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Juliana Ayres de A. Bião Teixeira - DNPM/BA, Tel: (71) 3444-5554, E-mail: juliana.teixeira@dnpm.gov.br

Osmar Almeida da Silva – DNPM/BA, Tel.: (71) 3444-5572, E-mail: osmar.silva@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2013

As reservas lavráveis brasileiras de vanádio (V), em metal contido, correspondem a 175 mil toneladas (mt) de V2O5, com teor médio de 1,34%. O município de Maracás no Estado da Bahia concentra a principal reserva de vanádio no

Brasil, o qual ocorre associado a ferro e titânio.

Em 2013, as reservas mundiais, em termos de metal contido, corresponderam a 14,0 milhões de toneladas (Mt), sendo que as reservas brasileiras representaram 1,27% deste total. As maiores reservas no mundo, que estão sendo lavradas, localizam-se na China (5,1 Mt), Rússia (5,0 Mt) e África do Sul (3,5 Mt). Em 2013, a produção mundial de minério, em que o vanádio ocorre como coproduto ou subproduto, atingiu 75,6 mt, um discreto crescimento de 1,65% em relação ao ano anterior. A África do Sul, China e Rússia abastecem o mercado mundial com 99,21% do total produzido.

Tabela 1 Reservas e produção mundial

Discriminação Reservas (103 t) Produção (t)

Países 2013 (p) 2012 (r) 2013 (p) (%)

Brasil 175 - - -

África do Sul 3.500 19.500 20.000 26,46%

China 5.100 39.000 40.000 52,91%

Estados Unidos da América 45 272 - 0,00%

Rússia 5.000 15.000 15.000 19,84%

Outros países ... 600 600 0,79%

TOTAL 13.820 74.372 75.600 100,00%

Fonte: DNPM/DIPLAM; USGS-Mineral Commodity Summaries 2014.

(1) reserva lavrável. (vide apêndice); (r) dado revisado; (p) dado preliminar; (...) dado não disponível; (-) nulo. Até o ano-base 2008 foram utilizados os dados de reservas medida + indicadas. A partir de 2009, os dados são das reservas lavráveis.

2 PRODUÇÃO INTERNA

A Vanádio de Maracás S/A, subsidiária da empresa de mineração canadense Largo Resources que detém 81,07% das suas ações, iniciou em 2014 a produção comercial de V2O5 (pentóxido de vanádio), oriunda da mina situada no

município de Maracás-BA, projetando-se uma produção 5,5 mt/ano. Há previsão de incrementos da produção para os anos subsequentes, estimando-se atingir o nível de 14,6 mil toneladas/ano de V2O5 em 2018 (LARGO RESOURCES.

Corporate Presentation, maio de 2013). A partir do último trimestre de 2016, entrará em funcionamento a planta de

ferro-vanádio (LARGO RESOURCES. Press Release, 18 jan. 2013).

A grande diferença entre o vanádio de Maracás e o de outros produtores mundiais é a qualidade única do minério, com alto teor de V2O5 e de ferro, associada ao baixo nível de contaminantes, como a sílica (SiO2). Estes benefícios

garantem a produção de um concentrado de alta qualidade e com baixo custo de produção em relação aos demais produtores primários deste metal no mundo (LARGO RESOURCES. NI 43-101F1 Tecnhical Report, 4 mar. 2013).

3 IMPORTAÇÃO

O país importou 1.055 t da liga ferro-vanádio, no valor de US$ 20,8 milhões, sendo 41% proveniente da Áustria, 23% da República Tcheca, 17% da África do Sul, 7% da China e 5% do Japão. Os compostos químicos importados somaram 374 t, sendo 317 t de pentóxido de vanádio e 57 t de outros óxidos e hidróxidos de vanádio e vanadatos, que representaram um desembolso total de US$ 5,1 milhões, sendo oriundos dos seguintes países: Países Baixos (35%), China (26%), Coréia do Sul (13%), Estados Unidos (7%), e África do Sul (6%).

4 EXPORTAÇÃO

O Brasil exportou em 2013 um total de 22 t da liga ferro-vanádio, por US$ 290 mil, uma queda de 79,44% no volume da exportação em relação ao ano anterior.

