal do Brasil corresponde a 2,4% da produção mundial, ocupando a quinta posição do ranking dos países produtores.

Tabela 1 Reserva e Produção Mundial

Discriminação Reservas (t) Produção 1.000 (t)

Países 2013 (p) 2012 (r) 2013 (p) %

Brasil

As reservas de calcário existentes são suficientes para a indústria da cal.

8.313 8.419 2,4

China 220.000 220.000 62,8

Estados Unidos da América 18.800 19.000 5,4

Índia 15.000 16.000 4,6 Rússia 10.500 10.400 3,0 Japão (1) 8.200 8.200 2,3 Alemanha 6.670 6.500 1,9 Itália (2) 6.200 6.000 1,7 República da Coréia 5.200 5.100 1,4 Turquia (2) 4.500 4.400 1,3 Ucrânia 4.200 4.200 1,2 Outros países 40.460 42.000 12,0 TOTAL 348.043 350.219 100,0

Fonte: USGS - Mineral Commodity Summaries – 2014, Associação Brasileira dos Produtores de Cal – ABPC. (r) dados revisados; (p) dados preliminares. (1) comente cal virgem; (2) comercializado.

2 PRODUÇÃO INTERNA

Informações da Associação Brasileira dos Produtores de Cal (ABPC), entidade que congrega 64% dos produtores de cal no país, apontam uma produção de 8,4 milhões de toneladas de cal no Brasil em 2013. Quando comparado ao ano de 2012 percebe-se um crescimento inexpressivo na produção nacional de cal em 2013, haja vista que o crescimento foi de apenas 1,3%. A estrutura de produção em 2013 não foi alterada, com a cal virgem correspondendo a 76% e a cal hidratada, 24% da produção nacional.

A ABPC classifica os produtores de cal da seguinte forma: integrados, não integrados, transformadores e cativos. Integrados são os que produzem cal (virgem e hidratada) a partir de calcário produzido em minas próprias. Já os não integrados são aqueles que produzem cal (virgem e hidratada) a partir de calcário comprado de terceiros. Transformadores são aqueles que realizam a moagem e/ou produzem cal hidratada a partir de cal virgem adquirida. Os ativos são os que produzem a cal para consumo próprio, como por exemplo, as siderúrgicas.

Do total de cal produzido no país, o mercado livre representa 89,5%, e o mercado cativo, 10,5%. No mercado livre, a indústria responde por 66% da cal produzida e a construção civil, 34%.

As principais empresas produtoras de cal no país são as mineradoras de calcário, destacando-se entre elas, as seguintes minerações: Mineração Belocal Ltda (grupo Lhoist), Ical Indústria de Calcinação Ltda, Mineração Lapa Vermelha Ltda, Votorantim Cimentos SA e a Minercal – Ind. Mineradora Pagliato Ltda.

3 IMPORTAÇÃO

As importações de semimanufaturados de rochas calcárias (cal virgem e hidratada) em 2013 somaram 19,1 mil toneladas, um aumento de 21,7% em relação a 2012, o que representa um desembolso de aproximadamente US$ 2,3 milhões. Os principais países de procedência dos semimanufaturados foram Uruguai (82%) e a Argentina (12%).

4 EXPORTAÇÃO

As exportações brasileiras no ano de 2013 de produtos semimanufaturados de rochas calcárias foram predominantemente de cal (virgem e hidratada), e mais que dobraram em relação ao ano de 2012, totalizando em 2013, 8,96 mil toneladas, no valor de aproximadamente US$ 1,4 milhões. Os principais destinos destes produtos foram os países da América do Sul, sendo: Paraguai (46%), Uruguai (36%) e Argentina (18%).

5 CONSUMO INTERNO

Dada a pouca expressão das exportações e importações de cal, o consumo aparente acompanhou o nível de produção que é quase integralmente absorvida pelo mercado interno.

CAL

Tabela 2 Principais Estatísticas – Brasil

Discriminação Unidade 2011(r) 2012(r) 2013(p)

Produção: Calcário bruto

(d)

(1.000t) 122.828 134.456 126.155

Cal (1.000t) 8.235 8.313 8.419

Importação: Semimanufaturados Cal (1.000t) 18,0 15,7 19,1

(10 3 US$ FOB) 2.153 2.308 2.274

Exportação: Semimanufaturados Cal (1.000t) 3,8 4,0 9,0

(10 3 US$ FOB) 827,0 965,0 1.364,0

Consumo Aparente (e): Cal (1.000t) 8.249 8.325 8.429

Preço médio (c): Cal virgem (R$/t) 85,7 211,9 311,0

Cal hidratada (R$/t) 198,3 235,4 321,0

Fonte: MDIC/SECEX, ABPC; DNPM/DIPLAM.

(e) Produção + importação – exportação; (r) dados revisados; (p) dados preliminares sujeitos a revisão; (c) O preço foi obtido tomando como base o preço médio praticado pelas principais empresas no Brasil. Vale salientar que o preço da cal pode variar bastante dependendo da aplicação da mesma. (d) fonte dados:DNPM/Base de dados do Anuário Mineral Brasileiro (AMB).

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

Dados não relevantes.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES

O setor produtivo, através da ABPC desenvolve diversas iniciativas, como por exemplo, o Programa Setorial da Qualidade da Cal Hidratada para a Construção Civil. Este programa é registrado junto ao Governo Federal no âmbito do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, em que o INMETRO realiza a auditoria dos produtos das empresas associadas e de outras marcas adquiridas em revendas, abrangendo 87% de toda a produção nacional e o Programa de Monitoramento da Cal Industrial, voltado especificamente ao controle dos produtos destinados à indústria de rações animais.

Na entidade, existe também o Programa Selo ABPC de Responsabilidade Socioambiental que tem como objetivo identificar e diferenciar as empresas nacionais produtoras de cal de comprovado alinhamento com os princípios e as práticas da sustentabilidade, a partir da avaliação de suas práticas de gestão e produção. A certificação às empresas é concedida pelo Instituto TOTUM, organismo acreditado pelo INMETRO, a partir da verificação detalhada do cumprimento de uma série de indicadores de desempenho socioambientais. Informações sobre essa iniciativa podem ser acessadas nos links: a) Regulamento Técnico (www.institutototum.com.br/pdf/reg_tec_abpc_05-08-09_rev0.pdf), b) Norma de Referência (www.institutototum.com.br/pdf/norma_ref_abpc_24-04-12_rev6.pdf ) e c) Relação de Empresas Certificadas (www.institutototum.com.br/selos_abpc_empresas.php ).