5 CONSUMO INTERNO

O consumo aparente de liga ferro-vanádio no Brasil, em 2013, atingiu 1.033 t, uma queda de 3,28% em relação ao ano anterior. Prevê-se para 2014 que o mercado nacional absorverá 33% do total da produção anual prevista de 5,5 mt de V2O5 oriunda da mina de Maracás, na Bahia, o que representa 1,8 mt/ano.

O aço contendo vanádio é especialmente forte e duro, possui uma melhor resistência ao choque e alta resistência à corrosão. Segundo Roskill, mais de 90% do vanádio é consumido na fabricação de aço, na forma da liga ferro- vanádio, sendo utilizado na fabricação de estruturas de aviões de grande porte, na indústria aeroespacial, gasodutos, oleodutos e ferramentas de melhor qualidade por serem mais resistentes, dentre outros. A procura por aços HSLA (High

VANÁDIO

vanádio na indústria do aço, totalizando 48% da demanda do metal. A crise energética global demanda novos investimentos no setor, como a construção de gasodutos e reparação da atual infraestrutura de petróleo e gás, o que também poderá influenciar o aumento do consumo do vanádio (LARGO RESOURCES. Vanadium, 2012). O governo chinês aumentou as exigências sobre o padrão de qualidade dos novos vergalhões de aço, restringindo e gradualmente eliminando até 2015 o uso de estruturas mais fracas, e substituindo por vergalhões de aço mais resistentes, adicionando maiores quantidades de vanádio em sua fabricação, o que também reflete no aumento da procura por este metal (LARGO RESOURCES. Corporate Presentation, abr 2014).

Os produtores chineses têm investido na expansão da sua produção para atender a demanda crescente do vanádio. A Atlântico Ltda., empresa que opera a mina Windimurra na Austrália, iniciou a produção de vanádio em 2012, e a Vanádio de Maracás inicia em 2014 a operação de sua mina no Brasil, em Maracás-BA. Prevê-se um equilíbrio apertado entre a oferta e demanda de vanádio, com uma taxa média de crescimento de 6,5% a.a. até 2017(ROSKILL. Global

Industry Markets and Outlook, 13th edition 2013).

Tabela 2 Principais estatísticas – Brasil

Discriminação Unidade 2011 (r) 2012 (r) 2013 (p)

Produção Liga Ferro-vanádio (t) - - -

Importação Semimanufaturados: Liga Ferro-vanádio (t) 1.180 1.175 1.055 (10 3 US$-FOB) 24.932 22.078 20.796 Compostos Químicos: Pentóxido de divanádio (V2O5) (t) 385 349 317 (10 3 US$-FOB) 5.289 3.982 4.029

Outros óxidos, hidróxidos de vanádio e vanadatos (t) 20 39 57 (10 3 US$-FOB) 480 856 1053 Exportação Semimanufaturados: Liga Ferro-vanádio (t) 74 107 22 (10 3 US$-FOB) 1.410 1.658 290 Compostos Químicos:

Outros óxidos, hidróxidos de vanádio e vanadatos

(t) - 3 -

(10 3 US$-FOB) - 21 -

Consumo Aparente (1) Liga Ferro-vanádio (t) 1.106 1.068 1.033

Preço médio

Pentóxido de divanádio (V2O5)2 (US$/t-FOB) 13.737,66 11.409,74 12.709,78

Liga Ferro-vanádio3 (exportação) (US$/t-FOB) 19.054,05 15.495,33 13.181,82

Liga Ferro-vanádio3 (importação) (US$/t-FOB) 21.128,81 18.789,79 19.711,85

Fonte: DNPM/DIPLAM; MIDC/SECEX.

(1) produção + importação – exportação; (2) preço médio FOB base importação; (3) preço médio FOB base comércio exterior; (r) dado revisado; (p) dado preliminar; (-) nulo.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

A partir do final de 2016 entrará em funcionamento a planta de ferro-vanádio, com expectativa de produção de 4,9 mil t/ano de ferro-vanádio (LARGO RESOURCES. Press Release, 18 jan. 2013). O teor médio da mina é de 1,34% de V2O5 para uma reserva de 13,1 Mt do minério. Até então, o maior teor já descoberto era de 0,4%, nas minas da África do

Sul. Quando o projeto atingir a plena produção, tem a expectativa de gerar 450 empregos diretos e 3.200 indiretos. Estudos geológicos confirmarão a existência de prováveis reservas de platina e paládio associadas (LARGO

RESOURCES. Projects Maracás).

A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) lançou edital de concorrência pública para a jazida de Fe-Ti-V de Campo Alegre de Lourdes/BA, em 2008, que teve como vencedora a empresa Vanádio de Maracás. As pesquisas desenvolvidas pela CBPM resultaram em um recurso mineral estimado em 133 Mt, 50% Fe, 21% TiO2, e 0,75% V2O5, o

qual encontra-se em fase de reavaliação pela Vanádio de Maracás (LARGO RESOURCES. Corporate Presentation, abr

2014). Quando o relatório final de pesquisa for aprovado pelo DNPM, os recursos estimados comporão o quadro das reservas nacionais do minério.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES

O projeto Vanádio de Maracás foi totalmente financiado por bancos brasileiros (BNDES, Itaú, Banco Votorantim e Bradesco). A transação no montante de R$ 556 milhões foi concluída em junho de 2012 e recebeu reconhecimento internacional no mundo corporativo, pela singularidade e complexidade do projeto, e pelas dificuldades enfrentadas e superadas pela empresa júnior (LARGO RESOURCES. Press Release, 11 mar. 2013). A Largo firmou um contrato de

take-or-pay off-take de 6 anos com a Glencore International garantindo a venda de 100% da sua produção de vanádio,

VERMICULITA

Ricardo de Freitas Paula – DNPM/GO, Tel.: (62) 3230-5252, E-mail: ricardo.paula@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2013

A vermiculita [(Mg, Fe+2, Al)3 (Al, Si)4 O10(OH)2 4H2O], silicato de alumínio, magnésio e ferro, é um mineral do

grupo das micas, com diversas propriedades físicas e químicas que a tornam de amplo uso na indústria e agricultura. A vermiculita é um mineral hidratado, produto da alteração de micas, mais comumente a biotita. Os minerais comumente associados à vermiculita são: biotita, hidrobiotita, apatita, anfibólio, flogopita, diopsídio, clorita, amianto, talco e minerais argilosos. Tem sua gênese por intemperismo, em zonas de falhas ou por alteração hidrotermal em baixa temperatura (acima de 350°C a vermiculita é instável) de piroxenitos, peridotitos, dunitos, carbonatitos e anfibolitos.

Os depósitos brasileiros e mundiais de vermiculita ocorrem principalmente dentro das zonas de complexos máficos-ultramáficos e carbonatitos. No mundo, destacam-se os depósitos de Libby, nos Estados Unidos, considerado o maior do mundo, e o de Palabora, na África do Sul (BIRKETT e SIMANDI, 1999; SIMANDI et al., 1999).

A produção mundial em 2013 decresceu 24,2% em comparação com o ano anterior. Os quatro maiores produtores concentraram 80,0% da produção mundial. A líder na produção de vermiculita foi a África do Sul, com 29,9% da produção, seguida pelos Estados Unidos da América (EUA), com 23,0%, e Brasil, com 15,6%. O Brasil aumentou sua produção em relação ao ano anterior, figurando em 2013 como o 3º maior produtor mundial, passando à frente da China. A participação mundial do Brasil aumentou de 9,1% em 2012 para 15,6% em 2013.

Os dados de reservas mundiais de vermiculita somente foram disponibilizados por Brasil, África do Sul, EUA e Índia sendo que as reservas brasileiras são de minério contido. Segundo o United States Geological Survey (USGS), nem sempre ficam claros os tipos de dados disponibilizados por alguns outros países.

Tabela 1 Reserva e produção mundial

Discriminação Reservas (103t) Produção(t)

Países 2013(p) 2012(r) 2013(p) (%)

Brasil 6.300(2) 51.986 68.014 15,6

África do Sul 14.000 140.000 130.000 29,9

Estados Unidos da América 25.000 100.000 100.000 23,0

China - 15.000 50.000 11,5 Rússia - 25.000 25.000 5,7 Bulgária - 19.000 20.000 4,6 Índia 1.700 13.000 20.000 4,6 Uganda - 8.000 12.000 2,8 Austrália - 13.000 - - Outros países 15.000 26.000 10.000 2,3 TOTAL(1) 62.000 410.986 435.014 100

Fonte: DNPM/DIPLAM e USGS – Mineral Commodity Summaries 2014.

(1) Apenas reservas divulgadas; (2) minério Contido; (p) dadospreliminares; (r) dados revisados.

2 PRODUÇÃO INTERNA

No ano de 2013, os Estados de Goiás (85,5%), Pernambuco (4,2%), Paraíba (7,8%) e Bahia (2,5%) foram responsáveis pela produção de 68.014 toneladas de vermiculita beneficiada. A produção aumentou em 5,8% comparada com o ano de 2012, aparentemente pela diminuição significativa da importação e aumento da exportação registrada no ano de 2013. O processo de extração da substância no país é executado a céu aberto, parcial ou totalmente mecanizado, ocorrendo uma sazonalidade de maior produção nos meses secos.

3 IMPORTAÇÃO

Os dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) agrupam as importações de vermiculita não expandida com os dados de clorita não expandida. Entretanto, esses dados correspondem integralmente à vermiculita não expandida, devido ao Brasil não realizar importação de cloritas. Houve um decréscimo significativo de 58,8% na quantidade importada em 2013, em relação ao ano anterior. O preço médio sofreu um grande acréscimo de 226,7%, subindo de US$ 1.105,81/t (FOB) em 2012 para US$ 3.285,71/t (FOB) em 2013. O dispêndio total em 2013 foi de US$ 23 mil, sendo que os países de origem das importações foram Turquia (90,0%) e Argentina (10%).

4 EXPORTAÇÃO

Os dados disponibilizados pela SECEX também correspondem integralmente às exportações de vermiculita não expandida, apesar de agrupadas com os dados das cloritas não expandidas. Em 2013, as exportações cresceram 11,3% em quantidade e 2,7% em valor com relação ao ano anterior, mas o preço médio decresceu 7,8%. Foram exportadas 40,7 mil

VERMICULITA

t, totalizando uma receita de US$ 12,8 milhões, a um preço médio de US$ 313,62/t (FOB). Os principais países de destino das exportações foram EUA (38%), França (10%), Emirados Árabes Unidos (10%) e México (9%).

5 CONSUMO INTERNO

A aplicação da vermiculita está intimamente ligada às suas propriedades físicas, decorrentes de sua estrutura cristalina. Quando expandido, o produto resultante apresenta baixa densidade e alta capacidade de isolamento térmico, acústico e elétrico. Não se decompõe ou deteriora, sendo inodoro, não prejudicial à saúde e também lubrificante, bem como pode absorver normalmente até cinco vezes seu peso em água. Essas propriedades lhe dão uma extraordinária condição de uso nos campos de construção civil, agricultura, indústrias químicas, equipamentos, materiais especiais e outros.

Em 2013, houve um aumento significativo no consumo aparente de vermiculita no Brasil, observado pelo incremento de 30,8% na produção, apesar de um decréscimo de 58% nas importações. O consumo aparente correspondeu a 27.259 t, destinado principalmente para a agricultura e construção civil.

Tabela 2 Principais estatísticas – Brasil

Discriminação Unidade 2011(r) 2012(r) 2013(p)

Produção Beneficiada (t) 54.970 51.986 68.014

Importação Vermiculita e Cloritas, não

Expandidas (NCM: 25301090)

(t) 31,9 17,2 7

(103 US$-FOB) 35,1 17,3 23

Exportação Vermiculita e Cloritas, não

Expandidas (NCM: 25301090)

(t) 36.232 36.615 40.762

(103 US$-FOB) 12.929 12.451 12.784

Consumo Aparente(1) Beneficiada e Verm./Cloritas não exp. (t) 18.770 15.388 27.259

Preço Médio

Vermiculita e Cloritas, não Expandidas (NCM: 25301090) (exportação)

(US$/t-FOB) 356,85 340,06 313,62

Vermiculita e Cloritas, não Expandidas (NCM: 25301090) (importação)

(US$/t-FOB) 1.101,60 1.004,64 3.285,71

Fonte: DNPM/DIPLAM e MDIC/SECEX.

(1)Produção + importação – exportação; (r) revisado; (p) preliminar.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

Projetos de pesquisas minerais em andamento no Estado de Goiás, município de Ouvidor, tiveram em 2012 e 2013 relevantes investimentos, visando um maior detalhamento da jazida. A empresa detentora dos direitos minerários, a Brasil Minérios Ltda., sediada no município de São Luiz dos Montes Belos, é a maior produtora de vermiculita da América do Sul, e pretende aumentar sua produção de 60 mil toneladas/ano para cerca de 100 mil toneladas/ano até o ano de 2020.

Dentre os principais produtores, destaca-se o aumento de 30,8% na produção de vermiculita no Brasil. Acredita- se que o aumento em mais de 200% no preço médio para importação tenha provocado um aumento no consumo interno e a diminuição nas importações. O aumento na demanda interna associado aos bons preços do produto nacional pode ter impulsionado o aumento na produção brasileira, que diminuiu o preço médio em 7,8% aumentando as exportações em 11.3% em 2013, além do incentivo a novos estudos e aplicações para a vermiculita, principalmente na área da construção civil, na qual ainda é relativamente pouco utilizada, comparado com outros países mais desenvolvidos.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES

ZINCO

Carlos Augusto Ramos Neves – DNPM/Sede, Tel.: (61) 3312-6889, E-mail: carlos.neves@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2013

Em um cenário de crescimento moderado da economia global, pela primeira vez nos últimos seis anos, o consumo mundial de zinco refinado superou a produção. Neste contexto, o preço à vista do zinco, considerando a média anual, recuou 2,0% em 2013, atingindo a sua mais baixa cotação em maio (US$ 1.828,50/t). Ao longo do ano, a trajetória dos estoques referenciados pela London Metal Exchange – LME registraram também diminuição de 23,5% entre o início de janeiro (1.218 mt) e final de dezembro (931 mt).

Segundoo USGS, as reservas mundiais de zinco atingiram 250,5 Mt em 2013. Mais de 50% desses recursos estão localizados na Austrália (25,5%), China (17,2%), Peru (9,6%) e México (7,2%). As principais reservas brasileiras, que representam apenas 0,7% das mundiais, estão localizadas nos municípios de Vazante e Paracatu, no Estado de Minas Gerais.

Após crescimento anual de 3,8% em 2012, a produção de zinco contido no concentrado, divulgado pelo

International Lead and Zinc Study Group (ILZSG), situou-se em 13,2 Mt em 2013, apresentando elevação moderada de

0,7% ante igual período do ano anterior. A China, com 35,8% do total da produção, a Austrália, com 11,5%, e o Peru, com 10,2%, lideraram a produção mundial. A participação brasileira atingiu 1,1%.

De acordo com os dados divulgados pelo ILZSG, a produção mundial de zinco refinado evoluiu de 12,6 Mt em 2012 para 12,9 Mt, com crescimento de 2,1% em 2013. Os maiores países produtores foram a China (5.100 mt), Coréia do Sul (886mt), Índia (790 mt), Canadá (652mt), Japão (587 mt) e Espanha (521 mt), que representaram 66% da produção mundial de zinco refinado em 2013. O consumo revelou crescimento de 4,8%, totalizando 12,9 Mt em 2013, contra 12,4 Mt em igual período do ano anterior. A Ásia é responsável por 65% de todo o consumo no mundo. Os maiores países consumidores são China (5.748 mt), Estados Unidos (934mt), Índia (658mt), Coréia do Sul (572mt) e Japão (498 mt). Tabela 1 Reserva e produção mundial

Discriminação Reservas (103t) Produção(103t)

Países 2013(e) 2012 2013(e) (%)

Brasil 1.783(1) 164 152 1,1

China 43.000 4.540 4.730 35,8

Austrália 64.000 1.533 1.524 11,5

Peru 24.000 1.281 1.351 10,2

Índia 11.000 758 793 6,0

Estados Unidos da América 10.000 739 788 6,0

México 18.000 660 641 4,8

Cazaquistão 10.000 425 428 3,2

Canadá 7.000 641 423 3,2

Outros países 61.717 2.389 2.393 18,1

TOTAL 250.500 13.130 13.223 100,0

Fontes: DNPM/DIPLAM; USGS-Mineral Commodity Summaries -2014.

Dados em metal contido; (1) reserva lavrável (vide apêndice); (e) dado estimado.

2 PRODUÇÃO INTERNA

A Votorantim Metais é a única produtora de zinco no país. As minas de Vazante e Morro Agudo, localizadas no Estado de Minas Gerais, são responsáveis, respectivamente, pelos concentrados silicatados e sulfetados, que abastecem as plantas metalúrgicas de Três Marias (MG) e Juiz de Fora (MG). A mina de Vazante é a maior jazida brasileira de minério de zinco. Refletindo o menor dinamismo da atividade fabril, a produção nacional de zinco diminuiu 16,9%, e a de metal primário, 13,4%. As projeções para a oferta nacional de concentrado de zinco, em termos de metal contido, indicam, para o período 2014—2016, produções respectivas de 155,6 mt, 165,5 mt e 164,4 mt.

3 IMPORTAÇÃO

A corrente do comércio exterior de zinco (minérios e seus concentrados e metal primário) desacelerou-se ao longo de 2013, totalizando US$ 291,6 milhões. A retração anual de 34,6% decorreu de recuos de 18,3% nas importações e de 44,4% nas exportações, que somaram, na ordem, US$ 230,5 milhões e US$ 61,1 milhões. O exame das importações evidencia que ocorreu recuo de 7,0% nas aquisições de minérios e seus concentrados, e queda de 35,3% nas relativas ao metal primário. As compras de minérios e seus concentrados provenientes do Peru atingiram US$ 145 milhões, correspondendo a 92,4% das importações. Os principais países fornecedores de metal primário foram o Peru, México e Argentina, com representatividades respectivas de 47,2%, 34,5% e 17,1%.

4 EXPORTAÇÃO

As exportações de metal primário alcançaram US$ 53,4 milhões, queda de 51,5% relativamente ao ano anterior, associada à retração de 52,4% na quantidade exportada. Os principais países de destinos dos produtos brasileiros

ZINCO

continuaram sendo África do Sul (53,0%), Argentina (19,4%) e Bélgica (11,3). O Peru foi o destino das exportações de minérios e seus concentrados, totalizando US$ 7,8 milhões.

5 CONSUMO INTERNO

O zinco se destaca pela sua elevada resistência à corrosão e facilidade de combinação com outros metais. Utilizado nos processos de galvanização e fundição, os principais segmentos consumidores são a indústria automobilística, de construção civil e de eletrodomésticos. Na forma de óxido de zinco, é utilizado na vulcanização de borrachas, cosméticos, medicamentos, entre outros. O zinco também é aplicado na composição de várias ligas, com o alumínio, cobre e magnésio.

O consumo de zinco refinado no mercado brasileiro atingiu 248,9 mt em 2013, o que representou aumento de 3,8% em relação às 239,8 mt referentes a 2012. A participação da importação na composição do consumo aparente de zinco refinado reduziu de 22,2% em 2012 para 14,3% em 2013. Dados do consumo interno de concentrado de zinco apontam para a continuidade da dependência do mercado externo. Em 2013, a importação respondeu por 44,4% das 268,1 mt de concentrados de zinco consumidos no mercado interno.

Tabela 2 -Principais estatísticas – Brasil

Discriminação Unidade 2011 2012 2013(p) Produção Minério (t) 2.302.760 2.392.366 2.368.505 Concentrado(1) (t) 197.840 164.258 152.147 Metal Primário (t) 284.770 246.526 242.000 Metal Secundário (t) nd nd nd Importação Concentrado(1) (t) 116.379 116.420 119.900 (103 US$-FOB) 183.841 168.959 157.096 Metal Primário (t) 48.677 53.315 35.538 (103 US$-FOB) 115.340 113.364 73.364 Exportação Concentrado(1) (t) 1.466 - 3.911 (103 US$-FOB) 1.113 - 7.760 Metal Primário (t) 92.428 59.999 28.579 (103 US$-FOB) 181.283 110.059 53.385

Consumo Aparente(2) Concentrado

(1) (t) 312.753 280.678 268.136 Metal Primário (t) 241.019 239.842 248.959 Preços Concentrado (3) (US$-FOB/t) 789,83 725,65 655,07 Metal(4) (US$/t) 2.192,45 1947,4 1.908,48

Fontes: DNPM/DIPLAM; ICZ; MDIC/SECEX e LME.

(1) Em metal contido; (2) produção + importação – exportação; (3) preço médio FOB do concentrado importado, com mais ou menos 50% de Zn contido; (4) preço médio LME a vista; (p) preliminar; (-) dado inexistente; (nd) dado não disponível.

6 PROJETOS EM ANDAMENTO E/OU PREVISTOS

A Votorantim Metais, em parceria com a Karmin Resources, desenvolve em Aripuanã (MT) projeto para a produção de zinco e dos subprodutos chumbo, cobre, ouro e prata. Os recursos minerais do depósito são estimados 35 Mt, com previsão do início da produção em 2017.

Joint venture entre Votorantim Metais e Mineração Iamgold Brasil desenvolve empreendimento para a produção

de zinco, chumbo e cobre, nas minas do Camaquã, em Caçapava do Sul(RS), com recurso mineral previsto em 14 Mt.

7 OUTROS FATORES RELEVANTES

Em 2013, a Votorantim Industrial obteve lucro líquido consolidado de R$ 238 milhões, 173,6% acima dos R$ 87 milhões de 2012. No setor de mineração, o lucro passou de R$ 33 milhões em 2012 para R$ 144 milhões em 2013. Já entre os negócios de metais da companhia, a divisão de zinco registrou prejuízo de R$ 699 milhões.

ZIRCÔNIO

Marcos Antonio Soares Monteiro – DNPM/RJ, Tel.: (21) 2272-5727, E-mail: marcos.monteiro@dnpm.gov.br

1 OFERTA MUNDIAL – 2013

O zircônio (Zr) é um elemento presente principalmente nos minerais zirconita (ZrSiO4) e badeleíta (ZrO2), sendo

utilizado em várias aplicações na indústria, principalmente nos setores de fundição, de cerâmica e de refratários. Também é usado como revestimento de reatores nucleares e aditivos em aços de alta resistência.

A produção mundial de concentrados de zircônio em 2013 manteve-se estável, ao mesmo nível que em 2012, apesar de um enfraquecimento da demanda, especialmente na China, resultante de um forte aumento de preços a partir do final de 2011.

As reservas globais computadas em 2013 foram de 66,7 milhões de toneladas (Mt) de ZrO2 contido. As principais

reservas de zircônio encontram-se na Austrália (60%) e África do Sul (21%), seguidos de Índia (5%) e Brasil (3,2%). O aumento no quadro de reservas mundiais foi devido a uma revisão nos valores australianos, baseado em publicação geocientífica, e moçambicanos, através de informações das indústrias produtoras, conforme se observa na Tabela 1.

As ocorrências e/ou depósitos de minério de zircônio no Brasil estão associados aos minerais pesados de titânio como a ilmenita (FeTiO3) e o rutilo (TiO2) e de estanho (cassiterita, SnO2). Os depósitos primários estão relacionados a

depósitos de segregação magmática; relacionados a rochas intrusivas alcalinas e associados a metamorfismo de contato. Os secundários são do tipo placer e associados a cordões litorâneos, depósitos marinhos, depósitos de aluviões e paleoaluviões. Tais reservas encontram-se distribuídas nos seguintes estados: Amazonas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Sul e, de forma menos expressiva, nos estados de Tocantins e Bahia.

Tabela 1 Reservas e produção mundial.

Discriminação Reservas (103 t) Produção(10t)(2)

Países 2013( r ) 2012( r ) 2013( p) (%) Brasil(1) 2.566 20.400 21.154 1,47 Austrália 40.000 605.000 600.000 41,81 África do Sul 14.000 380.000 360.000 25,09 China 500 140.000 140.000 9,76 Indonésia nd 120.000 120.000 8,36 Moçambique 1.100 47.000 65.000 4,53 Índia 3.400 40.000 40.000 2,79

Estados Unidos da América 500 nd nd -

Outros países 5.075 109.600 88.846 6,19

TOTAL 67.141 1.462.000 1.435.000 100,00

Fonte: DNPM/DIPLAM para dados de produção de empresas no Brasil; USGS–Mineral Commodity Summaries 2013 para dados referentes aos demais países; (1) reserva lavrável; (2) concentrado de zircônio; (p) dado preliminar; (r) revisado; (nd) dado não disponível.

2 PRODUÇÃO INTERNA

No Brasil, a produção de minérios de zircônio em 2013 teve leve aumento quando comparada com 2012, com